14/01/2011
Maria Cristina Weitzel Tavela
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
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Ensino Fundamental Final | Língua Portuguesa | Análise linguística: modos de organização dos discursos |
Ensino Fundamental Final | Língua Portuguesa | Língua oral e escrita: prática de escuta e de leitura de textos |
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo | Língua Portuguesa | Linguagem escrita: leitura e produção de textos |
Ensino Fundamental Final | Língua Portuguesa | Análise linguística: organização estrutural dos enunciados |
Habilidades básicas de leitura e escrita
Primeira etapa:
Professor: para introduzir o tema do texto a ser estudado, inicie a aula apresentando as imagens abaixo aos alunos:
http://2.bp.blogspot.com/_VunP3EjuKmI/S7-XPgIypKI/AAAAAAAAGKM/BSYF4Gdo1r4/s1600/ET.jpg
http://1.bp.blogspot.com/_QDzP1bRAbu0/TF74javTKsI/AAAAAAAAAmw/Jd_zmgvYAkQ/s1600/extraterrestre%5B1%5D.jpg
http://comandoestelar.zip.net/images/disco_voador.JPG
Professor: pergunte aos alunos se eles acreditam na existência de extraterrestres. Deixe que exponham suas opiniões e após uma breve discussão, apresente os vídeos “Aliens Antigos”, disponíveis em:
Vídeo 1: http://www.youtube.com/watch?v=C1fZYqysXjk
Vídeo 2: http://www.youtube.com/watch?v=UH5r8yEbTqQ&NR=1
Vídeo 3: http://www.youtube.com/watch?v=0M9Az5f_9YU&NR=1
Depois de assistirem aos vídeos, informe aos alunos que eles fazem parte de uma série de 6 episódios exibidos pelo canal por assinatura “The History Channel”, cujo objetivo é apresentar pesquisas realizadas, experimentos e descobertas sobre a vida extraterrestre.
Chame a atenção dos alunos para o fato de os depoimentos dados durante os vídeos serem de cientistas, pesquisadores e historiadores destacados e que alguns defendem a existência de vida extraterrestre e outros contestam. Ressalte a importância da divulgação das muitas pesquisas realizadas por cientistas e pesquisadores em geral para que todos tenham acesso às informações descobertas por eles.
Faça perguntas aos alunos, como:
Professor: essa primeira etapa visa ressaltar a importância do acesso da população em geral às inúmeras pesquisas científicas. Você pode ilustrar isso com algumas histórias como as que falam sobre o tratamento dado antigamente a doenças como a epilepsia.
Informações sobre a epilepsia disponíveis em: http://www.neuropediatria.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=163:epilepsia-derrubando-alguns-estigmas&catid=46:epilepsias&Itemid=104
Segunda etapa:
Professor: distribua uma cópia do texto e das atividades propostas abaixo para os alunos.
O texto que você vai ler é um artigo de divulgação científica. Leia-o atentamente para fazer as atividades propostas.
O paradoxo de Fermi (ou onde estão os extraterrestres?)
A evidência de que dispomos diz que estamos sozinhos
Marcelo Gleiser, professor de física teórica do Dartmouth College, em Hanover, EUA, e autor do livro "O Fim da Terra e do Céu", mantém no caderno “Mais!” da “Folha de SP” a coluna “Micro/Macro”, onde publicou este texto:
Enrico Fermi foi um dos grandes físicos do século 20 e da história. Além de descobrir uma das propriedades mais importantes da matéria (a de que partículas como elétrons, prótons e nêutrons, quando sujeitas a alta pressão, exercem uma força repulsiva que explica a condutividade térmica de metais e a estabilidade de estrelas de nêutrons), foi o pioneiro do estudo de reação nuclear em cadeia, importante para bombas atômicas e reatores nucleares.
Além de sua legendária rapidez de cálculo e habilidade em estimar respostas para perguntas aparentemente absurdas ("Quantos afinadores de piano moram em São Paulo?", por exemplo), Fermi gostava de criar paradoxos.
No verão de 1950, ele estava em Los Alamos, onde a bomba nuclear americana foi desenvolvida. A revista "New Yorker" tinha publicado uma charge com um ET roubando todas as latas de lixo de Nova York, aparentemente explicando o seu misterioso sumiço.
