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Música - Jogos musicais: “Baralho musical”

 

30/08/2010

Autor e Coautor(es)
Leonardo Stefano Masquio
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RIO DE JANEIRO - RJ COL DE APLIC DA UNIV FED DO RIO DE JANEIRO

Claudia Helena Azevedo Alvarenga

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Inicial Artes Música: Expressão e comunicação em música: improvisação, composição e interpretação
Ensino Fundamental Inicial Artes Arte Visual: Apreciação significativa em arte visual
Ensino Fundamental Inicial Artes Arte Visual: Produção do aluno em arte visual
Ensino Fundamental Inicial Artes Arte Visual: Arte visual como produção cultural e histórica
Ensino Fundamental Inicial Alfabetização Formas de organização dos conteúdos
Ensino Fundamental Inicial Artes Música: Compreensão da música como produto cultural e histórico
Ensino Fundamental Inicial Artes Música: Apreciação significativa em música: escuta, envolvimento e compreensão da linguagem musical
Ensino Fundamental Inicial Alfabetização Processos de leitura
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Criar personagens a partir do estudo das características de instrumentos musicais diversos.
  • Desenhar as cartas de um baralho com os personagens e suas propriedades.
  • Formular critérios e objetivos para o jogo.
  • Jogar e aperfeiçoar as regras.
  • Desenvolver a criatividade a partir da linguagem musical.
Duração das atividades
1 aula de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
  • Conhecimento musical informal
  • Contato com instrumentos musicais e objetos sonoros diversos
  • Contato com jogos
Estratégias e recursos da aula

         

        Fontes sonoras não convencionais em Rumos, de Ernst Widmer - 

        http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao_artistica/img/0024_03.gif          

        Caro professor(a), esta série de aulas é dedicada ao estudo da notação gráfica como ferramenta alternativa possível de ser inserida na prática musical infantil de maneira útil e prazerosa. Chamamos de notação gráfica a representação sonora expressa por meio de desenhos, símbolos e/ou traços. Este tipo de notação se aplica em grande parte à música contemporânea a partir da necessidade de registrar sons que escapam aos limites da escrita tradicional. Sons que não são expressos em alturas (notas) precisas ou ritmos métricos e que para serem interpretados convenientemente precisam de outros recursos visuais para além da pauta. É possível também a combinação do sistema tradicional com formas plásticas de representação no intuito de nos aproximarmos de um mesmo objetivo: música.                  

         Ao longo de muitos anos, a música foi transmitida oralmente e, para não ser esquecida, precisava ser tocada e aprendida de geração em geração. Um longo caminho foi percorrido até alcançarmos a notação musical que temos hoje e inúmeras pessoas contribuíram neste percurso. Por já se tratar de um cânone e pela herança histórica de como foi difundida, a escrita tradicional de partitura ocupa um papel importante no ensino-aprendizagem de música. Mas que importância é esta? Dentre os sensos comuns que percebemos na prática em relação à partitura estão algumas afirmativas contraditórias: é algo muito complexo, difícil de entender, chato ou tedioso. Ao mesmo tempo ouvimos muito frequentemente que, apesar disto, a partitura é um instrumento essencial para o estudante de música. Mas em que sentido nossas práticas musicais estão propiciando que os alunos se perguntem o porquê e para que a partitura? E ainda, em que sentido a desconstrução da partitura tradicional pode contribuir para que os alunos ampliem a compreensão de seu uso, despertando, assim, um interesse legítimo e uma relação de prazer com a leitura musical?                  

