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Pronominalização: estratégias de retomada do objeto direto

 

25/01/2011

Autor e Coautor(es)
Marilene de Mattos Salles
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JUIZ DE FORA - MG Universidade Federal de Juiz de Fora

Maria Cristina Weitzel Tavela

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio Língua Portuguesa Recursos linguísticos em uso: fonológicos, morfológicos, sintáticos e lexicais
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

O aluno terá a oportunidade de fazer uma revisão gramatical referente aos  “pronomes pessoais” e ao “objeto direto”. Aprenderá que há três estratégias para a retomada desse complemento verbal: uma padrão e duas não padrão. Além disso, discutirá a questão do preconceito em relação a uma das estratégias não-padrão.

Duração das atividades
5 horas/aula
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Aulas preparadas para alunos do 2º ano do ensino médio que saibam o que é pronome pessoal reto e oblíquo, como também que o objeto direto é um dos complementos do verbo. Devem possuir noções de dêixis e variação linguística.

Estratégias e recursos da aula

Aulas 1 e 2

Professor: inicie a aula, projetando, em sala mesmo, a tirinha abaixo, de Luis Fernando Veríssimo.

Fonte: VERÍSSIMO, L.F. As cobras em: Se Deus existe que eu seja atingido por um raio. Porto Alegre: L&PM, 1997, p.98.

Pergunte aos seus alunos:

a) Que atividade as cobrinhas estão fazendo?

b) No primeiro quadrinho, a quem elas estariam se referindo com a expressão "los". (Resp.: aos jogadores adversários)

c) No segundo quadrinho, a expressão "eles" tem o mesmo referente de "los"? (Resp.: sim)

d) Que significados podemos atribuir aos verbos "massacrar" e "arrasar" no contexto de uma partida de futebol?

d) O que podemos compreender sobre a fala da cobrinha no 3º quadrinho? A que acerto ela está se referindo? (Resp.: ela se refere à obediência às regras da gramática normativa, que condena o uso do pronome reto "eles" como complemento de verbo.)

e) Vocês acham que a fala "Vamos arrasar eles" está errada? Por quê?

f) Considerando a situação - jogo de futebol - e a advertência feita pela cobra, qual foi o motivo do humor? 

Terminada essa discussão inicial, proponha aos seus alunos uma revisão sobre os pronomes pessoais. Reapresente a eles, no quadro ou utilizando uma gramática, a correspondência entre as formas dos pronomes retos e oblíquos de 1ª, 2ª e 3ª pessoas, do singular e do plural. 

Exemplo (1ª e 2ª pessoas do singular)

Ao pronome reto EU (1ª pessoa do singular) correspondem as formas oblíquas ME (átona) e MIM e COMIGO (tônicas).

Ao pronome reto TU (2ª pessoa do singular) correspondem as formas oblíquas TE (átona) e TI e CONTIGO (tônicas)

Para cada correspondência, solicite que os alunos deem exemplos. Fixe bem as formas de 3ª pessoa, especialmente os pronomes oblíquos o, a, os, as, já que as retomadas de objeto direto se dão, na norma culta, por meio deles.

Por exemplo: Li o livro em poucas horas. Entendi-o perfeitamente.

                   Pescaram os peixes bem cedinho e puseram-nos na geladeira.

Em seguida, siga o roteiro abaixo, dando continuidade ao revisional.

 

Os pronomes pessoais caracterizam-se:

► por denotarem as três pessoas gramaticais (quem fala; com quem se fala; de quem se fala).   

► por poderem representar, quando na 3ª pessoa, uma forma nominal anteriormente expressa. 

    Exemplo: Levantaram Dona Rosário, quiseram levantá-la, embora ela se opusesse (...)   

► por variarem de forma, segundo a função que desempenham na oração

          ► retos: função sujeito e predicativo. Poderão ser vocativos (no caso de TU e VÓS)

          ► oblíquos: fundamentalmente função objeto direto ou indireto.    

 

► Quando o pronome oblíquo de 3ª pessoa, que funciona como objeto direto, vem antes do verbo, apresenta-se sempre com as formas o, a, os, as.    

Exemplo: Não o ver para mim é um suplício.                 

