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Quem são as anfisbenas?

 

17/11/2010

Autor e Coautor(es)
MARIA ANTONIETA GONZAGA SILVA
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BELO HORIZONTE - MG ESCOLA DE EDUCACAO BASICA E PROFISSIONAL DA UFMG - CENTRO PEDAGOGICO

Lízia Maria Porto Ramos; Marina Silva Rocha; Priscila Barbosa Peixoto.

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: prática de leitura
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: prática de produção de textos
Ensino Fundamental Inicial Meio Ambiente Manejo e conservação ambiental
Ensino Fundamental Inicial Ciências Naturais Ambiente
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Identificar quem são as anfisbenas. Diferenciar anfisbenas de gimnofionas. Reconhecer a qual grupo pertencem as anfisbenas (Squamata). Explicar a importância ecológica do grupo. Desenvolver a leitura de textos científicos relacionados com o assunto e sua interpretação.

Duração das atividades
3 horas/aula
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Os alunos deverão ser capazes de reconhecer o grupo dos répteis, bem como identificar alguns exemplares deste grupo.

Estratégias e recursos da aula

Introdução: uma abordagem para o professor   

As anfisbenas formam um grupo pequeno de répteis em relação aos demais desta classe. Seu nome significa “prosseguir em ambas as direções” representando a capacidade de esses animais se movimentarem para frente e para trás com a mesma facilidade. São répteis sem membros, de corpo alongado e escamado e com visão reduzida podendo ou não ter autotomia caudal.

Distribuição geográfica: Limitadas às regiões tropicais e subtropicais do globo possuindo ampla distribuição no território nacional.

Habitat: A anfisbena é fossorial. Possui hábitos subterrâneos passando quase toda sua vida dentro de suas galerias saindo em casos extremos como inundações ou eventualmente para caçar.

Alimentação: Pequenos insetos (bem como larvas), vermes e até pequenos mamíferos como filhotes de roedores. Apesar de ser agressiva e possuir uma forte mordida e dentes afiados, a anfisbena não é peçonhenta.

Comportamento: É o único réptil verdadeiramente cavador, ou seja, ela cava seus próprios túneis, utilizando-se de seu crânio bastante duro e ossificado, em movimentos de um lado para o outro e/ou de cima para baixo. O final da cauda é bem semelhante à cabeça servindo para confundir o predador em um eventual ataque. Fica apta a reprodução de junho a agosto e a postura dos ovos é de novembro a dezembro.   

Adaptado de: http://www4.icmbio.gov.br/ran/index.php?id_menu=187 (consultado em 12/10/10, às 14h10min).    

Estratégia   

Como os alunos poderão atingir os objetivos propostos:

Os alunos poderão atingir os objetivos propostos através de atividade de montagem de modelos de anfisbenas, bem como discussões entre eles, leitura e interpretação de texto e vídeos sobre o assunto.   

Como o professor irá ativar esse processo:

O professor ativará este processo por meio do incentivo às discussões entre os alunos, orientação para montagem de modelos pelos alunos, além de leitura e interpretação de textos junto com os alunos e exibição de vídeos para sistematização dos conhecimentos construídos.   

Atividade Inicial: Montando um modelo

Professor: inicie a aula explicando à turma que eles farão um modelo de um ser vivo, mas que eles só irão descobrir quem ele é no final do trabalho. Leve para a sala de aula os seguintes materiais:

- Balão palito

Retirado de: http://www.portorizzo.com.br/loja/config/imagens_conteudo/produtos/imagensGRD/GRD_balao-canudo-sortido.jpg (consultado em 12/10/10, às 15h05min).    

- Caneta hidrocor

- Bolinhas de gude de tamanho grande

Retirado de: http://1.bp.blogspot.com/_lRzn-BN72fw/SfBZr033U3I/AAAAAAAAAjc/ev2J2s8vh7E/s400/bolinha+de+gude5.jpg (consultado em 12/10/10, às 15h07min).    

Como montar os modelos:   

Distribua dois balões e uma bolinha de gude para cada aluno. Em um deles peça para que eles o encham com um pouco de água (não muito para não estourar o balão). No outro coloque também um pouco de água e a bolinha de gude no fundo do balão (extremidade oposta ao lado em que se vai amarrar). Com a caneta hidrocor, os alunos irão desenhar anéis nos balões e também desenharão olhos muito pequenos e boca na ponta do balão.

Peça que os alunos percebam qual a diferença nos dois modelos: qual deles é mais resistente, que animal pode ser aquele, onde ele provavelmente vive? Deixe que os alunos se manifestem, dando suas opiniões e conversando uns com os outros sobre isso.   