Durante o almoço, Fermi comentou o assunto. De repente, no meio da conversa, ele exclamou: "Cadê todo mundo?". Seus colegas sabiam que Fermi falava dos ETs. Mesmo que ninguém tenha publicado o que foi dito, podemos estimar o teor da discussão.
Nossa galáxia tem 100 mil anos-luz de diâmetro e uma idade aproximada de 10 bilhões de anos. Vamos supor que a vida só é possível em planetas como a Terra, girando em torno de estrelas como o Sol.
Foram necessários 5 bilhões de anos para que a vida inteligente se desenvolvesse aqui na Terra, metade da idade da galáxia, a segunda metade. É razoável supor que estrelas como o Sol tenham surgido também durante os cinco primeiros bilhões de anos de existência da galáxia.
Portanto, deveria haver várias civilizações inteligentes, muito mais antigas que a nossa, talvez bilhões de anos mais antigas. Supondo que existam, imaginemos uma "apenas" 1 bilhão de anos mais velha.
Se os ETs fossem capazes de viajar à 1/10 da velocidade da luz, em 1 bilhão de anos já poderiam ter atravessado a galáxia mil vezes. Ou seja, essa civilização já poderia ter colonizado a galáxia inteira. Cadê todo mundo? Esse é o paradoxo de Fermi.
Inúmeras soluções foram propostas ao longo dos anos. Não tendo espaço para discuti-las em detalhe (o leitor pode consultar o livro de Stephen Webb, "Where is Everybody?"), menciono os três tipos de solução.
1) "Eles estão aqui". A mais popular para os que acreditam em objetos voadores não-identificados e em intrigas secretas, especialmente as atribuídas ao governo americano. Infelizmente, não existem provas convincentes. Uma idéia curiosa é a de que vivemos em uma zona de proteção criada por ETs. "Eles" não querem que saibamos de sua existência. Esse cenário, embora interessante, não pode ser testado.
2) "Eles existem, mas ainda não se comunicaram conosco". Ou porque os sinais ainda não chegaram, ou porque ainda não somos capazes de decodificá-los, ou porque os alienígenas não querem se comunicar.
3) "Eles não existem". Planetas rochosos com água são raros, a vida é rara e a vida inteligente mais ainda, especialmente no mesmo nível mental e tecnológico alcançado por nós. A evidência de que dispomos aponta em uma direção: estamos sozinhos. Felizmente, ainda não podemos concluir nada com base nisso. A situação pode mudar a qualquer momento, com um sinal de rádio, uma visita com provas. Mas, se estamos sozinhos, temos a responsabilidade de preservar nosso planeta e a vida nele. Até estarmos prontos para colonizar a galáxia.
Disponível em: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=29512
ATIVIDADES:
1. O título do artigo fala em “paradoxo”. Veja abaixo como é definido “paradoxo” no site Wikipédia:
“Um paradoxo é uma declaração aparentemente verdadeira que leva a uma contradição lógica, ou a uma situação que contradiz a intuição comum. Em termos simples, um paradoxo é "o oposto do que alguém pensa ser a verdade". A identificação de um paradoxo baseado em conceitos aparentemente simples e racionais tem, por vezes, auxiliado significativamente o progresso da ciência, filosofia e matemática.” |
Releia atentamente o texto e explique em que consiste “o paradoxo de Fermi”.
2. Após apresentar o “paradoxo de Fermi”, o título apresenta 3 soluções. Identifique e resuma o teor das soluções apresentadas.
3. Logo após apresentar as soluções, Marcelo Gleiser chega a uma conclusão. Que conclusão é essa e a que ela se deve?
4. Que tipo de linguagem foi utilizada nesse artigo científico?
a) Linguagem específica, repleta de termos científicos e de difícil entendimento para pessoas que não são da área
b) Linguagem clara, objetiva e acessível
c) Linguagem rebuscada, repleta de termos conotativos
5. Considerando o suporte do texto lido (Jornal Folha de S. Paulo), a que público se dirige esse texto? (considere a faixa etária, o grau de instrução e o interesse)
Professor: a sugestão é que você deixe os alunos resolverem os exercícios sozinhos e depois os corrija, discutindo as respostas dadas pelos alunos.
Terceira etapa:
Professor: providencie uma cópia dos textos abaixo para os alunos.
