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Razões que levaram à dominação das populações nativas da América pelos europeus

 

07/10/2010

Autor e Coautor(es)
LEIDE DIVINA ALVARENGA TURINI
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UBERLANDIA - MG Universidade Federal de Uberlândia

Aléxia Pádua Franco

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Final História Nações, povos, lutas, guerras e revoluções
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Estudo da Sociedade e da Natureza Cultura e diversidade cultural
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Relações de poder e conflitos sociais
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Entender as razões que levaram as populações nativas a perderem a luta contra os colonizadores europeus na América, a partir do século XV.  

Reconhecer a importância da luta e da resistência das populações nativas no processo longo e violento que culminou com a dominação européia na América.

Interpretar fontes escritas e iconográficas relacionadas ao tema da aula.

Duração das atividades
03 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

As transformações ocorridas nas sociedades feudais da Europa, a partir do século XI, as quais motivaram as chamadas "Grandes Navegações".

Atividades desenvolvidas nas aulas: "A chegada dos europeus na 'América': descobrimento, encontro ou invasão?", "Etnocentrismo, genocídio e aculturação: marcas da colonização européia na América", e "A colonização européia na América sob o ponto de vista das populações nativas".

Estratégias e recursos da aula

I- Razões que explicam a dominação européia na América

Iniciar a aula com a leitura do texto Os sete mitos da conquista da América, de Beto Gomes, o qual faz uma sínteses das idéias centrais do livro "Seven Myths of the Spanish Conquest", do historiador americano Matthew Restall, professor da Universidade da Pensilvânia. Disponível no endereço: http://historia.abril.com.br/fatos/sete-mitos-conquista-america-434016.shtml .

Orientações para a atividade:

1- Fazer uma leitura atenta do texto.

2- A partir do levantamento do autor sobre os mitos relacionados à conquista da América pelos europeus, é possível também identificar as principais razões que, segundo ele, explicam a derrota dos nativos e a dominação europeía. Os alunos devem elaborar uma síntese na qual os mitos e as razões da conquista, sob o ponto de vista do autor, sejam evidenciados separadamente.

3- A partir da síntese, cada uma das razões mencionadas pelo autor devem ser discutidas pelos alunos, sob a orientação do professor. A proposta é a realização de um trabalho de interpretação e debate.

Nesta atividade propõe-se o trabalho com fontes iconográficas e, neste sentido, sugerimos que o professor faça uma leitura prévia do texto abaixo, para que possa melhor orientar os  alunos no desenvolvimento das atividade:

ZAMBONI, Ernesta. Representações e Linguagens no Ensino de História. Rev. bras. Hist. [online]. 1998, vol.18, n.36, pp. 89-102. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01881998000200005 

A intenção é que, ao trabalhar com as fontes iconográficas, além das reflexões para a compreensão do tema, que elas suscitam, os alunos as percebam como representações, buscando trazer à tona a autoria e o contexto de produção das mesmas, não as compreendendo como meras ilustrações que referenciam o texto. Por exemplo, as gravuras abaixo, representam produções de diferentes autores, em diferentes contextos e as imagens possibilitam refletir também a respeito destes aspectos.

a- "A expansão dos europeus só foi possível graças a três fatores. O primeiro e mais determinante foram as doenças que os estrangeiros trouxeram. Sem oferecer nenhuma resistência para varíola, sarampo e gripe, os nativos morreram tão rápido que em poucas décadas tribos inteiras foram extintas."

Fonte:http://pt.wikilingue.com/es/Ficheiro:Florentinoviruela.JPG 

Doenças que hoje estão sob controle, na época da chegada dos europeus representaram a morte de milhares de indígenas que não possuíam resistência às mesmas.

A gravura acima é encontrada no códice florentino, de Bernardino de Sahagún (1540/1585), frade franciscano espanhol, cuja obra é de extrema relevância para a história dos astecas antes da chegada dos europeus. Portanto, os alunos devem ser estimulados a buscar informações a respeito da vida e da obra de Sahagún, particularmente a respeito do códice florentino.

Nesta aula, o professor pode contar com a colaboração do professor da Área de Ciências, para que os alunos aprofundem os  seus conhecimentos sobre as doenças citadas, suas formas de transmissão, prevenção, tratamento. 

b- "Os espanhóis sempre foram minoria nos campos de batalha da América, mas jamais lutaram sozinhos. Os nativos nunca formaram uma unidade política, nem no caso de astecas e maias, que fosse imune às rivalidades e intrigas. E os conquistadores se aproveitaram, desde muito cedo, dessa desunião, conseguindo formar verdadeiros exércitos índios, dispostos a eliminar seus inimigos".

Fonte: http://www.mappinginteractivo.com/plantilla-ante.asp?id_articulo=752 

Na gravura acima, cartógrafos indígenas desenham mapa que apresenta obstáculos existentes nas estradas, apontando aos colonizadores a melhor maneira de chegarem aos territórios de comunidades rivais.

Incentive os alunos a observarem aspectos comuns entre os traços dos desenhos e os recursos utilizados nesta gravura e na gravura anterior.

c- "As armas que os conquistadores trouxeram para estas batalhas são o terceiro fator mais importante. Nas primeiras expedições, várias delas fizeram diferença. Cavalos e até cachorros acabaram entrando nos campos de batalha. Mas a mais eficiente foi mesmo a espada, mais longa e resistente que os machados dos nativos".

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Matanza_templo2.jpg 

A imagem representa o massacre das populações indígenas pelos europeus, chamando a atenção para o uso de armaduras, lanças e espadas, armas letais para os nativos da América.

