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Entrevistados e entrevistadores: o papel de cada um

 

18/10/2010

Autor e Coautor(es)
Ana Paula Campos Cavalcanti Soares
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BELO HORIZONTE - MG Universidade Federal de Minas Gerais

Sulamita Nagem Dias Lima

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Língua Portuguesa Leitura e escrita de texto
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Língua Portuguesa Linguagem oral
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

•      Ler e elaborar entrevistas, observando a pontuação do discurso direto.

•      Averiguar fatos e opiniões sobre um assunto.

•      Posicionar-se criticamente frente a posicionamentos enunciativos presentes em um texto.

•      Identificar relações de diversidade (contradição, oposição) ou de semelhança (aliança e/ou complementação) entre posicionamentos enunciativos presentes em um texto.

•       Expressar-se oralmente com eficácia em diferentes situações, interessando-se por ampliar seus recursos expressivos e enriquecer seu vocabulário.

•       Dominar o mecanismo e os recursos do sistema de representação escrita, compreendendo suas funções.

•       Interessar-se pela leitura e escrita como fontes de informação, aprendizagem, lazer e arte.

•       Desenvolver estratégias de compreensão e fluência na leitura.

•       Expressar-se por escrito com eficiência e de forma adequada a diferentes situações comunicativas, interessando-se pela correção ortográfica e gramatical.

•    Posicionar-se em relação a diferentes temas tratados.

•    Respeitar o turno da palavra

•   Produzir textos escritos de gêneros diversos, adequados aos objetivos, ao destinatário e ao contexto de circulação.

•  Dispor, ordenar e organizar o próprio texto de acordo com as convenções gráficas apropriadas.

Duração das atividades
03 horas/aula
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

- Dominar as relações entre grafemas e fonemas.

- Dominar as capacidades básicas da leitura.

Estratégias e recursos da aula

As estratégias a serem utilizadas são: - aula interativa;   - trabalho em grupo;   - texto impresso;   - produção de texto;       Desenvolvimento   1ª atividade:   1)      O professor apresenta a imagem abaixo solicitando a leitura da mesma.   OBS: A imagem pode ser apresentada em um cartaz ou projetor.

Fonte: www.dobla.blogspot.com       

1)      Após a leitura da imagem o professor propõe uma discussão a partir das seguintes indagações:   

a)      Quem são as pessoas que estão na foto?

b)       Você as conhece?

c)       Quem é o entrevistador?

d)      Você conhece esse programa de entrevistas?

 e)      A pessoa entrevistada é a cantora Ana Carolina. Que perguntas você faria a esta cantora?     

2)      O professor apresenta agora uma entrevista em texto escrito, solicitando que os alunos acompanhem a leitura que ele vai fazer do mesmo.   

OBS.: Foram selecionados alguns fragmentos da entrevista. Para ter acesso ao texto completo, consultar o link disponível na fonte.

Domingo, 27 de setembro de 2009

Entrevista para a revista ÉPOCA com a autora Glória Perez

- O que faz quando uma novela termina? Já começa a pensar em outra?

Claro que não! Só penso em descansar, em cuidar da minha vida, sem nem pensar nisso! E a um determinado momento algum tema captura você, e aí você sabe que começou a gestação de uma próxima novela. Acredito nisso: a gente não escolhe os temas, eles nos escolhem

- Sempre que uma novela sua começa, algumas pessoas dizem a mesma coisa: "que mistura, que confusão", etc. Mas depois é sempre o mesmo desfecho: o sucesso vem e público e crítica adoram. Como você lida com essa crítica inicial (e mesmo com as que não mudam)?

Chega a ser bandeiroso, não é? Uma verdadeira militância! Você precisa ver o que eles diziam quando fiz Explode Coração: tratavam a internet como uma invenção de lunática. O que me espantou mais não foi nem isso, foi o fato de terem abominado a ideia da rede! Como eu lido com esse tipo de "critica"? Rio e guardo para os meus netos rirem mais tarde!

