07/02/2011
Gabriel Luiz Maia Nascimento, Lígia Beatriz de Paula Germano
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
---|---|---|
Ensino Médio | História | Cultura |
A partir da análise da obra de Villa-Lobos, o aluno poderá aprender como alguns conceitos construídos, como o de erudito e de popular, podem ser quebrados e mesclados, demonstrando o caráter dinâmico de conceitos ao longo do tempo. Essa percepção quebra com a ideia fixa e linear do tempo evolutivo.
O compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos é, ainda hoje, um músico de destaque no cenário erudito mundial. Essa atenção se deve principalmente ao diálogo que o compositor realizava entre as esferas da música popular e da música clássica.
Como o autor fez parte de um grupo de chorões (como são popularmente conhecidos os tocadores de choro) durante a sua mocidade, as influências foram em duplo sentido: tanto Villa-Lobos levou para a música clássica as tradições populares, como alguns músicos populares foram influenciados pela música clássica (como Ernesto Nazareth). Esse rico diálogo abre a possibilidade de os alunos quebrarem as barreiras culturais e dialogar com as diversas fontes que estão ao seu redor.
Além disso, a música instrumental, por mais reconhecida que ela seja, é sempre deixada de lado em trabalhos de análise. Esse estudo abre a possibilidade de os alunos se desfazerem do preconceito que a barreira (ainda que inexistente) entre o clássico e o popular acaba por se formar.
Antes da primeira aula, o professor poderá pedir aos alunos que pesquisem um pouco sobre Heitor Villa-Lobos (http://www.dicionariompb.com.br/villa-lobos) para que, durante a aula, seja apresentada uma breve biografia do compositor, falando da importância que ele teve no período Vargas e o seu diálogo com o Movimento Modernista. Além disso, o professor poderá iniciar a discussão do que os alunos consideram erudito ou clássico e o que é popular. Depois de discutir, o professor poderá apresentar algumas músicas de Villa-Lobos para mostrar que essa distância é uma construção das pessoas e que ela pode ser encurtada.
Villa Lobos trabalhando sobre partituras
Na segunda aula, o professor irá dividir a sala em grupos. Os alunos poderão escolher entre as seguintes músicas:
GRUPO 1 – Mazurka-choro
Link: http://www.youtube.com/watch?v=UetZpIt1b1U&feature=fvst
GRUPO 2 – Gavota-choro
Link: http://www.youtube.com/watch?v=pFBeqQfY6uc&feature=related
GRUPO 3 – Choro n°.1
Link: http://www.youtube.com/watch?v=Cjg15I-XxCQ
GRUPO 4 – Melodia Sentimental
Link: http://www.youtube.com/watch?v=XKyda9UxI1A
GRUPO 5 – Schottisch-choro
Link: http://www.youtube.com/watch?v=ZhbQylFb6f8&feature=related
Primeiro passo: A escola deverá ter um Laboratório de Informática onde os computadores sejam equipados com programas de edição de vídeo, como o Windows Movie Maker, por exemplo.
Segundo passo: Os alunos deverão utilizar câmeras de fotografia e câmeras de vídeo para produzir imagens.
Foto de Villa Lobos mais jovem
Ainda na segunda aula, o professor deve orientar os alunos a fazerem imagens de seus amigos, família, bairro ou vizinhança, procurando transmitir por meio das fotos ou vídeos o mesmo sentimento que a música transmite a ele: alegria, tristeza, melancolia, etc. Essas imagens deverão ser editadas, em uma terceira aula, conjuntamente com a música e o resultado final ser apresentado primeiro para sala, na quarta aula, e depois para a escola.
Na parte final da quarta aula, o professor pode ressaltar que os alunos podem perceber, em outras áreas, esse contato de duas diferentes linhas de pensamento divergentes, como na política, em outros estilos musicais contemporâneos, nos esportes, nas relações entre países e em outras temáticas. Dessa maneira fica ressaltada que algumas barreiras são historicamente criadas, mas que isso não impede que cada um transite e dialogue com as que bem entender.
Após o trabalho, a problematização da relação entre os conceitos de erudito e popular podem estender-se para outras áreas. O que é importante é o aluno perceber que essas barreiras não são intransponíveis e que o diálogo que se realiza é, na maioria das vezes, enriquecedor. Por mais conflitante que sejam os conceitos analisados, o aluno passa a ter uma noção de quais pontos eles se tocam e se distanciam, tendo uma leitura do mundo que o cerca de maneira crítica.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Heitor_Villa-Lobos
http://www.museuvillalobos.org.br/index.htm
http://www.dicionariompb.com.br/villa-lobos
http://www.youtube.com/watch?v=sQP1AwC2HAk
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u525.jhtm
http://brazilnyc.com/2009/10/a-tribute-to-villa-lobos/
http://robertafatima.blogspot.com/2009/11/villa-lobos-o-cara-da-musica-erudita.html
Depois de feita a discussão, os alunos poderão redigir individualmente um pequeno texto que relacione a música com as imagens produzidas e de que maneira o aluno enxerga essas divisões com exemplos próximos a ele. Além disso, o professor deve avaliar o vídeo produzido pelos alunos e as discussões feitas em sala.
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