Fonte: http://richarddetrich.files.wordpress.com/2009/04/balboa-ordering-gay-indians-eaten-alive1.jpg?w=287&h=172 

A gravura de Theodore De Bry faz a representação da utilização, pelos espanhóis, de cães e espadas no massacre aos indígenas. Ao analisar os detalhes da gravura, o professor deve orientar os alunos a observarem a representação que De Bry faz dos nativos, cujas formas do corpo e cabelo estão muito próximas da representação que o autor faz dos próprios europeus. Outro aspecto interessante na observação é a desproporção dos cães em relação aos nativos.

Proponha aos alunos a consulta ao Google Imagens, colocando como referência para a pesquisa: Theodore De Bry. Neste link, eles terão acesso a muitas outras gravuras de De Bry relativas ao processo de conquista européia na América. A partir delas, o terceiro fator citado para a explicação sobre a derrota dos nativos na luta contra os europeus poderá ser aprofundado. Incentive os alunos a buscarem informações a respeito da vida e da obra de Theodore de Bry.

d- "No campo da guerra, Matthew Restall considera ainda um outro fator. Os nativos lutavam em sua própria terra. Precisavam, portanto, proteger a família, defender suas casas, pensar no plantio, calcular a colheita e fazer o possível para não deixar que a guerra prejudicasse e interferisse no seu dia-a-dia. Por isso, eles sempre estiveram mais dispostos a negociar e a protelar os confrontos com os conquistadores. Já os espanhóis não tinham muito a perder. Basicamente, precisavam se preocupar apenas com suas próprias vidas."

Finalmente, o autor coloca ainda este quarto fator entre aqueles que explicam a dominação européia na América. Instigue os alunos a refletirem sobre esta questão e a se posicionarem sobre ela, dizendo se concordam ou não com o autor e quais justificativas utilizam para fundamentar o posicionamento.

II- Houve luta e resistência no processo de dominação européia na América

Os povos nativos não aceitaram passivamente a dominação. Todos eles, quando perceberam as reais intenções e interesses dos europeus, resistiram e lutaram pela preservação de suas terras, culturas e liberdade. Em algumas regiões a luta durou muitos anos. Esta idéia também está presente na obra de Matthew Restall. Chame a atenção do aluno para a seguinte afirmativa:

"Muitas cidades, no entanto, resistiram à dominação durante décadas. No Peru, alguns estados independentes só foram dominados depois de 1570, após a morte de líderes como Túpac Amaru. Quando os espanhóis fundaram Mérida, em 1542, boa parte da península de Yucatán, na América Central, permaneceu sob a influência dos maias – e muitas políticas elaboradas por eles sobreviveram até 1880. A experiência espanhola na atual Flórida, nos Estados Unidos, foi ainda mais desastrosa. Pelo menos seis expedições foram enviadas para lá entre 1513 e 1560, quando a região finalmente foi controlada pelos europeus."

Fonte: http://www.humanities.uci.edu/mclark/HumCore2001/Core2000Archive/Colum12.jpg 

Esta gravura, também de Theodore De Bry, representa indígenas obrigando um europeu a engolir ouro derretido. Para além da questão da luta e da resistência dos nativos, instigue os alunos a refletirem a respeito do significado da representação do ouro como instrumento de tortura, incentivando uma discussão a respeito dos interesses econômicos dos europeus nas terras do continente americano.

Para o aprofundamento de uma reflexão a respeito da luta e da resistência dos nativos, outras gravuras de Theodore De Bry estão disponíveis no Google Imagens. Incentive os alunos a selecionarem estas gravuras e a discutirem as suas conclusões sobre as mesmas.

Também a obra de Felipe Guaman Poma de Ayala possibilita uma reflexão sobre o tema. Para tanto, oriente os alunos para a leitura do texto "A Cruz e a Pena como Instrumentos de Resistência (Parte 1)" no seguinte endereço: http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=alunos&id=289

A leitura do texto e a interpretação das gravuras devem ser socializadas pelos alunos em um debate.

Atividade: Representações da temática abordada na aula por meio de desenhos

A partir do trabalho de leitura e interpretação de textos e fontes iconográficas, propor aos alunos que produzam as suas próprias representações a respeito das razões que explicam a dominação européia na América e a respeito das formas de luta e de resistência das populações nativas no processo.

As produções devem ser socializadas entre os colegas da turma.

Fazer uma exposição dos trabalhos na escola. 

Recursos Complementares

RESTALL, Matthew. Sete mitos da conquista espanhola. Tradução de Cristiana deAssis Serra. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.

VAINFAS, Ronaldo.América 1492: Encontro ou Desencontro? Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1993.

Avaliação

A ação avaliativa deve permear toda a prática pedagógica do professor fornecendo-lhe, constantemente, elementos que lhe possibilitem auxiliar o estudante no seu desenvolvimento. Desta maneira, o professor poderá avaliar os alunos a cada etapa do trabalho, por meio das atividades de leitura, interpretação de textos e de fontes iconográficas e debates.Também poderá avaliar os alunos a partir das conclusões sistematizadas no caderno. A avaliação deve permitir ao professor observar se os objetivos propostos para a aula foram efetivamente alcançados pelos alunos.

Opinião de quem acessou

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Opiniões

  • Lucimar Abreu, pessoal , Espírito Santo - disse:
    lucimar0307@gmail.com

    11/02/2011

    Cinco estrelas

    muito bom o texto, a sugestão para trabalhar com ciencias foi excelente. Gostaria muito de, se possivel, receber sugestões de atividades para conteúdos de historia das series finais. beijos.....!!!!


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