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A história do saltar, desequilibrar, equilibrar e a lateralidade nas aulas de Educação Física.

 

27/09/2010

Autor e Coautor(es)
LEANDRO REZENDE
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Elizabet Rezende de Faria.

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação Infantil Movimento Coordenação
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Realizar atividades que provoquem o desequilíbrio e o equilíbrio após saltar;

Criar e explicar a estratégia utilizada para superar os desafios da atividade proposta;

Identificar os lados direito e esquerdo de seu corpo bem como, dentro e fora, acima e abaixo, em diferentes situações de aula.

Duração das atividades
Três aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Não é necessário nenhum conhecimento prévio.

Estratégias e recursos da aula

Reserve para esta aula, um espaço que seja amplo, arejado e que tenha pequenos desníveis do solo – pequenas escadas, bancos, rampas etc. – para realizar uma atividade de saltos e equilíbrio através de uma história contada pelo professor e vivenciada pelos alunos.

Prepare com antecedência giz com cores variadas (branco, verde, vermelho, azul e amarelo) e cinco cordas grandes (aproximadamente cinco metros de comprimento).

Divida o espaço destinado para a aula em três partes, e no piso de cada parte do espaço de aula, desenhe:

Na primeira parte do espaço da aula, coloque 5 cordas coloridas que levarão o grupo de alunos até suas casinhas.

Na segunda parte do espaço da aula, desenhe:

  1. Cinco figuras de casas grandes e com cores diferentes, para que cada grupo de no máximo quatro alunos, se reúna em seu interior;
  2. Deixe um espaço entre as figuras das casas e a legenda que antecede o início do percurso.

Na terceira parte do espaço da aula, desenhe no piso:

  1. Uma legenda, antes de iniciar o percurso com a mesma cor da casa do espaço anterior, com os seguintes desenhos: a) Ao centro, uma figura geométrica de um círculo e, no seu interior, o desenho do número 2 e de dois pés.b) A esquerda do círculo, uma figura geométrica de um triângulo e, no seu interior, o desenho do número 1, um pé e letra E (de esquerdo). c) A direita do círculo, uma figura geométrica de um quadrado e, no seu interior, o desenho do número 1, um pé e a letra D (de direito).
  2. Um percurso, com a mesma cor da casa, com figuras geométricas de círculos, quadrados e triângulos de diferentes tamanhos e posições. Observe o desenho dos espaços de aula abaixo:

Fonte: Sequência de atividades organizada pelo próprio autor.

Aula 1

Faça uma “rodinha” com os alunos, próximos ao local reservado para a aula, e conte a história sobre uma “viagem que irão fazer com os colegas da sala de aula”. A criação dessa história tem como objetivo, substituir a realidade concreta pela invenção de uma situação imaginária que favorece a superação de desafios conhecidos e desconhecidos pelos alunos.

Relate em tom de desafio, a seguinte história:

“Era uma vez, uma pequena cidade que existia no topo de uma montanha. Essa cidade era pequenina e se chamava ___________________ (solicitar que os alunos deem nome a essa cidade).Mas essa cidade era diferente das outras, pois, todos seus moradores moravam em apenas cinco casinhas, todas de cores diferentes. Outra diferença que existia nessa cidade, era que para chegar ou sair dessas casinhas, seus moradores tinham que passar sobre pontes fracas, pequenas, estreitas e que ficavam muito altas sobre vários desfiladeiros.”

Neste momento da história, dividir os alunos em grupos de no máximo quatro componentes (nessa aula estamos tendo como referência 20 alunos) e:

  1. Solicitar que escolham uma cor – azul, vermelho, verde, amarelo ou branco – e se desloquem para o interior da casa, andando sobre uma ponte – uma corda grande – que está localizada na primeira parte do espaço de aula;
  2. Solicite que tomem cuidado, pois, se pisarem fora da corda, “cairão da ponte e irão parar no fundo do desfiladeiro”;
  3. “Nesse caso, o morador que cair da ponte, terá que voltar ao seu início e começar seu deslocamento novamente”;
  4. “CUIDADO, pois essa ponte só aguenta um morador por vez”.

Observar se os alunos estão respeitando as regras:

  1. Andar somente um aluno pela corda;
  2. Se algum aluno pisar fora da corda, solicitar que volte ao início do percurso;
  3. Respeitar a quantidade de alunos definida pelo professor para cada casa.

