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BRINCADEIRAS ANTIGAS: CONTEXTUALIZANDO A LEITURA E A ESCRITA

 

11/01/2011

Autor e Coautor(es)
DENIZE DONIZETE CAMPOS RIZZOTTO
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Ana Maria Ferola da Silva Nunes, Eliana Aparecida Carleto, Luciana Soares Muniz, Mariane Éllen da Silva

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: prática de produção de textos
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Alfabetização
Ensino Fundamental Inicial História Organização histórica e temporal
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: prática de leitura
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Reconhecer as brincadeiras antigas como manifestações culturais;
  • Recriar brincadeira a partir do que foi vivenciado;
  • Utilizar o texto instrucional na elaboração de regras;
  • Ampliar e enriquecer o vocabulário;
  • Elaborar um Glossário a partir das descobertas;
  • Ler com compreensão.
Duração das atividades
Aproximadamente 240 minutos –4 atividades de 60 minutos cada uma.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

É necessário que o aluno esteja inserido no processo de alfabetização, que reconheça palavras e seja capaz de expor seu pensamento.

Estratégias e recursos da aula

Professor, com a modernidade, os recursos tecnológicos e a violência urbana, as crianças que moram nos grandes centros estão cada vez mais distantes das brincadeiras em grupos, aquelas que as crianças brincavam na rua e no quintal nas décadas de 60 ou 70 anos. Resgatar estas brincadeiras nos possibilita além de trabalhar a cultura popular contextualizar a leitura e a escrita por meio de textos significativos.

As brincadeiras e os brinquedos populares são considerados como parte da cultura, sendo transmitidos de geração para geração principalmente através da oralidade, elas proporcionam  a  interação e estimulam a criatividade, além de divertir a criançada. Veja a sugestão a seguir.   

1ª Atividade – aproximadamente 60 minutos.

Fonte da imagem: DVD Cliparts, vol 5

RODA DE CONVERSA

 Professor, utilize o espaço da “rodinha” para motivar os alunos, para isso organize-os em um círculo, afaste as carteiras da sala de aula, assim o espaço será suficiente para que todos possam assentar um ao lado do outro. Proponha a brincadeira antiga “Escravos de Jó”, ela resgata o trabalho em grupo, pois só acontece se houver a colaboração de todos os participantes, além de trabalhar a coordenação motora e a acuidade auditiva. Explique as regras antes de começar:

 ESCRAVOS DE JÓ JOGAVAM CAXANGÁ

TIRA, PÕE, DEIXA FICAR

GUERREIROS COM GUERREIROS

FAZEM ZIGUE, ZIGUE, ZÁ

 _ MATERIAL: uma pedrinha para cada criança ou qualquer outro objeto pequeno.

 _ PARTICIPANTES: no mínimo dois.

_ ORGANIZAÇÃO: assentados em círculo, um ao lado do outro.

_ COMO BRINCAR: cada um coloca uma pedrinha à sua frente. Enquanto canta, a criança pega a sua pedra e coloca na frente do colega, assentado à sua direita. Nos versos “Tira, põe / Deixa ficar!”, todas tiram a pedrinha da frente do colega, colocam na sua frente e a deixam ali por alguns segundos. Quando cantam “Guerreiros com guerreiros”, as crianças retomam os movimentos até o verso “Fazem zigue, zigue, zá!” Nesse momento, os participantes seguram a pedra movimentando-a de lá para cá e deixando-a, por fim, na frente do colega.

 Fonte: http://www.qdivertido.com.br/vercantiga.php?codigo=27 acesso em 09/11/2010  

Professor, repita várias vezes a brincadeira, para que os alunos entendam, depois explore oralmente:

_Quem conhecia esta brincadeira?

_ Do que fala a brincadeira?

_ Se alguém parar a brincadeira durante os movimentos o que acontece?

 _ Se alguém errar o que temos que fazer?

_Vocês imaginam qual foi a época em que esta brincadeira foi criada?

Solicite que eles perguntem aos seus  avós ou parentes mais velhos se eles conhecem esta brincadeira e quando ela foi criada.

Fonte da imagem: CD Clipart vol 5.

Professor, leve a música “Escravos de Jó” escrita em um cartaz, ou registre-a na lousa. Se a sua turma for de 1º ano, início da alfabetização, utilize a letra de imprensa. Distribua a cópia da letra da música para os alunos colarem no caderno de Língua Portuguesa e explore; frase, palavras, sílabas e letras. Veja a sugestão:

1-       Descubra na música e circule de vermelho a frase que tem a palavra ESCRAVOS.

2-      Circule de amarelo a palavra GUERREIROS.

3-      Solicite também que ilustrem a música.

4-      Conte quantos pedaços têm as palavras e escreva os numerais na frente.

ES

CRA

VOS

TI

RA

2ª Atividade – aproximadamente 60 minutos.

