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O enredo na narrativa

 

18/11/2010

Autor e Coautor(es)
LAZUITA GORETTI DE OLIVEIRA
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Eliana Dias

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Análise linguística: modos de organização dos discursos
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  •  identificar a estrutura do enredo: introdução, complicação, clímax e desfecho;
  •  reconhecer e identificar as partes que constituem um enredo;
  •  produzir um texto narrativo, a partir de um conflito apresentado, tomando como base a noção de enredo e suas partes.
Duração das atividades
04 aulas de 50 minutos cada
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
  • Estrutura básica da narrativa.
Estratégias e recursos da aula
  • utilização do laboratório de informática e sala de vídeo;
  • atividades realizadas em grupo ou duplas de alunos;
  • utilização de imagens, textos e vídeos veiculados na internet.

Aula 01 (50 minutos) 

Disponível em:

http://realtragismo.webnode.com/realtragismo-analitico/ 

O enredo  no texto narrativo é  o conteúdo do texto que tem como núcleo o conflito, o qual está diretamente ligado às personagens, situadas no tempo e no espaço. É no enredo que se desenrolam os acontecimentos que formam  o texto. É com base nele que os demais elementos  que compõem a estrutura da narrativa vão se formando e se relacionando para a construção de um texto coerente e lógico.

 Atividade 

1. Como ponto de partida, o professor deverá conversar com os alunos sobre o assunto a ser estudado – o enredo na narrativa -, perguntando a eles:

a. O que faz um texto narrativo ser interessante, prender a nossa atenção e nos mostrar que forma um todo?

b. O desenrolar dos acontecimentos é o enredo. Quais elementos estão envolvidos nesses acontecimentos?

2. O professor deverá exibir para os alunos os vídeos seguintes sobre os elementos da narrativa que compõem o enredo.

a. Redação – Elementos da narrativa

Disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=2czWvybvTAk&feature=related 

b. Redação – elementos da narrativa – Parte 2 - 2

http://www.youtube.com/watch?v=lwYyFJjcv4c&feature=related

3. Após assistirem aos vídeos, o professor deverá promover uma discussão sobre o assunto abordado nos vídeos – elementos da narrativa –, enfatizando os  elementos que compõem o enredo.

Aula 02 (50 minutos)

Atividade

1. O professor deverá reproduzir para os alunos a cópia do conto “O Homem Nu” de Fernando Sabino.

O Homem Nu

Fernando Sabino

Disponível em:

http://www.telefilme.net/sinopse-do-filme-7630_O-HOMEM-NU.html 

O HOMEM NU

Ao acordar, disse para a mulher:

— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa.  Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.

— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.

— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém.   Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.

Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão.  Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento. Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:

— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.

Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.

Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares...  Desta vez, era o homem da televisão!

Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:

— Maria, por favor! Sou eu!

Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão.

Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.

— Ah, isso é que não!  — fez o homem nu, sobressaltado.

E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror!

— Isso é que não — repetiu, furioso.

Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar.  Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador.  Antes de mais nada: "Emergência: parar". Muito bem. E agora? Iria subir ou descer?  Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.

— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.

Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:

— Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso. — Imagine que eu...

A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:

— Valha-me Deus! O padeiro está nu!

Disponível em:

http://www.emule.com.br/lista.php?keyword=Fernando&pag=3&ordem=BARATOS 

E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:

— Tem um homem pelado aqui na porta! Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:

— É um tarado!

— Olha, que horror!

— Não olha não! Já pra dentro, minha filha!

Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.

— Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.

Não era: era o cobrador da televisão.

Esta é uma das crônicas mais famosas do grande escritor mineiro Fernando Sabino. Extraída do livro de mesmo nome, Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1960, pág. 65. Disponível em:

http://www.releituras.com/fsabino_homemnu.asp 

Sobre o autor

Disponível em:

http://fontanablog.blogspot.com/2009/04/bar-e-cronica-fernando-sabino.html

Fernando Tavares Sabino, filho do procurador de partes e representante comercial Domingos Sabino, e de D. Odete Tavares Sabino, nasceu a 12 de outubro de 1923, Dia da Criança, em Belo Horizonte. [...]

