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Os intertextos nossos de cada dia ...

 

05/07/2010

Autor e Coautor(es)
WALLESKA BERNARDINO SILVA
imagem do usuário

UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Eliana Dias

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Análise linguística: modos de organização dos discursos
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de produção de textos orais e escritos
Ensino Médio Língua Portuguesa Relações sociopragmáticas e discursivas
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: historicidade da linguagem e da língua
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Língua Portuguesa Análise linguística
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Língua Portuguesa Linguagem escrita: leitura e produção de textos
Ensino Médio Língua Portuguesa Produção, leitura, análise e reflexão sobre linguagens
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

  • Compreender textos relacionando-os a outros textos (noção de intertextualidade);
  • identificar a relação entre texto e imagem;
  • reconhecer a importância do diálogo entre textos para a produção de sentidos;
  • identificar os tipos de intertextualidade: epígrafe, citação, paráfrase, paródia, pastiche, tradução, referência e alusão.  
Duração das atividades
2 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

  • Noção de linguagem, língua e texto.
  • Relações intertextuais.
  • Conhecimento do gênero propaganda.
Estratégias e recursos da aula

Estratégias:

  • atividades em duplas;
  • discussão coletiva;
  • dinâmica de correlação entre nome e exemplar intertextual.   

Recursos:

  • data show;
  • quadro;
  • xerocópias de textos.   

Aula 1

Atividade 1   

O professor iniciará a aula mostrando aos alunos, por meio do data show, a tirinha do Snoop:

http://tiras-snoopy.blogspot.com/2008/08/peanuts-1959-tira-285.html    

Em seguida, questionará apenas oralmente:   

  • Vocês conseguiram compreender a tirinha?
  • Por que vocês acreditam que isso aconteceu?   

O professor fará com que os alunos reflitam que o conhecimento da expressão “Flautista de Hamelin” é crucial para o entendimento da tirinha. Para comprovar essa afirmação, o professor lerá em voz alta a história “O flautista de Hamelin”:

O flautista de Hamelin

Irmãos Grimm    

Há muito, muitíssimo tempo, na próspera cidade de Hamelin, aconteceu algo muito estranho: uma manhã, quando seus gordos e satisfeitos habitantes saíram de suas casas, encontraram as ruas invadidas por milhares de ratos que iam devorando, insaciáveis, os grãos dos celeiros e a comida de suas bem providas despensas.    

Ninguém conseguia imaginar a causa de tal invasão e, o que era pior, ninguém sabia o que fazer para acabar com tão inquietante praga.  Por mais que tentassem exterminá-los, ou ao menos afugentá-los, parecia ao contrário que mais e mais ratos apareciam na cidade. Tal era a quantidade de ratos que, dia após dia, começaram a esvaziar as ruas e as casas, e até mesmo os gatos fugiram assustados.    

Ante a gravidade da situação, os homens importantes da cidade, vendo perigar suas riquezas pela voracidade dos ratos, convocaram o conselho e disseram: Daremos cem moedas de ouro a quem nos livrar dos ratos.   

Pouco depois se apresentou a eles um flautista taciturno, alto e desengonçado, a quem ninguém havia visto antes, e lhes disse: "A recompensa será minha. Esta noite não haverá um só rato em Hamelin".    

Dito isso, começou a andar pelas ruas e, enquanto passeava, tocava com sua flauta uma melodia maravilhosa, que encantava aos ratos, que iam saindo de seus esconderijos e seguiam hipnotizados os passos do flautista que tocava incessantemente.    

E assim ia caminhando e tocando, levou-os a um lugar muito distante, tanto que nem sequer se poderia ver as muralhas da cidade. Por aquele lugar passava um caudaloso rio onde, ao tentar cruzar para seguir o flautista, todos os ratos morreram afogados.    

Os hamelineses, ao se verem livres das vorazes tropas de ratos, respiraram aliviados. E, tranquilos e satisfeitos, voltaram aos seus prósperos negócios e tão contente estavam que organizaram uma grande festa para celebrar o final feliz, comendo excelentes manjares e dançando até altas horas da noite.    

Na manhã seguinte, o flautista se apresentou ante o Conselho e reclamou aos importantes da cidade as cem moedas de ouro prometidas como recompensa. Porém esses, liberados de seu problema e cegos por sua avareza, reclamaram: “Saia de nossa cidade! Ou acaso acreditas que te pagaremos tanto ouro por tão pouca coisa como tocar a flauta?".  E, dito isso, os honrados homens do Conselho de Hamelin deram-lhe as costas dando grandes gargalhadas.    

Furioso pela avareza e ingratidão dos  hamelineses, o flautista, da mesma forma que fizera no dia anterior, tocou uma doce melodia uma e outra vez, insistentemente.    

Porém esta vez não eram os ratos que o seguiam, e sim as crianças da cidade que, arrebatadas por aquele som maravilhoso, iam atrás dos passos do estranho músico. De mãos dadas e sorridentes, formavam uma grande fileira, surda aos pedidos e gritos de seus pais que, em vão, entre soluços de desespero, tentavam impedir que seguissem o flautista.    

