14/01/2011
Eliana Dias
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
---|---|---|
Ensino Fundamental Inicial | Língua Portuguesa | Análise e reflexão sobre a língua |
Estratégias:
Recursos:
Atividade 1
O professor levará os alunos à sala de informática para assistirem a vídeos no youtube acessando os sites:
1- Sobre Cecília Meireles
http://www.youtube.com/watch?v=wtXFOKumu5c&NR=1
2- A LÍNGUA DO NHEM - Cecília Meireles
http://www.youtube.com/watch?v=4Wb1-pI1NxM
3- O relógio
http://www.youtube.com/watch?v=kpjn6SRFts0
Imagem disponível em:
´http://2.bp.blogspot.com/_lOvLu6cLtiQ/SfRDYWKiv4I/AAAAAAAAAFE/wpxIaHL0hvI/s320/relogio.jpg
4- Ou isso ou aquilo
http://www.youtube.com/watch?v=b93ZBBJBz2U&feature=related
Imagem disponível em:
5- A foca
http://www.youtube.com/watch?v=-iWe2UOAq9Y
Imagem disponível em:
http://fotosdenatureza.blogspot.com/2009/03/focas.html
Atividade 2
Professor, para desenvolver essa atividade, ofereço duas opções:
Opção 1- O professor poderá levar os alunos à sala de informática para acessarem poemas de Cecília Meireles e Vinícius de Moraes lendo-os e discutindo, com toda a turma, um a um todos os poemas, conforme exploração proposta abaixo. O professor deverá dar oportunidade de participação a todos.
Sugestões de sites:
http://literaturaemcontagotas.wordpress.com/tag/cecilia-meireles-para-criancas/
http://literaturaemcontagotas.wordpress.com/tag/poesia-infantil/page/2/
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/literatura-infantil-vinicius-de-moraes/
I- Exploração oral
1- Lendo o poema A LÍNGUA DO NHEM, o que vocês perceberam sobre a personagem? É boa pessoa? Má? Por que ela não falava com as pessoas? Justifiquem.
2- Vocês concordam com a opinião do "eu lírico" no poema "Palmada bem dada"?
3- Em "Leilão de jardim" o "eu lírico" retirou elementos de um jardim para leiloar. Vamos pensar como poderia ser um leilão em um pomar?
Leilão em pomar
Quem me compra um pomar com frutas...
4- No poema "O mosquito" ele já sabe escrever que palavra?
5- Vamos acrescentar uns versinhos à poesia Ou isso ou aquilo?
6- Há rimas no poema "O cavalinho branco"? Vamos apontá-las?
7- "O colar de Carolina colore o colo de cal, torna corada a menina". Ao dizer que o colo de Carolina era de cal, o "eu lírico" construiu uma metáfora (que é uma comparação entre dois elementos). O que lembrou a ele o de cal?
8- Em "A pombinha da mata" cada um dos meninos entendeu de forma diferente o gemer da pombinha. Por que isso aconteceu?
II- Exploração através de desenhos:
O professor solicitará aos estudantes que demonstrem que entenderam os poemas de Vinícius de Moraes, escolhendo três e ilustrando-os conforme a diz a letra.
III- Produção de texto:
O professor deverá fazer com os alunos no quadro (coletivamente) uma paródia de "A porta". Em seguida, pedirá para, em grupo, façam uma paródia de "A casa".
Opção 2
O professor entregará xerox de uma poesia a cada aluno. Sugere-se que as cópias sejam plastificadas para que os alunos as manuseiem durante vários dias trocando, entre si, após a leitura. São 28 textos de Cecília Meireles e Vinícius de Moraes. Se a classe for maior, repetem-se os textos. Sempre que alguns alunos terminarem uma tarefa e os outros estiverem atrasados, o professor poderá dar-lhes esses textos para leitura.
Os alunos deverão ler os poemas silenciosamente e passá-los adiante. Neste primeiro momento tem-se como objetivo apenas propiciar leitura prazerosa de textos curtos com assuntos interessantes para as crianças.
Em seguida, o professor lerá novamente cada poema explorando-o conforme sugerido.
A LÍNGUA DO NHEM Cecília Meireles
Havia uma velhinha que andava aborrecida pois dava a sua vida para falar com alguém.
