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Quais são as palavras que podem determinar um nome?

 

13/07/2010

Autor e Coautor(es)
WALLESKA BERNARDINO SILVA
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Eliana Dias

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação Escolar Indígena Línguas Análise linguística e sociolinguística
Ensino Médio Língua Portuguesa Recursos linguísticos em uso: fonológicos, morfológicos, sintáticos e lexicais
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Análise linguística: organização estrutural dos enunciados
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Língua Portuguesa Análise linguística
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Análise linguística: processos de construção de significação
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • reconhecer o significado de determinação de um nome;
  • relacionar artigo e o pronome como determinantes (à esquerda) de nomes;
  • identificar efeitos de sentido diversos para usos de determinantes variados.
Duração das atividades
1 aula de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

 Classes de palavras:

  •  substantivo
  •  artigo
  • pronome.  
Estratégias e recursos da aula

Estratégias:

  • construção coletiva de conceitos;
  • análise coletiva;
  • trabalho em grupo.   

Recursos:

  • xerocópias;
  • quadro.   

Aula

Atividade 1   

Nesta primeira atividade, o professor retomará os conceitos das classes de palavras substantivo, artigo e pronome. Para isso, os alunos serão divididos em três grupos. Cada grupo receberá um texto xerocopiado diferente (vide abaixo): "Vidinha Redonda", "O menino que mentia" e "No bairro dos pronomes". O objetivo de cada grupo será, por meio do texto recebido, explicar à turma o conceito e a utilização das classes de palavras: substantivo, artigo e pronome respectivamente. Para dar essa explicação, os alunos deverão fazer análise das ocorrências nos textos entregues a eles.

Importante: professor, aproveite esse momento para trabalhar com a turma aspectos da linguagem oral, já que os alunos terão de expor oralmente os conceitos e explicá-los no texto. Trabalhe a empostação de voz, a necessidade de uma organização espacial e corporal, a expressão facial.

TEXTOS PARA RETOMAR OS CONCEITOS E SUA UTILIZAÇÃO:

Substantivo

Vidinha Redonda   

Kátia da Costa Aguiar

http://www.putadaloucura.com/wp-content/uploads/2009/03/esperma-490x367.jpg 

Esperma, óvulo, embrião, parto. Bebê, choro, sobressalto, cocô, xixi, fralda, leite, colo, sono. Doença, vômito, pavor, pediatra, remédio, preço. Murmúrio, passos, fala. Escola, lancheira, material, professora. Curiosidade, descoberta. Crescimento, desenvolvimento, pêlos pubianos, seios, curvas, menstruação, modess, cólica, atroveran, adolescência. Primeiro beijo, paixão, shopping center. Batom, esmalte, rinsagem, depilação. namorado, pressão, intimidade, culpa. Festa, pai, ciúme, relógio, motel, desculpa, dissimulação. Faculdade, trabalho, consciência, cansaço, sossego, idade. Noivado, loja, fogão, geladeira, cama, mesa, banho, aliança, chá-de-panela. Cartório, igreja, núpcias. Sexo, trabalho, sexo, trabalho, sexo, esperma, óvulo, licença, parto.

Disponível em: http://www.pucrs.br/gpt/substantivos.php  

 Artigo

O menino que mentia

http://ptodecontato.files.wordpress.com/2009/09/mentira7_1.jpg 

Um pastor costumava levar seu rebanho para fora da aldeia. Um dia resolveu pregar uma peça nos vizinhos.

– Um lobo! Um lobo! Socorro!

Ele vai comer minhas ovelhas! Os vizinhos largaram o trabalho e saíram correndo para o campo para socorrer o menino.

Mas encontraram-no às gargalhadas. Não havia lobo nenhum. Ainda outra vez ele fez a mesma brincadeira e todos vieram ajudar; e ele caçoou de todos.

Mas um dia o lobo apareceu de fato e começou a atacar as ovelhas. Morrendo de medo, o menino saiu correndo.

– Um lobo! Um lobo! Socorro!

Os vizinhos ouviram, mas acharam que era caçoada. Ninguém socorreu e o pastor perdeu todo o rebanho. Ninguém acredita quando o mentiroso fala a verdade.  

