14/12/2010
Soymara Vieira Emilião, Glória Maria de Oliveira e Miriam Kaiuca
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
---|---|---|
Ensino Fundamental Inicial | Língua Portuguesa | Língua escrita: prática de leitura |
Ensino Fundamental Inicial | Língua Portuguesa | Análise e reflexão sobre a língua |
Ensino Fundamental Inicial | Língua Portuguesa | Aspectos gramaticais |
Ensino Fundamental Inicial | Língua Portuguesa | Pontuação |
Ensino Fundamental Inicial | Língua Portuguesa | Língua escrita: prática de produção de textos |
Ensino Fundamental Inicial | Língua Portuguesa | Língua escrita: usos e formas |
Ensino Fundamental Inicial | Língua Portuguesa | Ortografia |
Estabelecer com os alunos a importância da revisão dos textos.
Compreender a importância de algumas regras ortográficas e gramaticais dentro do sentido do texto.
Desenvolver a importância de refletir sobre o sentido do texto quando se faz a revisão.
Investigar no texto modificações necessárias para aperfeiçoamento do texto.
O aluno deverá ser leitor e escritor.
Esta aula de revisão de textos vai além da busca de erros ortográficos e de pontuação nos textos dos alunos, ela busca desenvolver comportamentos de escritores, mostrando aos alunos como identificar aspectos que colaboram na clareza e coerência na hora de contar uma história.
PRIMEIRA ATIVIDADE: Introdução
Inicie sua aula lendo o poema de Casimiro de Abreu " Meus oito anos"
Meus oito anos
Casimiro de Abreu
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem, mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
—Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!
Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberto o peito,
— Pés descalços, braços nus
—Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!....
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
— Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Para ilustrar sua aula, mostre a foto de Casimiro de Abreu e leia para seus alunos a Biografia do autor que se encontra logo após a foto.
Fonte da foto:
http://www.paralerepensar.com.br/cassimiro.htm
Biografia
Foi filho do abastado comerciante e fazendeiro português, José Joaquim Marques de Abreu,[1] e de Luísa Joaquina das Neves, uma fazendeira de Capivary, viúva, que com ele teve três filhos, embora nunca tenham sido efetivamente casados.
Casimiro nasceu na Fazenda da Prata, em Capivary (Silva Jardim), propriedade herdada por sua mãe em decorrência da morte de seu marido.[1] A localidade onde viveu parte de sua vida, Barra de São João, é hoje distrito do município que leva seu nome, e também chamada "Casimirana", em sua homenagem. Recebeu apenas a instrução primária no Instituto Freeze, dos onze aos treze anos, em Nova Friburgo, então cidade de maior porte da região serrana do estado do Rio de Janeiro, e para onde convergiam, à época, os adolescentes induzidos pelos pais a se aplicarem aos estudos.
Aos treze anos transferiu-se para o Rio de Janeiro para trabalhar com o pai no comércio. Com ele, embarcou para Portugal em 1853, onde entrou em contato com o meio intelectual e escreveu a maior parte de sua obra. O seu sentimento nativista e as saudades da família escreve: "estando a minha casa à hora da refeição, pareceu-me escutar risadas infantis da minha mana pequena. As lágrimas brotavam e fiz os primeiros versos de minha vida, que teve o título de Ave Maria".
Em Lisboa, foi representado seu drama Camões e o Jau em 1856, que foi publicado logo depois. Litografia de Casimiro de Abreu em rótulo de cigarro. Seus versos mais famosos do poema Meus oito anos: Oh! Que saudades que tenho/da aurora da minha vida,/ da minha infância querida/que os anos não trazem mais!/ Que amor, que sonhos, que flores,/naquelas tardes fagueiras,/ à sombra das bananeiras,/ debaixo dos laranjais! Em 1857 retornou ao Brasil para trabalhar no armazém de seu pai. Isso, no entanto, não o afastou da vida boêmia. Escreveu para alguns jornais e fez amizade com Machado de Assis. Escolhido para a recém fundada Academia Brasileira de Letras tornou-se patrono da cadeira número seis. Tuberculoso, retirou-se para a fazenda de seu pai, Indaiaçu, hoje sede do município que recebeu o nome do poeta, onde inutilmente buscou uma recuperação do estado de saúde, vindo ali a falecer.
Foi sepultado conforme seu desejo em Barra de São João, estando sua lápide no cemitério da secular Capela de São João Batista, junto ao túmulo de seu pai. Em 1859 editou as suas poesias reunidas sob o título de Primaveras. Espontâneo e ingênuo, de linguagem simples, tornou-se um dos poetas mais populares do Romantismo no Brasil. Seu sucesso literário, no entanto, deu-se somente depois de sua morte, com numerosas edições de seus poemas, tanto no Brasil, quanto em Portugal. Deixou uma obra cujos temas abordavam a casa paterna, a saudade da terra natal, e o amor (mas este tratado sem a complexidade e a profundidade tão caras a outros poetas românticos). A despeito da popularidade alcançada pelos livros do poeta, sua mãe, e herdeira necessária, morreu em 1859 na mais absoluta pobreza, não tendo recebido um tostão sequer em termos de direitos autorais, fossem do Brasil, fossem de Portugal.[1]
FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Casimiro_de_Abreu
Leia a Biografia de Casimiro de Abreu e marque junto com os alunos informações importantes e principalmente aquelas que tratam da infância do autor.