E estava sempre em casa a boa velhinha resmungando sozinha: nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
O gato que dormia no canto da cozinha escutando a velhinha, principiou também a miar nessa língua e se ela resmungava, o gatinho a acompanhava: nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
Depois veio o cachorro da casa da vizinha, pato, cabra e galinha de cá, de lá, de além,
e todos aprenderam a falar noite e dia naquela melodia nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
De modo que a velhinha que muito padecia por não ter companhia nem falar com ninguém, ficou toda contente, pois mal a boca abria tudo lhe respondia: nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
O MOSQUITO ESCREVE Cecília Meireles
O mosquito pernilongo trança as pernas, faz um M, depois, treme, treme, treme, faz um O bastante oblongo, faz um S.
O mosquito sobe e desce. Com artes que ninguém vê, faz um Q, faz um U, e faz um I.
Este mosquito esquisito cruza as patas, faz um T. E aí, se arredonda e faz outro O, mais bonito.
Oh! Já não é analfabeto, esse inseto, pois sabe escrever seu nome.
Mas depois vai procurar alguém que possa picar, pois escrever cansa, não é, criança?
E ele está com muita fome.
SONHOS DA MENINA Cecília Meireles A flor com que a menina sonha está no sonho? ou na fronha? Sonho risonho: O vento sozinho no seu carrinho. De que tamanho seria o rebanho? A vizinha apanha a sombrinha de teia de aranha . . . Na lua há um ninho de passarinho. A lua com que a menina sonha é o linho do sonho ou a lua da fronha?
EXPLICAÇÃO Cecília Meireles O pensamento é triste; o amor, insuficiente;
e eu quero sempre mais do que vem nos milagres.
Deixo que a terra me sustente:
guardo o resto para mais tarde.
Deus não fala comigo - e eu sei que me
conhece.
A antigos ventos dei as lágrimas que tinha. A estrela sobe, a estrela desce...
- espero a minha própria vinda.
(Navego pela memória
sem margens.
Alguém conta a minha história e alguém mata os personagens.)
CANÇÂO MÍNIMA Cecília Meireles
No mistério do Sem-Fim, equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim, e, no jardim, um canteiro;
no canteiro, uma violeta, e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o Sem-Fim, a asa de uma borboleta.
O MARIMBONDO Vinícius de Moraes Marimbondo furibundo Vai mordendo meio mundo Cuidado com o marimbondo Que esse bicho morde fundo! - Eta bicho danado! Marimbondô De chocolate Saia daqui Sem me morder Senão eu dou Uma paulada Bem na cabeça De você. - Eta bicho danado! Marimbondo . . . nem te ligo! Voou e veio me espiar bem na minha cara . . . - Eta bicho danado!
O PERU Vinícius de Moraes Glu! Glu! Glu! Abram alas pro Peru! O Peru foi a passeio Pensando que era pavão Tico-tico riu-se tanto Que morreu de congestão. O Peru dança de roda Numa roda de carvão Quando acaba fica tonto De quase cair no chão. O Peru se viu um dia Nas águas do ribeirão Foi-se olhando foi dizendo Que beleza de pavão! Glu! Glu! Glu! Abram alas pro Peru!
O LEÃO Vinícius de Moraes Leão! Leão! Leão! Rugindo como um trovão Deu um pulo, e era uma vez Um cabritinho montês. Leão! Leão! Leão! És o rei da criação! Tua goela é uma fornalha Teu salto, uma labareda Tua garra, uma navalha Cortando a presa na queda.
O GIRASSOL Vinícius de Moraes Sempre que o sol Pinta de anil Todo o céu O girassol Fica um gentil Carrossel. O girassol é o carrossel das abelhas. Pretas e vermelhas Ali ficam elas Brincando, fedelhas Nas pétalas amarelas. - Vamos brincar de carrossel, pessoal? |
UMA PALMADA BEM DADA Cecília Meireles
É a menina manhosa Que não gosta da rosa, Que não quer A borboleta Porque é amarela e preta, Que não quer maçã nem pera Porque tem gosto de cera, Porque não toma leite Porque lhe parece azeite, Que mingau não toma Porque é mesmo goma, Que não almoça nem janta Porque cansa a garganta, Que tem medo do gato E também do rato, E também do cão E também do ladrão, Que não calça meia Porque dentro tem areia Que não toma banho frio P orque sente arrepio, Que não toma banho quente Porque calor sente Que a unha não corta Porque fica sempre torta, Que não escova os dentes Porque ficam dormentes Que não quer dormir cedo Porque sente imenso medo, Que também tarde não dorme Porque sente um medo enorme, Que não quer festa nem beijo, Nem doce nem queijo. Ó menina levada, Quer uma palmada? Uma palmada bem dada Para quem não quer nada!
