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Bulliyng: o mal que está na sala de aula

 

15/10/2010

Autor e Coautor(es)
Lindomar de Oliveira Untaler
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Cláudia Regina M.G. Fernandes; Lérida de Oliveira

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Final Saúde Construção da identidade e da auto-estima
Ensino Fundamental Inicial Ética Respeito mútuo
Ensino Fundamental Inicial Ética Diálogo
Ensino Fundamental Inicial Saúde Características pessoais entre as pessoas nas diferentes fases da vida
Ensino Médio Biologia Transmissão da vida, ética e manipulação genética
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Conhecer o conceito de bullying
  • Explicar as possíveis conseqüências, em termos físicos e psicológicos, do bullying
  • Estimular a cordialidade e o respeito entre os alunos em sala de aula
Duração das atividades
02 AULAS (50 MINUTOS CADA)
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Conhecimentos básico sobre bullying, processos físicos e psicológicos.

Estratégias e recursos da aula

Os recursos utilizados para essa aula são um DVD player e um televisor ou um computador e um projetor multimídia para a exibição do filme em questão.

1º momento: exibição do filme

O/a professor/a iniciará a aula com a exibição do filme “As melhores coisas do mundo”.

Sinopse:

Mano tem 15 anos, adora tocar guitarra, beijar na boca, rir com os amigos, andar de bike, curtir na balada. Um acontecimento na família faz com que ele perceba que virar adulto nem sempre é tarefa fácil: a popularidade na escola, a primeira transa, o relacionamento em casa, as inseguranças, os preconceitos e a descoberta do amor. Em meio a tantos desafios, Mano descobre e inventa As Melhores Coisas do Mundo.

Informações Técnicas:

Título original: As melhores coisas do Mundo

Duração: 107 minutos (1 hora e 47 minutos)

Gênero: Drama Direção: Laís Bodanzky

Ano: 2010

País de Origem: Brasil

Observação:

Fica a critério do/a professor/a a interrupção parcial do filme para a discussão de algumas cenas. Essa estratégia possivelmente será mais proveitosa se a turma demonstrar, mediante comentários espontâneos, maior interesse em determinadas passagens. Outra possibilidade é a exibição completa do filme seguida da discussão.   

2º momento: conhecendo um pouco mais

Nesse momento da aula, cabe ao/a professor/a entregar o texto abaixo para os/as alunos/as e solicitar, em um primeiro momento, que os/as mesmos/as façam uma leitura silenciosa e individual. Caso o/a professor/a não tenha recursos para a impressão do texto, cabe a ele/a preparar transparências para serem projetadas com retroprojetor para que os/as alunos/as façam a leitura. Em um segundo momento, cada aluno/a pode fazer a leitura até um certo ponto do texto para que todos/as participem. Em um terceiro momento o/a professor/a pode propor uma leitura mais detalhada e em seguida solicitar que os/as alunos/as grifem as palavras desconhecidas.   

TEXTO 1    

 Cyberbullying: a violência virtual

Na internet e no celular, mensagens com imagens e comentários depreciativos se alastram rapidamente e tornam o bullying ainda mais perverso. Como o espaço virtual é ilimitado, o poder de agressão se amplia e a vítima se sente acuada mesmo fora da escola. E o que é pior: muitas vezes, ela não sabe de quem se defender   

Por: Beatriz Santomauro

Todo mundo que convive com crianças e jovens sabe como eles são capazes de praticar pequenas e grandes perversões. Debocham uns dos outros, criam os apelidos mais estranhos, reparam nas mínimas "imperfeições" - e não perdoam nada. Na escola, isso é bastante comum. Implicância, discriminação e agressões verbais e físicas são muito mais frequentes do que o desejado. Esse comportamento não é novo, mas a maneira como pesquisadores, médicos e professores o encaram vem mudando. Há cerca de 15 anos, essas provocações passaram a ser vistas como uma forma de violência e ganharam nome: bullying (palavra do inglês que pode ser traduzida como "intimidar" ou "amedrontar"). Sua principal característica é que a agressão (física, moral ou material) é sempre intencional e repetida várias vezes sem uma motivação específica. Mais recentemente, a tecnologia deu nova cara ao problema. E-mails ameaçadores, mensagens negativas em sites de relacionamento e torpedos com fotos e textos constrangedores para a vítima foram batizados de cyberbullying. Aqui, no Brasil, vem aumentando rapidamente o número de casos de violência desse tipo.

