05/10/2010
LUCIANNA RIBEIRO DE LIMA; GLÁUCIA COSTA ABDALA DINIZ; FÁTIMA REZENDE NAVES DIAS
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
---|---|---|
Ensino Fundamental Inicial | Ética | Diálogo |
Ensino Fundamental Inicial | Ética | Respeito mútuo |
Ensino Fundamental Inicial | Ética | Justiça |
Ensino Fundamental Inicial | Ética | Solidariedade |
1)Identificar músicas que contribuem com a promoção da cidadania.
2)Analisar as contribuições da música em relação às denúncias sobre injustiças presentes na sociedade.
3)Perceber o poder da música na interação e integração entre as pessoas.
Não são necessários conhecimentos prévios
Professor/a sugere-se que essa aula seja trabalhada com alunos/as a partir de 10 anos em virtude do tema e recursos utilizados. Sugere-se, ainda, que as atividades sejam desenvolvidas de forma interdisciplinar, contando com a participação de várias áreas de conhecimento, como História, Geografia, Língua Portuguesa, Artes, dentre outras.
1º Momento: Professor/a, para iniciar sua aula registre na lousa a seguinte palavra: NIDACIADA:
2º Momento: Pergunte aos/as alunos/as: Quem sabe o que está escrito? Que palavra podemos formar com essas letras embaralhadas? Qual o significado dessa palavra?
3º Momento: Após a tentativa dos alunos de descoberta da palavra e caso eles apontem CIDADANIA, refaça a pergunta e complemente:
1) O que você entende por cidadania?
2) O que é ser cidadão?
3) Qual a origem da palavra cidadão?
4º Momento:
Solicite aos/as alunos/as que procurem no dicionário impresso ou on-line as respostas para tais perguntas.
5º Momento: Professor/a, registre na lousa as principais respostas dos/as alunos/as e procure esclarecer as dúvidas que surgiram em torno do tema.
1º Momento: Convide os/as alunos/as para assistirem ao vídeo: “Cidadão o clipe” [Zé Ramalho]
http://www.youtube.com/watch?v=6cR9CWtluG4&feature=related ]
2º Momento: Disponibilize a letra da música aos/as alunos/as:
Cidadão (Compositor: Lúcio Barbosa)
"Tá vendo aquele edifício moço
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas prá ir, duas prá voltar
Hoje depois dele pronto
Olho prá cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado"
Tu tá aí admirado?
Ou tá querendo roubar?
"Meu domingo tá perdido
Vou prá casa entristecido
Dá vontade de beber
E prá aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer...
Tá vendo aquele colégio moço
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Vem prá mim toda contente
"Pai vou me matricular
"Mas me diz um cidadão:
"Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar"
Essa dor doeu mais forte
Por que é que eu deixei o norte
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava
Mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer...
Tá vendo aquela igreja moço
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá foi que valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse:
"Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asa
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar"
3º Momento: Divida a turma em trios e solicite que os/as alunos/as leiam e analisem o conteúdo da mesma a partir das seguintes questões:
1) Qual é a temática abordada pela música?
2) Qual a relação dessa música com o tema cidadania?
3) Na sua percepção, é justa essa desigualdade social denunciada pela música?
4) Para vocês, o que deveria ser feito para minimizar tal desigualdade?
5) Como vocês imaginam que seria uma sociedade justa e solidária? Dê exemplos.
4º Momento: A fim de enriquecer as discussões, disponibilizar o seguinte texto para os/as alunos/as lerem em duplas:
VIOLÊNCIA NO TERCEIRO MUNDO (Texto extraído da Fonte: REGIS, H. W. de F. Filosofia. Fortaleza: editora EdJovem, 2006).