SEGUNDA ATIVIDADE: atividade para ser feita em casa
Passe para casa uma tarefa de pesquisa. Cada criança deverá entrevistar um adulto perguntando sobre a sua infância e trazer para a próxima aula o registro desta entrevista.
Para a entrevista elabore um roteiro com seus alunos de perguntas pertinentes para ajudá-los na entrevista.
Sugestões de perguntas para um roteiro:
Nome do entrevistado? Data de nascimento? Onde passou sua infância? Lembranças mais agradáveis da infância? Histórias engraçadas da infância? Fatos que marcaram a infância? A escola? |
Oriente seus alunos para a cada pergunta registrar a resposta.
TERCEIRA ATIVIDADE: Composição do texto
Em sala cada criança deverá ler suas anotações e elaborar um texto em primeira pessoa como se fosse o adulto entrevistado contando a história da sua infância.
Para ajudar leia algumas autobiografias que vão facilitar na identificação dos verbos e pronomes utilizados nesse tipo de texto.
No site abaixo o professor encontra a autobiografia de Bartolomeu Campos Queiroz que deverá ser lidas com os alunos. Aproveite também esse texto para marcar as características de um texto em primeira pessoa.
http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1693u24.jhtm
QUARTA ATIVIDADE: correção individual
Depois de produzir o texto o aluno deverá fazer uma nova leitura do que escreveu em busca de aspectos problemáticos a serem aperfeiçoados por ele mesmo.
Alguns aspectos a serem observados pelo aluno nesta primeira revisão:
Ausência ou troca de pontuação.
Caso seja preciso revise de forma rápida alguns usos de pontuação para auxiliar na revisão.
Palavras inadequadas que podem ser modificadas por outras mais formais. Como por exemplo, "gírias e termos coloquiais".
Lembre os termos mais comuns que sua turma costuma colocar nas produções de textos e que não são desejáveis.
QUINTA ATIVIDADE: Correção em dupla
Agora o aluno convida outro colega ou a professora indica as duplas, seguindo o objetivo de promover uma troca de saberes, a dupla vai corrigir um texto de cada vez.
Os dois alunos lêem juntos os dois textos, um de cada vez.
Nesta verificação o professor deverá orientar os alunos a identificarem no texto:
A falta de paragrafação
Repetição de palavras
Ou o professor com base em suas observações sobre os erros que sua turma vem cometendo com mais frequência e pontua esse como um item que os alunos devem priorizar na revisão dos textos.
Por exemplo: Uma turma em que o professor percebe que seus alunos não estão fazendo o uso da letra maiúscula corretamente deve lembrá-los de observar isso no texto que estão fazendo a revisão.
O professor deve eleger sempre dois ou três itens para que os alunos fiquem mais atentos. Todos os erros que a duplas encontrar devem ser revistos e corrigidos, mas é certo que para os alunos fazer uma correção completa é uma tarefa muito difícil, por isso a importância de ajudá-los focando em alguns pontos de cada vez.
SEXTA ATIVIDADE: Revisão coletiva
Após todos os estudantes produzirem uma história de infância individualmente e fazerem as primeiras correções, a turma escolhe um dos textos a fim de revisá-lo coletivamente.
O texto escolhido precisa da aprovação do seu autor para ir para a correção coletiva.
Nas turmas onde a prática da correção não é vista como algo punitivo e sim como um momento de construção de aprendizagem, os alunos sentem-se à vontade para expor suas produções.
Neste momento alguns aspectos sobre a compreensão do texto precisam ser observados, estimulando a observação de pontos no texto que dificultam a compreensão ou possam ser mais elaborados com mais informações.
As atividades desta aula deverão ser repetidas pelo menos uma vez por semana para garantir que os alunos incorporem a prática da revisão e aos poucos sejam revisores de seus próprios textos com mais autonomia.
SÉTIMA ATIVIDADE: avaliação
Ao final de cada aula faça uma avaliação com os alunos, pedindo que relatem o que descobriram revisando o texto de um amigo de turma.
Anote as descobertas dos alunos para verificar se nas próximas produções os alunos estão conseguindo melhorar as produções escritas, produzindo textos mais claros e com coerência.
Deixe essas anotações em local visível para que os alunos possam na próxima produção reler os itens que já sabem identificar no texto e ajudem na escrita e revisão.
Esse registro poderá ter o seguinte título:
"o que preciso verificar no meu texto"
E abaixo o professor vai listando de acordo com o que os alunos passam a perceber como, concordância verbal, colocação correta da pontuação e letra maiúscula
Para complementar sua aula o vídeo na voz de Bia Bedram faz uma bela apresentação do poema "Meus oito anos" de Casimiro de Abreu.
http://www.youtube.com/watch?v=RzuTIuL5td0
Para aprofundar seus conhecimentos sobre a proposta de revisão de textos, o professor poderá acessar o site abaixo da revista Nova Escola.
Ao final da aula o professor deverá observar se os alunos perceberam a importância da revisão dos textos, compreendendo o quanto é relevante a utilização de algumas regras ortográficas e gramaticais dentro do sentido do texto.
Ao final da aula o professor deverá observar na avaliação dos alunos e quanto eles já percebem a importância da revisão dos textos.
Cinco estrelas 2 classificações
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07/02/2012
Cinco estrelasCompreendi hoje muito mais do que em anos de estudo......... Obrigada e Parabéns!
05/01/2011
Cinco estrelasAchei sensacional a sequência da aula. Pretendo adaptá-la para o meu 2º ano do Ensino Fundamental. Depois, contarei como foi e o que fiz. Obrigada, Simone.