Nesta reportagem, você vai entender os três motivos que tornam o cyberbullying ainda mais cruel que o bullying tradicional.

  •  No espaço virtual, os xingamentos e as provocações estão permanentemente atormentando as vítimas. Antes, o constrangimento ficava restrito aos momentos de convívio dentro da escola. Agora é o tempo todo.
  • Os jovens utilizam cada vez mais ferramentas de internet e de troca de mensagens via celular - e muitas vezes se expõem mais do que devem.
  • A tecnologia permite que, em alguns casos, seja muito difícil identificar o(s) agressor(es), o que aumenta a sensação de impotência.

Raissa*, 13 anos, conta que colegas de classe criaram uma comunidade no Orkut (rede social criada para compartilhar gostos e experiências com outras pessoas) em que comparam fotos suas com as de mulheres feias. Tudo por causa de seu corte de cabelo. "Eu me senti horrorosa e rezei para que meu cabelo crescesse depressa." Esse exemplo mostra como a tecnologia permite que a agressão se repita indefinidamente (veja as ilustrações ao longo da reportagem). A mensagem maldosa pode ser encaminhada por e-mail para várias pessoas ao mesmo tempo e uma foto publicada na internet acaba sendo vista por dezenas ou centenas de pessoas, algumas das quais nem conhecem a vítima. "O grupo de agressores passa a ter muito mais poder com essa ampliação do público", destaca Aramis Lopes, especialista em bullying e cyberbullying e presidente do Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria. Ele chama a atenção para o fato de que há sempre três personagens fundamentais nesse tipo de violência: o agressor, a vítima e a plateia. Além disso, de acordo com Cléo Fante, especialista em violência escolar, muitos efeitos são semelhantes para quem ataca e é atacado: déficit de atenção, falta de concentração e desmotivação para os estudos.

Esse tormento permanente que a internet provoca faz com que a criança ou o adolescente humilhados não se sintam mais seguros em lugar algum, em momento algum. Na comparação com o bullying tradicional, bastava sair da escola e estar com os amigos de verdade para se sentir seguro. Agora, com sua intimidade invadida, todos podem ver os xingamentos e não existe fim de semana ou férias. "O espaço do medo é ilimitado", diz Maria Tereza Maldonado, psicoterapeuta e autora de A Face Oculta, que discute as implicações desse tipo de violência. Pesquisa feita este ano pela organização não governamental Plan com 5 mil estudantes brasileiros de 10 a 14 anos aponta que 17% já foram vítimas de cyberbullying no mínimo uma vez. Desses, 13% foram insultados pelo celular e os 87% restantes por textos e imagens enviados por e-mail ou via sites de relacionamento.

Um xinga, o outro chora e o resto cai na risada

Quando se trata de bullying e cyberbullying, é comum pensar que há apenas dois envolvidos: a vítima e o agressor. Mas os especialistas alertam para um terceiro personagem fundamental: o espectador. Veja a seguir o que caracteriza a ação de cada um deles nos casos de violência entre os jovens. 

Vítima: Costuma ser tímida ou pouco sociável e foge do padrão do restante da turma pela aparência física (raça, altura, peso), pelo comportamento (melhor desempenho na escola) ou ainda pela religião. Geralmente, é insegura e, quando agredida, fica retraída e sofre, o que a torna um alvo ainda mais fácil. Segundo pesquisa da ONG Plan, a maior parte das vítimas - 69% delas - tem entre 12 e 14 anos. Ana Beatriz Barbosa Silva, médica e autora do livro Bullying: Mentes Perigosas na Escola, cita algumas das doenças identificadas como o resultado desses relacionamentos conflituosos (e que também aparecem devido a tendências pessoais), como angústia, ataques de ansiedade, transtorno do pânico, depressão, anorexia e bulimia, além de fobia escolar e problemas de socialização. A situação pode, inclusive, levar ao suicídio. Adolescentes que foram agredidos correm o risco de se tornar adultos ansiosos, depressivos ou violentos, reproduzindo em seus relacionamentos sociais aqueles vividos no ambiente escolar. Alguns também se sentem incapazes de se livrar do cyberbullying. Por serem calados ou sensíveis, têm medo de se manifestar ou não encontram força suficiente para isso. Outros até concordam com a agressão, de acordo com Luciene Tognetta. O discurso deles vai no seguinte sentido: "Se sou gorda, por que vou dizer o contrário?" Aqueles que conseguem reagir alternam momentos de ansiedade e agressividade. Para mostrar que não é covarde ou quando percebe que seus agressores ficaram impunes, a vítima pode escolher outras pessoas mais indefesas e passam a provocá-las, tornando-se alvo e agressor ao mesmo tempo.

