18/10/2010
Sulamita Nagem Dias Lima
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
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Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo | Língua Portuguesa | Leitura e escrita de texto |
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo | Língua Portuguesa | Linguagem oral: escrita e produção de texto |
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo | Língua Portuguesa | Linguagem escrita: leitura e produção de textos |
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo | Língua Portuguesa | Linguagem oral |
• Interessar-se pela leitura e escrita como fontes de informação, aprendizagem, lazer e arte.
• Desenvolver estratégias de compreensão e fluência na leitura.
• Recitar ou ler em voz alta textos poéticos breves, previamente preparados.
• Ler e analisar oral e coletivamente esses textos, atentando para a linguagem figurada, observando que essa linguagem pode sugerir interpretações diversas.
• Escrever poemas.
• Ler em voz alta, para um pequeno público, textos poéticos previamente preparados.
• Acompanhar leituras em voz alta feitas pelo professor.
• Desenvolver o gosto pelo texto poético.
Dominar o processo da leitura.
As estratégias a serem utilizadas são:
aula interativa;
debate;
recital;
texto impresso;
livros de poesias;
trabalho em grupos;
trabalho em duplas;
produção de texto.
DESENVOLVIMENTO
1ª Atividade: Leitura do poema
1) O professor prepara a leitura do poema abaixo.
POEMA PARA AS MÃES
Sérgio Caparelli
De patins, de bicicleta,
de carro, moto, avião
nas asas da borboleta
e nos olhos do gavião
de barco, de velocípedes
a cavalo num trovão
nas cores do arco-íris
no rugido de um leão na graça de um golfinho
e no germinar do grão
teu nome eu trago, mãe,
na palma da minha mão.
2) Em seguida, o professor entrega uma cópia para cada um dos alunos solicitando que também preparem a leitura do poema.
3) O professor propõe que alguns alunos façam a apresentação do poema para a turma. Nesse momento, é importante que se discuta a importância de uma boa leitura envolvendo ritmo e entonação adequados para que a beleza da poesia seja percebida por quem a escuta.
2ª atividade: Conhecendo o poeta Sérgio Caparelli
1) O professor propõe que a turma conheça um pouco da vida do autor do poema que acabaram de ler. Para isso, apresenta a biografia que se encontra no endereço:
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9rgio_Capparelli
Sérgio Capparelli (Uberlândia, 11 de julho de 1947) é um escritor de literatura infanto-juvenil, jornalista e professor universitário brasileiro. Viveu, trabalhou ou estudou em Uberlândia, Pará de Minas, Goiânia, Curitiba, Porto Alegre, Munique, Paris, Londres, Grenoble e Montreal.
Estabeleceu-se em Porto Alegre em 1966 e, desde 2005, vive em Beijing, na China, onde trabalha na agência de notícias Xinhua News Agency. É formado em jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Fez doutorado em Comunicação pela Universidade de Paris e pós-doutorado pela Universidade de Grenoble, na França.
Trabalhou durante muitos anos como repórter dos jornais Zero Hora e Folha da Manhã, ambos de Porto Alegre. Foi professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul até se aposentar. Tem mais de trinta livros publicados, entre eles Os meninos da Rua da Praia (36ª edição), Boi da cara preta (29ª edição), Vovô fugiu de casa (17ª edição), 33 ciberpoemas e uma fábula virtual (7ª edição), As meninas da Praça da Alfândega (9ª edição) e O velho que trazia a noite (7ª edição).
Além de uma obra dedicada a crianças e adolescentes, Sérgio Capparelli tem vários estudos publicados sobre jornalismo e comunicação de massa. É autor do ensaio Televisão e Capitalismo no Brasil, com o qual ganhou o prêmio Jabuti em Ciências Humanas, em 1983. Traduziu do chinês para o português, em parceria com Márcia Schmaltz, o livro 50 fábulas da China fabulosa, publicada pela editora LP&M.
Acessado em: 06.09.2009 : http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9rgio_Capparelli
2) Após a apresentação da biografia do autor, o professor apresenta as três fotos abaixo, solicitando que os alunos identifiquem qual é a de Sérgio Caparelli. Para a realização dessa atividade, algumas pistas poderão ser dadas, como por exemplo:
a) Alguma foto é de pessoa conhecida? Qual? (Chico Buarque)
b) Quantos anos tem o poeta Sérgio Caparelli (Em 2010: 63 anos, nasceu em 1947)
c) Das duas fotos que sobraram, um poeta parece ser mais idoso (foto preta e branca é Manuel Bandeira) o outro, embora jovem, cabelos grisalhos deve ter em torno de 60 anos: é o Sérgio Caparelli.
OBS: Nos parênteses estão as possíveis respostas.
