11/01/2011
Sulamita Nagem Dias Lima
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
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Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo | Língua Portuguesa | Linguagem oral |
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo | Língua Portuguesa | Linguagem oral: escrita e produção de texto |
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo | Língua Portuguesa | Linguagem escrita: leitura e produção de textos |
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo | Língua Portuguesa | Leitura e escrita de texto |
· Interessar-se pela leitura e escrita como fontes de informação, aprendizagem, lazer e arte.
· Desenvolver estratégias de compreensão e fluência na leitura.
· Buscar e selecionar textos de acordo com suas necessidades e interesses.
· Expressar-se por escrito com eficiência e de forma adequada a diferentes situações comunicativas, interessando-se pela correção ortográfica e gramatical.
· Observar os recursos sonoros dos textos, repetições sonoras, rimas.
· Escrever pequenos versos, poemas ou letras de música, ou reescrevê-los, introduzindo
· modificações em textos de outros autores.
· Aumentar a auto estima, fortalecer a confiança na sua capacidade de aprendizagem,
· Valorizar a educação como meio de desenvolvimento pessoal e social.
· Valorizar a língua como veículo de comunicação e expressão das pessoas e dos povos.
- Dominar o processo da leitura.
- Conhecimentos básicos da escrita.
As estratégias a serem utilizadas são:
- aula interativa;
- trabalhos em grupos;
- seleção e leitura de manchetes e reportagens de jornais e revistas;
- debate.
DESENVOLVIMENTO
1ª atividade: Poesia do cotidiano
1) O professor apresenta os textos abaixo fazendo a leitura dos mesmos.
OBS: É interessante que cada aluno tenha uma cópia dos dois textos.
Poesia do cotidiano (Simplicidade e bom humor marcam a obra do escritor gaúcho Mario Quintana, que completaria 100 anos em 2006 )
"Ele era quase uma nuvem", diz a atriz Ester Góes, sobre o poeta gaúcho Mario Quintana. Para quem conhece a obra do autor, a imagem leve de uma nuvem descreve bem a personalidade literária de Quintana (…) "O Mario era a própria criança solta, que se expande e exige o seu lugar de brincar no universo. Ele é uma carícia, um poço de ternura", conta Ester, que também participou do projeto do Sesc e conheceu o poeta já no fim da vida, durante uma viagem ao Rio Grande do Sul. Até então, os dois nunca tinham se encontrado. "Ele me recebeu muito bem, com um sorriso pleno. Naquele dia me disse que a poesia vinha em surtos. Enquanto o surto existe você é poeta, depois é só uma pessoa comum", lembra. O bom humor e a poetização do cotidiano foram, na obra e na vida de Quintana, duas de suas características mais acentuadas aos olhos de quem conviveu com ele ou estudou sua obra.
Texto adaptado. http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=literatura/docs/marioquintana
Adélia Prado
http://br.oocities.com/edterranova/adelia.jpg
O transe poético é o experimento de uma realidade anterior a você. É seu próprio olhar pondo nas coisas uma claridade inefável. Tentar dizê-la é o labor do poeta." (Adélia Prado)
Adélia Luzia Prado de Freitas é natural de Divinópolis/MG, nascida em 13/12/1935.
Casada desde 1958 - com José Assunção de Freitas, funcionário do Banco do Brasil S.A., tem 5 filhos: Eugênio, Rubem, Sarah, Jordano e Ana Beatriz.
Adélia diz que: "Uma das mais remotas experiências poéticas que me ocorre é a de uma composição escolar no 3º ano primário, que eu terminava assim: "Olhai os lírios do campo. Nem Salomão, com toda sua glória, se vestiu como um deles...".