- Quando você descobriu o linfoma, já estava escrevendo a novela? Em algum momento achou que não conseguiria continuar?

Foi por acaso. Percebi o aumento de tamanho da tireóide e o médico recomendou a retirada. Era uma cirurgia muito simples, a recuperação se dava em 24 horas. O que ninguém esperava é que houvesse um linfoma enclapsurado nela. É claro que me assustei diante da palavra "maligno", e da possibilidade da quimioterapia. Pra minha geração a palavra câncer ainda tem o peso de uma condenação, e a quimioterapia de uma sessão de tortura. Quando cheguei ao Dr. Daniel Tabak, nem precisei falar, ele adivinhou a primeira pergunta: -Você quer saber quanto tempo vai viver, não é? Com o que você tem, vai viver tanto tempo quanto viveria se não tivesse nada! Então eu descrevi minha rotina de trabalho, e perguntei se teria condições de continuar escrevendo a novela. Ele respondeu que não só eu podia continuar, como era essencial, para o sucesso do tratamento, que continuasse, e mantivesse a mesma rotina. A partir dai, entrei em contato com muitas pessoas que enfrentaram a mesma situação sem abrir mão de suas ocupações. Pensei: se foi possível pra elas, haverá de ser possível pra mim também! E graças a Deus foi!

- Gloria Perez virou referência entre as famílias de vítimas da violência. Várias vezes entrevistei pessoas que foram até você e com quem você ficou ligada, como a Cleyde, mãe da Gabriela (uma grande figura que, infelizmente, se foi) e elas falavam muito em você, na sua força. Estar com essas pessoas é bom para você ou apenas faz sua dor aumentar, lembrando-se de sua filha?

Não fujo da minha realidade. Pela minha história de vida me tornei referencia para que outras mães resistam e lutem por justiça, e estou sempre disponível para ouvi-las e participar de seus movimentos. A ideia da campanha de assinaturas, que utilizou um dispositivo da constituição para conseguir a primeira emenda popular da historia do pais, (a inclusão do homicídio qualificado entre os crimes hediondos), foi uma semente que deu muitos frutos. Apontou um caminho, uma direção, um meio para que a sociedade civil possa fazer mudanças, que tem sido utilizado por muitas outras mães depois de mim. O problema está no pouco respeito que nossas autoridades demonstram pela vontade da sociedade civil. A Cleyde conseguiu juntar as assinaturas também, levar para o congresso, e até agora não vimos a emenda popular que deveria ter nascido dali!!!!!!

- A outra assassina, Paula Thomaz (pelo que sei, posso estar errada), ainda mora no Rio de Janeiro. Você teme cruzar com ela nas ruas, ou com os pais dela. Teria alguma reação?

Espero que Deus me poupe de mais essa!

- Você tem algum tipo de "comunicação" com seus filhos falecidos? Não digo comunicação espiritual, mas outras coisas: você conversa com eles, há presença deles no seu dia-a-dia?

Há a presença deles na minha alma. Um filho não se apaga nunca. Faz parte de você, estando ou não estando mais nesse mundo!

- Já pensou em escrever mais, para o teatro ou para o cinema?

Penso muito, quero muito e está em tempo de me dedicar a outros projetos 

- Você diria que suas novelas têm uma mensagem em comum? Qual seria? O que você sempre está buscando ao criá-las (além do entretenimento)?

Sempre achei que se um folhetim tem a capacidade de fazer com que um pais inteiro discuta com quem vai casar a mocinha, seria ótimo usar essa força para beneficiar pessoas, por isso introduzi, nas novelas, essas campanhas que hoje se institucionalizaram sob o rótulo de merchandising social. A primeira grande campanha que fiz foi em Carmem, na Manchete, por volta de 86/87. Esclarecia sobre a AIDS e combatia o preconceito que cercava os que tinham adquirido o vírus. O porta-voz da campanha era o Betinho.

