14/01/2011
Eliana Dias
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
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Ensino Médio | Literatura | Estudos literários: análise e reflexão |
Ensino Médio | Literatura | Literatura brasileira, clássica e contemporânea: criações poéticas, dramáticas e ficcionais da cultura letrada |
O professor deverá iniciar a aula, relembrando rapidamente o conteúdo da Semana de Arte Moderna, o Romantismo Primeira fase. Em seguida, deverá formular a seguinte pergunta:
Depois de ouvir algumas hipóteses, proporá:
Atividade 1
O professor encaminhará os alunos para a sala de informática munidos do seguinte roteiro que será trabalhado em grupo. Os alunos acessarão:
http://www.graudez.com.br/literatura/modernismo.html
O professor pedirá que localizem no site: Segunda fase Modernista no Brasil (1930-1945) - poesia - para fazerem a pesquisa.
ROTEIRO PARA A PESQUISA:
1- Como se deu a transição da 1ª fase à 2ª fase ?
2- O que se deve entender por: "À piada sucedeu a gravidade de espírito, a seriedade da alma, propósitos e meios. Uma geração grave, preocupada com o destino do homem e com as dores do mundo, pelos quais se considerava responsável, deu à época uma atividade excepcional".
3- Principais poetas do período e temas recorrentes.
4- Conforme o texto, marque (V) para verdadeiro e (F) para falso. Faça as correções, se houver, tornando todas verdadeiras.
( ) O humor quase piadístico de Drummond ocorreu por influência de Mário e Oswald de Andrade.
( ) Vinícius, Cecília, Jorge de Lima e Murilo Mendes sofreram influência de Mário de Andrade.
( ) Os poetas modernistas encontraram a palavra mais estruturada e se preocuparam em aprimorá-la e extrair dela novas variações, numa maior estabilidade.
( ) Em 1930, o Modernismo já estava dinamicamente incorporado às práticas literárias brasileiras.
Atividade 2
O professor distribuirá entre os grupos fichas com os nomes dos poetas:
Carlos Drummond de Andrade |
Murilo Mendes |
Jorge de Lima |
Cecília Meireles |
Vinícius de Moraes |
Imagens disponíveis pela ordem em:
http://carlosdrummonddeandrade.com.br/poemas.php
http://www.releituras.com/mmendes_menu.asp
http://www.releituras.com/jorgelima_menu.as
http://www.citador.pt/poemas.php?poemas=Cecilia_Meireles&op=7&author=20304
http://www.releituras.com/viniciusm_bio.asp
Os alunos deverão ler poesias desses autores, escolherem a de que mais gostarem, fazerem uma análise sobre ela e apresentarem à classe. Para tanto, deverão seguir o roteiro abaixo:
Roteiro da apresentação:
1- Leitura expressiva.
2- Breve texto sobre o autor e suas características.
3- Tema, resumo, estrutura, figuras usadas pelo autor da poesia.
Sugestão de sites para pesquisa:
http://www.carlosdrummonddeandrade.com.br/poemas.php
http://pensador.uol.com.br/cecilia_meireles_poemas/
http://www.revista.agulha.nom.br/jorge.html
http://www.releituras.com/mmendes_menu.asp
http://www.viniciusdemoraes.com.br/site/article.php3?id_article=23
Atividade 3
Discutindo os textos:
Agora que vocês já conhecem os poetas e suas características, leiam e respondam individualmente às perguntas que se seguem. O professor deverá xerocar os textos e as questões para os alunos.
Mulher Proletária Jorge de Lima |
Retrato Cecília Meireles |
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Mulher proletária - única fábrica |
Eu não tinha este rosto de hoje, |
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que o operário tem, (fabrica filhos) |
assim calmo, assim triste, assim magro, |
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tu, na tua superprodução de máquina humana |
nem estes olhos tão vazios, |
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forneces anjos para o Senhor Jesus, |
nem o lábio amargo. |
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forneces braços para o senhor burguês. |
Eu não tinha estas mãos sem força, |
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tão paradas e frias e mortas; |
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Mulher proletária, |
eu não tinha este coração |
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0 operário, teu proprietário há de ver, |
que nem se mostra. |
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há de ver:a tua produção, |
Eu não dei por esta mudança, |
|
a tua superprodução, |
tão simples, tão certa, tão fácil: |
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ao contrário das máquinas burguesas |
- Em que espelho ficou perdida |
|
salvar o teu proprietário. |
a minha face? |
http://www.revista.agulha.nom.br/jorge.html
http://www.casadobruxo.com.br/poesia/c/retrato.htm
Modinha do empregado de banco Murilo Mendes |
SONETO DE SEPARAÇÃO Vinícius de Morais |
Eu sou triste como um prático de farmácia, |
De repente do riso fez-se o pranto |
sou quase tão triste como um homem que usa costeletas. |
Silencioso e branco como a bruma |
Passo o dia inteiro pensando nuns carinhos de mulher |
E das bocas unidas fez-se a espuma |
mas só ouço o tectec das máquinas de escrever. |
E das mãos espalmadas fez-se o espanto. |
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Lá fora chove e a estátua de Floriano fica linda. |
De repente da calma fez-se o vento |
Quantas meninas pela vida afora! |
Que dos olhos desfez a última chama |
E eu alinhando no papel as fortunas dos outros. |
E da paixão fez-se o pressentimento |
Se eu tivesse estes contos punha a andar |
E do momento imóvel fez o drama. |
a roda da imaginação nos caminhos do mundo. |
