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Leitura e produção textual: um estudo de reportagens e textos literários

 

04/01/2011

Autor e Coautor(es)
ANA GRAZIELA CABRAL
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BELO HORIZONTE - MG ESCOLA DE EDUCACAO BASICA E PROFISSIONAL DA UFMG - CENTRO PEDAGOGICO

Edna Maria Santana Magalhães

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Língua Portuguesa Linguagem escrita: leitura e produção de textos
Ensino Médio Língua Portuguesa Gêneros discursivos e textuais: narrativo, argumentativo, descritivo, injuntivo, dialogal
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de produção de textos orais e escritos
Ensino Médio Língua Portuguesa Produção, leitura, análise e reflexão sobre linguagens
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Língua Portuguesa Leitura e escrita de texto
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  1. Relacionar a narrativa ficcional “Nhola dos anjos e a cheia do Corumbá” à enchentes reais do cenário nacional;
  2. Avaliar reportagens que tratam de casos de enchentes, fazendo distinções entre o texto literário e informativo;
  3. Desenvolver a capacidade crítica, de análise, de reflexão e de trabalho colaborativo para situações de emergência em caso de enchentes.
  4. Ampliar o universo literário e relacioná-lo ao contexto sociocultural de produção da obra literária.
  5. Produzir textos a partir do tema estudado.
Duração das atividades
5 aulas de 50 minutos cada
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Professor, é fundamental que para o bom andamento dessa sequência de aulas, os alunos tenham conhecimento sobre a escrita de um texto dissertativo-argumentativo. Por isso, caso você ainda não tenha explorado esse estilo de produção de uma forma satisfatória, é fundamental que isso seja feito antes que se dê início a essa sequência didática.

Estratégias e recursos da aula

1ª AULA

Caro professor, para dar início a essa sequência de aulas será necessário um data-show para exibir um pequeno vídeo aos alunos. Eis o link abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=8CyLTuN4k_0 – acesso em 24/09/2010.  

Explique que o vídeo que eles assistirão se refere a uma montagem feita pelo diretor de cinema Ademir Di Paula, reunindo imagens muito bem capturadas das enchentes que assolaram Pernambuco e Alagoas em junho de 2010. Ele se chama Flagrante das enchentes em Pernambuco e Alagoas. Antes de exibir o vídeo, peça que os alunos prestem bem atenção ao apelo que ele faz, à reflexão que ele propõe. Já sugira que eles notem se ele é um filme informativo, um documentário ou qual outra função ele pode ter.

Tendo assistido ao vídeo, reúna a turma em círculo e deixe-os falar sobre suas sensações em relação a ele. É importante que a discussão seja tratada de forma que os alunos percebam que a montagem das imagens feita por Ademir Di Paula tem o intuito de despertar sensações estéticas, sentimentos de pena, assombramento e sensibilização por parte dos espectadores. Portanto, essas cenas não valem meramente como instrumentos de transmissão de uma informação, mas elas ganham certo valor estético, por terem sido agrupadas para causar tais sensações.

Ainda sobre o vídeo, você, professor, pode sugerir os seguintes questionamentos:

Quais os recursos utilizados pelo diretor, além das cenas, para causar esse efeito de sensibilização estética?

Os alunos devem mencionar o título apelativo grafado logo no início do vídeo; a melodia de fundo atribuída a ele; os recortes feitos, de forma a causar mais impacto no expectador, em que se apresentam as cenas mais fortes, bem como o acréscimo de algumas cenas que são perceptivelmente fabricadas para serem inseridas no contexto das enchentes, enfatizando a noção de catástrofe;

Qual é, segundo a apresentação mostrada no início do vídeo, a intenção de produção do mesmo?

Os alunos devem se atentar para a informação de que o vídeo fora produzido a fim de sensibilizar as pessoas que não participaram da catástrofe em Pernambuco, para que essas queiram ajudar os flagelados.   

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2ª AULA

 

Tendo por base a última pergunta feita, professor, você acrescentará outro suporte para que os alunos analisem. Entregue a eles cópias xerografadas de uma reportagem do jornal O Globo, cujo título é: Enchentes em Alagoas e Pernambuco matam mais de 40. Eis o link de acesso abaixo:

http://oglobo.globo.com/pais/mat/2010/06/22/enchentes-em-alagoas-pernambuco-matam-mais-de-40-916946865.asp - acesso em 24/09/2010.   

A primeira prática é comparar o texto jornalístico com o vídeo assistido anteriormente por eles.

O que há em comum entre esses dois suportes além da temática?