A Organização da sociedade brasileira tem, no desrespeito à vida humana, uma de suas normas mais cruéis. O pressuposto de nossas cidades e a negação da cidadania a um grande contingente de indivíduos explorados e que vivem na miséria das periferias. Identificam-se entre os mantenedores da desorganização social os grandes empresários, banqueiros, indústrias e demais segmentos que dela se beneficiam. Eles acumulam suas fortunas, pagando remunerações aviltantes aos indivíduos que vivem na miséria da periferia, trabalham na cidade com salário mínimo e podem ser demitidos, a qualquer momento, por um patrão imune a todo tipo de violência e quase sempre protegido pela legislação. Quem enriqueceu às custas da mão-de-obra barata nem de longe tem seu nome aventado na análise do processo que envolveu o ingresso de um indivíduo na marginalidade. A suposição de que o crime pode ser atribuído unicamente aos problemas sociais leva alguns criminólogos a cruzarem dados sobre salário mínimo/desemprego com taxas de criminalidade sem que qualquer relação seja estabelecida com a responsabilidade do empregador. Pedreiros, serventes de pedreiros, pintores e caiadores aparecem com mais frequência entre aqueles que ingressam no crime. Não é de se estranhar que essas atividades estejam todas ligadas à indústria da construção civil, um dos setores empresariais que enriquecem com o trabalho temporário dos operários e se auto-elogiam com o segmento produtivo que ocupa mão-de-obra não especializada e procedente das camadas mais sacrificadas da sociedade. Enquanto o modelo econômico vigente não for modificado, nossas cidades vão conviver com índices alarmantes de assaltos, roubos, estupros, homicídios e toda sorte de delitos.
5º Momento: Promover um debate ampliado na sala, iniciado pela apresentação das respostas de cada grupo e comentários sobre o texto. A produção final deverá ser a construção de um painel, com a participação de todos/as no qual através de imagens e palavras os/as alunos/as manifestarão seu protesto contra o desrespeito aos direitos do cidadão denunciados nessa canção.
TAREFA DE CASA: Solicitar aos/as alunos/as que se dividam em trios e realizem uma pesquisa sobre músicas que denunciam injustiças, e outras questões sociais. Cada grupo ficará responsável por encontrar três músicas. Os/as alunos/as deverão levar tais músicas na próxima aula para serem ouvidas e analisadas pelo grupo. Professor/a, sugira aos alunos que tragam tanto músicas de sua preferência, como músicas de diferentes estilos musicais como o RAP, HIP HOP, MPB e SAMBA. De qualquer maneira, leve ao conhecimento dos/as alunos/as a função da música como expressão e denúncia das desigualdades sociais e outros problemas enfrentados na realidade brasileira. Um bom exemplo de compositor que aborda estas temáticas em suas músicas é Gabriel o pensador. Para maiores informações e enriquecimento do assunto, acesse o link:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1518-6.pdf?PHPSESSID=2010011308222591
1º Momento: Professor, inicie sua aula retomando o tema e os objetivos da mesma. Solicite que cada grupo faça a apresentação de suas músicas.
2º Momento: Ao iniciar sua apresentação, o grupo deverá justificar: porque escolheu tais músicas, o que as músicas denunciam, e o que puderam aprender com cada música.
3º Momento: Após finalizadas todas as apresentações, os grupos deverão construir um quadro com três colunas, sendo:
Coluna 1: Nome da música
Coluna 2: Tema denuciado na canção
Coluna 3: Sugestões de medidas para modificar tal realidade.
4º Momento: Expor tal quadro em local de livre acesso aos/às alunos/as, pais ou responsáveis, docentes e funcionários da escola, com o obejtivo de sensibilização e denúncia.
