14/10/2010
BELO HORIZONTE - MG ESCOLA DE EDUCACAO BASICA E PROFISSIONAL DA UFMG - CENTRO PEDAGOGICO
Sulamita Nagem Dias Lima
Modalidad / Nivel de Enseñanza | Disciplina | Tema |
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Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo | Língua Portuguesa | Linguagem escrita: leitura e produção de textos |
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo | História | Relações de poder e conflitos sociais |
- Identificar as idéias que influenciaram o sentimento anticolonial.
- Conhecer a história de personagens que lutaram por seus ideais anticoloniais.
- Refletir sobre os ideais que existiram no Brasil Colônia.
- Conhecer a situação político-econômica do Brasil neste momento histórico.
- Analisar gravuras que retratam o momento histórico.
- Desenvolver estratégias de compreensão e fluência na leitura.
- Posicionar-se em relação a diferentes temas tratados.
- Ler e analisar oral e coletivamente textos poéticos atentando para a linguagem figurada, observando que essa linguagem pode sugerir interpretações diversas.
Conhecimentos básicos da história do Brasil Colônia.
Noções básicas dos ideais iluministas.
Saber ler e escrever.
1- O professor coloca o título da aula no quadro solicitando que façam a leitura do mesmo: As revoltas anticoloniais no Brasil
2- Em seguida, o professor propõe que os alunos elaborem perguntas que gostariam de saber sobre o assunto da aula. As questões formuladas pela turma deverão ser registradas no quadro.
OBS: Nesse momento, o professor também poderá sugerir algumas questões. Sugerimos, por exemplo:
a) Durante o período do Brasil Colônia, qual era a situação política administrativa e social do Brasil?
b) Quem estava insatisfeito com a situação social política e administrativa da colônia?
c) Quais os motivos da insatisfação?
d) Qual a sua opinião a respeito dos movimentos que ocorreram na colônia?
OBS: Essas perguntas serão retomadas em outro momento da aula.
3- O professor apresenta a imagem abaixo solicitando que os alunos a observem bem.
4- O professor propõe a análise da imagem a partir das questões:
a) Você já viu essa imagem? Onde?
b) O que ela representa?
OBS: Nesse momento, o professor pode informar que se trata da Casa da Câmara e Cadeia de Ouro Preto, hoje Museu da Inconfidência Mineira .Ele foi construído no século XVIII , na década de 1780. É um dos mais importantes remanescentes da arquitetura colonial do barroco no Brasil, em Vila Rica, hoje Ouro Preto em Minas Gerais.
c) O que cada um sente ao ver essa imagem?
d) Essa construção foi erguida na década de 1780. O que ela representava para a população local naquele momento?
e) Na sua opinião, o que justifica a localização destacada da Casa da Câmara?
1- O professor entrega o texto abaixo solicitando a leitura do mesmo.
