06/12/2010
BELO HORIZONTE - MG ESCOLA DE EDUCACAO BASICA E PROFISSIONAL DA UFMG - CENTRO PEDAGOGICO
Clenice Griffo
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
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Ensino Fundamental Inicial | Alfabetização | Evolução da escrita alfabética |
Ensino Fundamental Inicial | Alfabetização | Gêneros de texto |
Ensino Fundamental Inicial | Alfabetização | Concepção de texto |
Ensino Fundamental Inicial | Alfabetização | Processos de leitura |
Ensino Fundamental Inicial | Alfabetização | Papel da interação entre alunos |
Compreender e explorar a estrutura do gênero fábulas com ênfase nos aspectos relativos à introdução e ao desenvolvimento da narrativa.
Capacidade de leitura e produção de pequenos textos.
O desenvolvimento das atividades ora propostas visa ampliar as competências de escrita de textos, sobretudo no que se refere à compreensão da estruturação básica de introdução, desenvolvimento e conclusão de fábulas.
Para orientar esta prática é desejável que o grupo já conheça este gênero textual, que, de modo geral, se caracteriza por histórias nas quais os personagens, em sua maioria, são animais que representam ações humanas. Os textos são curtos e, ao final do enredo, há a apresentação de “uma moral”.
Para organizar o trabalho, recomendo que sejam identificadas as fábulas conhecidas do grupo selecionando aproximadamente seis. Caso este gênero ainda não tenha sido trabalhado, é possível encontrar aqui, no Portal do Professor, aulas que orientam trabalhos com este gênero.
1 Revisão – Fábulas
Objetivo: revisar com o grupo o que já conhecem sobre o gênero, seus aspectos principais.
Para orientar esta revisão, vamos enfocar algumas fábulas de Monteiro Lobato. Assim, antes de iniciar efetivamente, é importante trabalhar com a turma informações básicas sobre este autor, bem como as características marcantes de suas produções.
1A -Trabalhe a relevância deste autor nas produções literárias, bem como a presença de suas histórias na infância da população brasileira de um modo geral, marcada, sobretudo pela série Sítio do Picapau Amarelo.
Para isso, na biblioteca da escola oriente:
- Uma pesquisa que identifique algumas das obras deste autor.
- Selecione algumas histórias a serem apreciadas pela turma nas rodas de história dos próximos dias.
A fim de ampliar os elementos desta pesquisa, entregue meia folha A4 e oriente um trabalho a ser desenvolvido em casa, no qual a criança deverá conversar com um adulto solicitando que registre: os conhecimentos e experiências que possui sobre as histórias de Monteiro Lobato. Reserve esta material, para ser exposto em um mural.
Com as propostas indicadas nesta primeira atividade, o grupo ampliará seu repertório de leitura, bem como os conhecimentos gerais sobre a literatura brasileira, suas especificidades e características marcantes. Desenvolverá também as práticas de uso da biblioteca além de se portarem como leitores pesquisadores, que compreendem a importância de contextualizar a trajetória e origem do autor, aspectos que muitas vezes definem sua época e “marcas” particulares de suas produções.
1B – Todas informações trabalhadas sobre o autor, bem como algumas fábulas de sua autoria, deverão compor um mural. Para esta organização, orientamos que façam uma pesquisa prévia nos sites indicados a seguir:
- http://lobato.globo.com/index.asp
- http://www.museumonteirolobato.com.br/
- http://www.sitedoescritor.com.br/sitedoescritor_escritores_mlobato.html
(Todos estes foram consultados em 03 de junho de 2010).
Para o desenvolvimento desta pesquisa, organize grupos e oriente uma temática para cada um.
SUGESTÃO - Temáticas para pesquisa: obras produzidas, informações sobre o museu Monteiro Lobato, informações básicas da biografia, curiosidades do Sítio do Picapau Amarelo, características dos personagens etc.
Nesta atividade o aluno vai desenvolver as capacidades de leitura, sobretudo quanto à interpretação e capacidade de sintetizar as principais informações. Aprenderá trabalhar ainda com temas pré-definidos, já que o foco da pesquisa será orienta do pelo professor.
2_ Professor(a) leia o texto a seguir, mas em alguns momentos “pare” e oriente questões que visam desenvolver capacidades de antecipar conteúdos, levantar e confirmar hipóteses, além de propiciar uma reflexão das crianças quanto às influências do tempo/história em nosso contexto.
No caso do texto indicado, poderão ser exploradas, durante a leitura, os seguintes aspectos:
Dica: poderá ser realizada uma análise sucinta, a partir do texto a seguir, do gênero biografia.
