§  Reconhecer a estrutura de funcionamento do sistema digestório das aves;

§  relacionar a digestão com a presença de dentes;

§  conhecer a história evolutiva das aves, relacionando com a presença de dentes nas aves pré-históricas;

§  realizar atividade prática de simulação de parte do sistema digestório das aves;

§  desenvolver a leitura de textos científicos relacionados com o assunto e sua interpretação.

Os alunos deverão identificar o grupo das aves, conhecendo suas principais características, bem como deverão conhecer um pouco sobre a digestão humana.

Introdução: uma abordagem para o professor   

As aves constituem uma classe de animais vertebrados, tetrápodes, endotérmicos, ovíparos, caracterizados principalmente por possuírem penas, apêndices locomotores anteriores modificados em asas, bico córneo e ossos pneumáticos. São reconhecidas aproximadamente 9.000 espécies de aves no mundo.  

As aves conquistaram o meio terrestre de modo muito mais eficiente que os répteis. A principal característica que permitiu essa conquista foi, sem dúvida, a homeotermia, a capacidade de manter a temperatura corporal relativamente constante à custa de uma alta taxa metabólica gerada pela intensa combustão de alimento energético nas células.

Essa característica permitiu às aves, juntamente com os mamíferos, a invasão de qualquer ambiente terrestre, inclusive os permanentemente gelados, até então não ocupados pelos outros vertebrados.

As aves consomem os mais variados tipos de alimentos: frutos, néctar, sementes, insetos, vermes, crustáceos, moluscos, peixes e outros pequenos vertebrados. Elas possuem um sistema digestivo completo, composto de boca, faringe, esôfago, papo, proventrículo, moela, intestino, cloaca e órgãos anexos (fígado e pâncreas).   

Ao serem engolidos os alimentos passam pela faringe, pelo esôfago e vão para o papo, cuja função é armazenar e amolecer os alimentos. Daí eles vão para o proventrículo, que é o estômago químico das aves, onde sofrem a ação de sucos digestivos e começam a ser digeridos. Passam então para a moela (estômago mecânico) que tem paredes grossas e musculosas, onde os alimentos são triturados.   

Finalmente atingem o intestino, onde as substâncias nutritivas são absorvidas pelo organismo. Os restos não aproveitados transformam-se em fezes.   

As aves possuem uma bolsa única, a cloaca, onde desembocam as partes finais do sistema digestivo, urinário e reprodutor e que se abre para o exterior. Por essa bolsa eles eliminam as fezes e a urina e também põem os ovos.   

Adaptado de: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos3/bioaves.php (consultado em 07/08/10, às 09h14min).    

Estratégia   

Como os alunos poderão atingir os objetivos propostos:

Os alunos poderão atingir os objetivos propostos através de leitura e interpretação de texto científico sobre as aves e vídeos sobre o assunto, além de atividade prática e experimental de observação de moela de frangos e simulação de funcionamento deste órgão.   

Como o professor irá ativar esse processo:

O professor ativará este processo através de promoção de discussões entre os alunos, proposição de atividade prática e experimental em que os alunos poderão observar o funcionamento da moela de frangos, bem como incentivo à leitura e interpretação de textos e vídeos.   

Atividade experimental: comparando um balão com pedrinhas e outro com água – o estômago das aves e dos humanos             

Professor, num primeiro momento da aula, leve para a sala de aula alguns balões com pedrinhas dentro deles, e outros com água. Feche bem os balões, para não sair a água e nem as pedrinhas. Se possível, leve um de cada para cada dupla de alunos. Divida a turma em duplas, entregue para cada uma um balão com pedrinhas e outro com água. Estes balões representam o estômago das aves (moela – balão com pedrinhas) e o estômago dos humanos (balão com água).  

Balão para ser preenchido com pedrinhas e água

Retirado de: http://www.koizaseloizas.com/images/balao-ouro.jpg (consultado em 07/08/10, às 11h03min). 

Oriente as duplas a observarem os balões, tocarem e sentirem suas texturas. Peça que friccionem os balões entre as duas mãos, percebendo as diferenças entre eles. Proponha que as duplas anotem no caderno as observações que fizeram dos dois balões para serem usadas posteriormente na aula.