A professora tinha lido este evangelho na hora do catecismo e fiquei atingida na minha alma pela sua beleza. Na primeira oportunidade aproveitei a sentença na composição que foi muito aplaudida, para minha felicidade suplementar. Repetia em casa composições, poesias, era escolhida para recitá-las nos auditórios, coisa que durou até me formar professora primária. Tinha bons ouvintes em casa. Aplaudiam a filha que tinha "muito jeito pra essas coisas". Na adolescência fiz muitos sonetos à Augusto dos Anjos, dando um tom missionário, moralista, com plena aceitação do furor católico que me rodeava. A palavra era poderosa, podia fazer com ela o que eu quisesse."
Professora, começou a escrever em 1950, após a morte de sua mãe, Ana Clotilde Corrêa. Em 1973 forma-se em filosofia, um ano após a morte de seu pai, o ferroviário João do Prado Filho.
Na opinião de Carlos Drummond de Andrade, "Adélia é lírica, bíblica, existencial, faz poesia como faz bom tempo: esta é a lei, não dos homens, mas de Deus. Adélia é fogo, fogo de Deus em Divinópolis".
Adélia costuma dizer que o cotidiano é a própria condição da literatura. Morando na pequena Divinópolis, cidade com aproximadamente 200.000 habitantes, estão em sua prosa e em sua poesia temas recorrentes da vida de província, a moça que arruma a cozinha, a missa, um certo cheiro do mato, vizinhos, a gente de lá.
Visitado em 02-11-2010: http://www.amulhernaliteratura.ufsc.br/catalogo/adelia_vida.htm
2) Em seguida, propõe que, coletivamente, elaborem uma lista com as características de cada um dos poetas retratados nos textos.
3) Após a elaboração da lista, o professor propõe que a turma se organize em grupos para discutirem e completarem os quadros abaixo:
Expressões do 1º texto |
Sentido utilizado no texto |
Ele era quase uma nuvem... |
|
era é uma criança... |
|
Ele é a própria carícia |
|
um poço de ternura... |
|
poetização do cotidiano |
|
Expressões do 2º texto |
Sentido utilizado no texto |
O transe poético... |
|
claridade inefável... |
|
labor do poeta |
|
atingida na minha alma pela sua beleza |
|
faz poesia como faz bem tempo |
|
4) O professor socializa as respostas dos grupos, faz os comentários necessários e propõe que discutam: porque as autoras utilizaram essas expressões em seus textos? OBS: Nesse momento espera-se que os alunos percebam que essas expressões tem um sentido poético e que são coerentes com a pessoa a que se refere.
5) O professor prepara para a próxima atividade, os cartazes com os textos abaixo que deverão ser colocados na sala antes dos alunos chegarem.
1º texto:
"Todos esses que aí estão
atravancando meu caminho,
eles passarão...
eu passarinho!"
Mário Quintana
2º texto:
http://www.cuidardeidosos.com.br/portal/wp-content/uploads/2009/09/coracoralina.jpg
Aninha e suas pedras
Cora Coralina (Outubro, 1981)
Não te deixes destruir...
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces.
Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte. Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede.
http://www.cuidardeidosos.com.br/portal/wp-content/uploads/2009/09/coracoralina.jpg
3º texto: Ou isto ou aquilo
Cecília Meireles
http://cantinhodosaber.buscasulfluminense.com/wp-content/uploads/2010/04/cecilia20meireles.jpg
Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa estar
ao mesmo tempo em dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo . . .
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda qual é melhor: se é isto ou aquilo.
Visitado em 02-11-2010: http://www.revista.agulha.nom.br/ceciliameireles05.html
2ª atividade: Gostando de poesias
1) Ao receber os alunos em sala, o professor propõe que façam um passeio pela sala, lendo as poesias e que escolham a que mais gostaram.
2) Em seguida o professor propõe que coletivamente preencham o quadro abaixo a partir da preferência dos alunos.
POESIA/POETA |
PREFERÊNCIA PESSOAL |
TOTAL DA TURMA |
1. Poesia do cotidiano |
|
|
2. Mario Quintana (eu passarinho...) |
|
|
3. Aninha e suas pedras |
|
|
4. Adélia Prado |
|
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5. Ou isto ou aquilo Cecília Meireles |
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|
3) Após o preenchimento do quadro, o professor propõe uma discussão a partir da questão: Poesia é para gostar ou não gostar, tocar a alma.
