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Palavras também riem

 

12/01/2011

Autor e Coautor(es)
MARIA LUCIA BRANDAO DOS SANTOS
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RIO DE JANEIRO - RJ COL DE APLIC DA UNIV FED DO RIO DE JANEIRO

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: usos e formas
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: prática de leitura
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: prática de produção de textos
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua oral: gêneros discursivos
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua oral: usos e formas
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua oral: valores, normas e atitudes
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Perceber o conto do riso como uma espécie de piada mais longa.
  • Acrescentar à ideia original elementos interessantes como trechos para cantar, final inesperado...
  • Expressar com o corpo as emoções da história contada.
Duração das atividades
3 aulas de 50min.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
  • Leitura de diferentes tipos de contos, exceto o conto de riso.
Estratégias e recursos da aula

1° momento: 

          A turma, ao entrar na sala, recebe uma boca aberta desenhada num papel, em forma de gargalhada e dentro dela, a seguinte história:

          "Um homem vai à sapataria e compra um par de sapatos para as mãos. É um homem que anda com as mãos. Com os pés, ele come e toca violão. É um homem ao contrário. Chama o “arroz” de “feijão” e a vassoura de varredor do espaço..."

          Os alunos, então, sentam-se em roda, leem a história, riem e apontam o que acharam mais engraçado.

          A brincadeira com a oposição e a invenção de histórias cômicas surgidas do aproveitamento do erro são formas ricas de desenvolvimento da criatividade e do conhecimentos. No humor achado nos gestos e nas palavras erradas, está presente também, a certeza do correto.

2° momento:

          O professor conta para a turma um conto de riso:

          O macaco e a velha

          Era uma casa em cima do morro. A velha morava lá. Na frente tinha jardim e atrás um montão de bananeira. Perto da porta da cozinha ficava uma escada de pegar banana. A escada quebrou. As bananas estavam madurinhas.

         Um macaco vinha passando e a mulher chamou:

          - Me ajuda a catar?

           O macaco disse sim. Trepou pelas folhas, deu um suspriro e desandou a comer tudo quanto foi  banana bem bonita.

           A velha gritou:

          - Safado!

          O macaco ria.

          - Pelintra!

          A mulhere ralhava. O macaco só jogava pra velha banana verde ou então fedida, cheia de mosca e mancha preta. Depois o macaco deu até logo e foi embora.

          A velha juntou a banana que sobrou, xingando e caraminholando.

          Mandou fazer uma boneca grudenta de cera. Botou na porta de casa, junto de uma cesta cheia de banana. E ficou agachada espiando.

          Passou um dia. Nada.

          Passou outro dia.

          No terceiro, o macaco passou e sentiu um cheirinho bom. Veio chegando:

          - Ô Caterina! Quero banana...

          A boneca nem se mexeu. No céu, um sol de rachar.

          O macaco pediu outra vez. A boneca quieta. O macaco falou grosso:

          - Me dá uma banana, ô Caterina, senão leva um tapa. A boneca nada e ele – pá – deu e ficou com a mão colada no beiço da moça de cera.

          - Larga minha mão senão leva um beliscão!

          A boneca nem ligou. O macaco deu e ficou com a outra mão presa.

          - Me solta, ô Caterina! Me solta senão toma um chute! Esperou que esperou. Meteu o pé e ficou mais grudado ainda.

          - Diaba! Moleca! Me larga, ô Caterina! – berrou o macaco preparando outro pé.

          Chegou a velha arregançando os dentes:

          - Agora você me paga!

          Levou o macaco lá dentro e mandou a cozinheira preparar o coitado para comer na janta.

          A empragada foi e fez.