Agressor: Atinge o colega com repetidas humilhações ou depreciações porque quer ser mais popular, se sentir poderoso e obter uma boa imagem de si mesmo. É uma pessoa que não aprendeu a transformar sua raiva em diálogo e para quem o sofrimento do outro não é motivo para ele deixar de agir. Pelo contrário, se sente satisfeito com a reação do agredido, supondo ou antecipando quão dolorosa será aquela crueldade vivida pela vítima. O anonimato possibilitado pelo cyberbullying favorece a sua ação. Usa o computador sem ser submetido a julgamento por não estar exposto aos demais. Normalmente, mantém esse comportamento por longos períodos e, muitas vezes, quando adulto, continua depreciando outros para chamar a atenção. "O agressor, assim como a vítima, tem dificuldade de sair de seu papel e retomar valores esquecidos ou formar novos", explica Luciene. 

Espectador: Nem sempre reconhecido como personagem atuante em uma agressão, é fundamental para a continuidade do conflito. O espectador típico é uma testemunha dos fatos: não sai em defesa da vítima nem se junta aos agressores. Quando recebe uma mensagem, não repassa. Essa atitude passiva ocorre por medo de também ser alvo de ataques ou por falta de iniciativa para tomar partido. "O espectador pode ter senso de justiça, mas não indignação suficiente para assumir uma posição clara", diz Luciene. Também considerados espectadores, há os que atuam como uma plateia ativa ou uma torcida, reforçando a agressão, rindo ou dizendo palavras de incentivo. Eles retransmitem imagens ou fofocas, tornando-se coautores ou corresponsáveis.

Aprender a lidar com a própria imagem é o primeiro passo:

Luciene Tognetta, da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), explica que por volta dos 10 ou 12 anos a criança passa a buscar, no convívio social, referências diferentes das que sempre recebeu em casa, dando continuidade ao processo de construção de sua personalidade. "Essa é a época de aprender a lidar com a própria imagem. Se essa criança se conhece e gosta de como é, consegue manifestar sentimentos e pensamentos de maneira equilibrada. Do contrário, pode sentir prazer em menosprezar o outro para se afirmar." Logo em seguida, juntamente com a entrada na adolescência, vem a necessidade de pertencer a um grupo. Nesse momento, basta sair um pouco do padrão (alto, baixo, gordo, magro) para ser provocado. Foi o que aconteceu com Aline, 14 anos. Ela recebia mensagens de uma colega falando que estava gorda. A agressora, que a ameaçava e a proibia de contar sobre essas conversas, mandava também dietas e dizia que, caso não perdesse peso, iria apanhar. A professora das duas lembra: "Ela fez de tudo para agradar à colega e seguiu as indicações porque sentia medo. A escola e os pais só desconfiaram que havia algo de errado porque perceberam uma mudança repentina no comportamento da vítima". Algumas escolas já estão cientes de que é preciso um acompanhamento permanente para afastar as agressões do cotidiano. A EM Fernando Tude de Souza, no Rio de Janeiro, por exemplo, atacou o problema com atividades que buscam garantir o bom relacionamento entre os estudantes. "Reuniões conjuntas com pais e alunos e um olhar atento ao comportamento dos jovens dentro e fora de sala de aula precisam entrar no planejamento", afirma a coordenadora pedagógica Tânia Maselli Saldanha Leite.

Prevenção e solução nas mãos da escola

De acordo com os especialistas, a escola precisa encarar com seriedade as agressões entre os alunos. O cyberbullying não pode ser visto como uma brincadeira de criança. A busca pela solução ou pela prevenção inclui reunir todos - equipe pedagógica, pais e alunos que estão ou não envolvidos diretamente - e garantir que tomem consciência de que existe um problema e não se pode ficar omisso.

Veja, a seguir, ações ao alcance das escolas.