Leia atentamente os textos apresentados a seguir.
Texto I
Tudo no lugar
Por que a tatuagem não sai nem se espalha para outras partes do corpo? Uma dermatologista da Unifesp esclarece a dúvida de nossa leitora e explica ainda como funciona a remoção de tatuagens feita com laser.
A tatuagem é feita por meio da introdução de pigmentos na derme. Enquanto a epiderme (camada mais superficial da pele) se renova constantemente – o que explica a perda do bronzeado com o passar do tempo –, a derme não sofre alterações.
Essa região é mais profunda, formada por tecido conjuntivo. Desse modo, quando os pigmentos são injetados ali, eles ficam imóveis, o que impede que a tatuagem saia ou se espalhe para outras partes do corpo.
A remoção das tatuagens é possível graças à sensibilidade dos pigmentos a determinados comprimentos de onda de luz.
O laser age fragmentando esses compostos em micropartículas, que podem ser destruídas pelo organismo ou formar uma casca, que cai depois.
O número de sessões necessárias para se remover uma tatuagem por completo depende da profundidade em que os pigmentos foram introduzidos, além da quantidade e da cor deles. Em geral, os escuros são retirados mais facilmente, enquanto os amarelados respondem de forma menos satisfatória ao procedimento.
Ciência Hoje - 275 (outubro/2010)
Solange Pistori Teixeira, Departamento de Dermatologia, Universidade Federal de São Paulo
Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2010/275/tudo-no-lugar
Texto II
Por que sentimos coceira?
Conheça a importante função em nosso corpo dessa sensação desagradável!
O incômodo da coceira é um aviso de que o corpo entrou em contato com alguma substância estranha, como a saliva do mosquito que nos pica, ou até com alguma substância perigosa, como contêm certas plantas. Justamente por ser desagradável, a coceira tem uma função importante para o corpo: fazer com que a gente fique longe de quem a causou, seja poeira, remédio, planta ou inseto.
No caso de uma picada, não culpe de cara o pobre do mosquito que deixou aqueles calombos vermelhos nos seus tornozelos. Na verdade, o culpado pela coceira é nosso próprio corpo. O que causa a coceira não é a picada do mosquito em si, e sim, a histamina, uma das armas que nosso corpo produz para combater as substâncias estranhas, como a saliva do mosquito deixada no local da picada.
Quando o sistema de defesa do corpo detecta substâncias estranhas, uma de suas primeiras ações é liberar histamina. Ela aumenta a circulação de sangue no local, deixando a pele vermelha e inchada. Por outro lado, o sangue que aumentou sua circulação traz mais células de defesa. Isso faz com que as substâncias estranhas sejam eliminadas mais rapidamente. Logo, a histamina pode ser considerada uma aliada do corpo.
Pena que a histamina tenha também o efeito desagradável de causar a coceira. A boa notícia é que a vontade irresistível de coçar a pele também tem sua função. Quando a gente coça o local da picada do mosquito, por exemplo, aumenta ainda mais a circulação de sangue no local (e deixa a pele ainda mais vermelha também!). Como o sangue facilita o trabalho do sistema de defesa do corpo... coçar não faz mal! Pelo contrário: se a gente coçar bem coçado, a coceira acaba passando. O quêêê??!!
É isso mesmo: a coceira é tão importante que tem uma parte do sistema nervoso dedicada somente a ela. Dos muitos nervos que levam sinais do corpo para o cérebro, alguns respondem ao toque, outros, somente ao calor, outros, somente ao frio, outros, somente à dor... Há quatro anos, os cientistas descobriram que alguns desses nervos respondem somente à histamina. Por isso, a histamina provoca uma sensação diferente da sensação do toque e da dor.
Curioso é que os nervos da dor "comandam" os nervos da coceira. Isso quer dizer que, quando o lugar que está sendo coçado começa a doer, os nervos da dor "desligam" os nervos da coceira, que param de enviar sinais ao cérebro. Por isso, coçar a pele até causar uma leve (eu disse: leve!) sensação de dor que acaba com a coceira e dá aqueeele alívio. Tome mesmo cuidado para não se coçar demais, porque senão você pode trocar a coceira por uma ferida na pele. Argh!
Ciência Hoje das Crianças - 114
Suzana Herculano-Houzel, Espaço Museu da Vida, Fundação Oswaldo Cruz.