         Acreditamos que um caminho possível para instaurar o debate é o questionamento: para que a partitura é necessária? Além disso, podemos enriquecer a discussão propondo que não nos debrucemos, a princípio, somente sobre a partitura tradicional com importância em si mesma, mas que possamos pesquisar sobre diversos tipos de registro de ideias musicais escritas, sejam eles de qual ordem forem e atendendo a que objetivos. A relevância em abordar este tema se confunde com a própria necessidade da criança de expressar suas ideias musicais e de ser capaz de registrá-las de alguma maneira. Este processo de criação, descoberta e organização de ideias sonoras, instrumentos, formas e expressões traz à tona aspectos de interesse da criança que são anteriores à apreensão de códigos preestabelecidos. Estes, quando abordados, precisam estar vinculados a uma prática que envolva pesquisa e curiosidade. A experimentação espontânea inicial cria um ambiente propício à pesquisa sonora e à posterior formação de conceitos. Isto contribui para o amadurecimento da criança em seu contato com materiais musicais diversos.                  

         É importante que a criança reconheça a necessidade do registro sonoro a partir de uma prática que dê sentido a esta ação. É bastante pertinente que os alunos se perguntem: Para que preciso escrever uma música? De que e de quantas maneiras posso fazer isso?                  

         Existem inúmeros conceitos e tipos de notação gráfica que, inclusive, podem ser pesquisados com as crianças. Elas próprias já trazem, em seus desenhos, uma forma de expressar graficamente e que pode ser aplicada ao som. Sugerimos observar a relação entre som e imagem no sentido de buscar soluções para organizar ideias musicais em grau crescente de complexidade. Os desenhos podem representar tanto instrumentos musicais tradicionais quanto objetos sonoros encontrados no cotidiano, de modo que o mais importante não é definir exatamente o que será tocado, mas de que maneiras isto pode ser realizado.                  

         Para maiores informações a respeito da história da notação musical, vide links 1 e 2 em Recursos Complementares.                  

         Sobre notação gráfica, vide links 3 e 4 em Recursos Complementares.                  

         Sobre desenho infantil, vide link 5 em Recursos Complementares. 

Atividade 1

         Professor (a), inicie a aula apresentando aos alunos desenhos de instrumentos musicais tradicionais diversos. Pergunte aos alunos se reconhecem pela forma e se identificam os nomes. Classifique por tipos: cordas dedilhadas, friccionadas (violino), marteladas (piano), sopros, fole, etc. Sugerimos figuras simples como apresentamos, a seguir:

       

guitarra - http://fotos.sapo.pt/NTB2bD0d5UuglNYZQapS/ 

sax e flauta - http://desenhosparacriancas.blogspot.com/2008/11/desenho-de-instrumentos-musicais-para.html

contrabaixo - http://fotos.sapo.pt/vFZo0Y0GtoTQT3sRNtcV/ 

trompete - http://4.bp.blogspot.com/_6Mp8VH_3QLM/SLXebva2DEI/AAAAAAAAAhk/iFQSOPpHaZU/s400/trombeta.jpg 

harpa - http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/desenhos-para-colorir-instrumentos-musicais/imagens/instrumentos-musicais-13.gif 

trombone - http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/desenhos-para-colorir-instrumentos-musicais/imagens/instrumentos-musicais-1.gif 

violão - http://1.bp.blogspot.com/_uPTI3HDx6To/SRL73v_-9tI/AAAAAAAABRk/qggK3NrP5Jk/s320/viol%C3%A3o+para+pintar,+desenho+para+colorir.jpg 

piano - http://2.bp.blogspot.com/_Nc0Rhy_Qed4/Sdy4CFszQSI/AAAAAAAAGoU/k7X3PZhUIkk/s400/piano1.jpg 

violino - http://www.smartkids.com.br/conteudo/desenhos-para-colorir/instrumentos-musicais/violino.gif 

acordeon - http://fotos.sapo.pt/8miZfpweeTas2Vj65MV5/          

        

         Estimule os alunos a representarem com os próprios sons vocais e movimentos corporais os intrumentos das imagens. Complete a atividade propondo um jogo de percepção de timbres a partir das faixas do cd Meu pé, Meu querido pé de Hélio Ziskind:   http://www.4shared.com/file/HthOsVzX/Meu_P_Meu_Querido_P_-_Hlio_Zis.html 