Como prevenir: Ensinar a olhar para o outro Criar relacionamentos saudáveis, em que os colegas tolerem as diferenças e tenham senso de proteção coletiva e lealdade. É preciso desenvolver no grupo a capacidade de se preocupar com o outro, construindo uma imagem positiva de si e de quem está no entorno.

Deixar a turma falar: Num ambiente equilibrado, o professor forma vínculos estreitos com os estudantes, que mostram o que os deixa descontentes e são, de fato, reconhecidos quando estão sofrendo - o que é diferente de achar que não há motivo para se chatear.

Dar o exemplo: Se a equipe da escola age com violência e autoritarismo, os jovens aprendem que gritos e indiferença são formas normais de enfrentar insatisfações. Os professores sempre são modelo (para o bem e para o mal). 

Mostrar os limites: É essencial estabelecer normas e justificar por que devem ser seguidas. Às vezes, por medo de ser rígidos demais, os educadores deixam os adolescentes soltos. Mas eles nem sempre sabem o que é melhor fazer e precisam de um norte.

Alertar para os riscos da tecnologia: O aluno deve estar ciente da necessidade de limitar a divulgação de dados pessoais nos sites de relacionamento, o tempo de uso do computador e os conteúdos acessados. Quanto menos exposição da intimidade e menor o número de relações virtuais, mais seguro ele estará.

Ficar atento: Com um trabalho de conscientização constante, os casos se resolvem antes de estourar. Reuniões com pais e encontros com grupos de alunos ajudam a evitar que o problema se instale.  

Como resolver: Reconhecer os sinais Identificar as mudanças no comportamento dos alunos ajuda a identificar casos de cyberbullying. É comum as vítimas se queixarem de dores e de falta de vontade de ir à escola.

Fazer um diagnóstico: Uma boa saída é realizar uma sondagem, aplicando questionários para verificar como os alunos se relacionam - sem que sejam identificados. As informações servem de base para discussões sobre como melhorar o quadro. Quando os alunos leem, compartilham histórias e refletem sobre elas, ficam mais comprometidos.

Falar com os envolvidos: Identificados os indícios, é hora de conversar com a vítima e o agressor em particular - para que não sejam expostos. A escola não pode legitimar a atuação do agressor nem puni-lo com sanções não relacionadas ao mal que causou, como proibi-lo de frequentar o intervalo. Se xingou um colega nos sites de relacionamento, precisa retirar o que disse no mesmo meio para que a retratação seja pública. A vítima precisa estar fortalecida e segura de que não será mais prejudicada. Ao mesmo tempo, o foco deve se voltar para a recuperação de valores essenciais, como o respeito.

Encaminhar os casos a outras instâncias: Nas situações mais extremas, é possível levar o problema a delegacias especializadas em crimes digitais. Para que os e-mails com ameaças possam ser tomados como prova, eles devem ser impressos, mas é essencial que também sejam guardados no computador para que a origem das mensagens seja rastreada. Nos sites de relacionamento, existe uma opção de denúncia de conteúdos impróprios em suas páginas e, em certos casos, o conteúdo agressivo é tirado do ar.   