FOTO 1:
http://4.bp.blogspot.com/_emDprBeixkE/S0oY_QECXbI/AAAAAAAAAFQ/Vd0xtioV2OQ/s1600-h/ChicoBuarque3.jpg
FOTO 2:
http://educativanasletras.blogspot.com/2009/04/manuel-bandeira-estrela-da-vida-inteira.html
FOTO 3:
http://poemasinfantis.blogspot.com/2008/08/principais-autores.html
3ª atividade: Trabalhando um pouco mais os textos poéticos
1) O professor entrega uma cópia dos trechos abaixo solicitando a leitura dos mesmos:
Trecho 1:
“A poesia sensibiliza qualquer ser humano. É a fala da alma, do sentimento. E precisa ser cultivada.” Afonso Romano de Sant’Anna
http://www.duplipensar.net/artigos/2008-texto/como-trabalhar-a-poesia-em-sala-de-aula.html
Trecho 2:
“... a leitura do texto poético tem peculiaridades e carece, portanto, de mais cuidados do que o texto me prosa.” PINHEIRO, Helder; BANBERGER, Richard. Poesia na sala de aula. 2ª ed., João Pessoa: Idéia, 2002.
Trecho 3:
“Os professores devem trabalhar poesias e textos poéticos com seus alunos pois estes vêm sendo indicados como um dos meios mais eficazes para o desenvolvimento das habilidades de percepção sensorial da criança e do adolescente, do senso estético e de suas competências leitoras e, conseqüentemente, simbólicas. A interação com a poesia é uma das responsáveis pelo desenvolvimento pleno da capacidade lingüística da criança e do adolescente, através do acesso e da familiaridade com a linguagem conotativa, e refinamento da sensibilidade para a compreensão de si própria e do mundo, o que faz deste tipo de linguagem uma ponte imprescindível entre o indivíduo e a vida.”
Luciana Cláudia de Castro Olímpio em Como trabalhar a poesia em sala de aula (artigo)
http://www.duplipensar.net/artigos/2008-texto/como-trabalhar-a-poesia-em-sala-de-aula.html
2) Em seguida, o professor solicita que os alunos se posicionem em relação aos depoimentos lidos, argumentando contra ou a favor dos mesmos. Nesse momento, o professor faz os comentários necessários.
3) O professor levará livros de poesias para a sala ou conduzirá a turma para a biblioteca. Os alunos deverão manusear os livros e explorá-los: abrir, passar páginas, ver ilustrações, ler versos, etc...
4) Em seguida, a turma será dividida em grupos para que escolham um poema dos livros explorados. Esse poema deverá ser preparado e apresentado para o restante da turma.
b) Conhecendo muitos autores e livros de poesias:
O educador deverá levar muitos livros de poesias para a sala.
Os alunos vão explorá-los: abrir, passar páginas, ver ilustrações, ler versos, explorar muitos livros e muitos autores. Vão copiar de tudo que viram o que acharam mais bonito e preparar para apresentar declamando ou lendo. Poderá apresentar uma poesia completa ou parte dela.
4ª atividade: Criando poesias
1) O professor organiza a turma em duplas para que juntos possam:
a) Escolher um tema/assunto;
b) Escrever uma poesia sobre o tema/assunto escolhido;
c) Fazer a leitura, corrigindo os erros e organizando melhor o texto;
d) Passar o texto a limpo e ilustrando-o.
2) O professor propõe a socialização das poesias da turma e a escolha de algumas, por meio de votação, que farão parte do Recital de Poesias.
5ª atividade: Preparando e realizando o Recital de poesias
1) Com a turma ainda em duplas, o professor propõe que as poesias para o recital sejam escolhidas. Para essa tarefa, sugerimos:
a) as poesias criadas pela turma;
b) Para ser grande - Fernando Pessoa
Para ser grande, sê inteiro:
nada Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/fernando-pessoa/para-ser-grande-se-inteiro-nada.php
c) Para Sempre - Carlos Drummond de Andrade
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido na pele enrugada,
água pura, ar puro, puro pensamento.
Morrer acontece com o que é breve
e passa sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça, é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino feito grão de milho.
http://letras.terra.com.br/carlos-drummond-de-andrade/460829/
d) Sugestão - Cecília Meireles
Sede assim
— qualquer coisa serena, isenta, fiel.
Flor que se cumpre,
sem pergunta.
Onda que se esforça,
por exercício desinteressado.
Lua que envolve igualmente os noivos abraçados
e os soldados já frios.
Também como este ar da noite:
sussurrante de silêncios,
cheio de nascimentos e pétalas.
Igual à pedra detida,
sustentando seu demorado destino.
E à nuvem, leve e bela,
vivendo de nunca chegar a ser.
À cigarra, queimando-se em música,
ao camelo que mastiga sua longa solidão,
ao pássaro que procura o fim do mundo,
ao boi que vai com inocência para a morte.
Sede assim qualquer coisa serena, isenta, fiel.
Não como o resto dos homens.
In 'Mar Absoluto' http://www.citador.pt/poemas.php?op=10&refid=200904270110
e) Soneto de Maior Amor - Vinícius de Morais
Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada.
E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal aventurada.
Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer - e vive a esmo
Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.
f) Soneto da Fidelidade - Vinícius de Morais
E tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meus pensamentos
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive)
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
http://www.aindamelhor.com/poesia/poesias02-vinicius-morais.php
g) Eu te amo - Chico Buarque
Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios inda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás só fazendo de conta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir.
http://www.pensador.info/poesias_de_chico_buarque/
h) O bicho - Manoel Bandeira
VI ONTEM um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
i) Estrela da Manhã - Manuel Bandeira
Nas ondas da praia
Nas ondas do mar
Quero ser feliz
Quero me afogar.