         Para dinamizar a atividade, divida a turma em grupos e estabeleça algumas regras:

  1. Não vale falar enquanto o som do instrumento estiver sendo tocado. Caso contrário, o grupo perderá pontos no jogo.
  2. Após a execução, cada aluno tem o direito de levantar a mão e dar sua opinião sobre qual instrumento acredita que foi tocado.
  3. A opinião que estiver em maioria no grupo será levada em conta para a pontuação do jogo, considerando se acertaram ou não no palpite.
  4. Esgotado o número de audições preestabelecido, o grupo que atingir mais pontos, vence. E todos ganham mais conhecimento e se divertem com a brincadeira. Ressalte que o objetivo é conhecer os instrumentos e cooperar uns com os outros nas opiniões.

Atividade 2

           Professor(a), agora proponha uma observação mais atenta aos detalhes e às características físicas dos intrumentos. Alguns são grandes, pequenos, largos, finos, são de metal, madeira, de cordas ou de teclas. Instigue os alunos para que percebam que estas características muitas vezes possibilitam aos instrumentos propriedades e sonoridades muito particulares e especiais. Pensemos em um personagem de desenho, um super-herói. O que o caracteriza? Propriedades específicas, em grande parte associadas a características dos animais: homem morcego, homem pássaro, homem águia. Seria possível fundirmos estas ideias e construirmos personagens com os instrumentos musicais?

           Proponha que os alunos escolham um instrumento musical e criem seu personagem observando as características do instrumento. Proponha que desenhem seu projeto de criação em folha A3 com hidrocor, lápis, lápis de cera, lápis de cor ou da maneira como preferirem. Por exemplo, alguns instrumentos têm boca, como o trumpet ou o violão. Outros têm pernas, como o piano, e são largos. Deixe que a criatividade aflore e peça aos alunos que criem um nome para o personagem e identifiquem qual ou quais características especiais este personagem teria. Pode ser algo associado à música ou não.

           Um mesmo aluno pode criar um ou mais personagens, dependendo do seu desejo e tempo disponível. Após as criações terem sido concluídas, organize uma pequena exposição dos trabalhos para a turma, com comentários de seus autores. Não está em questão aqui o mérito plástico da imagem, mas a criatividade da ideia de integrar música, instrumento musical ao contexto de um personagem.

Atividade 3

           Vamos agora criar um jogo com os personagens inventados pelos alunos. Lembra-se do tradicional jogo de Super Trunfo?

           Leia sobre o jogo Super Trunfo - http://pt.wikipedia.org/wiki/Super_Trunfo

Veja este exemplo com automóveis:

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/0000000764/0000010483.jpg 

Podemos tentar algo parecido com os instrumentos musicais. Corte pedaços de cartolina em um tamanho próprio para um jogo de cartas. Podem ser um pouco maiores do que as produzidas industrialmente. Na parte superior, as crianças irão reproduzir em tamanho menor o desenho de seus personagens criados. Na parte inferior, serão categorizadas características de seus personagens e atribuídos valores diferentes a estas características, considerando as propriedades dos próprios instrumentos.

Podem ser pensados aspectos musicais, tais como:

  1. capacidade de variação de dinâmica do instrumento (variar do som mais fraco ao mais forte)
  2. número de sons que podem ser executados
  3. quantidade possível de sons simultâneos
  4. velocidade com que os sons podem ser tocados
  5. funções especiais associadas ao seu material: madeira, metal, etc.
  6. o jogador deverá imitar gestualmente como se toca o instrumento
  7. extensão
  8. peso
  9. dimensão
  10. imitação do timbre

         As variantes são muitas e sugerimos que, para o jogo, devem ser eleitas entre 5 e 6 características. As informações para preencher numericamente estes quesitos podem ser desdobradas em trabalhos de pesquisas pela turma. Por exemplo: quantos sons posso produzir em um saxofone? Estimule a curiosidade das crianças e eleja itens em comum acordo com elas para que possam, de fato, se interessar em pesquisar. Mesmo que iniciemos por uma informação que, a princípio, não consideramos tão importante, o fato da criança estar imbuída da curiosidade de pesquisa a colocará em contato com novos conhecimentos. É ainda interessante que as crianças criem novos quesitos e categorias a partir de seus referenciais de personagens, do que consideram importante associar ao jogo, mesmo que não seja diretamente musical. Tudo sempre pode e deve ser discutido, revisto e reformulado. Esta aula apenas indica alguns caminhos possíveis.