Os alunos devem notar que o texto jornalístico lido, diferentemente do vídeo, tem como única função informar aos leitores do jornal O Globo sobre a enchente ocorrida. Não se pretende convencer, nem comover ou chamar a atenção, como no caso do vídeo. Embora isso, eles podem mencionar que ambos os suportes apresentam uma linguagem apelativa, no sentido de querer prender a atenção do espectador ou leitor.

Nessa discussão, estimule que os alunos percebam outros pontos que são típicos de um texto jornalístico. A apresentação de estatísticas que comprovem os fatos; a noção de que o fato aconteceu em um momento cronológico muito próximo da escrita do texto, para dar a ideia de agilidade na transmissão da notícia; a concisão e objetividade transmitida pelo título, bem como por todo o texto, com a finalidade de que a ideia seja compreendida pelo leitor da forma mais clara possível.

Agora, após a leitura da reportagem, eles receberão um texto literário com a temática de enchentes. Explique que, embora o texto que eles lerão agora tenha uma temática igual ao lido anteriormente, esse novo texto tem por característica ser um texto literário. Assim sendo, a história contatada, por mais que se aproxime da realidade das pessoas que enfrentaram uma enchente, apresenta elementos que são agregados ao texto com a intenção de comover, de causar um efeito estético, assim como no caso do vídeo assistido.

Como estratégia de leitura desse conto, escolha alguns alunos para que possam representar o narrador e os três personagens do conto, para que façam uma leitura diferenciada do mesmo. Isso ajudará a turma a notar os efeitos construídos pelo autor do conto em relação à linguagem nele empregada.

Eis o link do conto:

Nhola dos anjos

http://www.releituras.com/belis_nhola.asp - acesso em 24/09/2010.    

 

Agora, professor, tendo por base o conto lido, pergunte:

As sensações pessoais das personagens, sua agonia e medo diante da enchente, são descritas pelo narrador do texto apenas com um caráter informativo, para que o leitor seja informado do que acontece nas cenas descritas?

Os alunos devem notar que ao transmitir as falas dos personagens, apresentar os fatos num crescente da sua agonia, assim como o rio crescia sobre eles, Bernardo Élis queria muito mais do que informa um fato real, acontecido, mas tinha como objetivo construir um breve diagnóstico das sensações da população ribeirinha sitiada pela enchente. A construção desse relato mais psicológico e íntimo das personagens, que desconsidera a verdade e leva em conta apenas a verossimilhança, é comum em textos de cunho literário.

Agora, professor, peça aos alunos que façam no caderno uma lista de outras características que são típicas de um texto literário e que não poderiam aparecer em um texto de cunho jornalístico.

Eles deverão observar a apresentação de diálogos em discurso direto; o uso da linguagem não padrão, aproximando-se da linguagem oral, como em “Ocê bota a gente hoje em riba do jirau, viu?”; a detalhada descrição do ambiente, como se ele estivesse intimamente ligado às características psicológicas dos personagens, entre outras características.    

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3ª AULA

 

  Nessa aula, professor, os alunos analisarão algumas charges. Elas podem ser encontradas no link abaixo:

http://sosriosdobrasil.blogspot.com/2009/11/no-protesto-dos-chargistas-o-grito-dos.html - acesso em 24/09/2010 - Veja algumas charges: 

 

 

Entregue a cada aluno uma folha com as charges acima impressas. Abaixo de cada charge deve ser fornecido um espaço para que o aluno explique os efeitos irônicos que são sugeridos, a partir da temática das enchentes. Deixe claro aos alunos que eles não deverão apenas narrar o que ocorre na charge. Eles deverão mostrar perspicácia ao apontar os elementos irônicos que constroem o sentido da mesma.    

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4ª AULA

 

Professor, agora divida a turma em três equipes.  Será desenvolvida a seguinte dinâmica: cada equipe receberá um determinado tema para desenvolver um tipo textual a respeito. Sugere-se como tema, algo que se relacione a algum desastre da natureza, como uma grande seca em uma determinada região do país, uma chuva de granizo muito forte que tenha atingido alguma cidade e causado grandes danos, ou uma forte geada que, da mesma forma, tenha causado grandes prejuízos.

Distribuídos os temas, faça um sorteio entre os grupos de forma que cada um saia com uma missão: um grupo terá que construir diferentes tirinhas a partir do seu tema; o outro escreverá um conto; o último fará um texto jornalístico, informando a população sobre o ocorrido. Portanto, uma equipe terá que fazer um texto informativo, a outra um literário e a última terá que explorar os recursos que a charge oferece, associando o uso de imagens à ironia.

Destine essa aula inteira para a produção dos textos e fique de prontidão para fornecer orientações quanto a sua escrita. Quando as produções estiverem prontas, revise-as e deixe que os alunos façam as correções que forem necessárias no texto, até que ele fique bom.   

