07/12/2010
José Luiz Lacerda
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
---|---|---|
Ensino Fundamental Final | Educação Física | Atitudes, conceitos e procedimentos: esportes, jogos, lutas e ginásticas |
· Enfatizar a importância da proteção do corpo nas lutas;
· Experimentar algumas possibilidades de esquiva em diferentes situações de ataque e defesa;
· Adaptar e vivenciar jogos de luta onde a esquiva está presente.
Não há necessidade de que conhecimentos prévios sejam trabalhados para a realização desta aula.
1º Momento – Iniciar a aula debatendo sobre a proteção do corpo nas diferentes lutas:
Toda vez que disputamos uma luta sabemos que o nosso corpo é peça chave no combate. Seja qual for a luta, o corpo normalmente é o objetivo do oponente ou o obstáculo a ser superado para que o oponente atinja um objetivo próximo. De qualquer forma o corpo é sempre alvo direto ou indireto de ataques.
De que forma nós podemos proteger o corpo nas lutas? (fugindo, usando objetos (quando a regra permite), esquivando de ataques, contra atacando, etc.).
O que é ESQUIVAR o corpo?
Como podemos esquivar dos golpes em uma luta? (abaixando, fugindo, bloqueando, afastando, etc.).
Vamos então agora experimentar um pouco da esquiva em uma disputa corpo a corpo?
Atividade 01: Palavra nas costas
Dividir a turma em duplas, um aluno terá o objetivo de se defender usando a esquiva e o outro terá que usar de todos os artifícios para ler um papel (contendo uma frase ou palavra) que será colado nas costas do seu oponente (defensor da palavra) - preparado previamente pelo professor.
Após alcançar o objetivo, os papéis se invertem e o atacante vira “defensor da palavra” e o defensor passa a buscar a leitura do papel onde uma nova palavra ou frase foi escrita.
O tempo das investidas poderá ser cronometrado pelo professor como forma de disputa e incentivo na atividade (quem conseguir o objetivo em menos tempo vence).
Atividade 02: Lendo e evitando
Mantendo a lógica da atividade anterior, com a seguinte variação: cola-se uma palavra nas costas de cada aluno. Quem conseguir ler a palavra nas costas do oponente primeiro permanece na disputa com outro aluno e novas palavras. Assim um aluno poderá desempenhar o papel de atacante e defensor em uma mesma disputa.
Reflexão: Nas atividades que acabamos de vivenciar, qual parte do corpo tínhamos que proteger? (as costas) e nesse caso, quais as formas de esquiva mais indicadas para o combate? (agarrar, fugir de costas, manter-se frente a frente, etc.).
Vamos então agora experimentar um pouco da esquiva em uma atividade onde o corpo é ameaçado indiretamente pelo oponente.
Atividade 03: Arranca rabo
Essa luta é bem dinâmica e ilustra bem a importância da esquiva nas lutas.
Em duplas ou grupos, cada aluno de posse de um lenço (o lenço deverá ser preso na parte de trás do short dos alunos (com fita ou o próprio elástico do short), como se fosse um rabo).
Ao sinal do professor os alunos tentarão retirar “o rabo” do oponente, sem deixar que o seu seja arrancado.
Quem perder o lenço sai da disputa.
Não será permitido que o aluno segure o lenço para que o mesmo não seja arrancado.
Reflexão: Na atividade que acabamos de vivenciar, um participante da disputa poderia alcançar o seu objetivo sem sequer tocar no corpo do seu adversário, isso porque o objetivo da disputa não era o corpo do adversário e sim algo que estava junto ao corpo do mesmo. Nesse caso, evitar a proximidade do oponente era fundamental, manter-se agarrado com o adversário poderia ser fatal para sua permanência na disputa.
Atividade 04: O Boxe
FOTO - http://www.stuckert.com.br/boxe.html
1º Momento – Conversar com os alunos sobre a história do boxe e seus golpes:
Na antiguidade, antes mesmo das civilizações grega e romana, há indícios arqueológicos que indicam que o homem praticava lutas usando as mãos, desferindo golpes uns contra os outros. Os gregos e romanos também praticavam lutas deste tipo com objetivos esportivos (caso dos gregos) ou de simples diversão (caso dos romanos).