Mesmo quando a agressão é virtual, o estrago é real

O cyberbullying é um problema crescente justamente porque os jovens usam cada vez mais a tecnologia - até para conceder entrevistas, como fez Ana, 13 anos, que contou sua história para esta reportagem via MSN (programa de troca de mensagens instantâneas). Ela já era perseguida na escola - e passou a ser acuada, prisioneira de seus agressores via internet. Hoje, vive com medo e deixou de adicionar "amigos" em seu perfil no Orkut. Além disso, restringiu o aceso ao MSN. Mesmo assim, o tormento continua. As meninas de sua sala enviam mensagens depreciativas, com apelidos maldosos e recados humilhantes, para amigos comuns. Os qualificativos mais leves são "nojenta, nerd e lésbica". Outros textos dizem: "Você deveria parar de falar com aquela piranha" e "A emo já mudou sua cabeça, hein? Vá pro inferno". Ana, é claro, fica arrasada. "Uso preto, ouço rock e pinto o cabelo. Curto coisas diferentes e falo de outros assuntos. Por isso, não me aceitam." A escola e a família da garota têm se reunido com alunos e pais para tentar resolver a situação - por enquanto, sem sucesso. Pesquisa da Fundação Telefônica no estado de São Paulo em 2008 apontou que 68% dos adolescentes ficam online pelo menos uma hora por dia durante a semana. Outro levantamento, feito pela ComScore este ano, revela que os jovens com mais de 15 anos acessam os blogs e as redes sociais 46,7 vezes ao mês (a média mundial é de 27 vezes por semana). Marcelo Coutinho, especialista no tema e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), diz que esses estudantes não percebem as armadilhas dos relacionamentos digitais. "Para eles, é tudo real, como se fosse do jeito tradicional, tanto para fazer amigos como para comprar, aprender ou combinar um passeio." No cinema, essa overdose de tecnologia foi retratada em As Melhores Coisas do Mundo, de Laís Bodanzky. A fita conta a história de dois irmãos que passam por mudanças no relacionamento com os pais e os colegas. Boa parte da trama ocorre num colégio particular em que os dois adolescentes estudam. O cyberbullying é mostrado de duas formas: uma das personagens mantém um blog com fofocas e há ainda a troca de mensagens comprometedoras pelo celular. A foto de uma aluna numa pose sensual começa a circular sem sua autorização. Na vida real, Antonio, 12 anos, também foi vítima de agressões pelo celular. Há dois meses, ele recebe mensagens de meninas, como "Ou você fica comigo ou espalho pra todo mundo que você gosta de homem". Os amigos o pressionam para ceder ao assédio e, como diz a coordenadora pedagógica, além de lidar com as provocações das meninas, ele tem de se justificar com os outros garotos.

Online, o agressor pode agir sem que precise se identificar

A terceira principal marca do cyberbullying é a possibilidade de o agressor agir na sombra. Ele pode criar um perfil falso no Orkut ou uma conta fictícia de e-mail (ou ainda roubar a senha de outra pessoa) para mandar seus recados maldosos e desaforados. Paulo, 19 anos, teve sua foto publicada sem autorização na internet durante três anos (a imagem era uma montagem com seu rosto, uma boca enorme e uma gozação com um movimento que fazia com a língua). Ele nunca conseguiu descobrir quem eram seus algozes. "Eu não confiava mais em nenhum dos meus colegas", lembra. Seu desempenho escolar caiu e ele foi reprovado. Pediu transferência, mas, mesmo longe dos agressores, ainda sente os efeitos da situação. Toma medicamentos e tem o acompanhamento de um psicólogo. Tudo indica que os que o atazanavam na sala de aula estavam por trás do perfil falso. E essa situação é totalmente nova na comparação com o bullying tradicional. Para agredir de forma virtual, não é necessário ser o mais forte, pertencer a um grupo ou ter coragem de se manifestar em público, no pátio da escola ou na classe. Basta ter acesso a um celular ou à internet. Por isso, muitos desses novos agressores nem sabem dizer por que fazem o que fazem. Na pesquisa da ONG, metade deles respondeu a essa pergunta com frases como "foi por brincadeira", "não sei" e "as vítimas mereciam o castigo". Luciana Ruffo, do Núcleo de Pesquisa da Psicologia da Informática, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), diz que, "no bullying cara a cara, o agressor vê que a humilhação faz efeito porque a vítima sofre em público. Agora, basta imaginar esse sofrimento para o jovem se sentir realizado com a provocação virtual". Num ambiente em que essa dinâmica se instala, está claro que as relações não estão construídas com base em valores sólidos. Por isso, trabalhar para que o cyberbullying deixe de fazer parte da rotina é uma tarefa de toda a equipe escolar.

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/comportamento/cyberbullying-violencia-virtual-bullying-agressao-humilhacao-567858.shtml acesso feito dia 03/10/2010 

3º momento: reflexão sobre o filme

Nesse terceiro momento da aula, o/a professor/a poderá ser o mediador de uma discussão em sala de aula, fundamentada na leitura do texto, a respeito das seguintes questões referentes ao filme “As melhores coisas do mundo”

  1. O que mais chamou a sua atenção no filme?
  2. Na sua opinião, qual personagem do filme sofreu bullying?
  3. Qual foi a reação desse personagem?
  4. Você conhece alguém que sofreu de algum tipo de bullying?

Nesse momento, deve-se observar a capacidade de argumentação dos/as alunos/as, a maneira como cada um/a expõe suas idéias, defende os seus argumentos e discute com os/as colegas de sala. O/a professor/a deve ficar atento com possíveis equívocos conceituais, cabendo ao/a professor/a imediatamente interferir e posicionar os/as alunos/as a pensarem nos conceitos mais adequados e ajustados à realidade.