O maior autor de livros infantis que o Brasil já teve
http://4.bp.blogspot.com/_3u2a7KDnjJI/Sep6ki9RKZI/AAAAAAAAAhk/AI-DasLZDX8/s320/monteiro+lobato.jpg (Disponível em: 02 de dez. 2010)
Conheça Monteiro Lobato, o criador de Emília e tantos outros personagens inesquecíveis
Era uma vez um menino chamado Juca, que nasceu em Taubaté, estado de São Paulo, no dia 18 de abril de 1882. Quando Juca era criança, não havia brinquedos tão sofisticados quanto os de hoje em dia. Sabe o que ele fazia para se divertir? Usando a imaginação, transformava sabugos de milho em bonecos e chuchus com palitos espetados em cavalos. Juca também adorava ir à biblioteca da casa de seu avô: os livros de viagens e aventuras eram os seus favoritos.
O nome completo do menino dessa história é José Bento Monteiro Lobato. Isso mesmo: foi ele quem criou a turma do Sítio do Picapau Amarelo e escreveu livros para contar as aventuras de Dona Benta, Pedrinho, Narizinho, Emília, Tia Nastácia, Visconde de Sabugosa e tantos outros personagens.
Dona Benta é uma avó dedicada, muito culta e excelente contadora de histórias. Seus netos, os primos Pedrinho e Narizinho, adoram brincadeiras e aventuras. Emília é uma boneca de pano falante e muito curiosa, que vive tendo idéias engraçadas. Tia Nastácia é uma ótima cozinheira e sabe tudo de folclore e cultura popular. Visconde de Sabugosa é sabugo de milho que mais parece um cientista.
Provavelmente, você já assistiu a muitos episódios do Sítio do Picapau Amarelo, programa exibido atualmente pela TV Globo de segunda a sexta às 11h25. Pois saiba que esta é a terceira vez que as aventuras da turma do Sítio são adaptadas para a televisão. A primeira foi em 1952, na TV Tupi, uma emissora que não existe mais. A segunda foi entre 1977 e 1986, já na TV Globo. Em 2001, o Sítio voltou à televisão, mas as histórias foram atualizadas: no programa, diferentemente dos livros de Monteiro Lobato, Pedrinho e Narizinho têm acesso à internet!
Apesar de seu grande carinho pelas crianças, Monteiro Lobato também se dedicou aos adultos. Para denunciar a pobreza do sertão brasileiro, ele escreveu o livro Urupês, composto por diversos contos e dois artigos. Um dos artigos apresenta o personagem Jeca Tatu, caipira que não freqüentou a escola e sofre de muitas doenças por causa da falta de higiene.
Monteiro Lobato adorava pintar quadros, desenhar paisagens e pessoas, fazer caricaturas, tirar fotografias e escrever poesias. Aliás, foi escrevendo lindos versos que conquistou Dona Purezinha, sua esposa. No começo, o casal morava no interior do estado de São Paulo e ele trabalhava como jornalista. Mais tarde, herdaram algumas terras e ele se tornou fazendeiro. Depois, mudaram-se para a capital do Estado, onde ele fundou a primeira editora de livros no Brasil, a Monteiro Lobato & Cia.
O escritor faleceu em 1948. Em sua homenagem, comemora-se o Dia Nacional do Livro Infantil na data do seu aniversário, 18 de abril.
Fernanda Marques
Ciência Hoje das Crianças05/09/02
(Texto retirado do site http://www.sitedoescritor.com.br/sitedoescritor_escritores_mlobato_texto009.html em 03 de junho de 2010).
DICA - Ainda sobre o texto: desafie cada criança produzir e levar para escola algum brinquedo criado com materiais reciclados, usando a criatividade e recursos parecidos com os utilizados por Monteiro Lobato em sua infância.
3 – Interpretação de texto – Fábulas de Monteiro Lobato
Com as atividades de interpretação, preparadas a partir das fábulas a seguir, o professor poderá trabalhar capacidades como:
O cavalo e o burro
Monteiro Lobato
O cavalo e o burro seguiam juntos para a cidade. O cavalo contente da vida, folgando com uma carga de quatro arrobas apenas, e o burro — coitado! gemendo sob o peso de oito. Em certo ponto, o burro parou e disse:
— Não posso mais! Esta carga excede às minhas forças e o remédio é repartirmos o peso irmãmente, seis arrobas para cada um.
O cavalo deu um pinote e relinchou uma gargalhada.
— Ingênuo! Quer então que eu arque com seis arrobas quando posso tão bem continuar com as quatro? Tenho cara de tolo?
