1. Compreender a relação entre a liberdade de ensinar e a liberdade de aprender.

2. Reconhecer a importância da liberdade de pensar, expressar e agir por parte de professores e alunos no processo de ensinar e de aprender.    

3. Listar e analisar aspectos favoráveis e desfavoráveis à liberdade de aprender na sala de aula e em outros espaços da escola

É facilitador para o desenvolvimento da aula que os alunos tenham conhecimentos básicos de leitura, interpretação e escrita.

Comentários iniciais para o professor: 

A ação educativa supõe a presença de professores e alunos, que interagem nas mais diversas situações do cotidiano escolar, influenciando uns aos outros. O ato de aprender pressupõe a relação com outra pessoa - a que ensina-, e esta, ao ensinar, aprende com o aluno.  No processo ensino-aprendizagem, as relações que se estabelecem entre professores e alunos podem ser ou não facilitadoras para o aprender, uma vez que este processo implica em não só ensinar algo para alguém, mas também reconhecer a importância dos vínculos afetivos; da forma como são apresentados os conteúdos e como são assimilados e construídos pelos alunos; da  liberdade, tanto por parte dos professores como dos alunos, de pensar, expressar, perguntar, escolher, tomar decisões e agir no contexto escolar e em outros espaços sociais. Nesse sentido, na educação contemporânea, o professor deve ser mediador e desafiador da aprendizagem, trabalhando com as diferenças, reconhecendo as potencialidades dos alunos e valorizando suas atitudes de questionar, sugerir, fazer descobertas, construir e reconstruir conhecimentos de forma dialógica e problematizadora.

Atividade 1:   

Para o desenvolvimento desta atividade, seria interessante contar com a participação do professor de Língua Portuguesa, no sentido de colaborar com os momentos destinados à leitura, interpretação e produção de textos. Ele poderá também criar outros momentos para trabalhar com diferentes gêneros discursivos relacionados ao tema. A participação do professor de Artes será bem-vinda, fornecendo recursos e técnicas variadas referentes às produções artísticas. O professor de Filosofia poderá contribuir com as discussões, ampliando o debate em uma perspectiva filosófica. Os professores de outras áreas do conhecimento poderão também sugerir atividades relacionadas à temática proposta, como diagnóstico para o seu saber-fazer pedagógico e possíveis ações de intervenção com os alunos.   

Inicie a aula apresentando aos alunos a imagem 1 e pergunte: Para vocês, o que significa a expressão “Agir como um carneirinho?”.   

Imagem 1:   

Fonte: http://3.bp.blogspot.com/_SJt_ZUMnL40/SlwWCEoQJMI/AAAAAAAAAQ8/oUekELnB2MQ/s320/carneirinho.jpg    

Após ouvir o que os alunos têm a dizer, mostre a imagem 2 e coloque a questão: “ O que significa ser livre como um pássaro?”. Comente sobre as ideias trazidas pelos alunos.   

Imagem 2:   

Fonte: http://1.bp.blogspot.com/_R152rgBjIHU/S_8IihRhSrI/AAAAAAAAAQ4/DfIvegVlRdo/s1600/p%C3%A1ssaros%2Bvoando.jpg    

Na sequência, os alunos deverão estabelecer relações entre as imagens e as perguntas feitas pelo professor em relação à liberdade de aprender no contexto escolar.

Sugestões de perguntas:   

A ideia de ser dócil, obediente, submisso e conformado em relação ao que se aprende na escola está associada a que animal? Por quê? Atitudes de falar o que pensa, poder voar na imaginação, fazer escolhas, trocar opiniões, pesquisar assuntos de seu interesse remetem à imagem de qual animal? Por quê? Relatem situações de aprendizagem vividas na sala de aula ou em outros espaços da escola, em que vocês se identificam mais com os carneirinhos e depois, com os pássaros. Reconhecem situações em que vocês se sentem ora agindo como carneirinhos ora como pássaros?   