Resgate a brincadeira “Escravos de Jó”, questione se eles lembram como se brinca. Aproveite o tema e leia o texto a seguir:

Resgatando brincadeiras! Brinquedos e brincadeiras do tempo da vovó

Qual não é a surpresa dos pais quando o filho chega da escola cantando uma canção muito antiga ou sugerindo uma brincadeira que eles ainda guardam na memória? Hoje, especialmente nos projetos educacionais que privilegiam o folclore brasileiro, muitas brincadeiras da infância dos avós ou bisavós são resgatadas na escola. E ainda fazem o maior sucesso!

Desde a canção Ciranda, Cirandinha até pular amarelinha ou brincar de pique esconde, muitas das brincadeiras que a turminha moderna curte já encantavam crianças há mais de um século. Que tal um passeio pela história dos brinquedos e brincadeiras no Brasil? Os primeiros brinquedos e brincadeiras das crianças brasileiras eram ligados à vida natural, como banhos de rio e passeios no mato. Nessa época papais e mamães índios faziam para seus filhos brinquedos como arco e flecha, petecas, bolas e bonecos de barro cozido.

Depois, com a colonização do país pelos portugueses, surgiram pipas de papel, bodoques e dominós. Entre as formas de diversão mais apreciadas pela meninada, merecia destaque o teatro de marionetes. A presença dos escravos negros trouxe as cantigas de ninar e importantes personagens do nosso folclore, como o saci pererê, a mula sem cabeça, a cuca, o lobisomem e tantos outros. Cantigas de roda e adivinhas No século 19 chegaram os primeiros brinquedos produzidos na Europa, com a vinda da família real portuguesa para o Brasil. Foi então que começaram a fazer parte do universo infantil brasileiro, nas famílias da corte, bolas de gude, soldadinhos de chumbo, espadas e bonecas de porcelana.

Nessa época também foram introduzidas na nossa cultura cantigas de roda e adivinhas trazidas pelos imigrantes europeus. É no final desse século que chegam ao país a bola de futebol e as regras do jogo que até hoje encanta brasileiros. Surgem a bicicleta, carrinhos e trens de metal e bonecas de madeira. Mas isso não impediu as crianças de construírem seus próprios carrinhos de rolimã, cavalos de pau e bonecas de pano. Só no início do século passado começaram a funcionar no país as primeiras indústrias de brinquedos, o que levou ao lançamento de jogos como varetas e bonecas mecânicas. Alguns brinquedos que ainda hoje viram a cabeça da garotada apareceram na década de 60, como a boneca Susi, o autorama e carrinhos elétricos. Da mesma época é o forte apache.

Nas últimas décadas do século 20, a indústria de brinquedos fez inúmeros lançamentos, como robôs, jogos de estratégia, o caleidoscópio, videogames e jogos eletrônicos e de tela líquida. Depois, a sofisticação ganha esse mercado e é a vez de bichinhos e inúmeros jogos eletrônicos de tecnologia japonesa.

http://www.clicfilhos.com.br/site/display_materia.jsp?titulo=Brincadeiras+do+tempo+da+vov%F3N  Acesso em 10/11/2010. 

 EXPLORANDO O TEXTO

Discuta com os alunos:

. O que entenderam sobre o texto?

. Por que as brincadeiras mudaram?

 . Será que as brincadeiras de antigamente eram melhores do que as de hoje? Por quê?

Solicite aos alunos que façam uma pesquisa em casa com os pais ou os  avós e descubram quais eram as brincadeiras que eles brincavam quando criança.

Professor, retome a atividade de casa e liste na lousa as brincadeiras que os pais ou avós dos alunos relataram e as brincadeiras das crianças hoje. Faça um quadro para dar mais visibilidade. Veja uma sugestão:

BRINCADEIRAS DOS PAIS OU AVÓS

BRINCADEIRAS ATUAIS

Passa Anel

Amarelinha

Peteca

Esconde Esconde

Barra Manteiga

Boca de Forno

Pular Corda

Se a sua escola tiver Laboratório de Informática, leve seus alunos para assistir ao vídeo de uma música que fala sobre diversas brincadeiras de crianças e sua importância. http://www.youtube.com/watch?v=zguZKRaETC0, depois explore com os alunos sobre quais eles conhecem. 

Compare as brincadeiras de antigamente com as de hoje e a sua importância cultural, pois elas fazem parte de um tempo em que as pessoas conviviam mais em grupos e os ensinamentos eram passados por meio de conversas, ou seja oralmente, somente há pouco tempo estas brincadeiras passaram a ter registros escritos e divulgados por meio de livros e revistas.

3ª Atividade – aproximadamente 60 minutos.

Professor, escolha uma brincadeira citada pelas avós ou pais para brincar com eles. Depois de vivenciá-la, explore as regras da brincadeira e sistematize por meio de um texto instrumental. Veja uma sugestão:

Leve os alunos até o pátio e risque uma amarelinha no chão. Explique-lhes as regras e deixe que todos joguem.

AMARELINHA

Número mínimo de participantes: 2.