Após este primeiro momento, disponha os alunos em semicírculo na sala e inicie uma discussão com a turma, pedindo que os alunos se manifestem em relação à atividade realizada. Pergunte quais as diferenças entre os balões que receberam, e deixe que cada aluno responda. Instigue-os a falar, perguntando se os dois balões têm a mesma textura, se ao mexermos nos dois sentimos as mesmas sensações, dentre outras observações.

Explique para a turma que aqueles balões representam os estômagos de dois animais diferentes: aves e humanos. Pergunte se eles sabem qual é qual. Deixe que discutam para descobrirem. Instigue-os, perguntando também se alguém já viu os dentes de alguma ave. Pergunte também em qual dos balões nós conseguiríamos quebrar mais facilmente um biscoito, por exemplo, se estivesse dentro dele. Após pensarem e sugerirem quais balões equivalem aos estômagos de aves e humanos, explique para eles que o nosso estômago é mais liso, pois nossa boca tritura os alimentos, com a ajuda dos dentes e quando chega ao estômago, é só começar a digestão através de líquidos que nosso próprio estômago produz.

Já nas aves, não há dentes no bico, e o alimento é enviado para o estômago praticamente inteiro. Ao serem engolidos os alimentos passam pela faringe, pelo esôfago e vão para o papo, cuja função é armazenar e amolecer os alimentos. Daí eles vão para o proventrículo, que é o estômago químico das aves, onde sofrem a ação de sucos digestivos e começam a ser digeridos. Passam então para a moela (estômago mecânico) que tem paredes grossas e musculosas, onde os alimentos são triturados. Finalmente atingem o intestino, onde as substâncias nutritivas são absorvidas pelo organismo. Os restos não aproveitados transformam-se em fezes.

Desta forma, o balão com pedrinhas representa o estômago mecânico das aves, chamado de moela. Este órgão tem a função principal de triturar os alimentos, já que isto não aconteceu no bico. A moela é bem musculosa, pois tem que quebrar alimentos inteiros.

Agora entregue para os alunos uma figura representando o sistema digestório das aves, para que percebam a disposição dos órgãos.            

Retirado de: http://geociti.es/CollegePark/lab/9707/image18.gif (consultado em 07/08/10, às 11h38min).              

Peça que cada aluno escreva no caderno sugestões de funções para cada órgão deste sistema. Deixe que os alunos façam suas sugestões de funções dos órgãos, e instigue-os a lembrar do sistema digestivo dos humanos. É possível que os alunos comparem os dois sistemas.

Após este momento, sorteie alguns alunos para que digam para a turma qual a função de cada órgão do sistema digestório das aves, e permita que a turma se manifeste, dando suas opiniões e sugestões, de forma ordenada. Se os alunos falarem corretamente as funções, parabenize-os, explicando detalhadamente estas funções e escrevendo-as no quadro de giz.   

Atividade prática: observando moelas de frango             

Professor, após a atividade experimental, em que os alunos compreenderam as diferenças entre o estômago de aves e humanos, leve para a escola alguns exemplares de moelas de frango. Estes órgãos são facilmente comprados em açougues de todo o Brasil, a um preço acessível.             

Se possível leve a turma ao Laboratório de Ciências da escola, mas se não contar com este recurso, disponha os alunos em grupos na própria sala de aula. Oriente os alunos a usarem avental e luvas, para proteger as roupas e não sujarem as mãos. Entregue a cada grupo um exemplar de moela e peça que observem atentamente este órgão das aves.

Moela de frango aberta

Retirado de: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.tramontoalimentos.com.br/img/Produtos/Demais%2520Cortes%2520de%2520Frango/moela.jpg&imgrefurl=http://www.tramontoalimentos.com.br/produtos_fotos1.html&usg=__sZIVY4KQG0EC-mpEk7mLzfIgDVA=&h=192&w=356&sz=13&hl=pt-BR&start=0&sig2=5Kx12PkAEQHs4lVMBMonFQ&tbnid=A6ZQG0qFaj5yBM:&tbnh=114&tbnw=211&ei=XXVdTNiHF8L58Ab9gL22DQ&prev=/images%3Fq%3Dmoela%2Bfrango%26hl%3Dpt-BR%26biw%3D1020%26bih%3D603%26gbv%3D2%26tbs%3Disch:1&itbs=1&iact=rc&dur=344&oei=XXVdTNiHF8L58Ab9gL22DQ&esq=1&page=1&ndsp=12&ved=1t:429,r:3,s:0&tx=101&ty=72    (consultado em 23/08/10, às 12h32min).            