Disponível em: http://poesiacontraaguerra.blogspot.com/2009/09/o-menino-que-mentia.html 

Pronome

NO BAIRRO DOS PRONOMES   

http://www.cidadaopg.sp.gov.br/administracao_portal/conteudo_adicionado_cadastro/hyperteca/livros/emilia_gramatica.jpg 

A cidade da Língua era uma cidade como as outras. A gente importante morava no centro e a gente pobre morava nos subúrbios.

-          Vamos percorrer a cidade nova, que é a que mais nos interessa – propôs Narizinho.

Montaram o Rinoceronte, que se pôs a trote pelo morro abaixo. Chegados ao sopé, saltaram em terra, porque não seria gentil penetrarem na cidade da Língua montados em tão notável animal.

-              Que bairro será este? – perguntou Narizinho.

-              É um bairro muito importante, o dos nomes substantivos.

-              E aquele?

-              Bom – disse o Rinoceronte – aquele é o bairro dos adjectivos.

Os meninos admiraram-se de só verem palavras atreladas e então o Rinoceronte explicou que os adjectivos, coitados, só podem movimentar-se atrelados aos substantivos.

Emília, o Narizinho, o Rinoceronte e os meninos continuaram  a viagem pela cidade da Língua e chegaram ao bairro dos pronomes.

-           Os pronomes moram naquelas casinhas ali em frente – informou o Rinoceronte.

-           A primeira, a mais pequena, é a dos pronomes pessoais. Bateram à porta. Veio abrir o pronome Eu.

Narizinho fez as apresentações e o pronome Eu apresentou-lhes, por sua vez, os seus irmãos – Tu, Ele, Ela, Nós, Vós, Eles, Elas – e os seus primos – Me, Mim, Te, Ti, Nos, Vos, O, A, Os, As, Lhe, Lhes.

Na outra casa encontravam-se os pronomes possessivos: Meu, Teu, Seu, Nosso e Vosso, com as respectivas esposas e plurais.

Depois encontrámos os pronomes demonstrativos: Este, Esse, Aquele, com as suas respectivas esposas e parentes. Emília estava radiante: “Gosto muito de conhecer os pronomes”.   

Monteiro Lobato (adaptado)  

Disponível em: http://fichasprimeirociclo.no.sapo.pt/ficha325.doc 

Importante: professor, no momento da exposição dos alunos quanto à retomada do conceito e utilização das classes de palavras, não deixe de formalizar no quadro:

  • substantivos são palavras que nomeiam (por isso a classificação como NOME) tudo que existe no mundo: sentimentos, ações, objetos, desejos, pessoas etc.
  • artigos são palavras que especificam, delimitam, orientam um nome.  
  • pronomes são palavras que ou substituem um nome ou o determinam.

Atividade 2   

Depois de retomadas as classes de palavras, o professor passará à explicação sobre o que é DETERMINAR um nome. Para tanto, apresentará aos alunos, no quadro, o seguinte esquema:

artigos e/ou pronomes (à esquerda do nome)

DETERMINANTE

substantivo

NOME

A partir deste esquema, o professor evidenciará aos alunos que os artigos e/ou pronomes que aparecerem à esquerda do substantivo, como em “O menino” ou “Esta cidade”, serão denominados DETERMINANTES do NOME. Como justificativa, o professor, primeiro lerá o verbete “determinar” do dicionário para os alunos:

“verbo  transitivo direto

1     marcar término a (o que está indefinido); circunscrever, delimitar Ex.: d. a área de um terreno  

transitivo direto

2     precisar, indicar (algo) a partir de uma análise, de uma medida, de uma avaliação; definir, propor Ex.: <d. um coeficiente, uma distância, uma velocidade> <d. as bases de um acordo> <d. o sentido de uma palavra>  

pronominal

3     tomar forma; precisar-se Ex.: ao afastar-se do quadro, viu as figuras determinarem-se  

transitivo direto e bitransitivo

4     mandar que se faça; ordenar, prescrever, estabelecer, decretar Ex.: <o governo determinou uma nova lei salarial> <determinou ao subordinado uma nova função>  

transitivo direto

5     atuar como elemento gerador de (fenômeno natural, físico, psíquico, social); ocasionar, motivar, causar Ex.: <a falta de manutenção do edifício determinou o seu desabamento> <o humor do entrevistado determina o sucesso de um programa> <aquelas palavras determinaram a sua dispensa>  