- O que as diversas culturas em que você sempre mergulha para fazer seu trabalho te ensinam?

Que nosso umbigo não é a janela mais ampla pra se enxergar o mundo! Que a minha maneira de viver, de ver as coisas, é só mais uma!

- Que cultura você gostaria de mostrar ao Brasil em uma futura novela?

Não tenho nada em mente e nem necessariamente me atenho a retratar culturas. Essa é uma lenda recente, só porque, antes falei dos muçulmanos em O Clone. Minhas outras novelas não têm nada a ver com culturas diferentes. Pelo contrario, o que há em comum entre elas é que falam dos novos conflitos humanos, introduzidos pelo desenvolvimento de novas tecnologias. Conflitos que as gerações anteriores a nos não conheceram, e que temos que aprender a viver sem nenhuma referencia no passado (como barriga de aluguel, transplante de coração, etc) Não tenho formulas, aliás tenho pavor de formulas. Se você me perguntar o que meus trabalhos tem em comum eu te diria que é um empenho em trazer para o público alguma coisa diferente!     

Fonte:  http://gloriafperez.blogspot.com/2009/09/entrevista-para-revista-epoca.html (Adaptação)    

3)      Após a leitura, o professor propõe uma discussão a partir das questões abaixo:   

a)      Quem é a entrevistada?

b)      Qual a profissão que ela exerce?

c)      Que fato marcou a vida familiar dessa pessoa?

d)     Como você ficou sabendo desse fato?   

4)      Em seguida, o professor propõe que a turma pense em uma pergunta que gostaria de fazer a essa entrevistada. Enquanto os alunos perguntam, o professor vai registrando no quadro.   

5)      A partir das perguntas elaboradas pela turma, o professor chama a atenção dos alunos para o sinal de pontuação usado no final da frase, enfatizando seu significado e função.         

6)  O professor apresenta o  trecho da entrevista solicitando a leitura do mesmo e propondo que a turma se posicione criticamente em relação a esse ponto da entrevista.   

“- A outra assassina, Paula Thomaz (pelo que sei, posso estar errada), ainda mora no Rio de Janeiro. Você teme cruzar com ela nas ruas, ou com os pais dela. Teria alguma reação? Espero que Deus me poupe de mais essa!”   

OBS.: O professor poderá utilizar outras entrevistas, cujos entrevistados sejam de interesse da turma. Sugerimos que o professor realize uma enquete com a turma.     

2ª atividade:   

1)      O professor organiza a turma em grupos e leva-os para a sala de informática para assistirem uma das entrevistas abaixo.   

OBS: Propomos, nessa atividade, que o professor leve para a sala de aula uma entrevista televisiva. Neste caso, escolhemos uma entrevista de Marília Gabriela (famosa por suas bem-sucedidas entrevistas) ao também entrevistador Jô Soares (reconhecido nacionalmente pelo seu famoso programa de entrevistas).   

Vídeo: MARÍLIA GABRIELA ENTREVISTA JÔ SOARES GNT PARTE I

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=FHg_X6zqfxo&feature=related    

MARÍLIA GABRIELA ENTREVISTA JÔ SOARES GNT PARTE II

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=rrXpxXgAYrw    

2)      Após a exibição das entrevistas, o professor propõe que a turma discuta o que é necessário para o sucesso de uma entrevista.

OBS:  Refletir com os alunos que,  para a realização das entrevistas faz-se necessário que o entrevistador tenha informações relevantes a respeito do entrevistado, para assim formular perguntas pertinentes.   

3)      Em seguida e ainda com a turma em grupos, o professor solicita que os alunos preencham o quadro abaixo:     Semelhanças Diferenças Entrevista escrita     Entrevista televisiva         

4)      O professor socializa as respostas da turma e faz os comentários necessários.     