4º momento:  trabalhando a interdisciplinaridade

Nesse quarto momento, cabe ao/a professor/a de Ciências entrar em contato com o/a professor/a de Língua Portuguesa e pedir sua contribuição para que, durante sua aula, seja feita um jornal informativo com o tema bullying. Com isso, os/as alunos/as poderão obter um melhor aproveitamento do conteúdo trabalhado na aula de Ciências, assim como poderão apresentar um bom engajamento na aula de Língua Portuguesa. Com a conclusão do jornal informativo da escola, cabe ao/a professor/a propor que cada grupo exponha para o restante da sala como foi a realização da atividade e qual foi a principal descoberta sobre a temática feita durante a atividade. Depois de feita essa reflexão em sala de aula, os jornais informativos poderão ser disponibilizado na escola para que todos – alunos, funcionários, professores e pais – possam ter acesso aos mesmos.

5º momento: sensibilização

Nesse último momento da aula, a idéia é abordar o tema em questão na perspectiva da interdisciplinaridade. Cabe ao/a professor/a de Ciências entrar em contato com o/a professor/a de Artes e pedir sua contribuição para que, durante sua aula, seja feita com os/as alunos/as a montagem de uma apresentação artística relacionada o tema bullying, que foi abordado anteriormente na aula de Ciências e trabalhada durante a aula de Língua Portuguesa na construção de um jornal informativo Essa apresentação artística pode ser feita por meio da elaboração de uma peça teatral ou de esquetes. Essa apresentação artística pode ser feita para a escola, de modo que todos – alunos, funcionários, professores e pais – possam prestigiá-la e aprender mais sobre o assunto.

Recursos Complementares

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bullying acesso feito 03/10/2010 

Fonte: http://www.brasilescola.com/sociologia/bullying.htm acesso feito 03/10/2010 

DICAS:   

  10 Filmes sobre Bullying   

A prática do bullying, ou abuso e assédio físico e moral de estudantes por outros estudantes, já chegou a ser tolerada, como rito de passagem até pelos próprios educadores no passado. Hoje, felizmente, é compreendida como negativa e considerada inaceitável numa sociedade civilizada. Quem nunca sentiu-se fragilizado ou ameaçado fisicamente no ambiente escolar? Sempre existe aquele grupo mais forte física ou socialmente, que se acha no direito de impor uma suposta superioridade. Esta lista traz 10 filmes com diferentes abordagens sobre o tema. Das mais trágicas às ternas e engraçadas.

