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A contagem do tempo histórico em outras culturas: o calendário japonês.

 

10/02/2011

Autor e Coautor(es)
ANA FLÁVIA RIBEIRO SANTANA
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Aléxia Pádua Franco

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Estudo da Sociedade e da Natureza Cultura e diversidade cultural
Ensino Fundamental Final História Tempo cronológico
Ensino Fundamental Inicial História Organização histórica e temporal
Ensino Fundamental Inicial História Tempo cronológico
Ensino Fundamental Inicial História Organizações políticas e administrações urbanas
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

- Conhecer as características do calendário japonês e a extensão de seu uso no mundo atual.

- Compreender os eventos políticos, religiosos que nortearam a construção do calendário japonês.

Duração das atividades
02 aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Antes de entrar nas particularidades existentes no controle do tempo por meio dos calendários japoneses é imprescindível que os alunos tenham um conhecimento do significado dos calendários para os homens e suas organizações sociais.

Estratégias e recursos da aula

Atividade 1: Os calendários japoneses: história e política.

Professor: Leve para a sala de aula um globo terrestre e, em diálogo com a Geografia, inicie mostrando aos alunos a localização do Japão no planisfério. Aponte que o Japão é um país asiático e ao seu redor estão os países: China, Coréia do Norte, Coréia do Sul. Chame a atenção para a capital, Tóquio. Pergunte aos alunos o que mais eles sabem sobre esses aspectos territoriais do Japão.

Agora, peça aos alunos que observem a localização do Japão no globo terrestre e mostre onde ele se situa em relação ao resto do mundo. Destaque que em relação ao nosso país, o Japão encontra-se do outro lado da Terra e pergunte aos estudantes o que isso pode significar em relação aos movimentos de rotação da Terra. Espera-se que os alunos respondam que enquanto no Brasil é dia, no Japão é noite e vice-versa. Instigue-os agora em relação à marcação cronológica do tempo através do calendário: lembre-os que diferentes países criaram diferentes formas de calendários de acordo com os seus interesses políticos, econômicos, culturais, religiosos.

Pergunte:

- vocês sabem quantos dias tem um ano no Japão?

- os japoneses, tal como nós, que seguimos o calendário cristão, contam o tempo cronologicamente por dias, meses, anos, décadas, séculos, milênios?

Explique aos alunos que nesta aula eles vão aprender sobre o calendário japonês e as questões políticas que envolveram a sua criação. Mostre que as alternâncias na esfera máxima da política no Japão (o lugar ocapado politicamente pelo Imperador), consitituem um dos eventos centrais no modelo de contagem de tempo na cultura japonesa, isto é, quando ocorre a mudança de imperador inicia-se uma nova contagem para os anos (faça uma anologia com o calendário cristão, em que a contagem começa com o nascimento de Jesus. No caso japonês, a contagem tem início com a posse do imperador).

O calendário lunissolar

Professor: é importante destacar aos alunos que até o ano de 1800, aproximadamente, os japoneses adotavam o calendário lunissolar, baseado nos períodos da Lua em torno da Terra e da Terra em torno do Sol. Essa forma de contar o tempo permitia aos japoneses determinarem os meses, os dias, as fases da Lua para os trabalhos do dia-a-dia, como indicava aos agricultores, por exemplo, a melhor época de plantio e colheita de alimentos. Neste calendário, os meses tinham 29 ou 30 dias e os anos variavam de 353 a 356 dias, de maneira que de tempos em tempos era necessário acrescentar ou diminuir dias para ajustar ao calendário ocidental.

O calendário tradicional (atual)

Professor: em diálogo com as aulas de Português, trabalhe com os alunos reportagens sobre o Japão, seus imperadores e a família imperial. Veja nos links abaixo algumas reportagens sobre a família imperial e seu cotidiano que podem ser trabalhadas:  

http://noticias.uol.com.br/ultnot/reuters/2005/11/15/ult729u52008.jhtm  

http://madeinjapan.uol.com.br/2009/12/06/hisahito-ira-a-escola-em-2010/

http://madeinjapan.uol.com.br/2009/12/01/princesa-aiko-completa-8-anos/

http://madeinjapan.uol.com.br/2009/11/12/akihito-completa-20-anos-como-imperador-do-japao/

http://madeinjapan.uol.com.br/2009/10/26/principe-hisahito-visita-zoologico/

http://madeinjapan.uol.com.br/2009/09/06/aniversario-do-principe-hisahito/

http://madeinjapan.uol.com.br/2009/10/19/princesa-aiko-participa-de-festival-esportivo/  

http://madeinjapan.uol.com.br/2008/05/22/a-familia-imperial-japonesa-no-brasil/

Explique que o Japão tem um imperador, e que o poder imperial é repassado de tempos em tempos para um membro da família que governará o país (ressalte com os alunos as características de um governo imperial, suas peculiaridades, as formas de sucessão. Se preciso, recorra a comparações mostrando, por exemplo, que o modo de sucessão é diferente do modelo republicano - que os alunos conhecem mais de perto). Assim, o imperador é o símbolo maior do país e a linhagem japonesa é a dinastia mais antiga do mundo. O atual imperador é Akihito, que subiu ao trono no ano de 1989 e, desde então, vive com a sua esposa e seus três filhos no Palácio Imperial de Tóquio.