Dando continuidade, convide os alunos para assistir ao vídeo “Quando a escola é de vidro”, de Ruth Rocha, disponível no link http://www.youtube.com/watch?v=ie5djQpXFhg&feature=related acompanhando com atenção a leitura feita pelo professor.    

A seguir, abra espaço aos alunos para que comentem o que sentiram e pensaram a partir do vídeo exibido. Problematize ainda, com as questões sugeridas: Qual a intenção da autora ao criar uma história em que os alunos aparecem colocados dentro de vidros na escola? Como vocês imaginam que se sentem estes alunos da história, limitados em seu poder de comunicar, movimentar e interagir com os outros? Por que será que os alunos da história só respiram “direito” no recreio e nas aulas de Educação Física? Como os educadores da história agiam com os alunos que reclamavam, se rebelavam? Vocês identificam os momentos em que os alunos da escola de vidro agiram como carneirinhos? E como pássaros?   

Prosseguindo, solicite aos alunos que se organizem em grupos. A metade dos grupos deverá receber uma folha com a instrução: Representar, por meio de desenho ou colagem, uma “escola de vidro” imaginária, escrevendo uma história sobre ela. A outra metade, receberá a instrução para representar uma escola em que não se usa vidro para colocar os alunos. Para as suas produções artísticas e de escrita, os alunos poderão considerar os seguintes aspectos: relação entre os alunos, entre os professores e os alunos, como os professores ensinam, como os alunos aprendem, como os alunos são avaliados, como a escola lida com atitudes de questionamento e indisciplina dos alunos, dentre outros. Para este momento, disponibilize materiais diversos a serem utilizados pelos alunos. Cada grupo socializará as suas produções – representação artística e texto -, para os colegas.   

Na sequência, o professor e os alunos deverão elaborar sínteses, por escrito, referentes aos aspectos predominantes e que caracterizam uma “escola de vidro” e uma “escola que não é de vidro”. Neste momento, o professor poderá ressaltar que a liberdade de ensinar e de aprender estão intimamente relacionadas, sendo importante tanto para o professor quanto para o aluno, a liberdade de pensar, de expressar, fazer escolhas, tomar decisões e agir nas várias situações de ensinar e aprender no cotidiano escolar.   

Posteriormente, poderão escolher as produções artísticas que melhor representam as sínteses relativas aos dois tipos de escolas, podendo afixá-las no mural da escola.

Atividade 2:   

Para instigar o debate com os alunos sobre os aspectos favoráveis e desfavoráveis à liberdade de aprender, apresente o vídeo “Aprender a aprender”, acessando o link http://www.youtube.com/watch?v=Pz4vQM_EmzI&feature=related   

Logo após, promova uma conversa com a turma e escute as opiniões, os comentários, as ideias relacionadas ao que assistiram. Para incrementar a discussão, aborde com os alunos algumas questões problematizadoras a partir do vídeo: Para aprender, para realizar algo, é preciso acreditar que se é capaz; é necessário ser persistente e aprender com os “erros”; estabelecer uma relação de afetividade, de amorosidade com o objeto de conhecimento e com o professor; é preciso contar com a colaboração de um professor que seja, ao mesmo tempo, desafiador e facilitador da aprendizagem (fazer junto e não pelos alunos); é preciso que o professor acredite na capacidade de aprender dos alunos, respeitando os diferentes interesses e ritmos de aprendizagem das crianças, dentre outros.   

Dando prosseguimento, solicite aos alunos que formem duplas e listem os aspectos que consideram facilitadores e os que dificultam o aprender na sala de aula e em outros espaços da escola. Com base nos vídeos apresentados e nas discussões realizadas, cada dupla deverá analisar os aspectos listados.   

A seguir, compartilhar as análises realizadas com toda a turma. Em relação aos aspectos desfavoráveis, estes deverão ser analisados na perspectiva de formular proposições criativas que visem transformações, mudanças, por parte de alunos, professores e da própria instituição escolar.