  1. Elefante. Ganhador da Palma de Ouro em Cannes, o filme de Gus Van Sant choca pela sua secura. o filme narra o ataque que dois estudantes fizeram a uma escola secundária do Oregon, matando dezenas de alunos, com um arsenal de armas automáticas. A questão do bullying é tratada como um detalhe pequeno, mas está lá. Concentra-se no ato final, de vingança fria e desapaixonada. O título refere-se à facilidade de ignorar um 'elefante' simbólico na sala, apesar do seu tamanho, mas que está sempre prestes a se mover. Obra-prima.
  2. Klass. Numa escola da Estônia, um garoto nerd de 16 anos é perseguido por um grupo de valentões, sob a complacência da classe. Um segundo aluno acaba se envolvendo, vendo-se obrigado a defendê-lo. Talvez por ser uma sociedade tão diferente da nossa, onde a violência é invisível, as reações dos adolescentes parecem excessivas, que vão num crescendo até o final trágico.
  3. Cuidado com o meu guarda-costas. Clássico do bullying de 1980, numa visão bem americana. Garoto pacífico se vê em dificuldades para adaptar-se à nova escola, onde um valentão - Matt Dillon - costuma extorquir os colegas por dinheiro. Para defender-se, ele contrata um grandalhão desajustado, de quem até os professores tem medo, mas logo a relação dos dois se desenvolve em amizade.
  4. Evil, raízes do mal. Um rapaz atormentado de 16 anos, tratado com violência pelo padastro, também trata seus colegas de escola com violência e acaba expulso da escola pública. É mandado a uma prestigiada escola privada, onde sabe que terá uma última oportunidade de regeneração. lá chegando tem que se confrontar com os códigos e humilhações dos estudantes veteranos, arriscando sua expulsão ou submetendo-se. Um olhar diferente, neste filme sueco, que chegou a ser indicado ao Oscar de filme estrangeiro em 2004.
  5. Bully. Nick Stahl - excelente - é o riquinho valentão, que vive abusando fisicamente dos colegas. até que seu melhor amigo - o já falecido Brad Renfro - decide vingar-se dele junto com a namorada, atraindo-o para o pântano e espancando-o até a morte. Alguns dos garotos tentam tomar o lugar dele, enquanto a comunidade se divide entre condenar e reconhecer que ele teve o que merecia. O diretor Larry Clark especializou-se em retratar o ócio e a banalidade da violência na juventude americana. Um filme chocante.
  6. Kes. Um menino inglês vive num bairro pobre e é constantemente violentado em casa e ridicularizado na escola. ele acha uma forma de abstrair sua dura realidade, treinando um falcão, o Kes. Aos poucos ele encontra sentido para sua existência. Um dos primeiros filmes do ótimo Ken Loach, numa visão nostálgica e tocante.  
  7. Carrie, a estranha. Sissy Spacek é uma menina estranha, vive isolada com a mãe e não consegue socializar-se na escola, onde é constantemente ridicularizada pelos colegas, até a humilhação máxima no baile de formatura. O que eles não sabem é que ela tem poderes paranormais e vai canalizar todo seu ódio vingando-se. Primeira adaptação de um livro de Stephen King no cinema, dirigido por Brian DePalma e com astros como John Travolta e Amy Irving novinhos na tela.
  8. Te pego lá fora. Outro clássico dos anos 80, com o pior pesadelo dos estudantes. Um colegial simpático e tranquilo vai entrevistar um novo aluno para o jornal do colégio. Acontece que o cara é um brutamontes psicopata, que não suporta ser tocado e é exatamente o que ele faz. Desafiado para uma luta logo após a aula, no estacionamento, a vítima tentará de tudo para evitar sua 'execução' com hora marcada. Bobo e divertido.
  9. Deixe ela Entrar. Num subúrbio de Estocolmo, um garoto frágil de 12 anos é constantemente abusado pelos colegas e sonha com uma vingança. Quando ele conhece sua vizinha, uma vampira que aparenta ter a sua idade, com quem irá envolver-se e que vai defendê-la dos ataques. Ótimo terror sueco, com uma visão original.
  10. Meu nome é Drillbit Taylor. Três garotos, começando no colegial, são perseguidos, logo no primeiro dia, pelo valentão da escola. Juntos eles decidem contratar um guarda-costas profissional - Owen Wilson. Mas ele é um trapalhão que os coloca em maiores confusões e ainda e tenta enganá-los com os treinamentos mais esdrúxulos. Uma bobagem boa para passar o tempo.

Fonte: http://listasde10.blogspot.com/2010/03/10-filmes-sobre-bullying-abuso-na.html acesso feito 03/10/2010 

LIVROS:  

Bullying escolar: perguntas e respostas

Cléo Fante e José Augusto Pedro

Artmed

Bullying e Desrespeito: como acabar com essa cultura na escola

Marie Nathalie Beaudoin e Maureen Taylo

Artmed  

Avaliação

A avaliação dos/as alunos/as pode ser feita em todos os momentos da aula: durante a exibição do filme, na apresentação de comentários e questionamentos ou a execução das atividades propostas. A avaliação pode ser feita a partir das contribuições individuais ou das contribuições do grupo como um todo, assim como a partir do envolvimento dos/as alunos/as nas atividades solicitadas.  

Opinião de quem acessou

Quatro estrelas 9 classificações

  • Cinco estrelas 7/9 - 77.78%
  • Quatro estrelas 2/9 - 22.22%
  • Três estrelas 0/9 - 0%
  • Duas estrelas 0/9 - 0%
  • Uma estrela 0/9 - 0%

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Opiniões

  • Cidy, Argentina - disse:
    cidy_azevedo@hotmail.com

    22/09/2014

    Cinco estrelas

    Valeu!!! Era tudo que eu procurava!!! Obrigada, sua aula vai me ajudar muito!


