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Luta dos trabalhadores rurais

 

07/02/2011

Autor e Coautor(es)
LEONARDO SOUZA DE ARAUJO MIRANDA
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BELO HORIZONTE - MG Universidade Federal de Minas Gerais

Marcela Telles Elian de Lima, Ligia Beatriz de Paula Germano

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio História Sujeito histórico
Ensino Médio História Trabalho
Ensino Médio História Cidadania: diferenças e desigualdades
Ensino Médio História Memória
Ensino Médio História Poder
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Os alunos serão capazes de identificar as principais formas de organização dos trabalhadores rurais. Além disso, irão aprender sobre as formas de repressão à luta desses trabalhadores durante o período republicano, assim como identificar os principais movimentos sociais de lutas pela terra no período da ditadura militar no Brasil.

Duração das atividades
Três aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
  • Coronelismo.
  • Reformas de Base.
  • Golpe Civil-Militar.
Estratégias e recursos da aula

INTRODUÇÃO

É importante destacar que  o reconhecimento da importância da Reforma Agrária resultou, em grande parte, da mobilização dos trabalhadores rurais que passaram a se identificar como camponeses, a se organizar politicamente e a lutar por terras e por direitos. As primeiras organizações camponesas – ligas camponesas ou associações de lavradores e trabalhadores agrícolas – não tinham o estatuto de representações sindicais. Mas foi a partir da articulação dessas associações que surgiu, ainda nos anos 1950, a União dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Brasil (ULTAB). Em 1963, o governo Goulart passou a disputar com o Partido Comunista Brasileiro, a Igreja Católica e a Ação Popular o papel de liderança política na área rural: estendeu direitos sociais, estimulou a criação de sindicatos, investiu na tentativa de realizar uma reforma agrária ampla e tentou, sem sucesso, garantir a sua aprovação no Congresso. A criação da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), em janeiro de 1964, encerrou um período em que a figura do trabalhador rural ganhou existência jurídica e reconhecimento público. Após o Golpe Civil-Militar de 1964, a intervenção do Estado no campo buscou a desmobilização. A repressão foi intensa. As lutas voltaram a se intensificar no final da década de 1970 com as greves que eclodiram na zona canavieira de Pernambuco. Em março de 1981, cerca de 300 famílias acampadas na localidade gaúcha de Encruzilhada Natalino deram origem à maior manifestação rural do regime militar. A partir desse evento, foi criado, em 1984, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Com a ação do MST, a questão agrária voltou a ganhar evidência e se nacionalizou.

DESENVOLVIMENTO

1ª Aula:

Primeiro passo: A partir das imagens abaixo, desenvolva em sala de aula sete principais temas relacionados à luta dos trabalhadores rurais. São eles:

1º Tema: Formas de organização dos camponeses em luta pela terra em Ligas e Associações durante os anos 1960;

Concentração camponesa dirigida pelas Ligas Camponesas no Nordeste. Entre as décadas de 1950 e 1960, as Ligas cumpriram papel precursor e decisivo em relação à inclusão social e à extensão dos direitos sociais e políticos no campo. Local: Pernambuco. Data: 1960. Fonte: “Nossa História”, 09  jun. 2004.  

2º Tema: Debate entre os trabalhadores rurais sobre as estratégias de luta: negociação ou o caminho da luta armada;

Primeiro Congresso Nacional de Lavradores e Trabalhadores Agrícolas. Esse encontro foi palco de uma acirrada disputa sobre a natureza do projeto de reforma agrária. O Partido Comunista Brasileiro defendia um projeto negociado; as Ligas propunham a reforma agrária “na lei ou na marra”. Local: Belo Horizonte. Data: novembro de 1961. Fonte: MORISSAWA, 2001.  

 

3º Tema: A possibilidade da greve entre os trabalhadores rurais como forma reivindicatória das melhorias de condição de trabalho entre boias-frias;

Boias-frias em greve. Boias-frias eram trabalhadores rurais expulsos do campo. Moravam em favelas e sem vínculo empregatício, viviam de diárias, negociadas a cada dia. Toda manhã, homens, mulheres e crianças esperavam os caminhões que os levariam às plantações. A mecanização da agricultura foi uma de suas origens. Data: 1984. Local: Guariba (SP). Fonte: “Retrato do Brasil”, n. 36. Autor: C. Fenerich.  

 

4º Tema: A opção pela organização de sindicatos em torno de reivindicações comuns e a estratégia do Estado em criar sindicatos “pelegos” para o esvaziamento político dessa forma de organização camponesa;

Até 1964, três forças políticas disputavam a hegemonia no sindicalismo rural: PCB, Igreja Católica e Ação Popular. Exemplo da rivalidade: dois convites para a fundação do mesmo sindicato. No convite, à esquerda, um sindicato comunista; à direita, panfleto advertindo contra este evento e convidando para a cerimônia de criação de sindicato católico. Data: 1962. Local: Jandaia do Sul (PR). Fonte: SILVA, 2006.

