24/11/2010
José Luiz Lacerda
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
---|---|---|
Ensino Fundamental Final | Educação Física | Atitudes, conceitos e procedimentos: esportes, jogos, lutas e ginásticas |
· Constatar que a deficiência não é empecilho para a prática de lutas;
· Aprender sobre as modalidades de lutas presentes nas paraolimpíadas;
· Vivenciar algumas atividades que envolvam luta e deficiência.
Sugerimos olhar a seguinte aula no portal que estabelece uma sequência pedagógica natural, importante para reflexão do tema:
1º Momento – Iniciar a aula refletindo sobre a relação lutas e deficiência:
Quando falamos em lutas, sabemos que alguns movimentos e habilidades são facilmente detectadas durante sua prática. Movimentos como o agarrar, empurrar, puxar e golpear, aliados à agilidade, força e equilíbrio são importantíssimos para o triunfo final. Qualquer um de nós pode experimentar os diferentes tipos de lutas sem grandes problemas, mesmo que nos falte habilidade para tal. Mas será que uma pessoa que possui limitações corporais (físicas, visuais, mentais, etc.) tem possibilidade de experimentar práticas corporais como essas?
A superação das pessoas com diferentes tipos de deficiência extrapola os limites do corpo. Essas pessoas não só vivenciam as lutas, como também disputam grandes campeonatos. O maior exemplo disso são os jogos paraolímpicos.
As Paraolimpíadas são disputadas a cada quatro anos, nos mesmos locais onde são realizadas as Olimpíadas, usando a mesma estrutura montada para os atletas olímpicos. São 19 modalidades em disputa, dentre elas estão presentes práticas das lutas, na qual os atletas portadores de deficiências são divididos em categorias funcionais de acordo com a limitação de cada um, para que haja equilíbrio.
Para portadores de deficiências físicas, o esporte adaptado só teve início oficialmente após a Segunda Guerra Mundial, quando muitos soldados voltavam para casa mutilados. A prática de atividades físicas adaptadas era uma alternativa para manter o corpo ativo e superar as limitações físicas e psicológicas.
Vocês já imaginaram, por exemplo, como seria uma luta competitiva corpo a corpo entre duas pessoas com limitações físicas? Vamos experimentar um pouco dessa vivência?
Atividade 01: Lutando com limitações
O professor poderá propor diferentes combates corpo a corpo variando a limitação física e o objetivo:
1. “Batalha dos sacis” (combate em grupos) Com as pernas amarradas ou unidas por pedaço de perna de calça de malha cortado, os alunos deverão desequilibrar os adversários por meio de empurrões ou encontrões. Quem cair no chão é eliminado da disputa. A área de combate deverá ser delimitada antes da disputa.
Quem terminar em pé será o vencedor.
2. “Saci solitário” (combate em grupos) Com as pernas amarradas ou unidas por pedaço de perna de calça de malha cortado, os alunos deverão agora empurrar por meio de “ombreadas” os colegas para fora dos limites do campo de jogo.
A área de combate deverá ser delimitada antes da disputa.
O aluno que pisar fora dos limites será eliminado.
Quem terminar dentro do campo de disputa será o vencedor.
3. Sumô sem os braços (combate dois a dois) Com os braços para dentro da camisa, o aluno deverá empurrar o adversário para fora do campo de jogo, usando apenas o tronco. A área de combate deverá ser delimitada antes da disputa.
O aluno que pisar fora dos limites será eliminado.
Quem terminar dentro do campo de disputa será o vencedor.
· O professor poderá construir outras formas de combate com os alunos modificando as limitações e objetivos.
OBS. Para prevenir acidentes, o professor deverá realizar essa atividade em local apropriado utilizando colchões ou tatame. Caso não tenha tais recursos, um terreno mais fofo com um gramado pode ajudar amenizar as possíveis quedas.
Reflexão: Nas atividades que acabamos de vivenciar, superamos as limitações físicas com a descoberta de novas possibilidades corporais que nos permitiam atingir os objetivos propostos. Movimentos secundários foram utilizados e táticas de defesa e ataque tiveram que ser revistas. No entanto, quando temos uma limitação, nem sempre conseguimos atingir um objetivo em um jogo que foi criado sem levar em conta essas limitações.
As adaptações estruturais e técnicas estão presentes em qualquer atividade onde o grupo que a pratica possui restrições. Um exemplo disso são as aulas de educação física das escolas que não tem recurso. Grande parte das vezes adaptamos regras, materiais e estrutura de jogos muito conhecidos para que a prática seja possível. Na maioria das vezes, a limitação é estrutural e financeira. Adaptações como essas são freqüentes e naturais em atividades e competições que visam a participação do deficiente.