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E os fregueses do Banco que não fazem nada com estes contos! |
De repente, não mais que de repente |
Chocam noutros contos para não fazerem nada com eles. |
Fez-se de triste o que se fez amante |
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E de sozinho o que se fez contente |
Também se o diretor tivesse a minha imaginação |
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o Banco já não existiria mais |
Fez-se do amigo próximo o distante |
e eu estaria noutro lugar. |
Fez-se da vida uma aventura errante |
|
De repente, não mais que de repente. |
Morte do Leiteiro Carlos Drummond de Andrade |
E já que tem pressa, o corpo |
Se era noivo, se era virgem, |
A Cyro Novaes |
vai deixando à beira das casas |
se era alegre, se era bom, |
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uma apenas mercadoria. |
não sei, |
Há pouco leite no país, |
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é tarde para saber. |
é preciso entregá-lo cedo. |
E como a porta dos fundos |
|
Há muita sede no país, |
também escondesse gente |
Mas o homem perdeu o sono |
é preciso entregá-lo cedo. |
que aspira ao pouco de leite |
de todo, e foge pra rua. |
Há no país uma legenda, |
disponível em nosso tempo, |
Meu Deus, matei um inocente. |
que ladrão se mata com tiro. |
avancemos por esse beco, |
Bala que mata gatuno |
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peguemos o corredor, |
também serve pra furtar |
Então o moço que é leiteiro |
depositemos o litro... |
a vida de nosso irmão. |
de madrugada com sua lata |
Sem fazer barulho, é claro, |
Quem quiser que chame médico, |
sai correndo e distribuindo |
que barulho nada resolve. |
polícia não bota a mão |
leite bom para gente ruim. |
|
neste filho de meu pai. |
Sua lata, suas garrafas |
Meu leiteiro tão sutil |
Está salva a propriedade. |
e seus sapatos de borracha |
de passo maneiro e leve, |
A noite geral prossegue, |
vão dizendo aos homens no sono |
antes desliza que marcha. |
a manhã custa a chegar, |
que alguém acordou cedinho |
É certo que algum rumor |
mas o leiteiro |
e veio do último subúrbio |
sempre se faz: passo errado, |
estatelado, ao relento, |
trazer o leite mais frio |
vaso de flor no caminho, |
perdeu a pressa que tinha. |
e mais alvo da melhor vaca |
cão latindo por princípio, |
|
para todos criarem força |
ou um gato quizilento. |
Da garrafa estilhaçada, |
na luta brava da cidade. |
E há sempre um senhor que acorda, |
no ladrilho já sereno |
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resmunga e torna a dormir. |
escorre uma coisa espessa |
Na mão a garrafa branca |
|
que é leite, sangue... não sei. |
não tem tempo de dizer |
Mas este acordou em pânico |
Por entre objetos confusos, |
as coisas que lhe atribuo |
(ladrões infestam o bairro), |
mal redimidos da noite, |
nem o moço leiteiro ignaro, |
não quis saber de mais nada. |
duas cores se procuram, |
morados na Rua Namur, |
O revólver da gaveta |
suavemente se tocam, |
empregado no entreposto, |
saltou para sua mão. |
amorosamente se enlaçam, |
com 21 anos de idade, |
Ladrão? se pega com tiro. |
formando um terceiro tom |
sabe lá o que seja impulso |
Os tiros na madruga |
a que chamamos aurora. |
de humana compreensão. |
liquidaram meu leiteiro. |
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http://letras.terra.com.br/carlos-drummond-de-andrade/460649/
1- O poema "Mulher proletária" mostra a indecisão entre o material e o espiritual. Comprove com versos do texto.
2- Uma das características do modernismo foi abolir os versos rimados e metrificados. Os versos agora são brancos e soltos.
3- Ao fazer jogo com as palavras produção e superprodução, a que essas palavras se referem?
4-Cecília Meireles preocupava-se com a fugacidade do tempo. Retire de "Retrato" versos que referendam essa obsessão.
5- Cecília trabalha com cuidado o ritmo em seus poemas.Destaque os versos que impõem esse ritmo.
6- Explore a adjetivação usada por Cecília nesse poema descritivo, que retrata o “eu” lírico.Observe: “olhos vazios”, “lábio amargo”, “mãos sem força(...) frias e mortas”, “este coração que nem se mostra”, “rosto (...) assim calmo, assim triste, assim magro”
7- Em "Modinha do empregado de banco" há uma crítica ao Capitalismo. Você concorda? Justifique.
8- O que torna triste o empregado? E o que o torna mais triste ainda?
9- A palavra conto no poema se refere a quê?
10- Em 'Morte do leiteiro", podemos afirmar que a poesia se aproxima da crônica pois há vários elementos que fazem essa aproximação. Determine-os:
a- Onde ocorreu a história?
b- Quando aconteceu?
c- Com quem aconteceu? Houve protagonista e antagonista? Justifique.
d- Houve um clímax?
e- Por que aconteceu? Há justificativas para o fato?
Professor, há dois filmes que retratam bem a Segunda fase do Modernismo: Sugira aos alunos que os assistam.
Professor, faça avaliação processual. A cada atividade, registre os resultados alcançados para reprogramar os passos posteriores.
Quatro estrelas 4 classificações
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19/08/2015
Cinco estrelasMuito satisfatória as atividades, elas me darão mais suporte para as minhas aulas. Obrigada!
24/11/2013
Cinco estrelasO plano de aula e a atividade é excelente,mas queria que me mandasse as sugestoes de respostas.
30/09/2011
Cinco estrelasootima, bem detalhada e bem elaborada. está de parabéns !
28/08/2011
Quatro estrelasamei a sugestão da aula, simples e compreensível de fácil aprendizado.