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Disseminação de sementes

 

25/11/2010

Autor e Coautor(es)
SELMA GONZAGA SILVA
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UBERLANDIA - MG Universidade Federal de Uberlândia

Cláudia Regina Montes Gumerato

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio Biologia Diversidade da vida e hereditariedade
Educação Escolar Indígena Ciências Seres humanos e o meio ambiente
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Ciências Naturais Terra como espaço para a vida
Ensino Fundamental Final Ciências Naturais Vida e ambiente
Ensino Médio Biologia Interação entre os seres vivos
Ensino Médio Biologia Identidade dos seres vivos
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Identificar diferentes formas de disseminação de sementes.

Analisar a importância desse processo para  a vida na Terra.

Verificar as interações entre os componentes da biosfera nesse processo.

Avaliar a interferência humana no processo natural de disseminação de sementes e propagação de espécies vegetais.

Duração das atividades
3 aulas de 50 min cada
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Classificação dos seres vivos.

Características das Angiospermas.

O que são frutos e sementes.

Relações ecológicas.

Estratégias e recursos da aula

AULA 1

Sugerimos que o professor digite e  disponibilize para cada aluno os textos 1 e 2. O texto 1 é um fragmento da matéria  "Carrapichos, quando a melhor estratégia é o grude" extraído da revista "Ciência Hoje das Crianças" que será utilizado para abordar o tema da aula. Após o texto, enumerar as questões para discussão com espaço para que os alunos, após discutirem em duplas, possam registrar suas respostas para depois socializá-las. O texto 2, de fundamentação teórica, deverá ser usado posteriormente, conforme instruções ao longo da aula.

Texto 1- Carrapichos, quando a melhor estratégia é o grude 

Era domingo à noite e o carro segue a estrada. Lá dentro, toda a família viajava quieta, cansada por causa do final de semana no sítio do vô Ângelo. Dadá era o único que ainda parecia ter alguma energia e não parava de tirar carrapichos da sua meia. Dizia ele que já havia tirado mais de cem, mas Guto, seu irmão mais velho achava que era exagero.

Olhando as estrelas Guto pensava em quantos mundos o olhavam de volta. De repente, seus pensamentos se foram por causa de uma alfinetada no pescoço. Mexendo na gola da camiseta, ele descobriu o motivo da espetada: carrapichos! Mas como eles foram parar ali? O mistério não durou muito, pois Guto logo viu que Dadá estava segurando para não gargalhar.

_ Dadá, você vai ver só! - disse Guto jogando as bolinhas espinhentas na cabeça do irmão.

Enquanto Dadá vai retirando os carrapichos de suas meias, Guto explica o que são carrapichos e por que seu grude é importante para a sobrevivência da planta carrapicheira.

Fonte: "Ciência Hoje das Crianças", nº 174, nov., 2006, p. 2-5.

Professor, caso você tenha condições de coletar alguns exemplares de plantas carrapicheiras, mostre-os aos alunos nesse momento, para ilustrar sua aula.

Alguns nomes científicos e famílias de espécies de carrapichos conhecidas. Capim-carrapicho: Cenchrus echinatus (Família Poaceae) Carrapichão: Xantium strumarium (Família Asteraceae) Picão-branco: Galinsoga parviflora (Família Asteraceae) Picão-preto: Bidens pilosa (Família Asteraceae) Picão-roxo: Ageratum conyzoides (Família Asteraceae)

Do contrário, mostre a eles algumas fotos de carrapichos conhecidos, como as sugeridas a seguir, utilizando o data-show.

Fontes das imagens:

 http://www.baixaki.com.br/usuarios/imagens/wpapers/417180-119-1280.jpg Acessado em 06/10/2010  

http://i.olhares.com/data/big/266/2660348.jpg  Acessado em 06/10/2010 

Questões para discussão em duplas

Cada dupla deverá registrar suas respostas

Por que os carrapichos grudam nas roupas ou nos pêlos dos animais?