Discutindo o assunto   

Depois desta discussão inicial livre, oriente uma nova discussão, perguntando quem são esses seres vivos e de qual grupo eles provavelmente pertencem. É provável que muitos alunos digam que se trata de minhocas ou outros seres com formato corporal semelhante. Instigue-os a pensar sobre as características do animal que eles montaram os modelos, o que este modelo possui de diferente de minhocas, por exemplo? Deixe que os alunos confrontem suas ideias.

Comece a falar para a turma sobre um grupo de animais muito interessante, as anfisbenas. Explique para eles que as anfisbenas são animais que vivem no solo e que fazem galerias neles como os anelídeos (minhocas). Porém, possuem diferenças. Peça que eles imaginem que diferenças são essas, deixe que eles se manifestem.

Comente que as anfisbenas possuem olhos, mas estes são reduzidos. Questione por que seus olhos são reduzidos e elas não têm patas. O que o ambiente em que estes animais vivem tem a ver com estas características?

Pergunte qual dos modelos representa corretamente o grupo. É possível que os alunos digam que é o modelo com a bola de grude, pois a cabeça das anfisbenas precisa ser resistente para conseguir cavar túneis subterrâneos. Questione com a turma mais algumas características destes animais que eles julgam ser importantes. Peça que os alunos anotem no caderno tudo aquilo que acharem interessante sobre esses animais.

Em seguida, mostre imagens do representante do grupo. Abaixo seguem algumas sugestões de imagens:

Retirado de: http://www.mundoeducacao.com.br/upload/conteudo_legenda/a24863bcf981c59095860b0a1a5e4108.jpg (consultado em 12/10/10, às 15h19min). 

Retirado de: http://chc.cienciahoje.uol.com.br/revista/revista-chc-2009/208/o-metro-das-anfisbenas/image_preview (consultado em 12/10/10, às 15h20min).  

Texto para os alunos:             

Após as discussões com os alunos acerca dos modelos construídos por eles e a visualização de figuras de anfisbenas, entregue para cada aluno um texto que fala sobre este assunto. Faça com a turma uma leitura oral, destacando os aspectos mais importantes do texto, retirando as dúvidas dos alunos. Depois desta leitura, oriente os alunos a fazerem no caderno um pequeno resumo sobre o que leram, ilustrando o texto com figuras de anfisbenas.             

Abaixo segue uma sugestão de texto:   

O metrô das anfisbenas

Talvez você já tenha andado de metrô. Se não andou, com certeza já viu um, seja “ao vivo” ou pela televisão. Metrô é como um trem, a diferença é que ele anda no subsolo ao longo de todo, ou quase todo, o seu trajeto. Em geral, as engenhocas criadas pelo ser humano são inspiradas na natureza, e pode ser que o metrô tenha surgido da observação das anfisbenas. Afinal, esses animais também andam debaixo da terra e vão para frente e para trás – só não são tão velozes.

As anfisbenas, apesar de muita gente não conhecer, são répteis comuns no Brasil. Esses animais têm a forma cilíndrica, como a de uma cobra, cauda curta e arredondada, que parece uma segunda cabeça. Por conta disso, seu apelido é cobra-de-duas-cabeças.

Elas vivem quase o tempo todo debaixo da terra e seu comportamento no subsolo é fundamental para sua sobrevivência. Os buracos que fazem têm quase o diâmetro do seu corpo, tamanho adequado para que elas possam ir para frente e para trás livremente. Sem essa capacidade de dar marcha à ré, elas teriam que cavar muito mais túneis para mudar de direção, não é mesmo?

Cabeça dura

Na construção de seus túneis, as anfisbenas usam a cabeça. É! Encurvam e esticam o corpo para ganhar impulso e dar golpes com a cabeça. Assim, as galerias vão se abrindo e os grãos de terra que saem da frente vão sendo compactados no teto e no solo delas.

Para que as anfisbenas consigam viver dentro dessas galerias, a construção tem de ser muito cuidadosa, do contrário, tudo pode desmoronar. Sabemos que o cuidado das anfisbenas, claro, é instintivo. Mas é de impressionar a perfeição dos túneis que elas cavam com suas cabeças duras.

Bem na fita!

Como as anfisbenas são animais subterrâneos, estudar comportamento e movimentação não é tarefa simples. Por isso, os pesquisadores realizam filmagens em raios X. Com essa técnica, conseguem visualizar o movimento e o posicionamento do esqueleto do bicho durante a escavação.

Para você ter uma idéia, a espécie Leposternon microcephalum faz seu túnel de maneira muito interessante: com movimentos sequenciais, ou seja, um atrás do outro, com pequenos intervalos de tempo. Essa anfisbena tem a cabeça em forma de pá, o que facilita seu trabalho, coisa que os cientistas chamam de “ciclo escavatório”.