Peça-lhes que desenhe no caderno a moela que observaram. Chame a atenção dos alunos para observarem que este órgão, o estômago mecânico das aves, é muito musculoso, e isto é muito importante para a sua função, que é triturar os alimentos, assim como nossos dentes o fazem.             

Comente com os alunos que algumas aves possuem um mecanismo auxiliar na trituração dos alimentos: elas ingerem algumas pedrinhas, que ficam alojadas dentro da moela, e estas pedrinhas ajudam na hora de triturar alimentos mais duros, como grãos. Isto acontece também na galinha, que muitas vezes se alimenta de milho e outros grãos secos. Já houve casos de pessoas encontrarem pedras preciosas dentro de moelas de galinhas criadas soltas nos quintais, pois estes animais deglutiram estas pedras e estas ficaram alojadas na moela.   

Texto para os alunos:

Professor, após a realização das atividades anteriores, entregue para os alunos um texto que discorre sobre as aves, mostrando os motivos de estes animais não possuírem dentes. Faça com os alunos uma leitura oral, sugerindo que cada criança leia uma parte do texto em voz alta. Depois de concluída a leitura, faça uma análise do texto, pedindo que os alunos se manifestem, opinando quanto às informações que obtiveram, interpretando o texto.

Após leitura e discussão do texto, proponha aos alunos que, em duplas, confeccionem uma carta para os colegas sobre este assunto, colocando as informações mais relevantes, de forma que possam explicar para eles como funciona a digestão das aves e os motivos de estes animais não possuírem dentes.

Recolha as cartas confeccionadas, e troque entre as duplas. Sugira que cada dupla leia a carta da outra dupla e a responda, acrescentando informações que julgarem importantes.

Após este momento, promova uma discussão na turma, de forma que os alunos possam trocar informações uns com os outros. Isto vai ajudá-lo, também, professor, a avaliar o processo de ensino-aprendizagem de seus alunos.

Por que as aves não têm dentes?

Entenda como o estômago desses animais é capaz de 'mastigar' os alimentos!

Por: Marcos Raposo e Renata Stopiglia, Setor de Ornitologia, Museu Nacional/UFRJ Publicado em 15/05/2004 | Atualizado em 03/08/2010

(Ilustração: Fernando).

"Nem quando a galinha criar dentes!" Já ouviu esta frase? Ela é usada para expressar algo absurdo. Quando pronunciada, fica bem claro que o fato nunca vai acontecer. É uma frase bem bolada, porque as aves jamais criarão dentes. Sabe por quê?

Na verdade, as aves de hoje é que não têm dentes. Elas perderam os dentes ao longo da evolução, que é o processo de modificação das espécies ao longo do tempo. Mas seus ancestrais -- pequenos dinossauros corredores, aparentados ao Tyrannosaurus rex, e grande parte das espécies de aves já extintas, como o Archaeopteryx lithographica, a ave mais antiga de que se tem notícia -- tinham dentes.

E por que as aves perderam os dentes? Elas têm bicos que têm a função de capturar o alimento. Dependendo da ave e do seu cardápio, o bico tem diferentes formas. Nas aves comedoras de grãos, como os curiós, o bico é grosso para poder quebrar as sementes; nas comedoras de insetos, como os bem-te-vis, ele é chato e rodeado de grandes bigodes, que ajudam a encurralar os insetos; nas carnívoras, como os gaviões, os bicos são cortadores, para arrancar pedaços de carne de outros animais; finalmente, nas piscívoras, como as garças, o bico tem forma de lança para capturar peixes.

(Gráfico: Nato Gomes).