Disponível em:  

http://www.releituras.com/fsabino_bio.asp 

2. O professor deverá solicitar aos alunos que façam a leitura silenciosa do texto.

3. A seguir, o professor deverá escolher alguns alunos para fazer a leitura oral do texto – um aluno para cada personagem e um para o narrador. Nesse momento será observada a entonação adequada a cada fala.

Aula 03 (50 minutos)

Atividade

I- Nessa aula, os alunos, em grupo,  deverão responder às questões propostas na sequência sobre o conto “O Homem Nu” de Fernando Sabino.

1. No conto “O Homem Nu” de Fernando Sabino, o autor descreve o lado pitoresco do cotidiano com muitas situações vibrantes, de uma maneira ágil e direta, enquanto parece que está conversando com o leitor.

a. Resuma a história. Lembre-se de que um resumo você deverá excluir os diálogos diretos.

b. Você acha que na realidade é possível acontecer situação semelhante  à vivenciada pela personagem principal desse conto? Justifique sua resposta.

2. Observe a organização do enredo do conto e escreva onde começa e termina cada uma das partes abaixo:

a. equilíbrio inicial – parte em que a situação é apresentada e ainda não surgiu o conflito;

b. conflito – o problema a ser resolvido;

c. clímax – momento mais emocionante e difícil do conflito;

d. desfecho – solução do conflito.

II- Para correção das atividades realizadas, o professor deverá abrir espaço para que todos os grupos apresentem suas respostas, mediando as discussões com esclarecimentos que se fizerem necessários.

Aula 04 (50 minutos)

Atividade

Produção de texto

1. O professor deverá exibir para os alunos o vídeo do trailer do filme “O Homem Nu” de Roberto Santos, baseado no conto homônimo de Fernando Sabino.

Disponível em:

http://videos.wittysparks.com/id/72057662460569049 

2. A seguir, o professor deverá apresentar aos alunos a seguinte proposta de produção de texto.

a. A história apresentada no trailer difere do conto de Fernando Sabino, exatamente na apresentação do conflito:

Um homem ao sair nu para pegar o pão na porta de seu apartamento é surpreendido por uma rajada de vento que faz sua porta bater, deixando-o preso, totalmente nu, do lado de fora, somente com o pão nas mãos para esconder sua nudez. Sem saber o que fazer ele sai correndo em disparada para a rua...

b. Lembre-se de que o enredo de uma narrativa geralmente é organizado da seguinte forma:

Situação inicial: Os personagens e o espaço são apresentados.

Estabelecimento de um conflito: Um acontecimento modifica a situação apresentada e desencadeia uma nova situação a ser resolvida, que quebra a estabilidade de personagens e acontecimentos.

Clímax: Ponto de maior tensão na narrativa.

Epílogo/desfecho: Solução do conflito, o que nem sempre significa um final feliz.

c. Conforme a história apresentada no trailer do filme, a situação inicial foi apresentada e o conflito estabelecido, isto é, chegou-se a um momento emocionante da história. Imagine as aventuras vividas pelo homem nu, correndo desenfreado pelas ruas, tentando se ocultar e escreva uma continuação  para  o episódio, encaminhando os fatos para o clímax e consequentemente para o desfecho.

d. Para que seu texto seja coerente mantenha: as personagens apresentadas, mesmo que você decida incluir outras; o foco narrativo de  terceira pessoa e o mesmo local e época.

e. Reúna-se em grupo. Cada colega deverá fazer comentários  a respeito do texto do colega. Se achar necessário reescreva seu texto antes de apresentá-lo ao professor.

Recursos Complementares
  • O professor poderá exibir para os alunos o filme "O Homem Nu" de Hugo Carvana, com Cláudio Marzo e Isabel Fillardis, baseado no conto homônimo de Fernando Sabino.

Disponível em locadoras.

Sinopse do filme, disponível em: http://www.adorocinema.com/filmes/homem-nu/ 

Avaliação
  • Os alunos serão avaliados coletivamente durante a realização das atividades de interpretação do conto “O Homem Nu” de Fernando Sabino e, individualmente, por meio da produção de um conto a partir  de um conflito já estabelecido, quando eles poderão demonstrar o conhecimento a respeito   da  forma como o enredo de uma narrativa é organizado.
Opinião de quem acessou

Quatro estrelas 7 classificações

  • Cinco estrelas 5/7 - 71.43%
  • Quatro estrelas 2/7 - 28.57%
  • Três estrelas 0/7 - 0%
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