05/10/2010
Fátima Rezende Naves Dias, Liliane dos Guimarães Alvim Nunes, Lucianna Ribeiro de Lima
Modalidad / Nivel de Enseñanza | Disciplina | Tema |
---|---|---|
Ensino Fundamental Inicial | Ética | Justiça |
Ensino Fundamental Inicial | Ética | Respeito mútuo |
Ensino Fundamental Inicial | Ética | Diálogo |
Ensino Fundamental Inicial | Ética | Solidariedade |
1. Perceber a necessidade de fortalecer valores éticos e condutas civilizadas em relação ao esporte.
2. Compreender que o amor ao futebol não justifica agressões, ofensas ou provocações dirigidas ao outro.
3. Avaliar situações relativas a jogos de futebol em que prevaleceu a falta de ética por parte de torcedores e as consequências de seus atos.
Conhecimentos básicos de leitura, interpretação e escrita.
As atividades a seguir poderão ser desenvolvidas juntamente com os professores de Língua Portuguesa, no sentido de colaborar com a leitura, interpretação e discussão de diferentes gêneros discursivos. O professor de Educação Física também poderá trazer novas informações para enriquecer a discussão.
Para dar início à aula, apresente o vídeo e a letra da música “É uma partida de futebol”, cantada pelo Skank, disponível no link http://letras.terra.com.br/skank/72339/
Entregue uma cópia para cada aluno, para que possa acompanhar a letra da música e também se divertir cantando!
É Uma Partida De Futebol
Skank
Composição: Samuel Rosa e Nando Reis
Bola na trave não altera o placar
Bola na área sem ninguém pra cabecear
Bola na rede pra fazer o gol
Quem não sonhou em ser um jogador de futebol?
A bandeira no estádio é um estandarte
A flâmula pendurada na parede do quarto
O distintivo na camisa do uniforme
Que coisa linda é uma partida de futebol
Posso morrer pelo meu time
Se ele perder, que dor, imenso crime
Posso chorar, se ele não ganhar
Mas se ele ganha, não adianta
Não há garganta que não pare de berrar
A chuteira veste o pé descalço
O tapete da realeza é verde
Olhando para bola eu vejo o sol
Está rolando agora, é uma partida de futebol
O meio-campo é lugar dos craques
Que vão levando o time todo pro ataque
O centroavante, o mais importante
Que emocionante, é uma partida de futebol
O meu goleiro é um homem de elástico
Os dois zagueiros têm a chave do cadeado
Os laterais fecham a defesa
Mas que beleza é uma partida de futebol
Bola na trave não altera o placar
Bola na área sem ninguém pra cabecear
Bola na rede pra fazer o gol
Quem não sonhou em ser um jogador de futebol?
O meio-campo é lugar dos craques
Que vão levando o time todo pro ataque
O centroavante, o mais importante,
Que emocionante é uma partida de futebol !
Utêrêrêrê, utêrêrêrê, utêrêrêrê, utêrêrêrê
Após ouvir e cantar a música, solicite aos alunos que se organizem em grupos. Peça que comentem, troquem opiniões sobre a letra da música, tendo como referência as seguintes questões:
Quem já sonhou em ser um jogador de futebol? Por quê?
Para quais times vocês torcem?
Vocês também têm flâmulas de seus times penduradas na parede do quarto? Que outros objetos, materiais vocês têm de seus times?
Na música, diz: “Posso morrer pelo meu time”. O que vocês entendem por isto?
O que vocês têm observado em relação às reações de torcedores quando o time preferido não vai bem ou quando perde um jogo?
Será que uma partida de futebol é sempre emocionante? O que precisa acontecer para que seja emocionante? Como os torcedores contribuem para que isto aconteça?
O que faz com que uma partida de futebol deixe de ser emocionante? Os torcedores também contribuem com isto? Como?
Em seguida, cada grupo compartilha a discussão realizada com toda a turma. Incentive os alunos a perceber os times preferidos da turma e a importância de respeitar a escolha de cada um. Proponha a comparação entre as respostas dadas em relação às outras questões, destacando os pontos em comum entre elas.
(Professores, neste momento, é importante ressaltar também que para o futebol ser emocionante e transmitir alegria, prazer, diversão é necessário que torcedores, jogadores, técnicos, árbitros e os demais profissionais ligados ao futebol apresentem, dentro e fora do campo, condutas civilizadas e atitudes baseadas em valores éticos tais como: respeito mútuo, solidariedade, honestidade, não-violência, cooperação, amizade, dentre outros).