OBS: Nesse momento é importante que os alunos percebam que nem todas as poesias nos tocam da mesma maneira: umas nos tocam mais que outras e vai depender do momento, das sensações, das experiências vividas, dos sentimentos desencadeados. Mas continuam existindo, mesmo sem nosso prazer por elas, para sensibilizar outras pessoas.
4) O professor apresenta a letra da música NÃO OLHE PRA TRÁS da banda Capital Inicial para que os alunos possam aprender a cantá-la enquanto a escutam.
Visitado em 02-11-2010:
http://1.bp.blogspot.com/_QDdKxYAUv9U/TEEYetAnSCI/AAAAAAAABKY/seixDYkc2I4/s1600/capital-inicial.jpg
NÃO OLHE PRA TRÁS
Alvin L. / Dinho Ouro Preto
Nem tudo é como você quer
Nem tudo pode ser perfeito
Pode ser fácil se você
Ver o mundo de outro jeito
Se o que é errado ficou certo
As coisas são como elas são
Se a inteligência ficou cega
De tanta informação
Se não faz sentido, discorde comigo
Não é nada demais, são águas passadas
Escolha uma estrada
E não olhe, não olhe prá trás
Você quer encontrar a solução
Sem ter nenhum problema
Insistir em se preocupar demais
Cada escolha é um dilema
Como sempre estou
Mais do seu lado que você
Siga em frente em linha reta
E não procure o que perder .
Se não faz sentido, discorde comigo
Não é nada demais, são águas passadas
Escolha uma estrada
E não olhe, não olhe prá trás...
http://wwwrespingosadelia.blogspot.com/search/label/Dinho%20Ouro%20Preto
5) Em seguida o professor propõe que a turma identifique na letra da música, os recursos utilizados pelos autores para falar da beleza, da emoção, do sentimento.
OBS: Nesse momento é importante destacar o sentido poético do texto.
6) O professor propõe que cada aluno apresente a letra de uma música que fale do cotidiano e que toca a sua emoção e que ele considera uma verdadeira poesia.
OBS: É importante a socialização das letras trazidas, dando oportunidade de serem cantadas ou tocadas. O professor deverá garantir a oportunidade de serem ouvidas/comentadas/vistas as mais variadas letras.
3ª atividade: SARAU DE POESIAS
1) O professor organiza a turma em duplas e propõe que pensem nas dificuldades, tristezas, perdas, sofrimentos, alegrias, emoções e fatos bons que já viveram e perceberam que tudo ficou para trás.
2) O professor socializa o que as duplas pensaram e propõe que cada equipe escreva uma poesia para retratar esse cotidiano.
3) O professor socializa as produções, faz os comentários necessários, propõe a correção dos textos e organiza com a turma a apresentação de sarau de poesias.
4) No dia combinado, o professor propõe a realização do sarau de poesias e a exposição dos textos escritos no espaço da sala.
Visitados em 05-11-2010:
http://prosaepoesia.wordpress.com/
http://www.cadadiaumapoesia.blogger.com.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cec%C3%ADlia_Meireles
Casa de Cultura Mario Quintana http://www.ccmq.com.br/
A avaliação é processual e contínua, devendo ser realizada oral e coletivamente, enfocando a dinâmica do grupo, identificando avanços e dificuldades. O desempenho dos alunos durante a aula, a realização das tarefas de leitura dos textos, a escolha de poemas /ou letras de músicas, a criação dos quadros de preferências poéticas, a participação de cada um dos alunos no Sarau de Poesias, a discussão das questões apresentadas pelo educador, somadas às intervenções dele, a auto-avaliação do professor e do aluno serão elementos essenciais para verificar se as competências previstas para a aula foram ou não desenvolvidas pelos alunos.
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