Compreender a importância do sistema de transporte para as migrações pendulares.

Análise das migrações pendulares e a precarização do trabalho.

O professor já deverá ter trabalhado com os alunos os conhecimentos sobre a formação das metrópoles, dos processos de conurbação.

Na primeira aula o Professor deverá relembrar o processo de conurbação que permite a formação das metrópoles. Afirmando que as metrópoles não devem ser definidas simplesmente como uma cidade grande, mas como um conjunto de cidades conurbadas, ou seja, a) interligadas pela expansão periférica da malha urbana ou pela b) integração socioeconômica comandada pelo processo de industrialização. Nelas há sempre um município núcleo, com maior capacidade polarizadora. É neste município polarizador que estará a maior oferta de trabalho e educação para a população do entorno.

É importante lembrar que na maioria dos casos a população (não só a população rural, mas também a população de cidades menores) se deslocou para as cidades em condições muito precárias. Esse processo ocorreu associado a uma industrialização que permanecia concentrada nas principais regiões metropolitanas, que, por isso, tornavam-se áreas atrativas.

As cidades brasileiras não tiveram condições de absorver toda a população que chegava nesses centros polarizadores e por isso, ao longo do tempo, a população foi se fixando nas áreas mais periféricas e até em outros municípios do entorno de grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, dentre outras.

A população que se fixou próxima aos grandes centros se desloca diariamente entre os municípios. Esse deslocamento é conhecido por migração pendular. As cidades, das quais a população sai de logo cedo e retornam somente ao final do dia são reconhecidas como cidades dormitório. A infra-estrutura de transporte é de fundamental importância para essa população.

O Professor poderá passar uma charge produzida por Maurício Ricardo que se encontra disponível no site: http://charges.uol.com.br/2004/06/03/brasileiros-cantam-o-dia-que-nao-terminou/ (acessado 05 de outubro de 2010). Com a utilização dessa charge o Professor deverá salientar a precária situação do trabalhador que exerce esse movimento diário entre sua casa e o trabalho por horas e em condições de extremo desconforto. 

Complementar a exposição dos temas em sala de aula e da charge de Maurício Ricardo o Professor pode explorar os seguintes mapas que foram produzidos pela equipe do Observatório das Metrópoles. Esses mapas fazem parte da obra: Hierarquização e Identificação de Espaços Urbanos, organizada por Luiz César de Queiroz Ribeiro. Essa obra está disponível no site: http://www.observatoriodasmetropoles.ufrj.br/Vol1_hierarquizacao_identificacao_espacos_urbanos.pdf

Nestes mapas (35 e 66) o Professor poderá estabelecer junto com os alunos uma análise sobre a integração entre os diversos municípios no entorno de São Paulo e sua malha de transportes e também poderá realizar uma análise acerca da condição social da população nestes diferentes municípios. Os indicadores que foram utilizados nesta pesquisa para dimensionar a condição social foram: Índice de Carência Habitacional (ICH) e taxa de pobreza. De acordo com a obra supracitada o ICH é um índice que sintetiza as condições de oferta de serviços elementares de saneamento básico, a partir do percentual de domicílios que têm carências quanto à oferta dos serviços de abastecimento de água, de instalação sanitária e de coleta de lixo, verificados no Censo de 2000. O ICH apresenta valores que variam de 0 até 1, de forma que quanto mais próximo de zero, maior é o grau de carência na oferta de serviços básicos de saneamento; valores mais próximos de 1 indicam maior adequação na oferta desses serviços. A taxa de pobreza, calculada pelo PNUD, registra o percentual de pessoas cuja renda domiciliar mensal per capita é de até ½ salário mínimo, com base nos dados do Censo de 2000. Nos outros mapas que seguem (33 e 63) referentes ao Rio de Janeiro os alunos poderão verificar as mesmas informações do mapa de São Paulo. Mais informações sobre a esses índices podem ser consultados no site já citado.

Fonte das imagens: http://www.observatoriodasmetropoles.ufrj.br/Vol1_hierarquizacao_identificacao_espacos_urbanos.pdf

Atividade para os alunos realizarem: Ao final da aula o Professor deverá orientar os alunos para que façam uma pesquisa sobre as estratégias e as alternativas que poderiam ser estabelecidas para que o deslocamento diário de pessoas de suas casas para os seus locais de trabalho e estudo pudesse ser facilitado. O Professor poderá pedir aos alunos que produzam, assim como faz o chargista Maurício Ricardo, desenhos, animações, colagens, fotografias que ilustrem, de forma criativa, as soluções e alternativas encontradas.

A segunda aula deverá ser destinada a apresentação dos trabalhos.

Materiais e recursos que serão utilizados em sala de aula.

Cópias dos mapas apresentados e computador e projetor para a exibição da charge.

Site da charge de Maurício Ricardo: http://charges.uol..com.br/2004/06/03/brasileiros-cantam-o-dia-que-nao-terminou/ Acessado em 05 de outubro de 2010.

Site para a obra dos mapas: http://www.observatoriodasmetropoles.ufrj.br/Vol1_hierarquizacao_identificacao_espacos_urbanos.pdf.

O Professor deverá avaliar os alunos através dos trabalhos de pesquisa que eles apresentarão em sala de aula. O Professor deve ficar atento às propostas elencadas pelos alunos para a resolução dos problemas do transporte nas grandes cidades.