3ª atividade:   

1)      O professor faz uma retomada de todos os aspectos discutidos na aula para que os alunos possam realizar uma entrevista com sucesso. Para isso, o grupo deverá escolher alguém do interesse dele para ser entrevistado.   

OBS: Sugerimos os seguintes possíveis entrevistados: o Diretor da Escola, um médico, um líder comunitário, um dono de alguma empresa, um político local, etc...   

2)      Após a escolha anterior, o grupo deverá levantar o assunto a ser tratado e elaborar as perguntas que farão.   

3)      O professor organiza os grupos para a realização das entrevistas combinando que a mesma deverá ser escrita ou gravada.   

4)      O professor socializa as entrevistas realizadas e faz os comentários necessários.

Recursos Complementares

Entrevista é uma conversação entre duas ou mais pessoas (o entrevistador e o entrevistado) em que perguntas são feitas pelo entrevistador para obter informação do entrevistado. Os repórteres entrevistam as suas fontes para obter destas declarações que validem as informações apuradas ou que relatem situações vividas por personagens. Antes de ir para a rua, o repórter recebe uma pauta que contém informações que o ajudarão a construir a matéria. Além das informações, a pauta sugere o enfoque a ser trabalhado assim como as fontes a serem entrevistadas. Antes da entrevista o repórter costuma reunir o máximo de informações disponíveis sobre o assunto a ser abordado e sobre a pessoa que será entrevistada. Munido deste material, ele formula perguntas que levem o entrevistado a fornecer informações novas e relevantes. O repórter também deve ser perspicaz para perceber se o entrevistado mente ou manipula dados nas suas respostas, facto que costuma acontecer principalmente com as fontes oficiais do tema. Por exemplo, quando o repórter vai entrevistar o presidente de uma instituição pública sobre um problema que está a afectar o fornecimento de serviços à população, ele tende a evitar as perguntas e a querer reverter a resposta para o que considera positivo na instituição. É importante que o repórter seja insistente. O entrevistador deve conquistar a confiança do entrevistado, mas não tentar dominá-lo, nem ser por ele dominado. Caso contrário, acabará induzindo as respostas ou perdendo a objetividade. As entrevistas apresentam com frequência alguns sinais de pontuação como o ponto de interrogação, o travessão, aspas, reticências, parêntese e as vezes colchetes, que servem para dar ao leitor maior informações que ele supostamente desconhece. O título da entrevista é um enunciado curto que chama a atençao do leitor e resume a ideia básica da entrevista. Pode estar todo em letra maiúscula e recebe maior destaque da página. Na maioria dos casos, apenas as preposições ficam com a letra minúscula. O subtítulo introduz o objetivo principal da entrevista e não vem seguido de ponto final. É um pequeno texto e vem em destaque também. A fotografia do entrevistado aparece normalmente na primeira página da entrevista e pode estar acompanhada por uma frase dita por ele. As frases importantes ditas pelo entrevistado e que aparecem em destaque nas outras páginas da entrevista são chamadas de "olho".

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Entrevista 

Avaliação

A avaliação é processual e contínua, devendo ser realizada oral e coletivamente, enfocando a dinâmica do grupo, identificando avanços e dificuldades. O desempenho dos alunos durante a aula, a realização das tarefas propostas, as observações e intervenções do professor, a auto-avaliação do professor e do aluno serão elementos essenciais para verificar se as competências previstas para a aula foram ou não desenvolvidas pelos alunos. Nesta aula, o professor deverá avaliar se o aluno conseguiu compreender como se formulam as perguntas e a pontuação correta para este gênero textual. Também é importante que os alunos posicionem-se criticamente diante das entrevistas.

Opinião de quem acessou

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Opiniões

  • diana, André Maurois , Rio de Janeiro - disse:
    diananovinha2009@hotmail.com

    18/01/2011

    Cinco estrelas

    Muito legal ! Além de valorizar os verdadeiros cantores e cantoras da MPB ! Ana eu te amo !


Sem classificação.
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