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Apólogo

 

10/01/2011

Autor e Coautor(es)
Maria Carolina da Silva
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BELO HORIZONTE - MG ESCOLA DE EDUCACAO BASICA E PROFISSIONAL DA UFMG - CENTRO PEDAGOGICO

Luiz Prazeres

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Língua Portuguesa Leitura e escrita de texto
Educação Infantil Linguagem oral e escrita Práticas de leitura
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: prática de leitura
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: prática de produção de textos
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: gêneros discursivos
Educação Infantil Linguagem oral e escrita Práticas de escrita
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Identificar os elementos organizacionais e estruturais do apólogo.
  • Identificar a finalidade do gênero textual apólogo.
  • Conhecer as práticas sociais de produção e de circulação do apólogo.
  • Trabalhar a revisão de textos produzidos pelos alunos.
Duração das atividades
4 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Reconhecimento de elementos presentes em capas de livros, estrutura da narrativa e descrição de personagens.

Estratégias e recursos da aula

ATIVIDADE 1

Apresente a capa do seguinte livro para os alunos. Se conseguir levar o próprio livro para a sala de aula, a atividade ficará mais interessante.

 

 

Disponível em: http://www.escala.com.br/detalhe.asp?id=9632&grupo=43&cat=280

Explore a capa do livro, fazendo perguntas para os alunos tais como: qual o título da história e o nome do autor? Vocês já ouviram falar de Machado de Assis? Olhando a capa, quem vocês pensam que são os personagens dessa história? O que vocês acham que é um apólogo?

 

Após a exploração da capa, leia a história para os alunos. Nesse site, há o texto completo:

 

http://www.releituras.com/machadodeassis_apologo.asp

 

Há também uma versão narrada da história:

 

http://www.youtube.com/watch?v=JhvkNsL4uoU

 

Pergunte para os alunos se há alguma palavra cujo significado não entenderam. Por se tratar de um texto escrito em um português mais antigo e com um vocabulário mais sofisticado, pode ser que eles não conheçam alguns termos e expressões. Leia novamente a frase em que essa palavra se encontra para que eles tentem inferir o significado dela a partir do contexto. Sugira que busquem pela palavra em um dicionário, para ver se a compreensão que tiveram está correta.

Faça uma interpretação oral ou escrita do texto com os alunos. Seguem algumas sugestões de perguntas a serem feitas:

-Quem são os personagens da história?

-Quais são as características da agulha? E da linha?

-Por que a linha se considera mais importante do que a agulha?

-E a agulha? Por que ela se considera mais importante?

-Ao final da história, o que acontece que faz com que a linha se considere mais importante que a agulha?

-Qual o conselho do alfinete para a agulha? No final do texto, o narrador diz que contou essa história para o seu professor.

- O que significa a expressão “Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!”? (Estimule os alunos a perceberem que se trata de uma linguagem figurada e a identificarem o que a frase quer dizer).

 

Após a discussão do texto, retome a pergunta: o que é um apólogo. Aproveite que os alunos estão com dicionários e peça que procurem a palavra. Segue uma definição de apólogo, presente no dicionário on-line Michaelis:

 

Alegoria moral, em que geralmente coisas inanimadas falam e procedem como os homens.

 

Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=apólogo

 

Pergunte se os alunos consideram que o texto anterior é um apólogo. Comente que esse gênero assemelha-se à fábula, mas que a diferença é que, nela, os personagens são seres inanimados (objetos) que ganham vida. O apólogo também difere da parábola, que, embora tenha objetivo semelhante, é protagonizada por seres humanos. O objetivo dos apólogos – assim como das fábulas e das parábolas – é ensinar algo para o leitor. Pergunte o que eles consideram que aquele texto pretende ensinar.

 

Construam coletivamente uma definição do que é apólogo e peça que eles registrem no caderno.

 

ATIVIDADE 2

 

Leia a seguinte história para os alunos:

 

O VELHO POTE RACHADO

 

Um carregador de água, na Índia, levava dois potes grandes, ambos pendurados em cada ponta de uma vara a qual ele carregava atravessada em seu pescoço. Um dos potes tinha uma rachadura, enquanto o outro era perfeito e sempre chegava cheio de água no fim da longa jornada entre o poço e a casa do Senhor para quem o carregador trabalhava. O pote rachado sempre chegava com água apenas pela metade.

 

Foi assim por dois anos. Diariamente, o carregador entregando um pote e meio de água na casa de seu Senhor. Claro, o pote perfeito estava orgulhoso de suas realizações. Porém, o pote rachado estava envergonhado de sua imperfeição. Sentia-se miserável por ser capaz de realizar apenas a metade do que lhe havia sido designado fazer.

 

Após perceber que por dois anos havia sido uma falha amarga, o pote rachado, um dia, falou para o carregador à beira do poço:

 

Estou envergonhado. Quero lhe pedir desculpas.

 

 Por que? — perguntou o homem. — De que você está envergonhado?

 

 Nesses dois anos — disse o pote — eu fui capaz de entregar apenas metade da minha carga, porque essa rachadura no meu lado faz com que a água vaze por todo o caminho que leva à casa de seu Senhor. Por causa do meu defeito você não ganha o salário completo dos seus esforços.

 

O carregador ficou triste pela situação do velho pote, e, com compaixão, falou:

 

— Quando retornarmos à casa do meu Senhor, quero que observes as flores ao longo do caminho.

 

De fato. À medida que eles subiam a montanha, o velho pote rachado notou muitas e belas flores selvagens ao lado do caminho, e isto lhe deu ânimo. Mas, no fim da estrada, o velho pote ainda se sentia mal, porque, mais uma vez, tinha vazado a metade da água, e, de novo, pediu desculpas ao carregador por sua falha.