 

5º Tema: Propostas de conscientização dos camponeses pela luta por direitos e transformação da realidade social;

Lição da Cartilha “Viver é Lutar” do MEB. O Movimento de Educação de Base, em 1961, atuou nas regiões rurais do País, educando a população analfabeta para que ela fosse capaz de transformar o contexto social no qual vivia. Apoiados no método desenvolvido por Paulo Freire, procuravam colocar textos políticos no processo de aprendizado como forma de deflagrar a tomada de consciência da situação social vivida pelas populações analfabetas e marginalizadas. Autor: Paulo Freire.

6º Tema: A opção pelo confronto armado contra os latifundiários;

A revolta no sudoeste do Paraná começou, em 1957, com o ataque à Cia. Imobiliária Apucarana. Em setembro, cerca de 2 mil colonos tomaram a cidade de Capanema. Em seguida, ocuparam Pato Branco, Santo Antônio e Francisco Beltrão. Nessas cidades instalaram juntas governativas provisórias. No final do mês, o governo estadual recuou e iniciou os assentamentos. Fonte: “Princípios”, nov. 1987. Autor: O. Jansen.

 

7º Tema: A permanência da disparidade na distribuição da propriedade e o surgimento de novos movimentos sociais, como o MST, na luta pelo direito à terra.

Encruzilhada Natalino. O acampamento de 300 famílias se prolongou por meses. Formaram-se redes de solidariedade e apoio. No dia do Trabalhador Rural, uma manifestação no local reuniu 15 mil pessoas. Dias depois, o acampamento foi cercado por militares comandados pelo Major Curió, famoso pela repressão à Guerrilha do Araguaia. Local: Rio Grande do Sul. Data: 25 de julho de 1981. Fonte: MORISSAWA, 2001. Autor: A. Hoffman.  

2ª Aula:

Primeiro passo: O professor deverá mediar um debate em que cada aluno deve opinar e optar por uma das formas de organização e estratégia de luta camponesa, a partir de argumentos debatidos em sala de aula. Ligas, Sindicatos, Movimentos Grevistas, MST

Segundo passo: Após o debate, o professor deverá organizar a turma em cinco grupos distintos.

Terceiro passo: Cada aluno deve optar por um dos cinco grupos definidos pelo professor a partir das principais estratégias de luta pela terra no Brasil debatidas anteriormente. São elas:

  • Ligas Camponesas.
  • Sindicatos
  • Lutas Armadas
  • Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
  • Greves

Quarto passo: Cada grupo deverá elaborar um panfleto ilustrado de adesão às diferentes formas de luta que contenha palavras de ordem, propostas e convite para reuniões, passeatas, invasões, greves levando em consideração as especificidades de cada estratégia.

3º Aula:

Primeiro passo: O professor deverá distribuir entre os alunos a letra da canção “Levanta Patrão”, de Tião Carreiro e Pardinho, assim como executar o audio disponivel no link abaixo:

http://www.4shared.com/audio/dWMFJj3s/Levanta_Patro.html

Segundo passo: Após a apresentação do áudio o professor deverá  intermediar um debate entre os alunos em torno do tema da luta pela terra relacionando-o a dificuldade de acesso à propriedade e a consequente migração para os grandes centros industriais em busca de trabalho trabalhada na canção.

Terceiro passo: Após do debate, por meio dessa canção, o professor poderá trabalhar com os alunos temas como:

  • dificuldades de adaptação do homem do campo à cidade;
  • permanência da opressão nos grandes centros.

CONCLUSÃO

Os alunos deverão ser capazes de identificar as principais estratégias de luta do trabalhador rural pela posse a terra, assim como fazer a ligação entre a dificuldade de acesso à propriedade e a migração para os grandes centros industriais.

Recursos Complementares

Texto: “Memória: massacre de Eldorado dos Carajás deixou 19 sem-terra mortos.”:

http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/06/23/memoria-massacre-de-eldorado-dos-carajas-deixou-19-sem-terra-mortos-756470838.asp

Avaliação

Os alunos deverão apresentar um panfleto, convocando para a adesão à forma de organização selecionada por eles (Ligas, Sindicatos, Movimentos Grevistas, MST, etc.) que explicite os seus principais objetivos e as suas estratégias de luta.

Opinião de quem acessou

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Opiniões

  • TARCÍSIO ARAUJO KUHN RIBEIRO, INST FEDERAL DE EDUCACAO CIENCIA E TECNOLOGIA DE BRASILIA - IFB , Distrito Federal - disse:
    tarcisiokuhn@yahoo.com.br

    02/04/2011

    Cinco estrelas

    Utilização adequada dos recursos didáticos, texto, fotografia e música, com uma boa proposta de avaliação.


  • Sezimária Carvalho Pinheiro, SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA , Acre - disse:
    sezyneves@yahoo.com.br

    13/02/2011

    Cinco estrelas

    A aula está excelente!!! Parabéns! Sou professora de história e gostaria de receber no meu e-mail suas aulas. abraços! Prof. Sezimária


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