É importante que os alunos saibam sobre esse sistema político japonês, pois foi com o governo do Imperador Mutsuhito (Era Meiji), a partir de 1868, que houve uma significativa mudança no calendário japonês, o qual é utilizado até os dias de hoje. Esse imperador entendeu que o Japão deveria se modernizar e isso seria “acertar os ponteiros” com o mundo ocidental, então ele criou um calendário em que a forma de contar os dias e os meses é igual à ocidental, contudo, este calendário tem suas características próprias.

Professor: para que os alunos assimilem melhor as características do calendário japonês entregue para eles a tabela abaixo e peça para que colem em seus cadernos.

Fonte: http://www.linguajaponesa.com.br/calendario-japones.html

Agora, explore esta tabela com os alunos. Deixe, primeiramente, eles falarem o que notaram das informações contidas, como: nome das Eras, nome dos imperadores, os intervalos de anos, a ausência de séculos etc. Explique aos alunos que, como eles podem observar, embora os anos contidos na tabela se igualem ao nosso, do calendário cristão, não há, por exemplo, uma contagem por séculos (XIX, XX, XXI), mas por Eras.

Assim, a contagem dos anos é feita de forma diferente: o calendário japonês divide-se em Eras, geralmente iniciadas cada vez que um imperador chega ao trono. Então, quando uma Era começa, a contagem dos anos começa novamente e quando o imperador morre, a Era termina, logo a contagem dos anos também. Destaque que a contagem dos anos calcada na ascensão e fim de determinados imperadores empresta uma característica essencialmente política ao calendário japonês - certifique-se que os alunos tenham compreendido que a troca de imperadores constitui um evento político (tal como a troca de presidente no país em que eles vivem).

Professor: para essa aprendizagem ficar mais dinâmica e interessante, dialogue com a Matemática para dar um exemplo dessa contagem de tempo a partir da data de aniversário de algum aluno: pergunte a algum aluno em que dia, mês e ano ele nasceu. A partir dos dados, peça para que localizem no quadro a Era em que vive e o imperador que tem seu comando e descubram o ano de nacismento do colega no calendário japonês (como o imperador será Akihito, destaque algumas características de seu governo e compare com a de um outro imperador, mostrando aos alunos que as diferenças e transformações vivenciadas sob cada governante está relacionada com a justificativa de se iniciar uma nova contagem na "troca" do imperador). Peça para os alunos anotarem em seus cadernos para aprenderem como que se faz a conta.

Por exemplo: 10 de novembro de 2001. Peça aos alunos para localizarem na tabela a que Era corresponde o ano de 2001 (Era Heisei). Então já sabemos em que Era do calendário japonês o aluno nasceu. Agora pergunte aos alunos se eles têm noção de como descobrir o ano em que nasceram nessa Era: eles devem diminuir o ano de seu nascimento do ano em que a Era começou: 2001 – 1989 = 12. Portanto, o aluno nasceu no ano 12 da Era Heisei.

Em seguida, peça para que os alunos identifiquem o ano de nascimento de algumas personalidades japonesas a partir da mesma operação, identificando o ano e era de seu nascimento no calendário japonês (isto é, ano X da Era X):

Akira Kurosawa, nascido em 1910 (o mais conhecido cineasta japonês): _____________________________________________________

Ryuichi Sakamoto, nascido em 1930 (cantor japonês): ____________________________________________________

Takuma Sato, nascido em 1977 (piloro de fórmula 1): ____________________________________________________

 

Professor: por fim, deixe claro aos alunos que, paralelamente a esse calendário tradicional, os japoneses também utilizam o calendário gregoriano (que conta os dias, meses e anos da mesma forma como contamos no Brasil).

Aprimorando a aprendizagem

Professor: o momento de realização de exercícios em sala de aula proporciona o aperfeiçoamento da aprendizagem, além do diálogo que os alunos podem estabelecer com o professor e com os colegas. Portanto, apresente as atividades, aproveitando a interdisciplinaridade com a matemática.

Fonte: da autora.

 

2. Complete de acordo com a linha de tempo do exercício anterior:

a)      O ano de 2010 no Brasil corresponde no calendário japonês ao ano _____ da Era __________.

b)      A Era governada pelo imperador Hirohito foi composta por _____ anos.

c)      O governo do imperador Mitsuhito terminou no ano _____ da Era __________.

d)     Uma senhora que nasceu no ano de 1920 do calendário cristão, no calendário japonês nasceu no ano _____ do governo de Yoshihito.

e)      Uma criança que nasceu no ano 15 da Era Heisei, nasceu no ano _____ do calendário cristão.

Atividade 2: O calendário e as superstições

Professor: recorde com os alunos que a criação do calendário japonês tradicional, em uso até hoje, foi marcado por questões políticas (diferentemente dos calendários cristão e muçulmano, por exemplo, que estiveram relacionados com fatores, sobretudo, religiosos). Contudo, como eles já aprenderam até aqui, a criação de um calendário envolve diversas questões das características da sociedade que o fabricou. No Japão, por mais que o calendário tenha sido criado por um imperador (Mitsuhito) que quis abrir o país para o mundo ocidental, é possível observar que as pessoas também fazem uso desse calendário de acordo com as crenças e tradições orientais.