transitivo direto

6     reconhecer e classificar (algo); discriminar, diferençar Ex.: d. os componentes de uma solução  

transitivo direto e bitransitivo

7     estabelecer (hora, prazo etc.); marcar, fixar Ex.: o chefe determinou(-lhes) dia e hora para a reunião  

transitivo direto, bitransitivo e pronominal

8     fazer tomar ou tomar decisão, partido, resolução; decidir(-se), resolver(-se) Ex.: <determinou adiar o casamento> <razões diversas determinaram-no a cancelar a viagem> <determinou-se a ficar junto dos seus>  

transitivo indireto

9     ter a intenção de; planear Ex.: os jurados determinaram de conceder-lhe o prêmio  

transitivo direto

10   Rubrica: lingüística. modificar um substantivo ou um sintagma substantivo, acrescentando-lhe noções que reduzem a vagueza e generalidade do seu conceito (p.ex., flor é um conceito genérico; flor vermelha é um subconjunto de flor; flor vermelha perfumada é um subconjunto de flor vermelha; aquela flor vermelha perfumada é um subconjunto unitário de flor vermelha perfumada, localizado espacial ou temporalmente etc.)”

DICIONÁRIO AURÉLIO DE LÍNGUA PORTUGUESA CD-ROOM

Seguidamente, no quadro, criará coletivamente um conceito para DETERMINANTE, conforme entendimento dos aprendizes.

Sugestão: “DETERMINANTE é a palavra que fica à esquerda do nome e sua função é especificar esse NOME”.  

 

Atividade 3

Formalizada e entendida a relação DETERMINANTES e NOMES, os alunos terão a oportunidade de refletir sobre o uso dessa estrutura em trechos de textos diversos a fim de indicar os sentidos obtidos por esta combinação. O professor entregará em xerocópia as atividades:

HANDOUT DE ATIVIDADES:   

1) Você encontrará nas letras, a seguir, frases e um editorial, respectivamente, contendo as expressões estudadas por nós compostas por determinante + nome. Proponha para cada ocorrência destacada uma explicação sobre o(s) sentido(s) produzido(s). Nas frases soltas (letras A, B e C), você pode criar contextos para explicar o uso das expressões:

a) João levou seu sobrinho ao parque. O menino pulou no lago para nadar.

João levou seu sobrinho ao parque. Um menino pulou no lago para nadar.

João levou seu sobrinho ao parque. Este menino pulou no lago para nadar.

João levou seu sobrinho ao parque. Aquele menino pulou no lago para nadar.

João levou seu sobrinho ao parque. Nosso menino pulou no lago para nadar.   

b) João comeu o bolo.

João comeu Ø bolo.

João comeu aquele bolo.   

c) Ele é jogador, mas não é um Ronaldinho.

Ele é jogador, mas não é aquele Ronaldinho.

Ele é jogador, mas não é nosso Ronaldinho.

Ele é jogador, mas não é o Ronaldinho.  

d)

Editorial: A Violência na Visão do Jovem Brasileiro

Por Francisco Valente

11 de agosto de 2004

Os estudantes concluintes do ensino Médio e que participaram, em 2003, do ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio, em 1,3 milhões de redações sobre o tema: "A Violência na sociedade brasileira – como mudar esse jogo?" apontaram, como as principais causas para essa situação anômica que assola o Brasil:

- a desigualdade social

- a falta de escolaridade

- a desestruturação familiar

Como conseqüência, apontaram a lotação de presídios, a privatização da segurança (pública), e a falta de perspectiva (de vida) por parte das pessoas.

Desses fatos, podemos tirar pelo menos duas conclusões importantes:

1)o jovem brasileiro não é a criatura alienada que muitos acreditam seja, idéia alimentada principalmente pela mídia, extrapolando para toda a juventude um fenômeno típico de um segmento da sociedade (lamentavelmente, o segmento socialmente mais privilegiado); os jovens têm, isto sim, excelente visão do problema (da violência) e das condições econômicas e sociais que o provocam, além de um vislumbre sobre as possíveis formas de solução. E isto, comprovado em 1,3 milhões de redações.