Os mais curiosos devem estar se perguntando: e como as aves mastigam o alimento sem ter dentes? Anotem, então! Elas têm um estômago que substitui o trabalho dos dentes. Em geral, o estômago das aves é dividido em duas partes. A primeira é o estômago químico, é onde a comida recebe uma grande quantidade de ácidos chamados enzimas digestivas, que começam a dissolver os alimentos. De lá, o alimento passa para a moela, que é cheia de músculos fortes, capazes de triturar tudo o que a ave come, substituindo o mastigar dos dentes.

Assim, só nos resta uma conclusão: as aves não têm dentes porque elas têm a moela! Mas as perguntas nunca acabam: quer dizer que tudo o que é inútil desaparece ao longo da evolução? Ou tudo que desapareceu era inútil quando existia? As respostas, se é que elas existem, são temas para outro dia de conversa!

Marcos Raposo e Renata Stopiglia Setor de Ornitologia Museu Nacional/UFRJ

Disponível em: http://chc.cienciahoje.uol.com.br/revista/revista-chc-2004/146/por-que-as-aves-nao-tem-dentes (consultado em 07/08/10, às 10h).    

Ferramentas tecnológicas                 

Professor, após as atividades de leitura e interpretação do texto, apresente para os alunos um vídeo sobre o sistema digestório das aves, de forma que possam sistematizar os conhecimentos adquiridos durante a aula.           

Depois de assistirem o vídeo, promova na turma uma discussão, dispondo os alunos em semicírculo e propondo que cada um fale suas impressões sobre o que viram no vídeo e durante a aula.                 

Sonde dos alunos sobre a digestão das aves, e leve-os a comparar estes animais com os seres humanos, diferenciando as digestões dos dois.                 

Depois destas discussões, proponha aos alunos que desenhem o aparelho digestório das aves, indicando os principais órgãos e suas funções. Sorteie alguns alunos e peça que eles dirijam-se ao centro da sala e apresentem para seus colegas o seu desenho, explicando quais as partes do sistema digestório das aves.                 

Abaixo segue o link do vídeo sugerido para esta aula:   

Sistema digestório: http://www.youtube.com/watch?v=KW6NpIni-GE (consultado em 07/08/10, às 9h). 

            Professor, abaixo seguem links de informações extras sobre as aves, para seu conhecimento ou para acrescentar à aula, se for de seu interesse.   

Por que os dentes dos roedores e o bico das aves crescem sem parar? - http://chc.cienciahoje.uol.com.br/revista/revista-chc-2009/202/por-que-os-dentes-dos-roedores-e-o-bico-das-aves (consultado em 07/08/10, às 10h14min).    

Únicos animais viventes que têm penas - http://educacao.uol.com.br/ciencias/aves-penas.jhtm (consultado em 07/08/10, às 12h43min).    

ANATOMIA - http://www.criadourokakapo.com/index.php?secao=artigocor000048 (consultado em 07/08/10, às 12h45min).   

Avaliar numa perspectiva formativa implica estar atento à construção de conhecimentos conceituais, comportamentais e atitudinais de nossos alunos. Por isso é importante estar atento a todo o percurso do aluno enquanto aprende: suas ideias iniciais, aquelas apresentadas durante a investigação, à maneira que relaciona com os colegas, sua atitude investigativa e crítica, no decorrer da aula. Feitas estas considerações, propomos mais um momento para que os alunos sejam avaliados.             

Divida a turma em grupos de 4 a 5 alunos, e sugira a cada grupo que traga para a próxima aula algumas embalagens vazias recicláveis e outros materiais que possam ser usados para a confecção de maquetes.             

Na sala de aula, peça que cada grupo monte um modelo de sistema digestório das aves, usando os materiais que trouxeram de casa. Sugira que usem embalagens, mangueiras, pedras, papéis, dentre outros.             

Depois de os modelos estarem prontos, peça que cada grupo apresente para os outros colegas da turma seu modelo de sistema digestório das aves, explicando toda a montagem e funções dos órgãos representados. Desta forma, você poderá avaliar o processo de ensino-aprendizagem de seus alunos, bem como incentivar a produção artística dos alunos.