Que outros tipos de vegetais usam estratégia semelhante?

Por que as sementes devem ser deslocadas para longe da planta-mãe?

Que outras estratégias de dispersão de sementes você conhece?

Socialização da discussão. O professor deverá permitir que os alunos exponham seus conhecimentos prévios sobre o assunto e orientá-los a guardarem esses registros para uma nova discussão após o estudo do texto e da pesquisa na aula 2.

Fechamento da discussão pelo professor

Deverá ser  feita oralmente, mas também por meio de um texto de fundamentação teórica (texto 2) contendo uma síntese escrita, que contemple o conceito e os tipos de dispersão das sementes das angiospermas.

Sugestão para a exploração desse texto (2)

Professor, organize os alunos em trios e faça os seguintes encaminhamentos:

1º momento: Cada grupo de alunos deverá ler o texto, formular uma pergunta e respondê-la por escrito. Deverá ainda fazer um destaque sobre algo que considerou interessante no texto.

2º momento: Cada grupo lança a questão formulada para os demais, ouve os comentários dos colegas e, por fim, socializa a sua resposta, que podendo reformulá-la durante o debate. Cabe ao professor mediar essa discussão e corrigir eventuais erros conceituais e esclarecer as dúvidas.

3º momento: O professor deve encaminhar e organizar as falas dos alunos de modo que cada grupo se manifeste sobre os destaques que fêz no texto, de maneira espontânea, mas com respaldo teórico. Como no 2º momento o professor deverá ser mediador, corrigindo eventuais erros conceituais e esclarecendo dúvidas.

Por fim, aquilo que o professor considerar importante e que não foi destacado, deve fazê-lo, fechando o estudo do texto. 

Texto (2) de fundamentação teórica: Dispersão das sementes

Diferentemente dos animais, as plantas são limitadas em sua habilidade de procurar condições favoráveis para sua vida e crescimento. Como consequência, as angiospermas apresentam muitas maneiras de dispersão e distribuição da sua população através das sementes. Dispersão ou disseminação são nomes dados aos mecanismos ou meios utilizados pelas plantas para atingir novos locais. As unidades de dispersão ou diásporos podem ser as sementes, os frutos, a planta inteira (Tillandsia usneoides), ou partes da planta.

Uma semente precisa chegar de alguma maneira a um local e precisa estar lá enquanto houver condições favoráveis à germinação e crescimento. Em alguns casos, as propriedades que contribuem com este movimento das próximas gerações para longe da planta mãe estão mais ligadas a propriedades do fruto do que da semente e, em alguns casos, a uma mistura dos dois. A disseminação dos frutos e sementes tem por finalidade assegurar que o desenvolvimento de novas plantas não seja impedido pela competição com outros indivíduos, inclusive com os de sua própria espécie, por falta de espaço, de nutrientes, de luz, etc.

A dispersão através de transportadores físicos ou biológicos realiza-se de forma diferente conforme as características dos frutos e das sementes.

Nos frutos deiscentes as sementes ficam em liberdade quando os tecidos do pericárpio se abrem geralmente ainda com o fruto ligado à planta. Em alguns casos, a libertação das sementes ocorre de forma brusca e as sementes são lançadas a uma certa distância, como acontece com o fruto da ervilheira ou do feijoeiro em que a vagem se retorce ao secar. No caso da mamona, as sementes são lançadas longe ao "estalido", audível a grande distância, do fruto que se abre.

Quando as sementes não se desprendem tão facilmente e com tanta força, a disseminação realiza-se pelo vento (como acontece, por exemplo, com as sementes das orquídeas que são muito pequenas) e pelos animais (como acontece com aves aquáticas, que transportam as sementes misturadas com o lodo, ou com as aves frugívoras, que também são boas transportadoras de sementes). Os próprios humanos podem transportar sementes quer de forma acidental quer para cultivar.