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5ª AULA    

 

Essa última aula será dedicada à apresentação dos textos dos alunos. Cada equipe deverá ler, exibindo em data-show, as suas produções. Abra espaço para que os colegas que estivem ouvindo deem sugestões sobre possíveis modificações no texto dos colegas.

Após as modificações finais nos textos, deverá ser montado um painel na escola para se afixar as produções finais. Elas também podem ser disponibilizadas no site da escola.

Ainda para fechar esse tema, peça aos alunos que produzam um texto dissetartivo-argumentativo tendo como base as seguintes especificações:

Eles deverão escrever, a partir de uma reflexão sobre tudo o que foi trabalhado nessa sequência de aulas, pensando em que medida situações extremas, como uma grande enchente, podem despertar, ao mesmo tempo, tanto sentimentos de solidariedade, quanto de egoísmo humano. Poderão pensar nas mobilizações que resultam em grandes doações de alimentos e roupas para os desabrigados da chuva, em confronto com a cena de Nhola dos Anjos e a Cheia do Corumbá, em que Quelemente chuta o rosto da própria mãe para que ela morra afogada, ao invés dele, numa atitude de sobrevivência.

Após a revisão e reescrita do texto, os próprios alunos podem fazer uma escolha dos cinco melhores textos. Então, monte uma comissão de professores na escola, para que eles escolham o melhor texto, que deve ser divulgado no jornal e/ou blog da escola. Os demais textos também podem ganhar visibilidade em um mural ou painel exibido no pátio.

Recursos Complementares

A fim de contextualizar a produção do conto Nhola dos anjos e a cheia do Corumbá, é interessante mostrar aos alunos a biografia de Bernardo Élis, levando-os a entender seus traços regionalistas e sua ligação com Corumbá.

Encontre a biografia em http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=354&sid=90 – acesso em 24/09/2010. 

Avaliação

Professor, essa sequência didática permite que se faça uma avaliação acerca da capacidade de produção escrita dos alunos. Observe se eles internalizaram as noções que diferenciam um texto jornalístico – informativo – de um literário. Note, em relação aos alunos que produziram charges, se eles conseguiram construir efeitos irônicos ou frases de duplo sentido, em relação à temática de enchentes. Perceba, ainda, a coerência dos argumentos que apresentaram, quando da escrita do texto dissertativo-argumentativo. A partir desse texto, será possível avaliar se os objetivos dessa proposta didática foram realmente atingidos.

Por último, peça aos alunos que expressem, por escrito ou oralmente, o seu nível de satisfação em relação ao formato com que essa proposta de aula foi desenvolvida. Deixe espaço para que ele deem sugestões e façam críticas, pois o olhar dos alunos é muito importante para o sucesso da proposta de construção do conhecimento. É indispensável ouvi-los.  

Opinião de quem acessou

Quatro estrelas 5 classificações

  • Cinco estrelas 3/5 - 60%
  • Quatro estrelas 1/5 - 20%
  • Três estrelas 1/5 - 20%
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  • Uma estrela 0/5 - 0%

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Opiniões

  • Lusinete Pereira, EREM Monsenhor Landelino , Pernambuco - disse:
    lusinetj@hotmail.com

    22/07/2012

    Cinco estrelas

    Amei o encadeamento das atividades propostas. Bastante clara, definida e muito motivadora.


  • ROSANGELA GALANTE, SESI , São Paulo - disse:
    rogalante@hotmail.com

    29/01/2012

    Quatro estrelas

    Aula bastante interativa e que trabalha com diferentes gêneros textuais, ajudando o aluno a perceber a diferença entre texto literário e não literário.


  • Maria de Fátima Rodrigues Ferreira, E.E.F.M IRMÃO URBANO GONZALEZ RODRIGUEZ , Ceará - disse:
    fatima.rodrigues.ferreira@hotmail.com

    10/05/2011

    Cinco estrelas

    A aula de nº 03 é excelente! Ministrei-a para minha turma de 9º ano e foi super-divertido! Os alunos interagiram de forma dinâmica. Fizeram a interpretação textual escrita referente a cada charge com facilidade, total segurança e eficiência.


  • maria da penha, EE"Mario Sales Souto, Engº" , São Paulo - disse:
    liviatadei@terra.com.br

    10/03/2011

    Cinco estrelas

    Ótimo! Parabéns! Pena que anteriormente, não foi enviada a avaliação correta. PARABÉNS !!!!!!!


  • maria da penha, EE"Mario Sales Souto,Engº" , São Paulo - disse:
    liviatadei@terra.com.br

    10/03/2011

    Três estrelas

    Muito bom trabalho. A sequência do trabalho permite de modo claro o compreender e o desenvolver das habilidades de ler e interpretar que se espera do aluno. Gostei. Parabéns!


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