Diga aos alunos que o Japão é um dos países mais supersticiosos do mundo. Os orientais acreditam, por exemplo, na sorte e no azar do dia, nos poderes do arroz (acredita-se que cada grão é habitado pelo espírito da planta), na posição em que uma cama deve ser colocada no quarto para não atrair má sorte, que o número quatro dá azar etc.

Professor: apenas para os alunos entenderem melhor o que são superstições e crenças e para elas se tornarem mais próximas do cotidiano das crianças, traga para a discussão alguns aspectos do anime Naruto, exibido no Brasil desde 2007.

Atenção professor: um anime (desenho animado) é uma ficção, contudo, contém representações de uma sociedade, no caso, da cultura japonesa. A proposta aqui é que a partir de um universo dos alunos eles possam entender a importância das crendices e costumes da cultura japonesa. O trabalho com esse anime, nesse caso, é apenas para mostrar a superstição na cultura japonesa mais próxima da realidade dos alunos.

Resumo do enredo de Naruto: Quando Naruto nasceu teve aprisionado em eu corpo uma raposa / besta de nove caudas (o que foi feito pelo seu pai que logo após morreu com sua esposa e deixou Naruto órfão). Desde então, Naruto foi fadado ao destino de viver como um monstro, mas ele possui uma determinação muito forte, sempre confiante e seguro de que pode alcançar qualquer objetivo. O sonho perseguido por Naruto é se tornar o Hokage (ninja poderoso e respeitado) de sua vila para assim ser reconhecido por todos.

Atenção professor: vários episódios podem ser assistidos pelo Youtube. Para essa aula, apresente o primeiro episódio, com duração de 22:53 minutos, que narra sobre a raposa aprisionada no corpo de Naruto, uma crendice japonesa: http://www.videolog.tv/video.php?id=317983.

Fonte: http://www.naruto.com.br/

Pergunte aos alunos o que eles conseguem observar de crendices e superstições na história de vida do personagem Naruto.

Atenção professor: conduza a aula para que os alunos falem somente aquilo que está relacionado com a temática em estudo, dessa forma, provavelmente eles destacarão aspectos como “a raposa ou besta de nove caudas”, “azar ou destino de viver como monstro”, “determinação”, “ninja”.

Professor: Voltando à presença de superstições no calendário japonês, agora mostre aos alunos que mesmo com os avanços do calendário lunissolar para o calendário tradicional, as pessoas ainda acreditam em algumas crenças. Explique: durante o uso do calendário lunissolar, com seis dias, os japoneses atribuíram um nome para cada dia da semana e relacionaram com esse nome uma boa ou má sorte. Mesmo esse calendário não sendo mais utilizado no Japão, o calendário oficial costumam estampar em que dia caem essas datas. Peça para os alunos copiarem no caderno as “sortes do dia”:

Senshoo: é um ótimo dia para tomar iniciativas. Sorte de manhã e azar à tarde.

Tomobiki: é um dia difícil de obter resultados e se algum funeral for realizado nesse dia, acredita-se que alguém pode ser atraído ao mundo dos mortos. Sorte de manhã e a tarde e azar ao meio-dia.

Senpu: é um dia em que esperar pode ser a melhor solução, pois quem toma a iniciativa pode acabar perdendo. Sorte a tarde e azar de manhã.

Butsumetsu: Quem fica doente nesse dia demora para se recuperar. Não é aconselhável fazer mudanças, nem inaugurações. Azar o dia todo.

Taian: Dia para viajar e casar. Todas as comemorações são recomendadas na parte da manhã, embora o dia como um todo seja considerado de sorte.

Shakkoo: Dia de muito azar, sorte só ao meio-dia. As comemorações realizadas nesse dia podem estar marcadas pelo azar.

Aprimorando a aprendizagem

Professor: entregue este quadro para os alunos, peça para que eles colem no caderno e respondam o exercício de acordo com o que aprenderam sobre o calendário e a permanência de algumas superstições.

Fonte: da autora.

 

Recursos Complementares

Professor: para complementar as discussões e incorrer sobre aspectos da cultura japonesa e sua presença pelo mundo ocidental (e em especial no Brasil), recorra à matéria jornalística “Calendário da 42ª Festa da Cerejeira em Flor” redigida para o Jornal Campos do Jordão. Disponível em: http://jornalcj.com.br/eventos/calendario-da-42%C2%AA-festa-da-cerejeira-em-flor

Avaliação

A avaliação da aprendizagem ocorrerá durante todo o processo de ensino, abrangendo as discussões e as participações nas atividades propostas. Em cada etapa verifique se os alunos conseguem visualizar e compreender o que foi proposto nos objetivos da aula, com destaque para o papel do Imperador (e da Era Imperial sob sua liderança) na concepção e na criação de um modelo de contagem do tempo.

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