O trabalho desenvolvido com os alunos poderá ser o ponto de partida para a realização de encontros envolvendo toda a comunidade escolar, de forma que a escola se torne verdadeiramente um espaço democrático e participativo.  

Para exemplificar uma ação participativa do fazer pedagógico, acesse o link http://www.youtube.com/watch?v=F2uMHUHleM4 “Escola Arte Vida”.   

Atividade 3:   

Criando e Modelando...   

Inicie a atividade, com os alunos em pé, organizados em círculo. Em seguida, coloque uma música suave e peça que um de cada vez, expresse com o corpo o que para ele significa aprender com liberdade.   

Prosseguindo, ainda ao som da música, solicite que cada aluno complete, por escrito, a seguinte frase registrada na lousa pelo professor: “Para mim, aprender com liberdade é...”

Após o momento de escrita, distribua uma determinada quantidade de argila a cada aluno, para que crie e modele um símbolo que para ele represente a liberdade de aprender na escola.   

O professor de Educação Artística poderá participar deste momento, fornecendo as orientações necessárias ao trabalho com argila.   

Em seguida, com os alunos sentados em círculo, peça que um de cada vez mostre a sua “obra” aos colegas, colocando-a no centro da roda e comentando sobre a relação do símbolo escolhido com a liberdade de aprender.   

Logo após, solicite aos alunos que escolham um dos símbolos para representar o que significa a liberdade de aprender para todo o grupo. Este símbolo escolhido pela turma deverá ser fotografado.

As “obras” produzidas com argila, juntamente com a foto do símbolo do grupo, poderão ser expostas em um local apropriado da escola, com os devidos esclarecimentos acerca da atividade realizada, a fim de possibilitar a socialização do trabalho desenvolvido com toda a comunidade escolar.

Professor, para seu conhecimento sugerimos abaixo alguns textos/vídeos sobre o assunto, disponíveis nos links:

http://www.kplus.com.br/materia.asp?co=136&rv=Direito  Como garantir a liberdade de ensinar na escola  

http://www.artigonal.com/educacao-artigos/educacao-para-a-submissao-na-escola-1279158.html  Educação para a submissão na escola    

http://ondajovem.terra.com.br/dowloads/pesquisa01.pdf  “Escolas: gaiolas ou asas”    

http://vivencionismo.com.br/?p=36  Porque dar a liberdade de escolha ao aluno é essencial (e não cruel)  

http://www.youtube.com/watch?v=DgBPEnkL1fI&feature=related  Tarefa do professor - Rubem Alves    

Também sugerimos livros de histórias relacionados ao tema que poderão ser utilizados com os alunos:  

http://www.angela.amorepaz.nom.br/apipaeaflor.htm  A pipa e a flor, de Rubem Alves.      

STRAUSZ, R. A. Um nó na cabeça. Editora Salamandra, 1998.

ROCHA, Ruth. A menina que aprendeu a voar. Editora Salamandra.

A avaliação deverá ser contínua, processual e diagnóstica durante todo o desenvolvimento da aula: acompanhar e avaliar os alunos nas diferentes etapas do processo de aprendizagem, compreender as estratégias utilizadas por eles na construção do conhecimento e organizar formas de intervenção adequadas às reais necessidades dos alunos e que possibilitem avanços cognitivos.   

Auto-avaliação dos alunos (oral ou por escrito): Participação individual e grupal nos diferentes momentos da aula propostos pelo professor.      

Avaliação dos alunos pelo professor: Respeito aos momentos de fala e de escuta e às opiniões dos colegas. Envolvimento e participação dos alunos nas atividades propostas. Avaliar se os alunos conseguiram: compreender a relação entre a liberdade de ensinar e a liberdade de aprender; reconhecer a importância da liberdade de pensar, expressar e agir por parte de professores e alunos no processo de ensinar e de aprender; listar e analisar aspectos favoráveis e desfavoráveis à liberdade de aprender na sala de aula e em outros espaços da escola; realizar produções artísticas e de escritas de forma crítica e criativa.