Vamos então agora experimentar algumas lutas que foram adaptadas para os deficientes? (algumas teremos que adaptar mais uma vez para a realidade da escola).
Atividade 02: O judô para deficientes visuais
A arte marcial foi a primeira modalidade de origem asiática a entrar no programa paraolímpico. Praticada desde a década de 70, teve sua estréia nas paraolimpíadas em Seul 1988. Na época, só lutaram os homens com deficiência visual. Os Jogos Paraolímpicos de Atenas 2004 marcam a entrada das mulheres nos tatames. A entidade responsável pelo esporte é a Federação Internacional de Esportes para Cegos, fundada em Paris, em 1981.
Para a experimentação dessa atividade algumas questões devem ser ressaltadas junto aos alunos:
Obs. Para tornar mais interessante a disputa, o professor pode inovar o combate, amarando guizos nas mangas dos competidores. Assim os alunos poderão começar as lutas tentando se localizar antes de iniciar efetivamente o combate.
Atenção: O judogui pode ser substituído por um agasalho de mangas compridas para ajudar nas pegadas (o uso de calça (moleton) é opcional – dependendo da vontade do professor).
Os alunos poderão propor outras regras para que o jogo fique mais interessante, como por exemplo: restrições e punições.
OBS. Para prevenir acidentes, o professor deverá realizar essa atividade em local apropriado utilizando colchões ou tatame. Caso não tenha tais recursos, um terreno mais fofo com um gramado pode ajudar amenizar as quedas.
· Os alunos poderão ter acesso às regras do judô e do judô para cegos estabelecendo assim a relação entre as duas lutas.
Atividade 03: A esgrima em “cadeiras de rodas”
Modalidade é para atletas em cadeiras de rodas. O programa tem 15 provas - equipes e individuais, masculinas e femininas, em florete e espada. Só os homens é que competem com sabre. As cadeiras de rodas são presas ao chão para dar estabilidade e permitir a liberdade de movimentos na parte superior do corpo do esgrimista. Os atletas estão ligados a uma caixa eletrônica que conta os toques da arma.
Nas provas individuais, o primeiro esgrimista a marcar 5 toques em pools e 15 toques em eliminação direta é declarado vencedor. Nas provas por equipe, ganham os primeiros a marcar 45 toques. A esgrima em cadeiras de rodas foi inserida nos Jogos Paraolímpicos de Roma 1960.
Para a experimentação dessa atividade algumas adaptações devem ser consideradas:
Material: Espada feita com antena de TV retrátil e um pedaço de cabo de vassoura como punho (figura 01), óculos de proteção normalmente utilizados em obras (figura 01) e carteiras escolares (ou uma cadeira comum).
(Figura 01)
OBS. Para prevenir acidentes, o professor poderá utilizar uma proteção de papelão presa ao tronco de cada aluno. Outra forma de proteger contra golpes exagerados é punir os competidores que danificarem de alguma forma a “espada”, uma vez que nesse jogo o único golpe objetivo é aquele que a ponta da antena apóia-se no tronco do adversário causando o seu encurtamento.
Os alunos poderão ter acesso às regras da esgrima e da esgrima em “cadeiras de rodas” estabelecendo assim a relação entre as duas lutas.
Maiores informações sobre a luta você encontra em recursos complementares.
http://www.espacoacademico.com.br/041/41lima_souto.htm
(Texto - Paraolimpíadas: a superação do limite - Por Elaine C. Souto & Raymundo de Lima)
http://projetoleiah.tripod.com/olimpiada/historia/paraolimp.htm
(História das Paraolimpíadas)
http://diferencaediversidade.blogspot.com/2008/08/modalidades-paraolmpicas.html
(Paraolimpíadas - modalidades)
http://www.youtube.com/watch?v=zJg_qh3PLkg
(Vídeo - 1° Campeonato Paranaense de Esgrima em Cadeira de Rodas)
Verificar em conversa com a turma como compreendem a questão da participação dos deficientes nas lutas. Apontar na opinião dos alunos, qual o tipo de deficiência que mais atrapalha na vivência das lutas. Identificar qual a modalidade de luta onde não há como adaptar sua estrutura e regras para a prática de deficientes. Identificar quais foram os elementos que mais dificultaram na prática do judô para cegos e na esgrima para cadeirantes.Citar (crie) outras possibilidades de adaptação de lutas conhecidas para a integração de pessoas com limitações. Quais os comentários e conclusões acerca das atividades vivenciadas?
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