O século XVIII foi caracterizado pelo brutal aumento da exploração portuguesa sobre sua colônia na América. Apesar de o Brasil sempre ter sido uma colônia de exploração, ou seja, ter servido aos interesses econômicos de Portugal, durante o século XVIII, a nação portuguesa conheceu uma maior decadência econômica, entendido principalmente pelos déficit crescentes frente a Inglaterra, levando-a a aumentar a exploração sobre suas áreas coloniais e utilizando para isso uma nova forma de organização do próprio Estado, influenciado pelo avanço das idéias iluministas, que convencionou-se chamar "Despotismo Esclarecido"(1)Nesse sentido, a política pombalina para o Brasil, normalmente vista como mais racional, representou na prática uma exploração mais racional, com a organização das Companhias de Comércio monopolistas, que atuaram em diversas regiões do Brasil.Em Minas Gerais, especificamente, que se constituía na mais importante região aurífera e diamantífera brasileira, o peso da espoliação lusitana se fazia sentir com maior intensidade.A exploração de diamantes era monopolizada pela Coroa desde 1731, que demarcara a região, proibindo o ingresso de particulares em tal atividade. Ao mesmo tempo, as jazidas da região aurífera se esgotavam com muita rapidez, em parte por ser o ouro de Aluvião, em parte pelas técnicas precárias que eram empregadas na atividade e esse esgotamento refletia-se na redução dos tributos pagos a Coroa, fixado em "Um Quinto", portanto vinculado à produção. Para a Coroa, no entanto, a redução no pagamento de impostos devia-se a fraude e ao contrabando e isso explica a mudança na política tributária: Em 1750, o quinto foi substituído por um sistema de cota fixa, definido em 100 arrobas por ano (1500 Kg). Como a produção do ouro continuava a diminuir, tornou-se comum o não pagamento completo do tributo e a cada ano a dívida tendeu a aumentar e a Coroa resolveu, em 1763, instituir a Derrama. Não era um novo imposto, mas a cobrança da diferença em relação à aquilo que deveria ter sido pago. Essa cobrança era arbitrária e executada com extrema violência pelas autoridades portuguesas no Brasil, gerando não apenas um problema financeira, mas o aumento da revolta contra a situação de dominação.Soma-se a isso as dificuldades dos mineradores em importar produtos essenciais como ferro, aço e mesmo escravos, produtos esses que tinham seus preços elevados constantemente. Um dos principais exemplos dessa situação foi o "Alvará de proibição Industrial" baixado em 1785 por D. Maria I, a louca, que proibia a existência de manufaturas no Brasil. Os efeitos do alvará foram particularmente desastrosos para a população interiorana, que costumava abastecer-se de tecidos, calçados e outros gêneros nas pequenas oficinas locais ou mesmo domésticas e que, a partir daí, dependeria das tropas que traziam do litoral os produtos importados, por preços muito elevados e em quantidade nem sempre suficiente.
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=275
Definição(1)
O despotismo esclarecido é um conceito político que está dentro do contexto das monarquias absolutistas e que pertence aos sistemas de governo do Antigo regime europeu (séculos XVI ao XVIII).
Alguns monarcas seguidores desta doutrina continuaram a governar suas nações de forma absolutista, concentrando poder, porém, adotaram algumas idéias do iluminismo. Desta forma, passaram a ser chamados de déspotas esclarecidos.
http://www.suapesquisa.com/o_que_e/despotismo_esclarecidhtm
2- Em seguida, o professor propõe uma nova leitura do texto, analisando frase por frase onde há uma palavra de sentido desconhecido. Nesse momento a ênfase é a construção do sentido da palavra no contexto onde ela foi usada.
3- Após a segunda leitura, o professor propõe que a turma retome as perguntas elaboradas na primeira atividade dessa aula com o objetivo de buscar as respostas para os questionamentos da turma.
OBS: Caso alguma pergunta tenha sido respondida pelo texto, o professor propõe que coletivamente elaborem a resposta da mesma. Caso contrário, essas questões serão retomadas posteriormente.
3- Com o objetivo de fazer com que os alunos compreendam melhor o conteúdo do texto, o professor propõe uma discussão a partir das questões:
a) O que ocorreu na Colônia no século XVIII?
b) Segundo o texto, qual foi a causa do brutal aumento da exploração portuguesa sobre sua colônia na América?
c) O que é "Despotismo Esclarecido" ?
d) O que explica o fato da espoliação lusitana ter sido mais intensa na região das Minas Gerais?
e) A maneira como era explorado o diamante e o que ocorreu na região aurífera foram determinantes para a mudança da política tributária da Coroa Portuguesa. Explique o que ocorreu.
f) O que foi a “Derrama”?
g) De acordo com o texto, quais foram as conseqüências da derrama?
h) O que foi o "Alvará de proibição Industrial" e que conseqüência a sua criação trouxe para a população interiorana da colônia?
1- O professor entrega um trecho da poesia de Cecília Meireles, solicitando que façam a leitura do mesmo.
Através de grossas portas,
sentem-se luzes acesas,
— e há indagações minuciosas
dentro das casas fronteiras:
olhos colados aos vidros,
mulheres e homens à espreita,
caras disformes de insônia,
vigiando as ações alheias.