O CAVALINHO BRANCO Cecília Meireles
À tarde, o cavalinho branco está muito cansado:
mas há um pedacinho do campo onde é sempre feriado.
O cavalo sacode a crina loura e comprida
e nas verdes ervas atira sua branca vida.
Seu relincho estremece as raízes e ele ensina aos ventos
a alegria de sentir livres seus movimentos.
Trabalhou todo o dia, tanto! desde a madrugada!
Descansa entre as flores, cavalinho branco, de crina dourada!
A POMBINHA DA MATA Cecília Meireles
Três meninos na mata ouviram uma pombinha gemer.
"Eu acho que ela está com fome", disse o primeiro, "e não tem nada para comer."
Três meninos na mata ouviram uma pombinha carpir.
"Eu acho que ela ficou presa", disse o segundo, "e não sabe como fugir."
Três meninos na mata ouviram uma pombinha gemer.
"Eu acho que ela está com saudade", disse o terceiro, "e com certeza vai morrer."
O MENINO AZUL Cecília Meireles
O menino quer um burrinho para passear. Um burrinho manso, que não corra nem pule, mas que saiba conversar.
O menino quer um burrinho que saiba dizer o nome dos rios, das montanhas, das flores, — de tudo o que aparecer.
O menino quer um burrinho que saiba inventar histórias bonitas com pessoas e bichos e com barquinhos no mar.
E os dois sairão pelo mundo que é como um jardim apenas mais largo e talvez mais comprido e que não tenha fim.
(Quem souber de um burrinho desses, pode escrever para a Ruas das Casas, Número das Portas, ao Menino Azul que não sabe ler.)
A FOCA Vinícius de Moraes Quer ver a foca Ficar feliz? É por uma bola No seu nariz. Quer ver a foca Bater palminha? É dar a ela Uma sardinha. Quer ver a foca Fazer uma briga? É espetar ela Bem na barriga
A CACHORRINHA Vinícius de Moraes Mas que amor de cachorrinha! Mas que amor de cachorrinha! Pode haver coisa no mundo Mais branca, mais bonitinha Do que a tua barriguinha Crivada de mamiquinha? Pode haver coisa no mundo Mais travessa, mais tontinha Que esse amor de cachorrinha Quando vem fazer festinha Remexendo a traseirinha?
A CASA Vinícius de Moraes Era uma casa Muito engraçada Não tinha teto Não tinha nada Ninguém podia Entrar nela não Porque na casa Não tinha chão Ninguém podia Dormir na rede Porque na casa Não tinha parede Ninguém podia Fazer pipi Porque penico Não tinha ali Mas era feita Com muito esmero Na Rua dos Bobos Número Zero
O ELEFANTINHO Vinícius de Moraes Onde vais, elefantinho Correndo pelo caminho Assim tão desconsolado? Andas perdido, bichinho Espetaste o pé no espinho Que sentes, pobre coitado? - Estou com um medo danado Encontrei um passarinho!
RELÓGIO Vinícius de Moraes Passa, tempo, tic-tac Tic-tac, passa, hora Chega logo, tic-tac Tic-tac, e vai-te embora Passa, tempo Bem depressa Não atrasa Não demora Que já estou Muito cansado Já perdi Toda a alegria De fazer Meu tic-tac Dia e noite Noite e dia Tic-tac, Tic-tac, Tic-tac . . .
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LEILÃO DE JARDIM Cecília Meireles
Quem me compra um jardim com flores? borboletas de muitas cores, lavadeiras e passarinhos, ovos verdes e azuis nos ninhos? Quem me compra este caracol? Quem me compra um raio de sol? Um lagarto entre o muro e a hera, uma estátua da Primavera? Quem me compra este formigueiro? E este sapo, que é jardineiro? E a cigarra e a sua canção? E o grilinho dentro do chão? (Este é meu leilão!)