Após a discussão, o professor de Matemática poderá propor situações desafiadoras, com base nos resultados divulgados pelo Instituto Data Folha e pelo IBOPE em relação à lista das maiores torcidas de futebol do Brasil no ano de 2010 e análises comparativas em relação a estes resultados e a outros obtidos em anos anteriores. Para isto, deverá acessar o link
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_das_maiores_torcidas_de_futebol_do_Brasil
Inicie esta atividade apresentando partes de um texto bastante interessante, adaptadas do livro intitulado “Violência e não-violência”. Ao final de cada parte, serão propostas questões problematizadoras, a fim de que os alunos participem ativamente, de forma crítica, estabelecendo relações, fazendo inferências, argumentando e confrontando idéias a respeito do tema.
VIOLÊNCIA E NÃO-VIOLÊNCIA
Um olhar torto...
Nas correntezas, às vezes se formam turbilhões. A água gira em torno de si mesma, muito rápida. É perigoso. De longe, dá a impressão de que é apenas uma pequena corrente, fácil de atravessar. Mas se entrarmos ali, não sairemos mais. Seremos puxados para o fundo. Mesmo o melhor nadador não conseguirá sair. Só existe um jeito de não afundar: ficar longe do turbilhão.
Um olhar torto que gera um sorriso irônico, que provoca uma palavra ruim, que cria uma discussão, que acaba em tapa, que gera um murro, que provoca duas cabeçadas, que faz uma faca sair do casaco...
Um círculo de violência é como um turbilhão: a pessoa é puxada, levada, incapaz de sair. Só existe um jeito de não ser tragado: não entrar nele.
Após a leitura desta parte do texto, questione: O que este texto tem a ver com a violência entre os torcedores durante e após as partidas de futebol? Que atitudes podem ser tomadas para não entrar no “turbilhão”, nas brigas?
Continuando...
Quando o círculo de violência se instala, são necessárias grandes providências para interrompê-lo, mesmo que às vezes pareçam exageradas. Por exemplo:
“Se vocês brigarem mais uma vez nas arquibancadas, receberão uma multa”.
Pequena providência, grandes riscos.
“Se vocês brigarem mais uma vez nas arquibancadas, não poderão entrar em nenhum estádio de futebol durante 10 anos”.
Grande providência, riscos menores.
Vocês concordam ou não que em relação à violência, tomando grandes providências, os riscos de ela crescer são menores? Por quê?
Sempre há razões...
Mostrar-se forte diante da violência não significa ser violento. Prova que somos capazes de domar a violência, de interromper o círculo; prova que queremos fazê-lo, que estamos decididos.
Sempre existem causas para a violência, sempre encontramos razões para ela. Temos a impressão de que há uma razão real para a violência, mas as razões, muitas vezes, são desculpas, pretextos, para nos convencer de que a violência tem direito de existir; é acreditar que ela é como uma linguagem, um meio de comunicar.
Quais podem ser as causas da violência por parte de torcedores?
Como a violência pode ser vista como uma linguagem, um meio de comunicar? O que ela comunica? Como tem sido a comunicação entre torcedor-torcedor e torcedor-jogador?
Não falamos a mesma língua...
Responder à violência com violência é dizer que nos parecemos com aquele que agride, que aceitamos sua violência, pois também a utilizamos.
Se respondermos à violência com a não-violência, estaremos dizendo àquele que é violento que não falamos a mesma língua, que não compreendemos sua linguagem da violência e que ela não ajuda a resolver os conflitos.
O que vocês têm visto mais em relação aos torcedores: atitudes de violência ou não-violência nas partidas de futebol?
Não existe fórmula mágica...
A não-violência não é uma fórmula mágica. Tudo depende do que procuramos. Se queremos o menos possível de violência, não revidar é uma boa tática. Em geral funciona rápido: quando alguém procura briga, se não a encontra, deixa de procurar. A violência precisa de violência para existir. Quando isso não funciona, pode ser necessário buscar outras formas de resolver ou de evitá-la.
Assim, a não violência exige muita imaginação, inteligência, paciência e perseverança.
Vocês concordam com as afirmações acima, com estas idéias? Quais seriam as outras formas de resolver ou evitar atos de violência?
Violência fria, violência quente...
O que vocês acham que significam os termos “violência fria” e “ violência quente”?
Após ouvir os alunos, convide-os a ler o que os autores dizem sobre estes termos.