1º Momento: Convide os/ alunos/as para assistirem ao vídeo "Classe Média", disponível em:
http://il.youtube.com/watch?v=mRII7zxMIEk&feature=related
Classe Média (Max Gonzaga)
"Sou classe média
Papagaio de todo telejornal
Eu acredito
Na imparcialidade da revista semanal
Sou classe média
Compro roupa e gasolina no cartão
Odeio “coletivos”
E vou de carro que comprei a prestação
Só pago impostos
Estou sempre no limite do meu cheque especial
Eu viajo pouco, no máximo um pacote CVC tri-anual
Mais eu “tô nem ai”
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não “tô nem aqui”
Se morre gente ou tem enchente em Itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda
Mas fico indignado com o Estado quando sou incomodado
Pelo pedinte esfomeado que me estende a mão
O pára-brisa ensaboado
É camelo, biju com bala
E as peripécias do artista malabarista do farol
Mas se o assalto é em Moema
O assassinato é no “Jardins”
A filha do executivo é estuprada até o fim
Ai a mídia manifesta a sua opinião regressa
De implantar pena de morte, ou reduzir a idade penal
E eu que sou bem informado concordo e faço passeata
Enquanto aumenta a audiência e a tiragem do jornal
Porque eu não “tô nem ai”
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não “tô nem aqui”
Se morre gente ou tem enchente em Itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda
Toda tragédia só me importa quando bate em minha porta
Porque é mais fácil condenar quem já cumpre pena de vida"
2º Momento: Explorar o vídeo a partir das seguintes questões: O que essa música denuncia? O que o compositor quis dizer com "sou classe média"? Na sua percepção, qual a crítica feita às pessoas de classe média? O que é preciso ser feito para romper com isso?
3º Momento: Professor/a, oriente os/as alunos/as a pesquisarem em jornais e revistas locais impressas e on-line sobre os problemas sociais vividos em sua cidade.
4º Momento: Propor aos/as alunos/as que em trios construam uma paródia com a melodia e o ritmo de uma canção de sua escolha. A temática deverá abordar problemas sociais vividos em sua cidade. Professor/a, caso julgue interessante você poderá propor a música "Classe Média" para os/as alunos/as trabalharem com ela.
5º Momento: Promover um Festival de Canções na escola e viabilizar que tanto os/as alunos/as das turmas que você acomapnha, quanto os/as de outras turmas possam apresentar as paródias como forma de expressão artística, denúncia, sensibilização e exercício da cidadania.
Reportagem : A importância da música na formação da cidadania é abordada pela TV Senado, disponível em:
Reportagem: A denúncia social na música "Admirável Gado Novo" de Zé Ramalho: Os mecanismos massivos de alienação, disponível em:
Ética e Cidadania: construindo valores na escola e na sociedade, disponível em:
Professor/a, procure observar se os/as alunos/as conseguiram perceber que algumas músicas contribuem com a promoção da cidadania, além de servir como ferramenta para denunciar injustiças presentes na sociedade. Pergunte aos/ as alunos/as se as discussões e reflexões na aula viabilizaram a sua percepção sobre o quanto algumas músicas são capazes de promover reflexões importantes, de conscientizar as pessoas, além de integrar as pessoas. Solicite aos/as alunos/as que retomem o conteúdo da aula sobre a importância da música na formação da cidadania e respondam individualmente à seguinte questão: Se eu fosse compositor, sobre quais temas eu escreveria minhas canções?
Quatro estrelas 6 classificações
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17/11/2014
Cinco estrelasAs aulas têm a participação dos alunos de maneira que as tornam divertida,isso é muito bom. Além da sugestão acima, gostaria de saber se houve algum outro modo de avaliação. Obrigada.
20/02/2014
Cinco estrelasadorei as sugestões. o trabalho com a música torna a aula atrativa e dinâmica, com um foco nos problemas sociais.
19/05/2013
Cinco estrelasExcelente!
20/10/2011
Quatro estrelasuma aula muito crativa e reflexiva , que ajuda o aluno no seu dia- a -dia. Parabéns
20/09/2011
Cinco estrelasExcelente programa de aula
02/06/2011
Cinco estrelasAdorei a maneira que voce realiza suas aulas, confesso que a utilizarei para um trabalho na faculdade. Sou estudante de pedagogia.