Nos frutos indeiscentes que não possuem mecanismos de abertura, as sementes desprendem-se da planta conjuntamente com os frutos, ficando em liberdade quando ocorre a putrefacção ou fratura do fruto. A disseminação ocorre da mesma maneira pelo vento como acontece com os aquénios do taráxaco, ou dente-de-leão, ou a semente tem formações membranosas como no caso do ulmeiro ou do pinheiro.

Alguns frutos têm ganchos ou substâncias viscosas que aderem aos animais como acontece com a luzerna ou com o visco. Também há frutos carnudos que podem ser comidos pelos animais mas cujas sementes resistem à ação dos sucos digestivos e são disseminados com a expulsão dos excrementos (fezes).  Algumas plantas que se desenvolvem próximo da água têm frutos que flutuam e são arrastados pelas correntes. É o caso dos frutos dos juncos e dos cocos dos coqueiros ou palmeiras de coco.

Há várias classificações dos diferentes tipos de disseminação de acordo com o agente de dispersão. De um modo geral, podem ser agrupados em 3 categorias, cada uma delas com várias sudivisões:

1- ANIMAIS (zoocoria): - endozoocoria - ingestão e posterior liberação do diásporo. - sinzoocoria - diásporos carregados deliberadamente. - epizoocoria - diásporos carregados acidentalmente;

2-  ANEMOCORIA: Dispersão pelo vento. Os diásporos anemocóricos podem ser: A- VOADORES: - diásporos-poeira: em plantas micofitas, saprófitas e parasitas. Ex.: Orchidaceae, Balanophoraceae. - balões: quando há uma parte inflada. Ex.: Colutea arborescens (legumes inflados). - diásporos plumosos: geralmente ocorrem em plantas de lugares abertos. Ex.: Compositae, com cipselas peludas (dente-de-leão). B- ROLADORES: Rolam, soprados pelo vento. Podem ser grandes partes da planta toda ela. Ex.: nos desertos Norte-africanos, a Rosa-de-Jericó (Anastatica hierochuntia) percorre grandes distâncias. C- LANÇADORES (anemobalísticos): A balística é efetuada pelo vento. Ex.: Papaves somniferum, lança seus diásporos à até 15 m de distância. 

3- HIDROCORIA: Dispersão pela água: a) das chuvas - enxurradas - pluviobalísticos (em regiões secas, onde a umidade provoca a balística) b) correntes de água: - transporte submerso, onde a correnteza atua sobre estruturas como pêlos (Pepis) ou arilóides (Nymphaea alba). - diásporos flutuantes: com peso específico baixo, devido à leveza do endosperma, espaços aéreos internos ou tecidos suberosos. Em Água salgada, os diásporos são mais pesados. Ex. Coco da Bahia (Cocus nucifera). Características: - Endocarpo duro protege o embrião; - Mesocarpo fibroso serve para flutuação; - Endosperma líquido é a provisão nutritiva.  

Fontes das imagens:

Semente de guaraná - Disponível em: http://www.globoamazonia.com/Amazonia/foto/0,,20849210-FMM,00.jpg Acessado em 08/10/2010.

Urucum- Disponível em: http://1.bp.blogspot.com/_C80Ycd5LZUg/S9WVFwDmO-I/AAAAAAAAAJs/zzmo9ZsCnc4/s400/URUCUM+TO.jpg Acessado em 08/10/2010.

Girasso l- disponível em: http://www.solostocks.com.br/img/sementes-de-girassol-para-alimentacao-animal-56546z0.jpg Acessado em 08/10/2010.

Dente de leão - Disponível em: http://3.bp.blogspot.com/_qqwONhF5NzE/SxAIiq9u3UI/AAAAAAAABAA/UOTXA2jXdUQ/s1600/dente-de-leao-1280x7681.jpg 

Acessado em 08/10/2010.

