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Guerrilha do Araguaia

 

07/02/2011

Autor y Coautor(es)
joão ricardo ferreira pires
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BELO HORIZONTE - MG Universidade do Estado de Minas Gerais

Marcela Telles Elian de Lima, Lígia Beatriz de Paula Germano

Estructura Curricular
Modalidad / Nivel de Enseñanza Disciplina Tema
Ensino Médio História Poder
Ensino Médio História Memória
Ensino Médio História Cidadania: diferenças e desigualdades
Ensino Médio História Sujeito histórico
Datos de la Clase
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Os alunos serão capazes de identificar uma das formas de ação, planejadas pelas organizações armadas revolucionárias durante o período militar brasileiro, para a efetivação da revolução brasileira. Serão capazes de compreender as ideias, projetos e propostas que orientaram essas ações. Por fim, identificarão as formas de repressão mobilizadas pelo governo militar à guerrilha.

Duração das atividades
Três aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
  • AI-5.
  • Milagre econômico.
  • Golpe Civil-Militar.
  • Revolução Chinesa.
Estratégias e recursos da aula

INTRODUÇÃO

É importante ressaltar que a maioria das organizações de esquerda armada planejou a revolução brasileira a partir do campo. Foram dizimadas antes de iniciá-la. Restou ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB) levar à frente o empreendimento. A preparação para a guerrilha começou em 1966, quando militantes do partido se instalaram em uma região conhecida como Bico do Papagaio, entre os Estados do Pará, Maranhão e Tocantins. A área era habitada principalmente por migrantes, estabelecidos em pequenos povoados marcados pela pobreza, condição que, para o PCdoB, favoreceria a eclosão da revolução, somada ao fato de que o abuso das autoridades locais facilitaria a adesão das massas à luta revolucionária. Por motivos semelhantes, outras organizações de esquerda já haviam cogitado essa área como ideal para deflagrar o movimento. Para o PCdoB, tratava-se de promover o levante dos camponeses, o cerco da cidade pelo campo, uma força armada autônoma e a adoção da guerra de guerrilhas. A distribuição da terra viria como resultado do processo de construção do socialismo. Mas, antes disso, o trabalhador deveria tomar o seu lugar na estratégia de tomada do poder político, para a efetivação da revolução. O PCdoB considerava a autonomia do movimento social camponês e a sua capacidade de tomar a frente no processo de transformação das sociedades, por acreditar ser possível reproduzir no Brasil o modelo revolucionário chinês. A luta deveria ser longa, constante, contar com a adesão do povo e estar amparada por uma organização política com presença nas cidades. Além da formação de destacamentos, do treinamento militar e do reconhecimento da região, os primeiros movimentos dos guerrilheiros no Araguaia basearam-se na aproximação e do auxílio à população local.  

DESENVOLVIMENTO

1° Aula:

Primeiro passo: A partir das imagens abaixo, desenvolva em sala de aula oito principais temas relacionados à Guerrilha do Araguaia. São eles:

1º Tema: A localização geográfica da guerrilha empreendida pelo PCdoB e sua importância na estratégia da luta armada rural;

Foto 1: As bases guerrilheiras ficavam próximas ao encontro dos rios Araguaia e Tocantins. Conhecida como Bico do Papagaio, essa região era ponto de contato entre três isoladas áreas do País: Amazônia, Nordeste e o Brasil central. A natureza daria abrigo aos combatentes e os camponeses os protegeriam. Até 1972, 73 militantes moveram-se numa superfície de 6,5 mil km². Fonte: “Aventuras na História”, abr. 2005.

2º Tema: Enfatizar as táticas de conquista do apoio da população local utilizadas tanto por guerrilheiros como pelas forças de repressão;

Foto 2: O primeiro contato das tropas com a população local não foi amistoso. Os soldados prendiam arbitrariamente os moradores. Para conseguir a colaboração deles, o Exército ofereceu uma recompensa por guerrilheiro capturado. Alguns colaboraram. Para conquistá-los, o Exército passou a distribuir alimentos, abrir consultórios e escolas. Eram as Ações Cívico-Militares. Local: Xambioá. Fonte: MORAIS; SILVA, 2005.

3º Tema: A luta na selva. As dificuldades enfrentadas pelos primeiros oficiais ao chegarem à região para dar combate à guerrilha;

Foto 3: Uma das causas apontadas pelo Exército para o insucesso das primeiras investidas contra os guerrilheiros foi a inexperiência dos soldados. Vindos de diferentes pontos do País, não tinham treinamento para operações na selva. Dificilmente abandonavam as trilhas, enquanto os guerrilheiros se enfurnavam na mata. Quase mil soldados caçaram, sem sucesso, dezenas de guerrilheiros. Fonte: MORAIS; SILVA, 2005.

4º Tema: As táticas de luta dos guerrilheiros;

Foto 4: Armadilhas A superioridade, em armas, do Exército frente aos guerrilheiros era indiscutível. Em 1973, para cada dois guerrilheiros, havia uma arma. Eles, então, improvisavam. Construíam armadilhas sujas com excrementos e dispositivos que as disparavam por qualquer tropeço ou esbarrão. Devido à sujeira, as feridas provocadas pelas armadilhas causavam fortes infecções nos atingidos. Fonte: MORAIS; SILVA, 2005.  