Pelas gretas das janelas,
pelas frestas das esteiras,
agudas setas atiram
a inveja e a maledicência.
Palavras conjeturadas
oscilam no ar de surpresas,
como peludas aranhas
na gosma das teias densas,
rápidas e envenenadas,
engenhosas, sorrateiras.
Atrás de portas fechadas,
à luz de velas acesas,
brilham fardas e casacas,
junto com batinas pretas.
E há finas mãos pensativas,
entre galões, sedas, rendas,
e há grossas mãos vigorosas,
de unhas fortes, duras veias,
e há mãos de púlpito e altares,
de Evangelhos, cruzes, bênçãos.
Uns são reinóis, uns, mazombos;
e pensam de mil maneiras;
mas citam Vergílio e Horácio,
e refletem, e argumentam,
falam de minas e impostos,
de lavras e de fazendas,
de ministros e rainhas
e das colônias inglesas.
Atrás de portas fechadas,
à luz de velas acesas,
uns sugerem, uns recusam,
uns ouvem, uns aconselham.
Se a derrama for lançada,
há levante, com certeza.
Corre-se por essas ruas?
Corta-se alguma cabeça?
Do cimo de alguma escada,
profere-se alguma arenga?
Que bandeira se desdobra?
Com que figura ou legenda?
Coisas da Maçonaria,
do Paganismo ou da Igreja?
A Santíssima Trindade?
Um gênio a quebrar algemas?
Atrás de portas fechadas,
à luz de velas acesas,
entre sigilo e espionagem,
acontece a Inconfidência.
E diz o Vigário ao Poeta:
"Escreva-me aquela letra
do versinho de Vergílio..."
E dá-lhe o papel e a pena.
E diz o Poeta ao Vigário,
com dramática prudência:
"Tenha meus dedos cortados
antes que tal verso escrevam..."
LIBERDADE, AINDA QUE TARDE,
ouve-se em redor da mesa.
E a bandeira já está viva,
e sobe, na noite imensa.
E os seus tristes inventores
já são réus — pois se atreveram
a falar em Liberdade
(que ninguém sabe o que seja).
(Trecho extraído do livro "Romanceiro da Inconfidência", Editora Letras e Artes - Rio de Janeiro, 1965, pág. 70)
http://dainty-42.spaces.live.com/blog/cns!18F0053ED92D1BE5!1707.entry
2- Após a leitura, o professor propõe que os alunos representem, através de um desenho, o que cada um entendeu/sentiu com a poesia.
3- O professor socializa os desenhos, ouve os alunos e faz os comentários necessários.
4- O professor propõe uma interpretação do texto a partir das questões:
a) Com a poesia é possível responder alguma questão das que foram formuladas na primeira atividade dessa aula?
b) O que podemos entender quando a autora utiliza a expressão: “Através de grossas portas”?
c) Que fato histórico é retratado nessa poesia?
d) Que sentimentos o texto nos inspira?
e) Lendo o trecho abaixo , qual sentimento vem à sua memória?
a inveja e a maledicência.
Palavras conjeturadas
oscilam no ar de surpresas,
como peludas aranhas
na gosma das teias densas,
rápidas e envenenadas,
engenhosas, sorrateiras.
f) Identifique, no texto, o trecho que se refere à condição social das pessoas participantes do movimento.
g) Comente sobre o estado de espírito dos inconfidentes.
h) Com a citação de Vergilio e Horácio, que são autores clássicos, nós podemos concluir que os inconfidentes eram intelectuais?
i) Você já ouviu a frase: “ LIBERDADE, AINDA QUE TARDE”? O que ela significa?
j) O fato histórico retratado na poesia, teria uma reivindicação de independência política? Que parte do poema nos leva a esta conclusão?