No momento que todos os alunos chegarem dentro de suas casas (segunda parte do espaço de aula), o professor deverá continuar contando a história, colocando alguns desafios a serem superados:

  1. “Agora já é tarde e todos os moradores estão muito cansados, será que essas casinhas têm espaço para todos dormirem um pouquinho?”
  2. “Olha só! O sol já apareceu, vamos acordar, espreguiçar e cumprimentar nossos companheiros, mas ATENÇÃO, não podemos sair de nossas casinhas.”
  3. “Vamos dar uma volta pisando no muro de nossa casinha.” Um aluno por vez deve andar pisando na linha que demarca sua casa.
  4. “Vamos visitar nossos vizinhos. Cumprimente seus visinhos e ande pela casinha dele.”
  5. “Dê uma volta no muro da casinha de seu vizinho.”
  6. “Agora é hora de voltar para sua casa, dê um tchau para seus vizinhos e volte rapidinho para sua casinha. Quem será que vai chegar primeiro?”
  7. “Estão todos DENTRO de suas casas?”
  8. “Agora, quando eu falar o número três, eu quero ver quem consegue pular, com os dois pés juntinhos, o muro de sua casa, ficando assim, DO LADO DE FORA de sua casa. ATENÇÃO: 1, 2 e .... 3.”
  9. “Muito bem! Vamos ver se conseguem voltar para DENTRO, pulando o muro de sua casa com os dois pés juntos e de costas?” Se algum aluno não conseguir, o professor deverá continuar desafiando todos os alunos.
  10. “Será que vocês conseguem pular o muro, somente com um pé, para dentro e para fora da casa? E com o outro pé?”
  11. “Quem consegue pular o muro de sua casa para frente e para trás utilizando somente um pé? E com o outro pé?"
  12. “Quem consegue pular sua casa toda, sem pisar dentro dela? E a casa de seus vizinhos?"
  13. “Agora, vamos voltar para casa, pois está na hora de dormir. Amanhã ao acordar, vamos continuar nossa viagem. Boa noite!”

É importante que ao desafiar os alunos, o professor inicie colocando alguns pontos de referência, partindo sempre as “casinhas de cada grupo”, para solicitar algumas ações que exijam algum tipo de orientação, como por exemplo: dentro, fora, em cima, abaixo, à esquerda, à direita, perto, longe, ao lado, para ficar em frente, atrás, pular, andar, cobrir, etc.

Aula 2 e 3

Antes de iniciar essa aula, o professor deve, além do material previsto na aula anterior, reunir o seguinte material: a) uma folha de jornal para cada aluno; b) um rolo de fita crepe e; c) cinco cordas pequenas (um a dois metros de comprimento).

Reunir os alunos e solicitar que façam uma “rodinha”, próximo ao local de aula, para recordar e retomar a história contada na aula anterior. Entregar uma folha de jornal para cada aluno e solicitar que façam uma bolinha de papel. Utilizar a fita crepe para enrijecer a bolinha construída por cada aluno.

Terminado a confecção da bolinha de papel, solicitar aos alunos que:

  1. Mantenham-se organizados nos mesmos grupos da aula anterior;
  2. Troquem com outro grupo, a cor da casinha que ficaram na aula anterior;
  3. Com cuidado, segurem a bolinha de papel e se “desloquem para suas novas casinhas, passando pela ponte, sem deixar a bolinha cair e sem cair no desfiladeiro”.
  4. Mantenha a regras de deslocamento na ponte, pois “a ponte só resiste à passagem de um morador de cada vez, e o morador que cair da ponte, terá que voltar ao seu início e começar seu deslocamento novamente”.

O professor observará se os alunos estão respeitando as regras colocadas:

  1. Andar somente um aluno pela corda;
  2. Se algum aluno pisar fora da corda ou deixar a bolinha cair, solicitar que volte ao início do percurso;
  3. Respeitar a quantidade de alunos definida pelo professor para cada casa.

Quando todos os alunos chegarem dentro de suas novas casas, o professor continuará contando a história e ampliando os desafios a serem superados, como, dentre outros:

  1. “Quem consegue dar uma volta pisando no muro de nossa casinha e jogar a bolinha para cima e pegar antes que ela caia no chão.” Um aluno por vez deve andar pisando na linha que demarca sua casa.
  2. “Quero ver quem consegue pular o muro, segurando a bolinha, ficando DO LADO DE FORA de sua casa.”
  3. “Vocês conseguem voltar para DENTRO, pulando o muro de sua casa, jogando a bolinha para cima e pegando-a antes que caia no chão?”
  4. “Será que vocês conseguem jogar a bolinha de uma mão para a outra e pular o muro, somente com um pé, para dentro e para fora da casa? E com o outro pé?”
  5. “Vocês conseguem jogar a bolinha para cima e pegar com uma mão e pular o muro de suas casas para frente e para trás, utilizando somente o pé do lado contrário ao da mão? E com outro pé e a outra mão?”

