07/10/2010
Mary Grace Martins
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
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Ensino Fundamental Final | Educação Física | Atitudes, conceitos e procedimentos: esportes, jogos, lutas e ginásticas |
Ensino Fundamental Final | Língua Portuguesa | Língua oral e escrita: prática de produção de textos orais e escritos |
Ensino Fundamental Final | História | Cidadania e cultura no mundo contemporâneo |
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Professor,
"Nos programas e livros didáticos, a História ensinada incorporou a tese da democracia racial,da ausência de preconceitos raciais e étnicos. Nessa perspectiva, o povo brasileiro era formado por brancos descendentes de portugueses, índios e negros, e, a partir dessa tríade, por mestiços, compondo conjuntos harmônicos de convivência dentro de uma sociedade multirracial e sem conflitos, cadaqual colaborando com seu trabalho para a grandeza e riqueza do País."
Fonte: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro051.pdf
Hoje o futebol no Brasil é tido como um esporte nacionalmente conhecido, popular. Discutir a história do futebol no país contribuirá para a reflexão sobre fatores de inclusão e exclusão social em nossa história.
Atividade 1 |
Pergunte aos alunos quais são os jogadores de futebol que conhecem, onde jogam, etc. Depois pergunte-lhes se sabem quem foram: Garrincha, Didi, Pelé, Leônidas da Silva, fomentando o levantamento de conhecimentos sobre a história do futebol no Brasil. Exiba, então o vídeo :
Brasil Futebol Clube [Visões do esporte] , disponível no Portal do Professor.
Antes da exibição, peça que anotem informações sobre os nomes que você citou. O vídeo parte da tese que os ingleses inventaram o futebol, mas os brasileiros inventaram o “ Futebol Arte”, apresentando jogadores que se destacaram por dribles, passes e beleza de seus gols. Retome os nomes citados no vídeo e suas respectivas habilidades. Discuta: o que diferencia o futebol da época desses jogares destacados e o futebol hoje? Sempre foi difundido que o Brasil é o país do futebol? Como pensam que se constituiu o poder aglutinador em torno da nacionalidade que hoje o futebol representa ?
Faça anotações sobre os comentários dos alunos, criando um quadro de informações iniciais, a ser retomado no decorrer das atividades.
Atividade 2 |
Futebol virando notícia. Imagem de um jornal de 1925.
Imagem disponível na Internet
Na sala de informática ou usando laptops com acesso à internet, peça que, em duplas, os alunos acessem o texto: Corações em ação, de Leonardo Affonso de Miranda , publicado na Revista de História da Biblioteca Nacional em 30/06/2009, disponível em http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=2476
Oriente para que, a partir da leitura, criem uma linha do tempo, do início do futebol até os fatos mais recentes citados pelos autor.
Para visualizarem uma linha do tempo, peça que acessem a Biblioteca Linha do tempo, disponível em http://www1.uol.com.br/bibliot/linhadotempo/ .
Após a leitura e produção em duplas de uma linha do tempo sobre o futebol, conduza a elaboração da linha do tempo coletivamente. Peça que os alunos indiquem qual o fato mais antigo citado pelo autor, remetendo-os à informação de que em 1886 foram definidas as regras para o jogo pela International Foot-ball Association Board.
Considerando os fatos abordados pelo autor, a linha do tempo deverá, no mínimo, contemplar:
Peça que acessem informações sobre esses anos e os anos próximos a eles na Biblioteca Linha do Tempo já citada, ditando as informações complementares que você as insira na Linha do Tempo construída coletivamente. Caso não as citem, conduza a atividade com perguntas para que localizem as seguintes informações:
Organize a Linha fundindo as duas fontes de informação: a história do futebol e da política, economia e sociedade do Brasil e do mundo . Assim, essa linha contribuirá para o conhecimento sobre o contexto histórico em que o futebol começa no Brasil.