AULA 2

A fim de ampliar os conhecimentos dos alunos acerca da importância da dispersão das sementes tanto para o ciclo de reprodução dos vegetais e a perpetuação das espécies  quanto para  a vida na Terra, em geral, propomos que a segunda aula seja no laboratório de informática, onde possam, em pequenos grupos, acessar matérias sobre o assunto nos seguintes endereços.

Dispersão de sementes por morcegos -disponível em: http://recicleblog.blogspot.com/2009/05/morcegos-e-dispersao-de-sementes.html Acessado em 08/10/2010. 

Animais colaboram com dispersão de sementes em florestas. Disponível em: http://painelflorestal.com.br/noticias/florestas-nativas/9241/animais-colaboram-com-dispersao-de-sementes-em-florestas Acessado em 08/10/2010. 

Dependente do inimigo - Uma inédita relação entre o tucano-toco e a arara-azul no Pantanal Mato-Grossense. Disponível em:  http://www.fazendasanfrancisco.tur.br/pantanal/novidades.php?btnAct=listar&cod_item=463 Acessado em 08/10/2010.

CALDEIRÃO DE VIDA: a riqueza de animais e plantas cresce com novas descobertas e é ameaçada pela caça e devastação. Disponível em:

http://veja.abril.com.br/especiais/amazonia/p_030.html Acessado em 08/10/2010.  

Tendo como referência estes textos e as discussões da aula anterior, cada grupo de alunos deverá produzir um texto sobre a dispersão de sementes, contemplando os seguintes aspectos:

Diferentes formas de disseminação de sementes.

Interações entre os componentes da biosfera nesse processo.

A interferência humana no processo natural de disseminação de sementes e propagação de espécies vegetais.

Fontes das imagens:

Araras- Disponível em: http://painelflorestal.com.br/_arquivos/imagens/18085418404c5fa582943fa7.05350518.jpg Acessado em 08/10/2010

Macaco- disponível em: http://animalia.pt/uploads/artigos/a6596a8e-b063-4e99-bfca-5ba4139255cb.w397.jpg Acessado em 08/10/2010 

AULA 3

Nesta aula, os alunos farão uma simulação da situação de dispersão de frutos ou sementes pelo vento de forma que compreendam os motivos de isso ocorrer produzindo um helicóptero de papel. O roteiro com questões para discussão está disponível em:   

http://www.cienciamao.usp.br/tudo/exibir.php?midia=amm&cod=_helicopterodepapel Acessado em 08/10/2010 

Trata-se de uma proposta interdisciplinar envolvendo conteúdos de Biologia e Física.

Interdisciplinaridade

Geografia: poderá ser realizada um abordagem tanto dos aspectos ambientais físicos importantes no estabelecimento e manutenção dessas relações entre os componentes da biosfera, quanto da intervenção humana nesses espaços e suas consequências. 

Língua Portuguesa: poderá contribuir para a ampliação da visão dos alunos sobre esse assunto, trabalhando do ponto de vista da língua, ortografia e gramática,  textos como o da revista Veja "Caldeirão de Vida" ou outros similares.

Matemática: poderá fazer levantamento de consumo de sementes por diferentes animais, como o tambaqui e usar esses dados em enunciados de problemas, cálculos e construção de gráficos.

 

Recursos Complementares

Dispersão de frutos e sementes http://www.infopedia.pt/$dispersao-de-frutos-e-sementes Acessado em 08/10/2010.

A Odisséia das sementes http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=2&cid=23547&bl=1&section=2&viewall=true#Go_2 Acessado em 08/10/2010.

http://professores.unisanta.br/maramagenta/dispersao.asp Acessado em 08/10/2010.

Avaliação

A avaliação deverá ser processual, ao longo das aulas e das atividades desenvolvidas. Os registros e as discussões deverão ser consideradas, assim como a participação nas atividades práticas e lúdicas. O instrumento principal para a avaliação quantitativa deverá ser o texto produzido ao final do estudo, por cada grupo de alunos.

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