Quando alguém demonstra falta de respeito pelos sentimentos do outro, pode semear no íntimo desta pessoa muita raiva que poderá se manifestar de inúmeras maneiras. Nesse caso, a pessoa não sofre violência física. Ela sofre outro tipo de violência: a violência moral, que “machuca por dentro” e que pode ser chamada de violência fria. Ela enche a pessoa de forças negativas, que atacam no íntimo e transformam a vida em algo ruim, que impede a pessoa de se sentir bem, deixando-a triste e infeliz, sem que ela saiba por quê. São forças que vão se acumulando e geralmente acabam por explodir em violência física, que se refere à violência quente.
Quando acontecem essas explosões, manifestações em que as pessoas quebram tudo, batem, dão murros, matam etc., a gente se pergunta de onde vem isso. Essas explosões costumam ser o resultado de violências frias.
Agora, discutam se há ou não semelhanças entre as hipóteses de vocês e os significados atribuídos pelo autor aos termos “violência fria” e “violência quente”.
As ofensas, os palavrões, as provocações entre torcedores são formas de "violência fria ou quente"? E as agressões físicas?
Em seguida, dêem exemplos de situações do dia a dia que se referem à “violência fria” e à “violência quente”.
S.O.S Violência
Fazer de tudo para evitar problemas é mais inteligente do que procurar soluções para consertar os estragos depois que os problemas já foram criados.
Quando já existe um conflito, o que importa é resolvê-lo enquanto ainda é pequeno, antes que ele cresça e prejudique a vida de muita gente. Vejamos os exemplos abaixo:
“Alô! S.O.S Violência? É urgente, duas turmas rivais estão brigando! É horrível! Estão sangrando, não sabemos mais o que fazer!”
Ou então, um mês antes:
“Alô! S.O.S Violência? Duas turmas se formaram, parecem rivais e têm se encontrado. Já começam a surgir algumas tensões, as coisas podem acabar mal se ninguém fizer alguma coisa”.
Qual telefonema seria o mais útil e que permitiria encontrar uma solução mais adequada? Por quê?
Atentos, inteligentes, corajosos...
Evitar conflitos não quer dizer que o mundo deva ser povoado por covardes, por pessoas que se submetam ou saiam correndo quando há algum desacordo.
Ao contrário, significa que o mundo deve ser povoado por gente preocupada com o que está ao seu redor, por pessoas presentes, atentas, vigilantes, capazes de perceber quando os conflitos estão prestes a surgir. Pessoas que conseguem usar a inteligência, a energia, a vontade, a coragem, a perseverança para resolver os problemas antes que eles se transformem em conflitos.
Finalizar a discussão relativa ao texto, reafirmando a necessidade de compreender que o amor ao futebol, ao seu time preferido não justifica atos violentos, ofensas e provocações entre as pessoas e que é possível torcer de forma organizada, divertida e respeitosa.
Fonte: Texto adaptado do livro “Violência e não-violência” de Brigitte Labbé e Michel Puech. Coleção Cara ou Coroa? Filosofia para crianças. São Paulo: Scipione, 2008.
Dando continuidade, convide os alunos a assistir ao vídeo “Paz nas torcidas”, que mostra a preocupação de pessoas em divulgar a importância de se buscar o respeito, a não-violência e a paz entre as torcidas. Disponível no link
http://www.youtube.com/watch?v=Pcv2hP4ntcM&NR=1
Em seguida, dê oportunidade para que os alunos exponham seus pontos de vista acerca do vídeo assistido.
Prosseguindo, proponha aos alunos que, em grupos, produzam diferentes tipos de textos bem criativos, sintetizando as ideias que consideram mais importantes relativas à violência e a não-violência entre torcedores de futebol nos dias de hoje. Neste momento, os professores de Língua Portuguesa poderão fazer as orientações necessárias referentes à produção, revisão e reescrita de cada tipo de texto.
Os textos produzidos deverão ser socializados com a turma e, posteriormente, com colegas de outras salas.
Inicie a atividade informando aos alunos sobre a existência do “Estatuto do Torcedor”, criado em 2003 e que já tem uma nova versão. Para entender as modificações feitas, poderão ler a notícia sobre esse assunto, acessando o sítio
http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2984766.xml&template=3898.dwt&edition=15171§ion=132 . Poderão ler ainda o texto intitulado "Torcida Legal para conter os excessos no futebol brasileiro", acessando o link http://blog.planalto.gov.br/torcida-legal-para-conter-os-excessos-no-futebol-brasileiro/
A seguir, deverão ler a nova versão do Estatuto, disponível no sítio
http://cev.org.br/comunidade/legislacao/debate/novo-estatuto-torcedor-leia . A leitura poderá ser feita em duplas no Laboratório de Informática da escola, com a mediação dos professores.