Nas ondas da praia
Quem vem me beijar?
Quero a estrela-d'alva Rainha do mar.
Quero ser feliz
Nas ondas do mar
Quero esquecer tudo
Quero descansar.
http://www.pensador.info/poemas_de_manoel_bandeira/
j) Canção do amor imprevisto - Mario Quintana
Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoísta e mau.
E a minha poesia é um vício triste,
Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.
Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,
Com o teu passo leve,
Com esses teus cabelos...
E o homem taciturno ficou imóvel,
sem compreender nada, numa alegria atônita...
A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil
Aonde viessem pousar os passarinhos.
http://www.fabiorocha.com.br/mario.htm
2) Com a poesia escolhida, os alunos deverão preparar a apresentação da mesma, ensaiando quantas vezes forem necessárias e organizando trajes, objetos e o que mais for necessário para o recital.
3) A turma deverá ser organizada em grupo para que cada um confeccione cartazes ou murais dos poetas escolhidos representando-os através de desenhos, fotos, caricaturas, artigos, reportagens, etc.
4) Com a turma em duplas, o professor propõe a criação de convites para o recital, colocando data, local e horário.
5) No dia combinado para a realização do recital, a turma deverá se organizar para a arrumação do local e do cenário onde ocorrerá o recital, bem como tomar todas as providências para a apresentação.
6) Realizar o recital e após a atividade, fazer uma avaliação com a turma buscando tomar consciência do que foi bom e do que precisa ser revisto para um próximo evento.
- O papel da poesia na formação dos leitores:
www.alb.com.br/anais16/sem08pdf/sm08ss01_03.pdf
- Sugestão de bibliografia poética considerada infantil, mas de interesse geral.
A arca de Noé. Vinícius de Moraes. José Olympio Editora
A Casa do Meu Avô. Ricardo Azevedo. Melhoramentos
A Poesia é uma Pulga. Sylvia Orthof. Atual editora
Artes e Ofícios. Roseana Murray. FTD
Asa de Papel. Marcelo Xavier. Formato
Bicho que te quero livre. Elias José. Moderna
Caixa Mágica de Surpresa. Elias José. Ed. Paulinas
Casas. Roseana Murray . Formato
Cavalgando o Arco-íris. Pedro Bandeira. Moderna
Chuva Choveu. Maria das Graças Rios. Miguilim
De três em três, de reis em reis. Mônica Versiani Machado. Miguilim
Dezenove Poemas desengonçados. Ricardo Azevedo. Ática
Di-versos alemães – Tatiana Belinky (Trad.) Ed. Scipione Di-versos hebraicos. Tatiana Belinky (Trad.). Ed. Scipione
Di-versos russos. Tatiana Belinky (Trad.). Ed. Scipione
É Isso Ali. José Paulo Paes. Salamandra
Felicidade. Roseana Murray. FTD
Jardim Zoilógico. Carlos Pimentel. Formato
Lé com crê. José Paulo Paes. Ática
Lili Inventa o Mundo. Mário Quintana. Mercado Aberto
Lua no Brejo. Elias José. Mercado Aberto
Namorinho no Portão. Elias José. Moderna
Nariz de Vidro. Mário Quintana. Moderna
O Menino Poeta. Henriqueta Lisboa. Mercado Aberto
Ou Isto ou Aquilo & Poemas Inéditos . Cecília Meireles. Melhoramentos-Mec
Ouvindo estrelas. Antologia . José Mauro da Costa (Org.) Mazza Edições
Papagaio gaio (Poeminhas) Celina Ferreira. Formato
Pare no P da Poesia – Elza Beatriz .Vigília
Poemas Sapecas, Rimas Traquinas. Almir Correia. Formato
Poesia na Escola. Coletânea. EDDAL
Poesia Puxa Prosa – Francisco Marques . Mazza Edições Poetando - Flávia Menegaz. Allis
Quem Lê com Pressa, Tropeça. Elias José. Ed. Lê
Recados do Corpo e da Alma. Roseana Murray. FTD
Sapo Amarelo. Mário Quintana. Mercado Aberto
Segredinhos de Amor. Elias José. Moderna
Sol com Chuva. Elza Beatriz. RHJ
Tantos medos e outras coragens. Roseana Murray. Moderna
Tem de Tudo nesta Rua. Marcelo Xavier. Formato
Três Gotas de Poesia. Ângela Leite de Souza. Moderna
Um Cisco no Olho de São Francisco. Olegário Alfredo Mazza Edições
Voa, Palavra. Libério Neves. Formato
A avaliação é processual e contínua, devendo ser realizada oral e coletivamente, enfocando a dinâmica do grupo, identificando avanços e dificuldades. O desempenho dos alunos durante a aula, as discussões e leituras de poesias, a realização do recital, a produção das poesias, as intervenções do professor, a auto-avaliação do professor e do aluno serão elementos essenciais para verificar se as competências previstas para a aula foram ou não desenvolvidas pelos alunos.
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