10/02/2011
Ana Leticia Oliveira Goulart; Lígia Beatriz de Paula Germano
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
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Ensino Médio | Artes | Arte Visual: Contextualização |
1) Relacionar o surgimento da arte de protesto às utopias revolucionárias da década de 1960 2) Conhecer o conceito de Neovanguarda, bem como os principais artistas do movimento e o significado de suas obras 3) Perceber a importância das artes plásticas na resistência e na luta contra a ditadura militar brasileira
Ditadura Militar brasileira.
Introdução:
A Semana Nacional de Poesia de Vanguarda, realizada em 1963 na Universidade Federal de Minas Gerais, sob a coordenação do poeta Afonso Ávila, abriu as portas para o surgimento da Neovanguarda em Belo Horizonte. Reunindo intelectuais expressivos, o evento discutiu questões referentes à concepção revolucionária da arte, à atuação das vanguardas artísticas e seu engajamento político. Nas artes plásticas, as primeiras manifestações nasceram na esteira do Golpe Militar de 1964, integrando jovens imbuídos pelo dever crítico-criativo do artista. Os salões de arte impulsionaram debates sob um novo fazer voltado para o experimentalismo e a nova figuração. Na década de 1960 e 1970, espaços como estes canalizaram a explosão criativa atuando também como focos de resistência a ditadura instalada.
Atividades:
1ª aula: Sugerimos que na primeira aula o professor contextualize a Neovanguarda ao cenário social e político brasileiro. Poderá ser utilizado o vídeo Regime militar (Disponível em http://www.historiadigital.org/2009/08/videos-de-boris-fausto-regime-militar.html), seguido de uma discussão crítica com os alunos que relacione o momento político à efervescência artística da época. O professor poderá orientar a discussão com base em alguns destes temas:
Cenário Nacional: Pré-64 (governo Jango; intelectuais de esquerda e as reformas de base); Golpe Militar de 1964; Anticomunismo; Repressão política e censura; Romantismo revolucionário; Manifestações de resistência à ditadura (poderá ser dada maior atenção à participação de artistas nestes movimentos); Tortura; Juventude e resistência à Ditadura; Tropicalismo
Cenário Internacional: Guerra Fria;; Revolução Cubana Revolução Cultural Chinesa e maoísmo; Maio de 1968 (França); Movimento hippie
2ª aula: O professor poderá apresentar uma seleção visual com as principais obras que marcaram o movimento da Neovanguarda. É importante que os alunos sejam estimulados a discutir o significado das obras e a crítica política e social que carregam.
Projeto de intervenção de Helio Oiticica, executado por Lee Jaffe, na exposição coletica Do Corpo a Terra. (Disponível em: http://www.cronopios.com.br/site/images/iex/Maio2008/figura7.jpg)
(O professor poderá trabalhar com os alunos a conotação ambiental da obra, que fazia desenhos com açúcar na Serra do Curral para denunciar a destruição da mata)
Cildo Meireles queima galinhas na intervenção Tiradentes: Totem monumento aos presos políticos. (Disponíel em: http://www.comartevirtual.com.br/gifs/cildomei.jpg)
Situação T. T. 1. - Trouxas ensangüentadas com carne e osso na obra de Artur Barrio para a exposição Do Corpo a Terra (Disponível em: http://3.bp.blogspot.com/_RKxJaBp8x8Y/S_twTfl0t4I/AAAAAAAAACU/PAXvo1yAMh0/s1600/Barrio3+(1).jpg)
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(O professor poderá trabalhar o tema da tortura com os alunos, chamando atenção para o uso da arte como denúncia)
Guerra é guerra – vamos sambar. Tela da série Vietnã, de Terezinha Soares. Acervo: C/ Arte.
(O professor poderá abordar questões relacionadas à Guerra do Vietnã e as manifestações artísticas em repúdio ao conflito)
Arqueologia do urbano: escavar o futuro. Quinze lições sobre arte e história da arte: homenagem e equações. Proposta Conceitual de Frederico Morais para a exposição Do Corpo a Terra. Acervo: C/ Arte.
(O professor poderá trabalhar a importância da fotografia e audiovisual, em especial os trabalhos de Frederico Morais, na inauguração de uma nova crítica de arte no Brasil)
Conclusão: Ao final das duas aulas, os alunos deverão ser capazes de pensar as obras de arte contextualizando-as ao momento político e cultural em que estão inseridas. Deverão ser capazes de aliar a proposta estética à crítica artística e político-social.
Leitura: O moderno e o contemporâneo na arte de Belo Horizonte, de Marília Andrés Ribeiro. Disponível em: http://www.fafich.ufmg.br/varia/admin/pdfs/18p227.pdf
O professor poderá dividir a turma em grupos e propor a escolha de um artista, um evento ou uma obra para uma pesquisa aprofundada que relacione o tema ao momento histórico. É essencial em cada pesquisa que o aluno análise a obra ou a estética do artista/ evento. Os resultados deverão ser apresentados em forma de seminários dinâmicos, com uso de Power-point, cartazes ilustrados, ou outros tipos de material visual. O material deverá ficar exposto no colégio, para que o conhecimento adquirido seja socializado com a comunidade escolar. O domínio do conteúdo, a qualidade do trabalho e a participação dos alunos nas atividades deverão ser pontuadas.
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