          Na hora de matar, o macaco revirou os olhos e cantou:

Me mata devagar

Que dói, dói, dói

Eu também tenho filhos

Que dói, dói, dói

         Na hora de esfolar, o macaco cantou:

Me esfola devagar

Que dói, dói, dói

Eu também tenho filhos

Que dói, dói, dói

         Na hora de temperar, o macaco cantou:

Me tempera devagar

Que dói, dói, dói

Eu também tenho filhos

Que dói, dói, dói

          Na hora de assar, o macaco cantou:

Me assa devagar

Que dói, dói, dói

Eu também tenho filhos

Que dói, dói, dói   

          A cozinheira serviu o macaco num prato enfeitado com arroz, feijão-preto, couve, farofa e mandioca frita.

          A velha estalou a língua, sorriu, cortou um pedaço e mordeu   

          Na hora de mastigar, o macaco cantou:

Mastiga devagar

Que dói, dói, dói

Eu também tenho filhos

Que dói, dói, dói   

          A velha estranhou, apertou os olhos mas comeu tudinho.Foi quando deu uma dor de barriga daquelas, pior do que rebuliço nas tripas. A mulher levantou, sentou, andou para lá e para cá. Não teve jeito, era o macaco pedindo:

          - Quero sair.

          A velha respondeu:

          - Sai pelas orelhas.

          - Não posso não, que tem cera – gritou o macaco. - Quero sair!

          A barriga da mulher doía.

          - Sai pelo nariz.

          - Tá assim de gosma. Quero sair!

          A barriga roncava cada vez mais.

          - Sai pela boca.

          - Pela boca não dá que tem cuspe. Quero sair!

          Aí a velha estufou que estufou, estufou e pum!

          Foi um estouro que se ouviu lá de longe.

          E de dentro dela saiu o macaco e mais um bando de macaquinhos, tudo tocando viola, dançando e cantando:

Eu vi a bunda da velha iá , iá

Eu vi a bunda da velha iô, iô"

          Os alunos devem ser despertados para os detalhes que tornam a história diferente dos outros contos ouvidos antes:

  • é uma espécie de piada mais longa com muitos detalhes.
  • tem trechos para cantar.
  • tem um final inesperado.

3° momento:

          É proposto às crianças que criem uma história onde as palavras façam rir.   

          É permitido, também, que sejam acresentados à história, trechos para cantar, dançar, finais inesperados...   

          As histórias, ao serem narradas, devem ter suas emoções expressas nos corpos de seus contadores.   

          Pode-se deixar livre a criação de “gestos errados”, mas é interessante que nas primeiras criações, aconteça uma “explosão” de ideias com a turma.   

          Exemplo: 

  • Um gato que late.
  • Um ponteiro que pulava os minutos, pulava corda, pulava muros.
  • Um hipopótamo entra numa lanchonete e pede uma xícara de café.

          Na sala deverão existir diferentes cantos:

  • com sucatas
  • com panos e lenços
  • com instrumentos musicais
  • com tintas próprias para a pele
  • com tintas e papéis.

4° momento:

          Os alunos divididos em grupos pequenos (3, no máximo 4) criam suas histórias, escolhem os recursos que podem ser usados, dividindo as taregas entre si e combinam a apresentação.

5° momento:

          Os grupos apresentam suas histórias e a turma descobre o humor existente em cada uma delas.

          Ao final, pensam numa maneira interessante de levar as histórias para as outras turmas.

          Se os alunos é que levam as histórias normalmente,  por que neste caso, as histórias não levam os alunos?

          Como?

          Os alunos sugerem e todas as sugestões dadas deverão ser registradas no quadro-de-giz.

          A turma, então, escolhe a maneira ou maneiras engraçadas que usarão para levar histórias para rir às outras turmas.   

          Compartilhar suas criações com outras turmas do colégio é compartilhar conhecimento e alegria, fundamentais nos dias de hoje.

         

Recursos Complementares
  • Livro: Histórias que o povo conta Ricardo Azevedo – Editora Ática.
  • Livro: Gramática da Fantasia – Gianni Rodari – Summus editorial.
  • Vídeo: Os três patetas
Avaliação
  • As histórias apresentadas devem ser avaliadas segundo critérios estabelecidos com a turma.
  • Outras atividades como esta devem acontecer, o que propcionarão à turma momentos "divertidos, mas sérios" de leitura e de escrita.
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