Nada conseguiram e o flautista os levou longe, muito longe, tão longe que ninguém poderia supor onde, e as crianças, como os ratos, nunca mais voltaram.    

E na cidade só ficaram seus opulentos habitantes e seus bem repletos celeiros e bem cheias despensas, protegidas por suas sólidas muralhas e um imenso manto de silêncio e tristeza.    

E foi isso que se sucedeu há muitos, muitos anos, na deserta e vazia cidade de Hamelin, onde, por mais que se procure, nunca se encontra nem um rato, nem uma criança.  

Disponível em: http://victorian.fortunecity.com/postmodern/135/hamelin.htm 

Depois que os alunos leram a história silenciosamente, o professor deverá perguntar:   

  • E, agora, a compreensão de vocês com relação à tirinha mudou?
  • O que lhes possibilitou isso?   

O professor, a partir dessas perguntas, discutirá ainda oralmente com os alunos sobre a necessidade do conhecimento de outros textos ou a relação que devemos empreender entre os textos para a compreensão de uma dada produção.   

Atividade 2   

O professor agora mostrará à turma, no data show, textos diversos que necessitam para sua compreensão do conhecimento de outros textos que já circulam ou circularam socialmente. A cada apresentação, pedirá um aluno para explicar oralmente a qual texto a imagem ou produção se relaciona.   

a)

http://1.bp.blogspot.com/_9z3h28--ceQ/Sco73WQz6iI/AAAAAAAAAGU/8CEdPsBOtG8/s1600-h/Chico.jpg 

b)

http://drikamil-adriana.blogspot.com/ 

 

http://drikamil-adriana.blogspot.com/

c)

http://adwhiz.zip.net/images/realtime_marisa_pdv.jpg 

d)

 

http://4.bp.blogspot.com/_Q6u54mKU-Bk/SOE2rX7nKII/AAAAAAAAACc/rkPl6D2FE-8/s320/fermento+royal+an+copy.jpg

e) (Propaganda televisiva)

http://www.youtube.com/watch?v=SpZOQ0aZsXk

f) (Trailler do filme Shreck)

http://www.youtube.com/watch?v=wxk2wbaI0Ys

Ao final das discussões, o professor formalizará, no quadro, com os alunos, o conceito de intertextualidade: “Relação ou diálogo entre textos”.    

Atividade 3   

Produção de texto:   

Nesta atividade, o professor solicitará aos alunos, que trabalharão em duplas, a produção de uma propaganda, cujo objetivo seja vender a importância da intertextualidade para a comunicação, seja esta por meios verbais ou não.   

Importante: professor, oriente seus alunos sobre a relevância da identificação de outros textos na e para a comunicação. Faça isso ao longo das discussões propostas na atividade 2.   

Aula 2

Atividade   

Nesta aula, o professor deverá propor uma aula lúdica, uma disputa entre grupos:   

Nesta aula, os alunos conhecerão os tipos de intertextualidade: epígrafe, citação, paráfrase, paródia, pastiche, tradução, referência/alusão. Para organizar esse conhecimento, o professor deverá levar para a sala fichas contendo os nomes dos tipos de intertextos. Dividirá a sala em dois grupos e para cada um entregará fichas que contenham os nomes dos 7 tipos de intertextos que serão trabalhados. A tarefa dos alunos será a de relacionar a ficha recebida contendo nome do tipo de intertexto com o seu exemplar. O grupo campeão será aquele que tiver o maior nº de acertos.

Importante: caso o professor deseje grupos menores na sala, basta fazer mais fichas e levar mais exemplares de textos ou xerocopiá-los em maior número.

EXEMPLOS DOS TIPOS DE INTERTEXTOS:

a) EPÍGRAFE

Constitui uma escrita introdutória de outra.   

Em uma dissertação de mestrado da área de Literatura, encontra-se no início do texto a seguinte frase:

“A literatura é um assunto sério para um país; ela é, no fim de contas, o seu rosto."  (Louis Aragon)   

Fonte: http://www.mnecho.com/frases/literatura.htm 

b) CITAÇÃO

É uma transcrição de texto alheio, marcada por aspas.   

Barack Obama, na reunião do G20, disse para Lula: “Esse é o cara!”.   

c) PARÁFRASE

Uma pessoa reproduz com suas próprias palavras o texto de outrem.   

Texto Original:

PARA ONDE? Assim dá para organizar bolsa de apostas: qual será, afinal, o destino de Fernandinho Beira-Mar? Os advogados do traficante tentam, no STJ, anular a decisão do Ministério da Justiça e garantir sua volta para Bangu 1 Mas o ministro da Justiça, embora afirme que Beira –Mar não permanecerá mais do que trinta dias preso em São Paulo, garante que ele não voltará para o Rio e nem será transferido para o Acre. (Jornal Zero Hora, março de 2003)

PARÁFRASE:

PARA ONDE? Dessa forma é possível organizar bolão de apostas: qual deverá ser, finalmente, o destino de Fernandinho Beira-Mar? Os advogados do traficante buscam, no STJ, a anulação da decisão do Ministério da Justiça, o que garantiria seu retorno a Bangu 1. Porém, o ministro da Justiça, apesar de afirmar que Beira-Mar permanecerá no máximo 30 dias preso em São Paulo, assegura que o detento não retornará para o Rio e também não será transferido para o Acre.