As lutas com golpes e esquivas sempre fizeram parte da história do homem, porém só ganhou algumas regras, aproximando-se do que é hoje, no século XVII, no Reino Unido – nascia o boxe. Foi no ano de 1867, que o uso de luvas e o número de assaltos foram determinados como regras oficiais.
As lutas profissionais possuem, no máximo 12 assaltos com 3 minutos cada. Porém, em determinadas competições o número de assaltos pode ser menor. No final de cada assalto, os lutadores ganham pontos, que são atribuídos por cinco jurados da luta. Estes pontos, definidos por golpes e defesas, servem para definir o ganhador em caso da luta chegar até o fim. Quando um lutador consegue derrubar o adversário e este permanece por 10 segundos no chão ou não apresentar condições de continuidade na luta, ela termina por nocaute. Não são permitidos golpes baixos (na linha da cintura ou abaixo dela).
OBS. Maiores informações sobre a história do boxe você encontra em recursos complementares.
Jab ou jabe: Golpe frontal com o punho que está a frente na guarda. Embora seja geralmente usado para afastar o oponente ou para medir a distancia, ele pode nocautear.
Direto: Golpe frontal com o punho que está atrás na guarda. É um golpe muito rápido e forte.
Cruzado (cross): Tão potente quanto o direto, porém o alvo é a lateral da cabeça do adversário. O cruzado termina seu movimento com o braço flexionado, diferentemente do direto.
Hook ou gancho: Desferido em movimento curvo do punho, atingindo lateralmente a cabeça ou abdome, dificultando a defesa do oponente. Difere do cruzado pela distância que é aplicado, próximo e contornando a guarda adversária.
Uppercut: Golpe desferido de baixo para cima visando atingir o queixo do oponente.
Pensar em alunos trocando socos em uma aula de educação física na escola é algo irreal. Porém nada impede que os movimentos do golpes e a vivencia da esquiva sejam adaptadas em uma atividade onde o contato dos golpes com o corpo será substituído por adaptações.
2º Momento – Adaptando o boxe
Material: Pregadores de roupa (de preferência grandes e de cores variadas) e bonés com aba frontal.
Cada aluno terá um número previamente determinado de pregadores (número igual para todos) e um boné. Os pregadores serão presos na camisa/tronco (região da barriga e peito) e na aba do boné que está na cabeça (mantendo-os em uma posição similar entre os participantes).
Em duplas, utilizando a estrutura dos golpes do boxe discutida anteriormente (jab, direto, cruzado, etc.) e das técnicas de esquiva, os competidores deverão defender seus pregadores (sem segurá-los) e arrancar os pregadores do adversário (um a um), com puxões, tomando o cuidado de tocar o mínimo possível no corpo do oponente.
Vence o competidor que retirar todos os pregadores do oponente primeiro.
OBS. Os alunos poderão propor outras regras para que a disputa fique mais interessante, como por exemplo: restrições de espaço, punições para golpes indevidos e tempo de cada assalto.
http://www.boxergs.com.br/histori3.htm
http://www.solbrilhando.com.br/Esportes/Boxe/Historia.htm
(História do Boxe)
http://www.boxergs.com.br/histori2.htm
(História do Boxe no Brasil)
http://www.tudoemfoco.com.br/boxe-regras-historia-golpes-boxe.html
(Regras e golpes no Boxe)
Reunir os alunos e pedir que respondam as seguintes questões:
- Quais são os movimentos mais utilizados para esquivas nas lutas?
- O tipo de esquiva depende do tipo de luta?
-Todo ataque torna o corpo vulnerável a um contra ataque?
- Existe uma esquiva “perfeita”?
- O bloqueio de um golpe pode ser considerado uma esquiva?
- Assim como fizemos com o boxe, podemos adaptar outras lutas, onde chutes e socos são freqüentes, para que o contato corporal de sua prática não machuque os colegas? Quais e como?
Fazer uma avaliação geral da aula pedindo que comentem e façam uma conclusão acerca das atividades vivenciadas.
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