OBS: Sugerimos que seria interessante um trabalho com o professor de Português dando um suporte sobre a obra literária de Cecília Meirelles. Com o professor de Educação Artística, o professor propõe a apresentação de uma dramatização do poema ,trabalho que poderá ser apresentado na escola como culminância dos estudos sobre A Inconfidência Mineira. É interessante que o professor esclareça para os alunos que , durante o processo colonizador, ocorreram rebeliões de caráter reivindicatório pleiteando interesses específicos de grupos envolvidos ,mas que não colocavam em questão a separação política entre a metrópole e a colônia. Eram os movimentos nativistas que tiveram grande significado na história da colônia. Outros movimentos se caracterizaram por objetivos claros de rompimento embora apresentassem reivindicações específicas.
1- O professor informa aos alunos que: a Inconfidência Mineira, foi o primeiro movimento social de caráter republicano em nossa história, mas não foi o único.Em 1798, na Bahia, foram distribuídos e espalhados vários folhetos com dizeres revolucionários. Após essa informação, o professor entrega os dois textos abaixo e solicita que se faça a leitura dos mesmos.
http://www.brasilcultura.com.br/historia/a-revolta-dos-alfaiates-ou-dos-buzios-historia/
2- Em seguida, propõe uma discussão a partir das questões:
a) Qual é a mensagem dos panfletos?
b) A quem eram direcionadas as mensagens?
c) Comparando a poesia e os panfletos, que semelhanças e diferenças podemos apontar entre as mensagens dos dois textos?
3- O professor organiza em grupos para que cada um responda as questões abaixo:
a- O que já sabemos sobre a Conjuração Baiana?
b_ O que queremos sobre a Conjuração Baiana?
4- O professor socializa as respostas do quadro e propõe que o grupo se organize para a pesquisa, a partir das orientações abaixo:
a) O que vamos pesquisar?
b) Onde vamos pesquisar?
c) Como comunicaremos as informações da nossa pesquisa?
5- O professor disponibiliza os endereços abaixo e combina com a turma o dia da apresentação das informações colhidas na pesquisa:
http://plahistoriapro.blogspot.com/2010/06/texto-1-em-agosto-de-1798-comecam.html
http://auloesunijorge.com.br/2010/05/08/conjuracao-baiana/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Conjura%C3%A7%C3%A3o_baiana
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/conjuracao-baiana/conjuracao-baiana-1.php
1- No dia combinado, o professor socializa as informações da pesquisa, faz os comentários necessários e propõe que ,coletivamente ,elaborem um painel comparativo entre a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana.
2- O professor retoma as perguntas elaboradas na primeira atividade dessa aula e que não foram respondidas no decorrer da mesma, propondo que busquem respondê-las coletivamente.
3- O professor organiza a turma em grupos e propõe que cada um, utilizando desenhos, gravuras, escritas , representem as idéias assimiladas com os estudos dessa aula montando um painel.
4- O professor socializa as produções dos alunos e faz os comentários necessários.
Seu aspecto externo é imponente e de grande elegância, com uma fachada simétrica de dois pisos com elementos destacados em cantaria, e um corpo construído sobre um pódio elevado. A escadaria da frente, com uma fonte em pedra lavrada, conduz à entrada principal, com duasportas inseridas em um pórtico com colunas jônicas que se eleva até o pavimento superior, onde é coroado por um frontão triangular com o brasão real em relevo inscrito, e que continua para cima na torre sineira, onde há um relógio. As aberturas são todas semelhantes, com molduras em pedra e arremate em arco, embora no piso superior tenham sacadas com gradis de ferro trabalhado. Acima do conjunto corre uma balaustrada, com estátuas decorativas nas extremidades.
A avaliação é processual e contínua, devendo ser realizada oral e coletivamente, enfocando a dinâmica do grupo, identificando avanços e dificuldades.O desempenho dos alunos durante a aula, a realização das tarefas propostas, a produção do texto coletivo, as entrevistas, a análise dos dados coletados, a confecção do mural, as observações e intervenções do professor, a auto-avaliação do professor e do aluno serão elementos essenciais para verificar se as competências previstas para a aula foram ou não desenvolvidas pelos alunos.
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