5º Tema: Operação Limpeza: as táticas de captura, a prisão e tortura de camponeses e guerrilheiros; o desaparecimento dos corpos;

Foto 5: Batalhão da Guarda Presidencial Ainda na década de 1970, jornalistas denunciaram o uso da tortura, pelos soldados, no combate à guerrilha. Na imagem, soldados do Batalhão da Guarda Presidencial recebem treinamento para reprimir guerrilheiros do Araguaia. Data: 1972. Fonte: BRITO, 2002.  

6º Tema:: Perfil dos moradores da região e a importância dos camponeses na luta revolucionária, tendo como modelo a Revolução Chinesa;

Foto 6: Xambioá A população da região de Xambioá vivia sob o domínio de prefeitos corruptos e policiais subordinados aos grileiros e latifundiários. O preço pago pela mão de obra era irrisório. Ao chegarem, os guerrilheiros misturaram-se aos moradores. Atendiam doentes, ajudavam nos mutirões, faziam partos. Eram estimados. Para alguns, eles eram “paulistas”; para outros, “povo da mata”. Fonte: MORAIS; SILVA, 2005.

7º Tema:O caráter sigiloso das operações militares de combate à guerrilha. A simultaneidade das propagandas ufanistas e das operações de captura, tortura e desaparecimento dos corpos na região do Araguaia entre 1972 e 1974;

Foto 7: Operações de combate à guerrilha Em 1972, a “Operação Papagaio” mobilizou 800 homens. Despreparados, foram derrotados. Em 1973, foi montada a “Operação Sucuri” com oficiais disfarçados responsáveis por colher informações. Nesse ano, 400 soldados habituados à selva chegavam aos povoados. Era a “Operação Marajoara”. Para o Cap. Pedro Cabral, “a guerrilha já não era mais guerrilha. Era uma caçada”. Data: 1973. Fonte: MORAIS; SILVA, 2005.

8º Tema:A procura, pelos familiares, dos corpos dos guerrilheiros assassinados.

Foto 8: Camponeses desaparecidos no Araguaia A maior parte dos guerrilheiros (70%) era de classe média. Menos de 10% eram operários e cerca de 20%, camponeses. Sobre os camponeses desaparecidos, pouco se sabe. Não são nomeados. Na imagem, lista elaborada pelo PCdoB. Essa lista se assemelha às listas de cangaceiros abatidos pela Força Pública: Alumínio, Sabonete, Carretel... Data: 2009. Acervo: Projeto República: Núcleo de pesquisa, documentação e memória/UFMG.  

2° Aula:

Primeiro passo: Junto com os alunos, escute o programa "Decantando a Republica" com a canção  "Araguaia" de Ednardo, disponivel no link abaixo:

http://www.4shared.com/audio/PJoUIN6X/GUERRILHA_DO_ARAGUAIA_-_Ednard.html

Segundo passo: Estabeleça com os alunos relações entre o tema da canção abordado pelo compositor e o legado deixado pelos guerrilheiros no Araguaia.

Terceiro passo: Assista com os alunos o vídeo “Governo identifica ossada de militante na Guerrilha do Araguaia” disponível no link abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=JrXCryuwwhY&feature=related

Quarto passo: Organize um debate acerca da importância da luta dos familiares e da sociedade civil pela localização dos corpos dos desaparecidos no Araguaia e pelo esclarecimento das circunstâncias das prisões, torturas, mortes e desaparecimentos ocorridos durante a repressão à guerrilha.

3° Aula:

Primeiro passo: Organize a sala em seis grupos e peça a cada um para elaborarem em conjunto uma carta aos familiares como se estivessem em uma das bases de Guerrilha do Araguaia. A carta deve conter: a descrição do local, as motivações da luta, os perigos e os riscos enfrentados pelos companheiros. Ao final da aula, as cartas de cada grupo deverão ser lidas em voz alta para toda a turma.

 

CONCLUSÃO

Os alunos deverão compreender a importância da preservação da memória da luta desses personagens, bem como a dos familiares pela identificação dos corpos desaparecidos e responsabilização do Estado na tortura e no assassinato dos guerrilheiros.

Recursos Complementares

Texto complementar para debate e critica:

"Jobim nega possibilidade de punição para torturadores da Guerrilha do Araguaia"

http://oglobo.globo.com/pais/mat/2010/12/15/jobim-nega-possibilidade-de-punicao-para-torturadores-da-guerrilha-do-araguaia-923300008.asp

Avaliação

Os alunos deverão reunir os dados comuns às cartas apresentadas em sala de aula na construção de um diário de campanha a ser publicado para a preservação da memória da luta.

Opinión de quien visitó

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Opiniones

  • lucia, c.e. dr. félix miranda , Rio de Janeiro - dijo:
    lhggomes@yahoo.com.br

    21/03/2011

    Quatro estrelas

    continuem com trabalhos interessantes como este


Sem classificação.
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