2)O Estado brasileiro, que se apropria, na forma de impostos diretos e indiretos, de mais de dois terços da renda da população (são 62 tipos diferentes de tributos, visíveis ou embutidos em mercadorias e serviços) não oferece a contrapartida social mínima necessária para o usufruto da cidadania e da dignidade humana.

Essa contrapartida social mínima, necessária para o usufruto da cidadania e da dignidade das pessoas, está prevista na Constituição Federal de 1988, em seus diversos artigos, assegurando a todo cidadão brasileiro:

direito à segurança pública, de modo a garantir o patrimônio e a integridade física e psicológica das pessoas;

direito à educação básica, pública, gratuita e de qualidade, como elemento através do qual se viabiliza a melhor inserção social possível;

direito à saúde, preventiva e curativa, dentro de padrões de qualidade compatíveis com a preservação da dignidade humana;

e direito a emprego (criação de postos de trabalho através do fomento ao desenvolvimento econômico e social ) e oportunidades de trabalho (apoio à capacidade empreendedora).

Das causas apontadas pelos jovens, a falta de escolaridade fala por sí; a desigualdade social e a desestruturação familiar são conseqüências da situação surreal em que se encontra a taxa de desemprego no país: 10,2 % da população não tem emprego nem trabalho, sendo, só na região da Grande São Paulo (capital e municípios vizinhos) cerca de 2 milhões de pessoas.

Os estudantes ofereceram, como possível solução para o estado de violência a que estamos submetidos, o investimento em oportunidades de educação e geração de empregos.

Quando cobradas, as elites do país (econômicas e políticas) encontram mil subterfúgios para fugir a uma resposta direta: não se faz mais pelo povo porque não se tem vontade política; não se proporciona mais segurança pública, educação, saúde e trabalho pois as estruturas econômicas e sociais, do jeito em que se encontram, favorecem estratos da sociedade que se locupletam da absurda concentração de riqueza no Brasil.

E não se fale em governos de direita, conservadores, retrógrados, reacionários: a própria esquerda institucionalizada no país, hoje no poder, repete com virtuosismo a mesma lição de casa de governos anteriores, exigência do neo-liberalismo.   

Disponível em: http://www.conteudoescola.com.br/site/content/view/119/37/  

Depois de realizadas as atividades, chegou o momento de os alunos socializarem seus achados. Para tanto, o professor abrirá uma roda de conversa e discutirá oralmente com os alunos as possibilidades de sentidos encontradas para as relações DETERMINANTE+NOME. Neste momento, o professor avaliará a compreensão de seus alunos quanto ao conteúdo ministrado nesta aula.

Recursos Complementares

Para leitura do professor:   

KOCH, I. V. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 2003. Disponível em: http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=R1f05Q2QWFQC&oi=fnd&pg=PA7&dq=sintagma+nominal&ots=TQJnq1XgpB&sig=91DaTGw6VZsMVA1_rJKKzYlwZks#v=onepage&q=sintagma%20nominal&f=false    

KURAMOTO, Hélio. Uma abordagem alternativa para o tratamento e a recuperação de informação textual : os sintagmas nominais. In: Ciência da Informação, Vol. 25, No 2, 1996. Disponível em: http://revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf/article/viewArticle/435      

MÜLLER, Ana. Sentenças genericamente quantificadas e expressões de referência a espécies no português brasileiro. Disponível em: http://74.125.155.132/scholar?q=cache:ZDZncoDOzuAJ:scholar.google.com/+sintagma+nominal&hl=pt-BR&as_sdt=2000      

SILVA, Walleska Bernardino Silva. A relação entre referenciação e argumentação. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Uberlândia/Uberlândia, 2008. Disponível em: http://www.bdtd.ufu.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2330     

Avaliação

Esta aula será avaliada por meio dos exercícios propostos na atividade 3, os quais permitirão ao professor a identificação: i) de problemas em relação à compreensão da expressão DETERMINANTE+NOME e ii) de conhecimento sobre os efeitos de sentido dessa expressão nos vários contextos dados. Além disso, outra avaliação possível é sobre o conceito e utilização das classes de palavras: substantivo, artigo e pronome, referente à atividade 1, quando os alunos terão de explicar à turma uma classe de palavra específica. É válido ressaltar que esta última avaliação não é a mais importante, tendo em vista que as classes de palavras priorizadas já foram estudadas anteriormente e são, por isso, conhecimento prévio.

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