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Narrativa: a novela

 

13/09/2010

Autor e Coautor(es)
MARTA PONTES PINTO
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Eliana Dias

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Língua Portuguesa Linguagem escrita: leitura e produção de textos
Ensino Médio Literatura Estudos literários: análise e reflexão
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Reconhecer a narrativa quanto aos aspectos qualitativos e quantitativos;
  • analisar “A Morte e a morte de Quincas Berro D'Água” escrito por Jorge Amado.          
Duração das atividades
03 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

  • Textos que fazem uso do verossímil e do inverossímil.

Estratégias e recursos da aula

Atividade 1 

Para iniciar o conteúdo, o professor deverá levar os alunos à sala de informática para, em grupo, lerem, discutirem e fazerem as anotações pedidas no roteiro 1, que deverá ser xerocado e entregue a cada aluno. Esse roteiro norteará a pesquisa a ser realizada.   

ROTEIRO 1:   

1- O site a seguir explora vários gêneros: http://www.iportais.com/pontoliterario28.html 

 Localize o Gênero Narrativo e registre as distinções que são feitas entre romance, novelas, contos, fábula e crônica.

2- Quais são as características da novela?  

Depois de pronta a atividade, o professor deverá pedir a dois ou três grupos que expliquem para a turma o que anotaram e entenderam. Nesse momento, o professor deverá auxiliar os grupos, retirando as possíveis dúvidas.

Atividade 2

Para motivar os estudantes para a leitura da novela “A morte e a morte de Quincas Berro D'água" escrita por Jorge Amado, o professor pedirá que leiam, no site abaixo, que contém todo o texto, apenas o prólogo, desta obra, escrita por Vinícius de Moraes, atentando para as orientações dadas pelo roteiro 2. A obra propriamente dita será lida na atividade 3. Explicando melhor, Vinícius escreveu o prólogo em homenagem a Jorge Amado autor do texto.Porém, se o professor preferir, poderá entregar cópia do prólogo que vai transcrito abaixo.

http://www.alemdoarcoiris.com/BIBLIOTECA/AMorteEAMortedeQuincasBerroDagua.doc 

“A MORTE E A MORTE DE QUINCAS BERRO DÁGUA”   

Vinicius de Moraes   

Em dois tentos simples, Jorge Amado acaba de escrever o que para mim é o melhor romance e a melhor novela da literatura brasileira: “Gabriela, Cravo e Canela” e “A Morte e a Morte de Quincas Berro Dágua”, publicada, esta, no número de junho da revista Senhor. Para tirar teima, ainda andei pegando esses últimos dias “Dom Casmurro” e “Quincas Borba” e uma série de contos do velho Machado; um mais fino estilista, sem dúvida, o escritor carioca, com a graça da sua silogística cinzenta e a sua pa­ciente ordenação das personagens no tempo e espaço. O baiano, apesar do apuro que, pouco a pouco, está também atingindo, ainda se espoja no sumo de sua linguagem, ainda brinca em serviço, como se diz. E felizmente o faz! Pois se é verdadeiro dizer que o estilo é o homem, temos que Machado é mais estilo que homem, e Jorge Amado mais homem que estilo. E esta é, em última instância, pelo menos a meu ver, a classe de escritores que realmente fecundam a língua, que realmente libertam as personagens da sua própria teia psicológica e as fazem saltar, vivas e ardentes, para o lado de cá do livro.

Não somos um país de grandes prosadores. Alguns dos melhores são, a meu ver, poetas como Bandeira e Drummond ou poetas a ser, como Rubem Braga, que é para mim, neste momento — em que pese a freqüente displicência que a obrigação da crônica diária lhe traz — o melhor prosador do idioma. Digo prosa, entenda-se bem. Grandes romancistas nós os temos, alguns aliando à vocação qualidades ímpares de estilo; e, infelizmente, nesta linha o maior deles, na minha opinião, morreu: Graciliano Ramos. Mas a maioria dos que procuram narrar com estilo, nas pegadas do velho Machado, ou por imperativo de sua própria condição de escritor, secaram a língua, fizeram dela não um saboroso pão, cheiroso e de substância; produziram finos biscoitos quebradiços que se prova uma vez com delícia, mas cuja repetição resulta enjoativa. A esses prefiro francamente a in­cúria estilística de um José Lins, de um Jorge Amado da primeira fase, de um Otávio de Faria, que se prejudica o prazer sibarita da leitura de sandálias, em nada lhes subtrai a capacidade de criar mundos de romance onde as personagens “vivem”.