Em seguida, explore algumas informações da linha do tempo:
1910: Revolta da Chibata: Também chamada de Revolta dos Marinheiros, ocorreu no Rio de Janeiro em 1910, após o marinheiro Marcelino Rodrigues ter sido castigado a chibatadas. A revolta foi liderada pelo marinheiro João Cândido. Os revoltosos exigiam o fim dos castigos corporais, o aumento do soldo e a melhoria da alimentação. A revolta foi sufocada, e muitos acabaram nas masmorras da ilha das Cobras.
Notícia sobre o fim da Revolta da Chibata. Imagem disponível na internet.
1919: Fundação das Ligas das Nações. Parte do acordo do Tratado de Paz de Versalhes, a Liga das Nações foi uma organização internacional fundada pelos aliados. Com a sede em Genebra, na Suíça, ajudou a resolver pequenas disputas internacionais, mas, sem a participação dos EUA, se mostrou sem poder para impedir a expansão japonesa na Manchúria (nordeste da China) ou o desrespeito de Hitler pelo Tratado de Versalhes. O Brasil teve uma participação peculiar na Liga: por ter "participado" da Primeira Guerra Mundial, o governo brasileiro reivindicou um assento no Conselho Permanente, o que foi feito de novo, recentemente, pelo governo Fernando Henrique, agora na Conselho de Segurança das Organização das Nações Unidas (ONU). Como acontece hoje, a candidatura brasileira foi prejudicada por outros países latino-americanos. Frustrado, o Brasil do presidente Artur Bernardes desligou-se da organização, em 1926. Em 1946, a Liga das Nações foi substituída pela ONU.
1924: Começa a Coluna Prestes. Liderada pelo capitão Luís Carlos Prestes (1898-1990), que mais tarde se converteria ao comunismo, a Coluna Prestes sai do Rio Grande do Sul em 1924, formada por tenentes que escaparam da revolta em São Paulo no mesmo ano. Durante três anos, o grupo percorreu cerca de 24 mil quilômetros, sempre driblando as forças do governo, demonstrando, claramente, a falta de controle do poder federal sobre o país. A cobertura da imprensa fez de Prestes e seus companheiros heróis nacionais, mas o cansaço finalmente os dispersou, em 1927, na fronteira da Bolívia.
Jornal da Coluna Prestes. Imagem disponível na internet.
Fonte das informações: http://www1.uol.com.br/bibliot/linhadotempo/ .
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Ressalte, assim, a existência de conflitos políticos, econômicos e sociais nesse cenário, elementos também presentes na história do futebol brasileiro.
Atividade 3: |
Destaque o seguinte trecho do texto lido anteriormente:
"Ao contrário do que pensam muitos dos que vêem no futebol um simples elemento de disciplina e alienação, o entusiasmo da torcida não chegava, porém, a encobrir a existência de conflitos e tensões sociais mais profundos. É o que indicava o episódio ocorrido no momento da chegada ao Rio de Janeiro da delegação uruguaia. Única equipe do torneio que contava nos seus quadros com um jogador negro – o meio-campista Gradin, do Peñarol –, o time uruguaio foi recebido no Cais do Porto, como de costume, por uma refinada delegação de esportistas cariocas, encarregada de dar-lhes as boas-vindas. Ao atravessarem o portão de saída, no entanto, os uruguaios foram surpreendidos pela original saudação de três marinheiros negros que passavam pelo local ao acaso. Apesar da rivalidade já presente em relação à delegação da seleção adversária não hesitaram em bater palmas para os uruguaios, e gritaram para Gradin: “Aí, batuta!... Mostra ao branco que o pé de preto é branco”.
Fomente a discussão: o que pensam desse fato? Os negros eram aceitos no futebol ou não?
Para organizar a discussão proponha um júri simulado:
(Atividade inspirada em SILVA, B.V. da C. Júri Simulado: o uso da história e filosofia da ciência no ensino da óptica.
Disponível em http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol10/Num1/a03.pdf)
Após o júri, discuta com os alunos a opinião do "júri popular", analisando a forma dos argumentos apresentados pelos debatedores. Comente, enfim, que a história do futebol reflete também as contradições e conflitos em que nossa sociedade está envolta.