O burro gemeu:
— Egoísta, lembre-se que se eu morrer você terá que seguir com a carga de quatro arrobas e mais a minha.
O cavalo pilheriou de novo e a coisa ficou por isso. Logo adiante, porém, o burro tropica, vem ao chão e rebenta.
Chegam os tropeiros, maldizem a sorte e sem demora arrumam com as oito arrobas do burro sobre as quatro do cavalo egoísta. E como o cavalo refuga, dão-lhe de chicote em cima, sem dó nem piedade.
— Bem feito! Exclamou o papagaio. Quem mandou ser mais burro que o pobre burro e não compreender que o verdadeiro egoísmo era aliviá-lo da carga em excesso? Tome! Gema dobrado agora…
http://peregrinacultural.wordpress.com/2009/06/25/o-cavalo-e-o-burro-fabula-texto-de-monteiro-lobato/ (Acesso em 03 de junho de 2010).
1 – Leia silenciosamente a fábula. Acompanhe a leitura que seu professor fará.
2- Quem são os narradores desta história?
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3- Nesta história há diálogos? Como podemos identificá-los?
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4- Sublinhe no texto, com lápis de cor, a primeira fala do cavalo.
5 – Após o primeiro diálogo, o que acontece com o burro?
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6 - Estudo oral
No estudo oral, o professor deve problematizar alguma questão, propiciando um debate que deve culminar em uma conclusão geral do grupo.
No caso das questões ora indicadas, esperamos que o grupo perceba que, nas experiências de leitura, podemos nos deparar com situações em que apesar de não conhecermos uma palavra, o sentido global da frase nos ajuda a apreender o significado de determinada palavra. Além disso, espera-se que o grupo relacione o vocabulário do autor, com a época de sua escrita. Isso favorece discutir qual vocabulário (tipos de palavras) são próprios do contexto atual e quais outras palavras não são utilizadas com tanta frequência hoje.
A - No texto há alguma palavra que você não compreendeu o sentido da frase?
B – Circule palavras que você nunca viu e/ou ouviu e vamos refletir porque estas aparecem no texto deste autor.
7 – Observe o trecho a seguir, que foi retirado do texto e explique com suas palavras o que este quer dizer:
“E como o cavalo refuga, dão-lhe de chicote em cima, sem dó nem piedade.”
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8 – Agora selecione uma frase do texto, circule-a, e desafie um colega a explicá-la do jeito dele.
Em seguida registre abaixo a explicação do seu colega.
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O Burro Juiz
Monteiro Lobato
"Disputava a gralha com o sabiá, afirmando que a sua voz valia a dele. Como as outras aves rissem daquela pretensão, a bulhenta matraca de penas, furiosa, disse: Nada de _______________. Isto é uma questão muito séria, que deve ser decidida por um_______________. Canta o sabiá, canto eu, e a sentença do julgador decidirá quem é o melhor artista. _______________?
_Topamos! _______________as aves. Mas quem servirá de juiz?
Estavam a debater este ponto, quando zurrou um burro._Nem de encomenda! Exclamou a gralha. Está lá um juiz de primeiríssima para julgamento de_______________, pois nenhum animal possui maiores_______________. Convidê-mo-lo. Aceitou o burro o juizado e veio postar-se no centro da roda.
_ Vamos lá, comecem! _______________ele.
O sabiá deu um pulinho, abriu o bico e cantou. Cantou como só cantam sabiás, garganteando os trinos mais melodiosos e límpidos. Uma pura maravilha, que deixou mergulhado em êxtase o auditório em peso._Agora eu! Disse a gralha, dando um _______________à frente. E abrindo a bicanca matraqueou uma grita de romper os ouvidos aos próprios surdos. Terminada a justa, o meritíssimo juiz deu a sentença:
_Dou ganho de causa à excelentíssima senhora dona Gralha, porque canta muito mais forte que mestre sabiá.
Moral da História: Quem burro nasce, togado ou não, burro morre.
http://cantinhodaliteratura.spaceblog.com.br/76967/O-BURRO-JUIZ-F-BULAS-Monteiro-Lobato/ (Acesso em 03 de junho de 2010) .
1 – Para ler e compreender bem esta fábula será preciso preencher as lacunas com as palavras indicadas a seguir:
orelhas - topam – música - brincadeiras - piaram – juiz – ordenou - passo
2- Leia o texto novamente e desta vez marque com lápis de colorir todas as pontuações que encontrar.
No espaço abaixo liste os sinais de pontuação que encontrou e escreva o nome de cada uma deles.