A AVÓ DO MENINO Cecília Meireles A avó vive só. Na casa da avó o galo liró faz "cocorocó!" A avó bate pão-de-ló E anda um vento-t-o-tó Na cortina de filó. A avó vive só. Mas se o neto meninó Mas se o neto Ricardó Mas se o neto travessó Vai à casa da avó, Os dois jogam dominó.
OU ISSO OU AQUILO Cecília Meireles
Ou se tem chuva e não se tem sol ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel, ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão, quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa estar ao mesmo tempo em dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce, ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo . . . e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo, se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda O qual é melhor: se é isto ou aquilo.
COLAR DE CAROLINA Cecília Meireles
Com seu colar de coral, Carolina corre por entre as colunas da colina.
O colar de Carolina colore o colo de cal, torna corada a menina.
E o sol, vendo aquela cor do colar de Carolina, põe coroas de coral nas colunas da colina.
GUITARRA Cecília Meireles
Punhal de prata já eras, punhal de prata! Nem fôste tu que fizeste a minha mão insensata. Vi-te brilhar entre as pedras, punhal de prata! - no cabo, flôres abertas, no gume, a medida exata, a exata, a medida certa, punhal de prata, para atravessar-me o peito com uma letra e uma data. A maior pena que eu tenho, punhal de prata, não é de me ver morrendo, mas de saber quem me mata.
OITO Cecília Meireles
Ó linguagem de palavras longas e desnecessárias! Ó tempo lento de malbaratado vento nessas desordens amargas do pensamento... Vou-me pelas altas nuvens onde os momentos se fundem numa serena ausência feliz e plena, liso campo sem paludes de febre ou pena. Por adeuses, por suspiros, no território dos mitos, fica a memória mirando a forma ilusória dos precipícios da humana e mortal história. E agora podeis tratar-me como quiserdes - que é tarde, que a minha vida, de chegada e de partida, volta ao rodízio dos ares, sem despedida. Por mais que seja querida, há menos felicidade na volta do que na ida.
AS ABELHAS Vinícius de Moraes A AAAAAAAbelha mestra E aaaaaaas abelhinhas Estão tooooooodas prontinhas Pra iiiiiiir para a festa. Num zune que zune Lá vão pro jardim Brincar com a cravina Valsar com o jasmim. Da rosa pro cravo Do cravo pra rosa Da rosa pro favo Volta pro cravo. Venham ver como dão mel As abelhinhas do céu
AS BORBOLETAS Brancas Azuis Amarelas E pretas Brincam Na luz As belas Borboletas Borboletas brancas São alegres e francas. Borboletas azuis Gostam muito de luz. As amarelinhas São tão bonitinhas! E as pretas, então . . . Oh, que escuridão!
O MOSQUITO Vinícius de Moraes O mundo é tão esquisito: Tem mosquito. Por que, mosquito, por que Eu . . . e você? Você é o inseto Mais indiscreto Da Criação Tocando fino Seu violino Na escuridão. Tudo de mau Você reúne Mosquito pau Que morde e zune. Você gostaria De passar o dia Numa serraria - Gostaria? Pois você parece uma serraria!
O PINGUIM Vinícius de Moraes Bom-dia, Pinguim Onde vai assim Com ar apressado? Eu não sou malvado Não fique assustado Com medo de mim. Eu só gostaria De dar um tapinha No seu chapéu de jaca Ou bem de levinho Puxar o rabinho Da sua casaca |
A montagem feita no quadro acima foi feita pela professora que postou a aula.
Textos disponíveis em:
http://literaturaemcontagotas.wordpress.com/tag/cecilia-meireles-para-criancas/
http://literaturaemcontagotas.wordpress.com/tag/poesia-infantil/page/2/
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/literatura-infantil-vinicius-de-moraes/
Professor, para saber mais sobre o assunto, acesse:
http://caracol.imaginario.com/discoteca/arcadenoe/index.html
A avaliação deverá ser realizada durante todo o processo de ensino-aprendizagem. Além disso, é importante que o professor avalie o interesse dos alunos para fazerem os desenhos e as paródias lidas na sala e expostas no mural.
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