Eu acho francamente belo o crescimento de um escritor como Jorge Amado, que vem desde um livro cheio de defeitos como “O País do Carnaval” até essa obra-prima que é “A Morte e a Morte de Quincas Berro Dágua”. Um crescimento verdadeiro como a vida, que vem de baixo para cima e sem se recusar às torpitudes; não um crescimento decorativo de araucária, mas de árvore que dá fronde e que dá frutos de polpa, que dá parasitas e dá passarinho: uma gorda e resinosa mangueira. E que melhor comparação, para o deleite da leitura desse baiano da peste, que o comer mangas, os dentes mordendo fundo a carne da fruta, a terebintina escorrendo pelo queixo no seu amarelo pungente, a gulodice de enxugar o caroço até o fim...

Saí da leitura dessa extraordinária novela, eu que andava no maior fastio de literatura, com a mesma sensação que tive, e que nunca mais se repetiu, ao ler os grandes romances e novelas dos mestres russos do século XIX, Pushkin, Dostoievski, Tolstoi, Gogol especialmente. Uma sensação de bem-estar físico e espiritual como só dão os prazeres do copo e da mesa, quando se está com sede ou fome, e os da cama quando se ama. Ela representa dentro da novelística brasileira, onde já há cimos consideráveis, um cume máximo. Um cume que todos os escritores jovens de­vem ter em mira numa sadia inveja e num saudável desejo de ultrapassá-lo. E tanto pior se o não fizerem.   (Em “Última Hora”, Rio, 1959).  

Na sequência, os alunos deverão assistir ao vídeo disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=PKYYS7g2swA&feature=related

Imagem disponível em:

http://www.submarino.com.br/produto/1/21335255/morte+e+a+morte+de+quincas+berro+d´agua,+a/?franq=275190  

ROTEIRO 2:

 1- Para Vinícius, quais as principais obras escritas por Jorge Amado? O romance Gabriela, cravo e canela e a novela A morte e a morte de Quincas Berro D'água.

2- Estabeleçam a comparação feita por Vinícius entre Machado de Assis e Jorge Amado.

                                  Machado de Assis 

                               Jorge Amado 

Mais fino estilista, carioca, gracioso em sua silogística cinzenta e sua paciente ordenação dos personagens no tempo e no espaço, mais estilo que homem.

Autor do melhor romance e da melhor novela em língua portuguesa, baiano, mais homem  que estilo, está atingindo apuro mas ainda se espoja no sumo da linguagem, brinca enquanto trabalha, liberta os personagens da própria teia psicológica e os faz saltar, vivos e ardentes para fora do livro.

3- Que outros escritores Vinícius elenca como os maiores representantes da literatura basileira?

4- Expliquem as metáforas presentes no último período do penúltimo parágrafo.

... "não um crescimento decorativo de araucária, mas de árvore que dá fronde e que dá frutos de polpa, que dá parasitas e dá passarinho: uma gorda e resinosa mangueira.

5- Expliquem a comparação:

" E que melhor comparação, para o deleite da leitura desse baiano da peste, que o comer mangas, os dentes mordendo fundo a carne da fruta, a terebintina escorrendo pelo queixo no seu amarelo pungente, a gulodice de enxugar o caroço até o fim..."

6- Destaquem passagens em que o autor aproxima-se do verossímel e outras inverrossímeis.

Depois de discutidas e corrigidas as questões em sala, o professor deverá recolher a tarefa que deverá ser feita em folha separada. O objetivo é que o professor veja se os alunos fizeram as correções.

Atividade 3

Após discussão do prefácio, o professor indicará a leitura integral do texto e estabelecerá o tempo que poderão utilizar para a conclusão desta leitura que poderá ser iniciada em sala de aula e o restante em casa.

Atividade 4

Atividade Oral

Para culminância do trabalho de leitura da obra, o professor deverá dividir a turma em grupos e estabelecerá que cada um se responsabilize por apresentar aos colegas uma certa quantidade de capítulos e ilustrações. Como os capítulos são doze e os textos curtos, o professor poderá dividir a turma em doze, em seis, ou em quatro grupos. Dará um tempo para discussão e preparação. Os estudantes poderão complementar sua apresentação oral com cartazes e ilustrações.

Após a apresentação oral dos trabalhos, o professor deverá possibilitar que os alunos façam uma crítica ao texto confrontando suas opiniões com a de Vinícius de Moraes.

Para tanto, deverá lembrar aos estudantes que as críticas devem ter argumentos convincentes para persuadir o outro.

Obs: Esta atividade poderá precisar mais de uma aula, dependendo do ritmo das apresentações.

  

Recursos Complementares

Professor, leia a análise da obra em:

http://www.gargantadaserpente.com/resenhas/87.shtml 

Avaliação

A avaliação das atividades ocorrerá de forma processual, isto é, o professor estará atento a todos os momentos em que os alunos estiverem participando das discussões propostas para perceberem o interesse e, ocorrerá, individualmente, por meio da correção das diferentes atividades escritas.

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