Explicar para os alunos que deverão atravessar o riacho (desenhado na terceira parte do espaço de aula). Para isso, continuar a história:

“Vamos dar uma volta no riacho que banha nossa cidade? Mas, teremos que pagar um pedágio para passar por cima de um desfiladeiro. Teremos que deixar a bolinha no chão sem cair da ponte. Será que vocês conseguem? Vamos lá? O riacho que banha nossa cidade fica no final dessa pequena ponte. Esse riacho é muito bonito, grande e cheio de peixes, jacarés, pedras e armadilhas. Para atravessá-lo, teremos que estar atentos e ter muito cuidado. Nas pedras que tem o formato de um círculo só podemos pisar com os dois pés. Nas pedras que tem o formato de um quadrado, só podemos pisar com o pé esquerdo. Vocês sabem qual é seu pé esquerdo? Nas pedras que tem o formato de um triângulo, só podemos pisar com o pé direito. Vocês sabem qual é seu pé direito?”

O professor deverá mostrar qual é o pé esquerdo e direito daquele aluno que não souber.

“Agora, para quem não sabe, aqui nesse riacho mora um jacaré de dez metros de comprimento, e não há peixe que mate sua fome. Se você cair da pedra ou pisar numa armadilha, esse jacaré vai comer seu pé. Fique esperto, tá!”

O professor observará se os alunos estão respeitando as regras colocadas:

  1. Entrar no percurso das figuras geométricas somente um aluno por vez;
  2. Se algum aluno pisar fora da figura, informar que o jacaré comeu seu pé e solicitar que volte ao início do percurso;
  3. Se algum aluno pisar com o pé ou pés errados nas figuras, informar que caiu na armadilha dos pescadores e, por isso, deverão retornar ao início do percurso;
  4. Aquele aluno que conseguir chegar ao final do riacho, solicitar que: a) Pegue sua bola e comece novamente sua aventura; b) Vá para o início da primeira parte do espaço de aula; c) Escolha outra casa, de cor diferente da sua, e recomece a caminhada.

Solicite novamente aos alunos que façam a “rodinha” para conversar e pergunte:

  1. “Foi difícil fazer a aula de hoje?”
  2. “O que você teve que fazer para atravessar a ponte e chegar à sua casinha?”
  3. “Qual foi a parte da história que você teve mais medo?”
  4. “Se tivéssemos tempo para repetir a história, qual parte não poderia faltar?”
  5. “O que você quer fazer ou experimentar na próxima aula?”

Sugerimos ao professor que registre as principais falas dos alunos, para servir de referência para as futuras aulas.

Antes de encerrar essa aula, o professor reunirá o grupo de alunos no lugar que ficaram no início da aula e proporá que cada aluno desenhe uma figura final envolvendo todos os materiais, desenhos e sentimentos vivenciados por cada aluno.

Caso o professor tenha interesse em elevar os níveis de complexidade da aula, sugerimos que incorpore:

  1. Outros materiais como pneus, traves de equilíbrio, obstáculos, escada, planos inclinados, na forma de percurso ou de arranjos para exploração por parte do aluno;
  2. Outros espaços de aula, para darem continuidade a essa aula, podendo com a utilização desses materiais, serem construídos pelos próprios alunos.

Recursos Complementares

FARIA, E. R. de, REZENDE, L. MUÑOZ PALAFOX, G. H. Formas jogadas como estratégia lúdica de ensino no contexto do jogo na educação infantil. Revista Especial em Educação Física. Uberlândia, v. 1, p. 34 – 48. 2003. Disponível em: http://www.nepecc.faefi.ufu.br/arquivos/simp_2003/comunic_coord/e_formas_jogadas_elizabet.pdf Acesso em 18 set. 2010. 

Avaliação

Observar se durante o processo vivenciado, o aluno conseguiu melhorar o domínio dos movimentos corporais – equilíbrio e lateralidade – que permearam essa aula.

Observar também, a participação e o posicionamento do aluno frente às atividades de planejamento e construção de estratégias para superar os desafios colocados.

Avaliar se os alunos conseguem identificar os lados direito e esquerdo de seu corpo, bem como, acima e abaixo, dentro e fora, nas diferentes situações de aula.

Opinião de quem acessou

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