         Regras do jogo

         Depois de criadas as cartas com todos os itens preenchidos, estamos prontos para jogar!

         As cartas devem ser distribuídas em igual número entre os jogadores (podem se formar pequenos grupos de 4 a 6 alunos). A cada rodada, as cartas são confrontadas de acordo com o quesito escolhido pelo jogador que 'puxa' a mesa. Este jogador, inicialmente, é escolhido por sorteio e, em seguida, aquele que vencer a rodada com o maior número no quesito escolhido, será quem irá 'puxar' a rodada seguinte. O jogo segue até que um único jogador consiga reunir todas as cartas.

         Podem ser acrescentados itens extras a algumas cartas. Por exemplo, o personagem 'trombossauro' traz consigo um desafio que pode ser proposto pelo jogador que o tem: pedir que os outros participantes imitem o som de um instrumento apenas com a boca ou o seu gestual. São infinitas as possibilidades de variações e acréscimos de ideias. Certamente as crianças trarão as mais inovadoras sugestões, então, é extremamente válido que o jogo seja sempre reelaborado e recriado. Neste processo as crianças podem se divertir descobrindo novas possibilidades, trazendo um universo musical para dentro de suas brincadeiras.

       

        

Recursos Complementares

Link 1 - Ler e escrever música - Salomea Gandelman - http://chc.cienciahoje.uol.com.br/revista/revista-chc-2003/138/ler-e-escrever-musica   

Link 2 - Breve história da notação musical - http://www.clem.ufba.br/bordini/not_mus/hist.htm   

Link 3 - A leitura e escrita do som na educação infantil - Maria Kyoko Arai Watanabe - http://www.alb.com.br/anais17/txtcompletos/sem14/COLE_11.pdf    

Link 4 - O lobo no labirinto – Marisa Trench de Oliveira Fonterrada (p. 173) – http://books.google.com.br/books?id=bXmS0yIElUgC&pg=PA173&dq=notação+gráfica+schafer&hl=pt-BR&ei=gZRhTK78D4L7lwfZm_nBCg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CDIQ6AEwAA#v=onepage&q=nota%C3%A7%C3%A3o%20gr%C3%A1fica%20schafer&f=false    

Link 5 - O desenho e o desenvolvimento das crianças - Thais Gurgel - http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/desenvolvimento-e-aprendizagem/rabiscos-ideias-desenho-infantil-garatujas-evolucao-cognicao-expressao-realidade-518754.shtml  

Link 6 - Idiofones na wikipédia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Idiofone   

Link 7 - Membranofone na wikipédia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Membranofone      

Link 8 - Aerofones na wikipédia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Aerofone   

Link 9 - Cordofones na wikipédia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Cordofone    

Avaliação

Ao final da aula, observe se os alunos atingiram os objetivos propostos. Avalie:

  1. Conseguiram criar personagens a partir do estudo das características de instrumentos musicais diversos?
  2. Houve curiosidade e entusiasmo na experiência? Os alunos perceberam as diferenças entre as características dos instrumentos e seus timbres?
  3. Desenharam as cartas de um baralho com os personagens e suas propriedades?
  4. Formularam critérios e objetivos para o jogo? Jogaram e aperfeiçoaram as regras?
  5. Desenvolveram a criatividade a partir da linguagem musical?
  6. Demonstraram interesse e motivação ao longo das atividades?
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