No alto, a cabeça da anfisbena abaixa e recua: é o movimento de impulsão. Acima, a cabeça levanta e avança: é a escavação (Gráfico: Nato Gomes). Retirado de: http://chc.cienciahoje.uol.com.br/revista/revista-chc-2009/208/o-metro-das-anfisbenas (consultado em 12/10/10, às 15h27min).    

Além disso, a Leposternon microcephalum consegue fazer suas galerias escavando para frente, para baixo e para cima, com movimentos de impulsão (a cabeça abaixa e recua) e de escavação (a cabeça levanta e avança). Quando sobe, antes de qualquer coisa, ela dá um golpe com a cabeça no teto da galeria para que a terra caia, abrindo espaço para que o movimento de escavação seja feito. Impressionante, não é?

Ponto para as anfisbenas

Por serem excelentes escavadoras e construírem galerias subterrâneas, as anfisbenas contribuem para que o solo esteja sempre bem arejado. E isso é muito importante para o desenvolvimento das plantas. Um papel ecológico semelhante ao das anfisbenas é exercido pelas minhocas.

Na minha opinião, esse “metrô das anfisbenas” é uma das muitas maravilhas da natureza – e apenas uma das muitas áreas a serem pesquisadas sobre estes curiosos animais. Quem sabe você também não se anima e começa a estudar o mundo das anfisbenas? Mas, para isso, é preciso antes de tudo preservá-las. Portanto, procure não exterminar sem razão estes e outros bichos que podem aparecer onde quer que você esteja.

Disponível em: http://chc.cienciahoje.uol.com.br/revista/revista-chc-2009/208/o-metro-das-anfisbenas (consultado em 12/10/10, às 15h28min).              

Ferramentas tecnológicas – Atividades Visuais:             

Professor, após a leitura e interpretação do texto sobre as anfisbenas, apresente para a turma alguns vídeos sobre o assunto, de forma que os alunos possam sistematizar os conhecimentos construídos e adquirir novos.             

Depois de assistirem os vídeos, peça que os alunos contem o que conseguiram observar através deste recurso, dando seus depoimentos oralmente ou por escrito, no caderno.             

Abaixo seguem sugestões de vídeos:             

Anfisbenas em raios X! - http://www.youtube.com/watch?v=9cRnCF86Zbo (consultado em 12/10/10, às 15h35min).    

Cobra de duas cabeças - http://www.youtube.com/watch?v=r26-2gR6grU&feature=related (consultado em 12/10/10, às 15h36min).    

Amphisbaena sp. - http://www.youtube.com/watch?v=7I4myorAhqI (consultado em 12/10/10, às 15h37min).    

Amphisbaena on the move - Ormeøgle på tur - http://www.youtube.com/watch?v=wEcwQ364DSA (consultado em 12/10/10, às 15h38min). 

Recursos Complementares

Professor, abaixo seguem alguns recursos complementares à aula, que poderão ser usados caso seja necessário, ou apenas como um “saiba mais” para você.             

http://www.mundoeducacao.com.br/biologia/as-anfisbenas.htm (consultado em 12/10/10, às 15h46min).    

http://www.brasilescola.com/animais/cobrasdeduas-cabecasfamilia-amphisbaenidae.htm (consultado em 12/10/10, às 15h47min).    

http://revistapesquisa.fapesp.br/?art=2301&bd=1&pg=2&lg= (consultado em 12/10/10, às 15h48min).    

http://virtualzoologico.blogspot.com/2008/07/cobra-de-duas-cabeas-amphisbaena-alba.html (consultado em 12/10/10, às 15h49min).   

Avaliação

Avaliar numa perspectiva formativa implica estar atento à construção de conhecimentos conceituais, comportamentais e atitudinais de nossos alunos. Por isso é importante estar atento a todo o percurso do aluno enquanto aprende: suas ideias iniciais, aquelas apresentadas durante a investigação, à maneira que relaciona com os colegas, sua atitude investigativa e crítica, no decorrer da aula. Feitas estas considerações, propomos mais um momento para que os alunos sejam avaliados.

Leve os alunos ao laboratório de informática, caso sua escola conte com este recurso. Se não, leve para a sala de aula algumas enciclopédias e revistas que tratem do assunto da aula de hoje. Divida a turma em pequenos grupos de alunos e peça que cada grupo realize uma pesquisa bibliográfica sobre as anfisbenas, escrevendo no caderno tudo aquilo que julgarem importante destes animais.

Depois desta pesquisa, oriente cada grupo a montar uma apresentação do trabalho desenvolvido para o restante da turma, de forma a divulgar os conhecimentos construídos para os colegas. Depois, organize uma nova apresentação, única, para ser exposta para outras turmas da escola.  Desta forma, você poderá avaliar como foi o processo de ensino-aprendizagem de seus alunos, e se eles conseguiram atingir os objetivos propostos.

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