 

O carregador, então, disse ao pote:

 

Você notou que pelo caminho só havia flores no seu lado do caminho? Notou ainda que a cada dia, enquanto voltávamos do poço, você as regava? Por dois anos eu pude colher flores para ornamentar a mesa do meu Senhor. Sem você ser do jeito que você é, ele não poderia ter essa beleza para dar graça à sua casa.

 

Disponível em: http://paginas.fe.up.pt/~fsilva/port/pote.htm

 

Pergunte aos alunos se o texto lido é um apólogo. Espera-se que eles percebam que sim, já que nele um dos personagens é um ser inanimado que ganha vida para ensinar algo aos leitores. Faça perguntas sobre diferentes aspectos do texto para ver se os alunos o compreenderam: personagens, lugar em que se passa a história, qual a diferença entre os dois baldes, motivo da tristeza devido ao balde furado, vantagem do balde furado em relação ao não furado.

 

Explique para os alunos que textos como fábulas e apólogos seguem uma estrutura predefinida. Geralmente, esses textos começam com a apresentação dos personagens. Depois, há a apresentação do conflito ou do problema que desencadeará a ação. Em seguida, acontece a ação decorrente do conflito, até atingir o clímax. Há o desfecho da situação e a exposição do aprendizado que se pretende passar por meio do texto. Para maiores informações sobre essa estrutura, sugere-se a leitura do texto: “Apólogo: um gênero em construção”, disponível em:

http://www.faccar.com.br/eventos/desletras/hist/2006_g/textos/010.htm

 

Proponha que, coletivamente, os elementos que compõem a estrutura do apólogo sejam identificados. Os dois primeiros parágrafos representam a apresentação dos personagens e do conflito. Os diálogos (do terceiro ao sétimo parágrafo) mostram o desenvolvimento do conflito, até atingir o clímax com o vaso novamente pedindo desculpas. O desfecho e o ensinamento moral estão presentes no último parágrafo, quando o carregador explica para o vaso que ele fora o responsável pelo nascimento das flores ao longo do caminho. Para verificar a compreensão do texto por parte dos alunos, peça que formulem a moral que esse texto pretende ensinar.

 

ATIVIDADE 3

 

Relembre aos alunos a estrutura que deve compor um apólogo (apresentação dos personagens, exposição do conflito, desenvolvimento do conflito, desfecho e ensinamento moral). Relembre, também, que apólogos são textos que narram uma história que tem como objetivo ensinar algo ao leitor. Peça então que os alunos, reunidos em duplas, escrevam um apólogo. Casos os alunos ainda não sejam alfabetizados, o mesmo trabalho pode ser feito, mas tendo a professora como escriba da turma. Nesse caso, a atividade será realizada coletivamente.

 

Sugira que eles façam um planejamento para orientar a escrita. Um modelo de planejamento pode ser o seguinte:

 

Moral que se pretende ensinar

 

Personagens (Lembre que os personagens devem ser seres inanimados)

 

Conflito (problema que dará origem à ação)

 

Desfecho (como o problema exposto e desenvolvido será resolvido)

 

 

Depois de planejarem, os alunos devem passar para a escrita do texto. Lembre a eles a importância da revisão do texto e de seguir o que planejaram.

 

ATIVIDADE 4

 

Selecione um dos textos escritos pelos alunos e, sem falar a que dupla ele pertence, faça uma revisão coletiva do texto. Essa atividade objetiva ensinar os alunos a revisarem seus próprios textos com mais eficiência, além de permitir que o professor avalie seus alunos. Registre no quadro a versão do texto, tal como foi escrita pelo aluno. O texto poderá também ser exibido por meio de retroprojetor ou data show.

 

A revisão pode começar com a professora perguntando para os alunos se o texto está adequado ao objetivo e se, de fato, constitui um apólogo. Em seguida, peça que observem se o texto tem os elementos estruturais característicos de um apólogo. Vejam se a moral do texto está clara e se ele atingiu o objetivo a que se propôs. Depois de garantir que o entendimento do texto esteja correto e que ele esteja adequado ao gênero textual a que pertence, o professor pode, junto com a turma, verificar se há necessidade de se realizarem correções ortográficas e gramaticais, para que o texto fique de acordo com a norma culta. Nesse processo, é importante não modificar a estrutura textual. Também é importante que o texto não seja usado exclusivamente para exemplificar erros gramaticais e ortográficos. Após a revisão, faça, junto com os alunos, a reescrita desse texto.

 

Para finalizar as atividades, devolva para os alunos as suas primeiras produções. Peça que, com base no que discutiram coletivamente, eles reescrevam os seus textos.

Recursos Complementares

Para maiores informações a respeito do gênero apólogo e do processo de revisão de textos, sugere-se a consulta aos seguintes sites:

http://www.educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/producao-textual-revisao-coletiva.htm

 

 http://www.releituras.com/machadodeassis_bio.asp

Avaliação

Durante todo o processo, será possível perceber como os alunos avançaram no que se refere à compreensão do gênero textual apólogo. A última atividade permite que o professor veja o resultado final desse trabalho. Por meio da participação na atividade e das opiniões dadas, além da análise dos textos escritos, o docente poderá ver o que ainda precisa ser trabalhado com os alunos e o que eles aprenderam com as atividades realizadas.

Opinião de quem acessou

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Opiniões

  • Elisangela lima, Aluna da graduação em letras português , Sergipe - disse:
    elizangela.se@hotmail.com

    15/10/2014

    Cinco estrelas

    O conteúdo foi muito proveitoso, pois tirou minhas dúvidas, estou em período de estágio de redação e o assunto pesquisado foi apólogo... Nota 10!


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