Número máximo: não tem.

Material: giz, para desenhar o jogo no chão, e uma pedrinha diferente para cada participante.

Como brincar: Existem vários tipos de amarelinha. Abaixo estão dois deles. Você e seus amigos também podem inventar um desenho novo. Risque um deles (ou o seu) na calçada. Veja um modelo a seguir:

  1. Cada jogador precisa de uma pedrinha.
  2. Tirem na sorte quem vai começar.
  3. Quem for começar joga a pedrinha na casa marcada com o número 1 e começa a pular de casa em casa, partindo da casa 2, até o céu.
  4. Só pode por um pé em cada casa de cada vez. Quando há uma casa ao lado da outra, dá para por os dois pés no chão.
  5. Quando chegar no céu, o jogador vira e volta pulando da mesma maneira, pegando a pedrinha quando estiver na casa 2.
  6. A mesma pessoa começa de novo, jogando a pedrinha na casa 2.
  7. Perde a vez quem:
  • Pisar nas linhas do jogo.
  • Pisar na casa onde está a pedrinha.
  • Não acertar a pedrinha na casa onde ela deve cair.
  • Não conseguir (ou esquecer) de pegar a pedrinha na volta

           8- Ganha quem primeiro pular todas as casas.

Fonte:  http://www.terra.com.br/criancas/bau.htm 

 Depois que todos participaram vivenciando a brincadeira, sistematize por meio do registro, para isso utilize o texto instrumental. Passe na lousa ou distribua uma cópia para que todos tenham em seu caderno de Língua Portuguesa.  

Identifique no texto as partes que ele contém: material utilizado e regras.

MUDANDO AS REGRAS   

Professor,  proponha que eles alterem as regras e criem outras possibilidades para a brincadeira. Esta atividade poderá ser desenvolvida em grupo.  Solicite que apresentem para os colegas e se possível experimentem a brincadeira coletivamente.   

4ª Atividade – aproximadamente 60 minutos.

 

Fonte da imagem: DVD Cliparts, vol 5

 Professor, estas atividades com certeza vão enriquecer o vocabulário dos alunos, pois apresentam palavras que não são do uso cotidiano deles, por isso proponha que elaborem um GLOSSÁRIO “é um dicionário de termos técnicos de uma arte ou ciência; o glossário distingue-se do caderno de significados pelo fato de estar organizado por assuntos ou referências temáticas”. http://geoportal.no.sapo.pt/glossario.htm   

Faça um apanhado das palavras que eles desconheciam, divida a turma em grupos e selecione as palavras que cada grupo vai pesquisar e trazer o significado para os colegas, assim o Glossário ficará pronto rapidamente.

O trabalho em grupo valoriza a cooperação, a solidariedade e o respeito ao próximo, por isso, sempre que possível utilize esta estratégia.  

Recursos Complementares

http://www.ufscar.br/~defmh/spqmh/pdf/enarel_arco.PDF  

http://www.brasilescola.com/dia-das-criancas/resgatando-brincadeiras-antigas

htm http://www.jogos.antigos.nom.br/artigos.asp  

http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/do_fundo_do_bau.htm  

http://cliquemusic.uol.com.br/discos/ver/cantigas-de-roda 

Jó não tinha escravos e ninguém joga caxangá

Qual a origem e o significado da cantiga Escravos de Jó?

!Eis aí um mistério. A folclorista Fernanda Macruz, do Museu do Folclore, em São Paulo, passou cinco anos pesquisando o tema e não chegou a uma conclusão. Dos 120 jogos que estudei, esse foi o único cuja origem não descobri, lamenta.

A brincadeira é simples: consiste em bater um objeto na mesa a cada sílaba da música e passá-lo para a pessoa ao lado na roda. Mas a letra é uma salada. O Jó citado é o personagem do Antigo Testamento que foi posto à prova por Deus e perdeu tudo o que tinha, exceto a fé. Só que o livro sagrado não diz em nenhum momento que o paciente Jó tivesse escravos. E, mesmo se tivesse, eles certamente não jogavam caxangá, que não é jogo nenhum. A palavra pode vir do tupi caa çanga, que significa reunião de rezadores, intriga-se Fernanda. Aparentemente, a letra foi tão modificada pelo tempo que perdeu o sentido. Em tempo: ninguém faz idéia de quem seja o Zé Pereira. Fonte: http://super.abril.com.br/superarquivo/1999/conteudo_117558.shtml acesso em 

Avaliação

Professor, a avaliação deve estar presente em todas as etapas do trabalho, desde a vivência das brincadeiras até a sistematização, pois é por meio da avaliação que teremos um feedback se  conseguimos alcançar os objetivos que nortearam nosso trabalho  

Opinião de quem acessou

Quatro estrelas 6 classificações

  • Cinco estrelas 3/6 - 50%
  • Quatro estrelas 2/6 - 33.33%
  • Três estrelas 1/6 - 16.67%
  • Duas estrelas 0/6 - 0%
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