Textos disponíveis em:

http://pt.shvoong.com/books/dictionary/1721215-par%C3%A1frase/   Acesso em 18/06/2010.

d) PARÓDIA

Apropriação de um texto para romper com ele, criando uma imitação na maioria das vezes cômica, satírica.   

“Meus oito anos

Oh! Que saudade que tenho

Da aurora da minha vida,

Da minha infância querida

Que os anos não trazem mais

Que amor, que sonhos, que flores

Naquelas tardes fagueiras

À sombra das bananeiras

Debaixo dos laranjais!”

(Casimiro de Abreu)

"Meus oito anos

Oh! Que saudade que tenho

Da aurora da minha vida,

Da minha infância querida

Que os anos não trazem mais

Naquele quintal de terra

Da rua São Antonio

Debaixo da bananeira

Sem nenhum laranjais!”

(Oswald de Andrade)

Textos disponíveis em: http://www.filologia.org.br/viiicnlf/anais/caderno09-02.html 

e) PASTICHE

Imitação de uma obra; pode ser plágio. Modernamente, o pastiche pode ser visto como uma espécie de colagem ou montagem, tornando-se uma paródia em série ou colcha de retalhos de vários textos.   

Os livros Amor de Capitu, de Fernando Sabino, e Capitu – Memórias Póstumas, de Domício Proença Filho, que reescreveram Dom Casmurro, de Machado de Assis   

f) TRADUÇÃO

Recriação do texto fonte em outra língua.   

“Once upon a midnight dreary, while I ponde-red weak and weary (…)”  (Edgar A. Poe)   

“Numa meia noite agreste, quando eu lia, Lento e triste (...)” (Fernando Pessoa)   

“Em certo dia, à hora, à hora Da meia-noite que apavora (...)” (Machado de Assis)   

Fonte: CONSOLARO, H. Intertextualidade: um rio com discurso. In: Revista Língua Portuguesa, edição 21, Editora Escala Educacional. ISSN 1984-3682.

g) REFERÊNCIA E ALUSÃO

É a remissão a outros textos, pessoas, situações etc.   

Em Dom Casmurro, Machado de Assis cita Otelo, de Shakespeare.   

Depois de realizadas as relações de forma não sistematizada pelo professor, o docente corrigirá a atividade explicando oralmente cada uma das intertextualidades pedidas. O grupo vencedor será aquele que conseguir relacionar corretamente o exemplar ao tipo de intertexto correto.    

Recursos Complementares

Para leitura do professor:   

Blog sobre intertextualidade: http://drikamil-adriana.blogspot.com/    

MAIA, Maria Cristina de Mota. Intertextualidade. Disponível em: http://acd.ufrj.br/~pead/tema02/intertextualidade2.htm    

ZANI, Ricardo. Intertextualidade: considerações em torno do dialogismo´. In: Em Questão, Vol. 9, No 1 (2003). Disponível em: http://www.seer.ufrgs.br/index.php/EmQuestao/article/viewArticle/65   

Avaliação

Os alunos serão avaliados com base no reconhecimento dos intertextos e sua relevância propostos nas atividades da aula 1 (participação na discussão coletiva e produção de uma propaganda com o objetivo de vender a importância da intertextualidade para a construção de sentidos) e na atividade de associação da aula 2 entre tipos de intertextos e exemplares. O foco da avaliação deve centrar-se na identificação da intertextualidade, ou seja, no reconhecimento do diálogo, da relação entre os textos.

Opinião de quem acessou

Quatro estrelas 3 classificações

  • Cinco estrelas 2/3 - 66.67%
  • Quatro estrelas 1/3 - 33.33%
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Opiniões

  • debora, sesi sp , São Paulo - disse:
    debye.senna@bol.com.br

    04/11/2012

    Quatro estrelas

    Boa aula, obrigada pela contribuição


  • ADRIANA OLIVEIRA SILVA, EE PRESIDENTE EMÍLIO GARRASTAZU MÉDICI , Bahia - disse:
    drica_166@hotmail.com

    28/08/2012

    Cinco estrelas

    A AULA APRESENTA UMA EXCELENTE OPORTUNIDADE PARA DESENVOLVER UM TRABALHO INTERDISCIPLINAR, JÁ QUE CONTEMPLA CONHECIMENTOS QUE PODEM SER ABORDADOS COLETIVAMENTE NAS MAIS DIVERSAS DISCIPLINAS


  • Keli Aparecida Pascoal de Souza, JOSE GAMA DE MIRANDA , São Paulo - disse:
    letitiakap@yahoo.com.br

    01/05/2011

    Cinco estrelas

    excelente, mostrar o outro lado para eles com mis entusiasmo. Obrigada


Sem classificação.
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