  • edijane, Escola Municipal Rita Araújo , Paraíba - disse:
    edijanejane@gmail.com

    07/03/2013

    Cinco estrelas

    Estou trabalhando em uma Escola Publica e me colocaram como professora de temas transversais. Decidi iniciar com o tema isolado Bulliyng. Estava procurando algo que pudesse levar pras salas de aulas mas que fossem bem estratégico. Gente amei tudo que lí..em como preparar a aula, os filmes sugeridos...tudo. E pode ter certeza, vou me basear por esse plano de aula maravilhoso se assim posso chamar. Parabens


  • Helaine Márcia da Fonseca, E.M."José Felipe Sad" , Minas Gerais - disse:
    helaine38@hotmail.com

    18/11/2011

    Cinco estrelas

    Parabéns Lindomar! A aula sobre Bulliyng: o mal que está na sala de aula, permeia toda estrutura curricular do universo escolar. Diante do momento contemporâneo o qual estamos vivendo, onde as ferramentas tecnológicas e a mídia imperam, vale a pena repensar no bullying também como uma dinâmica de competividade no processo sócio-cultural, onde o sujeito pode adquirir características para conviver com outras diferenças , perdas dentro do seu contexto social e ampliar uma visão de seu entorno. As aulas e as temáticas que abordaram o tema foram enriquecidos pela interação dos alunos/professor, pela criatividade e sobretudo sobre as várias ferramentas utilizadas para ampliar o diálogo e a informação através das tecnologias que encantam as novas gerações. Diante do comentário do Marcos Silva Santos, da E.M. Silva Lucas, onde o mesmo afirma sobre a polêmica do tema e a forma de aprofundá-lo na aula, sendo este, atual como define Aparecida Mayrink, E.E."Cônego Luiz Giarola Carlos , Minas Gerais é essencial mesmo, que as estratégias, recursos e metodologias tenham uma ação reflexiva e efetiva como complementa Guette Ferreira Soares, Instituto Educacional Casa Escola , Rio Grande do Norte.


  • NELMA APARECIDA DANIEL DE OLIVEIRA, EE CLORINDO BURNIER , Minas Gerais - disse:
    nelmadaniel@yahoo.com.br

    27/09/2011

    Cinco estrelas

    ótima


  • marcos silva santos, E.M.Maria Silva Lucas , Minas Gerais - disse:
    apocalipice11@hotmail.com

    10/07/2011

    Quatro estrelas

    É um tema atual e muito polêmico que deve ser tratado em sala de aula , deve ser feito um trabalho aprofundado como nesta aula.


  • RONALDO, professor U. E . justino cecilio dos santos , Piauí - disse:
    pf_ronaldoamorim@hotmail.com

    05/06/2011

    Cinco estrelas

    parabens esta presente nessas propostas de aula muitos assuntos que irei utilizar na minha campanha em minhas turmas de alunos. valeu apena ter acessado. brigado.


  • Aparecida Mayrink, E.E."Cônego Luiz Giarola Carlos , Minas Gerais - disse:
    cidmayrink@ig.com.br

    19/05/2011

    Cinco estrelas

    Ótima a aula sobre bulliyng,gostei muito do material e da metodologia usada .pretendo fazer algumas adaptações e sugerir aos colegas professores da minha escola que ministrem esta aula ,pois além de ser do interesse dos alunos,é um assunto muito atual.Obrigada.


  • Rosana Aparecida de Toledo kuratomi, EE MINISTRO LUCIO DE MENDONCA , Minas Gerais - disse:
    rosanatkuratomi@hotmail.com

    29/04/2011

    Cinco estrelas

    Excelente o material!!! Já fiz um projeto sobre o tema em uma escola estadual de Ed. Infantil. Agora preciso elaborar um nos Anos Finais da E.E.M.L.M, junto com a Equipe pedagógica. As sugestões aqui apresentadas esclarecem minhas dúvidas, atualiza meu conhecimento e ajuda a me integrar sobre o assunto. Adorei!!!!!


  • Guette Ferreira Soares, INSTITUTO EDUCACIONAL CASA ESCOLA , Rio Grande do Norte - disse:
    guettesoares@gmail.com

    17/10/2010

    Quatro estrelas

    Muito bom o material!!! Já conhecia a publicação da revista Nova escola. No entanto, as sugestões dadas aqui ampliaram minhas possibilidades de mediação sobre esse assunto. Estamos procurando atuar com os alunos de forma reflexiva e conscienciosa e nesse intuito precisamos de muita bagagem de conhecimentos. Parabéns!


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