(Professores, para complementar as discussões, vocês poderão ler o artigo "Futebol e torcida: um estudo sobre o Estatuto de Defesa do Torcedor no Campeonato Brasileiro de 2006 na cidade de Belo Horizonte", disponível no sítio
Prosseguindo, como forma de sensibilização para o momento de avaliar situações de violência entre torcedores, o professor poderá apresentar um breve vídeo intitulado “Fantástico: violência entre torcidas no Rio e em São Paulo”, disponível no link http://www.youtube.com/watch?v=SMa7TEB2rSM&feature=related
Em seguida, solicite aos alunos que se organizem em 04 grupos. Cada grupo receberá uma notícia referente a uma partida de futebol em que prevaleceu a falta de ética por parte de torcedores, dentro e fora do campo. A notícia deverá ser lida e avaliada por cada grupo, com base no Estatuto do Torcedor e nas discussões realizadas durante a aula, ressaltando as possíveis consequências decorrentes dos atos de violência. Neste momento, os professores das diferentes áreas de conhecimento, poderão mediar às discussões e as análises relativas a cada notícia.
Notícias sugeridas:
1. “Um morto e muitos feridos após brigas entre torcidas”, disponível em
2. “Briga entre torcidas deixa um morto e oito feridos em São Paulo”, disponível no link
3. “Briga entre corintianos e polícia deixa feridos e estádio danificado”, acessando o link
http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas/2009/02/15/ult59u187974.jhtm
4. “Briga entre torcedores termina com dois baleados próximo ao Olímpico”, disponível no link
As notícias discutidas serão socializadas com toda a turma, que poderá tecer comentários a fim de ampliar as avaliações feitas pelos grupos. Posteriormente, as notícias com as respectivas análises poderão ser divulgadas na escola, por meio de murais.
Professor, como forma de ampliar e enriquecer as discussões acerca do tema, você poderá utilizar os recursos:
Vídeo: "Torcida organizada", disponível no link http://www.youtube.com/watch?v=teLgeUY1DLY&feature=related
Livro de história: "Maluquinho por futebol" de Ziraldo. As referências deste livro encontram-se no link
http://www.submarino.com.br/produto/1/1497161?franq=171798&ST=SR
Sugestões de textos para o professor:
"Torcedores de futebol: uma análise sociológica - uma abordagem sobre as razões de algumas atitudes de grupos de torcedores", disponível no link
http://www.universidadedofutebol.com.br/ConteudoCapacitacao/Artigos/Detalhe.aspx?id=1683&p
"A violência nos estádios de futebol: uma análise dos pontos de vista intrínseco e extrínseco", acessando o link http://www.efdeportes.com/efd113/a-violencia-nos-estadios-de-futebol.htm
"Torcedor é consumidor e merece ser tratado com respeito", disponível no link
http://www.conjur.com.br/2010-jan-22/torcedor-futebol-consumidor-merece-tratado-respeito
"O torcedor de futebol e a transformação do Brasil", acessando o link
http://www.interney.net/blogs/deprimeira/2009/06/16/o_torcedor_de_futebol_e_a_transformacao_/
Avaliação contínua, processual e diagnóstica: acompanhar e avaliar os alunos nas diferentes etapas do processo de aprendizagem, compreender as estratégias utilizadas por eles na construção do conhecimento e organizar formas de intervenção adequadas às reais necessidades dos alunos e que possibilitem avanços cognitivos.
Auto-avaliação dos alunos (oral ou por escrito): Participação individual e grupal nos diferentes momentos da aula.
Avaliação dos alunos pelo professor: Tendo como base a participação e envolvimento dos alunos em todas as atividades propostas na aula, o professor deverá verificar se eles conseguiram: respeitar os momentos de fala e de escuta e às opiniões dos colegas; perceber a necessidade de fortalecer valores éticos e condutas civilizadas em relação ao futebol; compreender que o amor ao futebol não justifica atos violentos; ler e interpretar diferentes tipos de textos; avaliar situações relativas a jogos de futebol em que prevaleceu a falta de ética por parte de torcedores e as consequências de seus atos.
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