3- Em sua opinião, porque a pontuação de um texto é importante pra fazer uma boa leitura?
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4 – Qual é o desafio proposto pela gralha?
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5– Porque o burro foi convidado para ser o juiz?
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6 – Em sua opinião, o burro fez um bom julgamento? Justifique sua resposta.
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7 – Escreva o que você compreendeu da moral desta história.
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A Onça Doente
Monteiro Lobato
A onça caiu da árvore e por muitos dias esteve de cama, seriamente enferma. E como não pudesse caçar, padecia de fome das negras.
Em tais apuros imaginou um plano.
_ Comadre irara - disse ela - corra o mundo e diga à bicharada que estou à morte e exijo que venham visitar-me.
A irara partiu, deu o recado e os animais, um a um principiaram a visitar a onça.
Vem o veado, a capivara, vem a cotia, vem o porco-do-mato.
Veio também o jabuti.
Mas o finório jabuti, antes de penetrar na toca, teve a lembrança de olhar para o chão. Viu na poeira só rastros entrantes e nenhum sainte. E desconfiou:
- Hum!... Parece que nesta casa quem entra não sai. O melhor, em vez de visitar a nossa querida onça doente é ir rezar por ela. E foi o único que se salvou.
http://crackpotideas.blogspot.com/2005/12/ona-doente.html (Acesso em 03 de junho de 2010).
1 – Leia atentamente a fábula.
2- Leia novamente a fábula e sublinhe a introdução do texto de azul, o desenvolvimento de laranja e a conclusão de verde.
Nesta atividade, a criança poderá expressar espontaneamente o que ela identifica como introdução, desenvolvimento e conclusão. Em seguida, as crianças devem ser orientadas a um estudo oral, em que alguns deverão apresentar o que marcaram e explicar que critérios utilizaram, como se organizaram para identificar o que era cada um dos itens solicitados.
A partir do que for expresso oriente os aprendizes para que compreendam que a introdução é o que contextualiza o leitor sobre a temática a abordagem do texto, o desenvolvimento é o desdobramento da introdução, com a “descrição” dos acontecimentos, devendo ser envolvente a ponto de manter o interesse do leitor. Já a conclusão é o desfecho da história, é relatar, portanto como aquele episódio terminou.
3- Oriente a criança a reescrever a fábula em seu caderno mantendo o sentido/significado, mas utilizando sinônimos para as palavras ou expressões sublinhadas.
SUGESTÃO: Para trabalhar outras fábulas deste mesmo autor consulte o livro Monteiro Lobato: Fábulas. São Paulo, Editora Brasiliense, 26ª edição, 1973.
4_ Produção Escrita
Nesta etapa os alunos deverão ser orientados a reescrever as fábulas trabalhadas, com o desafio de produzir um texto que contemple os elementos que colaboram para qualidade deste (introdução / desenvolvimento e conclusão).
Para que isso aconteça o material disponibilizado, é fundamental para orientar esta aprendizagem.
- Entregue para cada criança uma folha tamanho A3 demarcada na posição horizontal, em três colunas.
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Com esta estruturação da folha levamos o aluno a trabalhar e incorporar os itens que qualificam um texto. Assim, é que importante que compreendam que no desenvolvimento desta, a produção da primeira coluna corresponderá a introdução, a segunda o desenvolvimento e a última a conclusão.
Para que está prática fique clara, divida o quadro/lousa em três colunas e faça com a participação das crianças um exemplo.
Em seguida, todos devem copiar no caderno.
Em uma próxima aula, oriente a produção do reconto da seguinte maneira:
À medida que o grupo for adquirindo maturidade, desenvoltura nesta compreensão, o professor poderá dividir a folha em mais partes.
Ao concluir as produções, programe um tempo de leitura, para que os colegas troquem entre eles os textos produzidos.
Neste site http://www.scribd.com/doc/6880929/Monteiro-Lobato-Historias-de-Tia-Nastacia (acesso em 03 de junho) você encontra disponível todo o livro Histórias de Tia Nastácia, do Monteiro Lobato.
Para avaliar os avanços dos alunos: selecione uma fábula que não foi trabalhada e organize grupos de quatro crianças. Solicite que leiam um trecho do texto em voz alta. Se possível, registre em uma ficha de acompanhamento anotando em que situações (pontuações e /ou palavras) houve maior dificuldade. Estas anotações possibilitarão reflexões para traçar estratégias de intervenção para os aspectos que forem identificados comuns a turma ou pontuais de cada aluno.
Cinco estrelas 1 classificações
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01/08/2011
Cinco estrelasAdorei o trabalho.