Para complementar, leia para a turma um trecho do artigo "Hipóteses para a Popularização do Futebol em São Paulo":
"Rufino dos Santos (1981) descreve um pouco o que ocorria nos estádios em que se praticava o futebol oficial elitista.
Mesmo os que conseguiam pagar o preço da geral, sentiam-se intrusos no espetáculo: os craques, ao saldarem a torcida, nunca se dirigiam a eles, mas à seleta assistência da arquibancada, bouquet de moças e rapazes de boa família. Era o tempo em que os intelectuais ainda gostavam de futebol e comparavam, em artigos derramados e versos eloqüentes, os jogadores a deuses gregos, os estádios ao Olimpo. Independente desta postura excludente das elites dentro das praças em que se praticava o futebol oficial, a população brasileira passou a praticar o esporte de maneira recorde: improvisada nos espaços possíveis das cidades e metrópoles, em terrenos baldios ou nas várzeas dos rios, com traves feitas de madeira encontrada nos arredores, uniformes elaborados em casa e bolas compradas através de coletas de dinheiro nas comunidades ou entre os jovens praticantes.Na década de 1910 o futebol já era o esporte mais popular do Brasil.
De acordo com Martinez (2000) a participação de jogadores advindos das camadas populares encontrou grandes resistências entre dirigentes do futebol, desembocando em uma espécie de conciliação entre as elites e as camadas populares, que levou ao reconhecimento e à aceitação nos campeonatos das Ligas Organizadas de clubes como o Corinthians, em São Paulo, e o Bangu, e posteriormente o Vasco da Gama, no Rio de Janeiro."
Fonte: João Streapco, Kátia Rúbio . HIPÓTESES PARA A POPULARIZAÇÃO DO FUTEBOL EMSÃO PAULO (1894-1920). Revista de História do Esporte, Artigo Volume 2, número 1, junho de 2009 . Disponível em http://www.sport.ifcs.ufrj.br/recorde/pdf/recordeV2N1_2009_12.pdf )
Atividade 4: |
Nessa atividade, os alunos deverão transpor as discussões realizadas sobre os conflitos, exclusões e lutas para a inclusão social, para os dias de hoje. Para isso você fará o lançamento de um espaço permanente de publicação sobre o tema para a turma, usando o Twitter (http://twitter.com/)
Antes de propor essa atividade, conheça mais sobre o Twitter acessando uma notícia também publicada no Portal do Professor:
Veja também orientações em :http://novoemfolha.folha.sites.uol.com.br/blog/twitter/ |
Usando um projetor multimídia, acesse Twitters tais como http://twitter.com/bbcbrasil e http://twitter.com/cbnrio com a turma. Pergunte aos alunos quem já utiliza o Twitter e quais as suas características. Comente que as mensagens têm no máximo 140 caracteres, exigindo capacidade de síntese.
Lance, aos alunos, o desafio de publicarem informações sobre situações de discriminação ou de superação das desigualdades usando o Twitter. Proponha que em grupos busquem notícias recentes relacionadas à temática e organizem chamadas para a publicação. Oriente para que faça buscas mais específicas na internet, em notícias do ultimo ano, por exemplo.
Ajude cada grupo a criar uma conta no Twitter. Tirem uma foto de cada grupo e agreguem ao perfil no Twitter para se reconheçam nas postagens.
Combine que todos os alunos devem ser "seguidores" nos perfis, acompanhando as publicações ao longo do bimestre. Você precisará acessar as publicações ao longo do bimestre e comentar as postagens.
Nome | Tipo |
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Brasil Futebol Clube [Visões do esporte] | Vídeo |
Curtametragens sobre futebol:
Uma História de Futebol disponível em http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=1349
Barbosa disponível em http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=150
Guadalajara 70 disponível em http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=1785
Memórias de um Guerrilheiro disponível em http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=3523
É importante a avaliação durante o processo. Para isso você pode fazer anotações sobre: ·
Verifique a organização da linha do tempo e suas as informações complementares.
Por fim, acompanhe as postagens no Twitter durante o bimestre, observando a pertinência temática das mesmas.
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