Disponível em: http://chc.cienciahoje.uol.com.br/revista/revista-chc-2001/114/por-que-sentimos-coceira/?searchterm=corpo%20humano
Após a leitura, que deverá ser realizada em voz alta por alguns alunos, solucione as dúvidas de vocabulário e proponha a resolução por escrito das questões abaixo.
ATIVIDADES:
1. No texto I há mais opiniões do autor ou mais informações? E no texto II?
2. Qual a diferença entre um texto opinativo e um informativo?
3. Quanto ao Texto I, responda:
a) Como são feitas as tatuagens?
b) Como é o processo de remoção da tatuagens?
4. Quanto ao texto II, responda:
a) O que é a histamina?
b) Não se deve coçar a pele, certo? Por quê
5. Normalmente em um parágrafo informativo há uma ideia principal e outras idéias secundárias, que podem ser explicações, causas, consequências ou exemplos ilustrativos. Volte ao textos e complete o quadro abaixo.
Texto I – Primeiro Parágrafo
Ideia principal |
A tatuagem é feita por meio da introdução de pigmentos na derme. |
Ideia secundária |
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Texto I – Segundo Parágrafo
Ideia principal |
A derme é formada por tecido conjuntivo. |
Ideia secundária |
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Texto II - Primeiro Parágrafo
Ideia principal |
A coceira é um aviso de que o corpo entrou em contato com alguma substância estranha. |
Ideia secundária |
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Texto II - Segundo Parágrafo
Ideia principal |
Nosso corpo é o culpado pela coceira provocada pela picada de um inseto. |
Ideia secundária |
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6. A respeito dos dois textos lidos, marque V (verdadeiro) ou F (falso):
( ) Ambos tratam de assuntos relacionados a estudos realizados por profissionais da área, mas apresentam linguagem clara e acessível.
( ) Os textos têm como público alvo pesquisadores científicos.
( ) O principal objetivo comunicativo dos textos é convencer o leitor a respeito das opiniões dos autores.
( ) Podemos afirmar que ambos os textos são literários, visto que visam informar o leitor a respeito de temas diversos.
Professor: apos dar tempo para os alunos resolverem as atividades propostas, corrija-as, sempre solicitando que os alunos deem suas respostas e fazendo as considerações necessárias.
Após a correção, sistematize com os alunos apresentado as considerações abaixo:
Textos científicos visam comunicar ao público em geral, em linguagem acessível, os fatos e os princípios da ciência. Colocam a sociedade em contato com pesquisas realizadas, experimentos em andamento e recentes descobertas. Costumam citar as forntes científicas e instituições ou pesquisadores notórios em determinado tema. São publicados principalmente em jornais e revistas impressos e eletrônicos. Fonte: COSTA, Cibele Lopresti. Para viver juntos: português, 6º ano: ensino fundamental. 1. ed. rev. Sâo Paulo: Edições SM, 2009. Texto adaptado. |
Sugerimos acessar os links:
http://www.unerj.br/unerj/pesquisa/arquivos/Manual_Artigo_cientifico.pdf
http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/textos-cientificos-biologia-544357.shtml
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/612-4.pdf?PHPSESSID=2009051808265233
Os alunos devem ser avaliados durante todas as etapas.
Como avaliação final, divida os alunos em duplas e leve-os ao laboratório de informática para que possam pesquisar e selecionar algum artigo científico que os interesse.
Sites sugeridos para pesquisa:
Professor: auxile os alunos na pesquisa e seleção do texto científico.
Após a seleção, solicite que leiam atentamente o texto e façam um esquema indicando a ideia principal e as ideias secundárias de cada parágrafo do texto. Instrua-os a registrarem nos esquemas as ideias de modo resumido, apenas com palavras mais importantes para a compreensão.
Você pode seguir o modelo abaixo:
Primeiro Parágrafo:
Segundo Parágrafo:
Terceiro Parágrafo:
Quarto Parágrafo:
Recolha a atividade, corrija e devolva com as devidas considerações.
Professor: você pode propor que cada dupla apresente para a turma os resultados da pesquisa que fizeram. Para isso, peça que apresentem o texto selecionado e justifiquem o porquê da seleção. Logo após, peça que apresentem o esquema do texto, com as ideias extraídas de cada parágrafo.
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