 

► Quando, porém, está colocado depois do verbo e se liga a este por hífen (pronome enclítico), a sua forma depende da terminação do verbo.   

1º) forma verbal terminada em vogal ou ditongo oral, emprega-se o, a ,os, as : Louvo-o; Louvei-os.

2º) forma verbal terminada em –r, -s, ou –z, suprimem-se estas consoantes, e o pronome assume as modalidades lo, la, los, las: Vê-lo para mim é um suplício. / Encontramo-la em casa.       

3º) forma verbal terminada em nasal, a nasalidade transmite-se ao pronome:  A professora passa os exercícios e os alunos fazem-nos com satisfação.  

 

Equívocos e incorreções

1) O uso indevido de um pronome pode gerar ambiguidade, como em: Álvaro disse a Paulo que ele chegaria primeiro.

2) Na fala vulgar e familiar do Brasil é frequente o uso do pronome ele(s), ela(s) como objeto direto em frases como “Vi ele”  e “Encontrei ela” . Embora esta construção tenha raízes antigas no idioma, deve ser hoje evitada.   

 

(CUNHA, Celso & CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001)

 Atividade 1 (Para ser feita por escrito, com sua orientação.)

1) Leia os exemplos abaixo e aponte aqueles que você considera NÃO estarem em conformidade com a norma culta da Língua Portuguesa.

a) As meninas foram à rua em busca do pai. Encontraram ele na pracinha.

b) Ofertei-lhe as flores com muito carinho.

c) Ninguém poderia descobrir o segredo de Alberta, senão ela sumiria e a família não encontraria ela.

d) Lúcia visitou Marcos e o convenceu a se tratar.

e) Adorei o livro. Li ele todo em apenas um dia.

f) Os psiquiatras atendiam os pacientes e ajudavam eles a se entenderem.  

g) Vim aqui dizer-lhes que sairão mais cedo.

(Resp.: a, c, e, f)

2) Para cada opção 'incorreta', explique o problema ocorrido e, em seguida, reescreva as frases segundo a norma.

3) Observe as frases abaixo.

                        Ofertei-lhe as flores com muito carinho.

                        Lúcia visitou Marcos e convenceu-o  a se tratar.

Complete as lacunas.

O verbo 'ofertar' possui dois complemetos: o objeto direto __________ e o objeto indireto ______. (Resp.: as flores / lhe)

O verbo visitar tem apenas um complemento, o objeto direto ______________. (Resp.: Marcos)

O verbo convencer possui dois complementos: o objeto direto (retomado anaforicamente) ___________ e o objeto indireto ___________________. (Resp.: o / a se tratar).

4) A que conclusão podemos chegar sobre a retomada de objeto direto segundo a norma culta? (Resp.: a retomada do objeto direto deve ser feita utilizando-se os pronomes oblíquos o, a, os, as OU as suas formas lo, la, los, las, no, na, nos, nas.  

Aulas 3 e 4

Professor: o capítulo do livro de Marcos Bagno, citado em "Recursos complementares", que trata do assunto aqui abordado chama-se "Eu consolo ele, ele me consola", verso da música "O meu guri" de Chico Buarque. Ouça-a juntamente com os alunos, em sala mesmo ou no laboratório de informática. Acesse o site http://www.kboing.com.br/musica-e-letra/chico-buarque/1028639-o-meu-guri/

Atividade 2

Converse informamente com os alunos sobre a letra, perguntando:

a) As palavras 'rebento' e 'guri' referem-se a quem?

b) Que sentidos poderíamos atribuir ao vocativo "seu moço", interlocutor do eu lírico? 

b) De acordo com os versos iniciais, o guri nasceu num bom momento?

c) Que hipóteses podemos criar para o verso "Fui assim levando", usado pelo pai para explicar a vida?

d) Que promessa o guri fez ao pai?

e) A expressão 'um dia eu chego lá' usada pelos falantes de um modo geral traduz que tipo de perspectiva?

f) E na voz do guri, o que podemos supor? Ele também sonhava com o sucesso?

g) A expressão dêitica 'lá' que aparece em  "Ele um dia me disse/ Que chegava ..." tem uma outra interpretação possível, quando consideramos as várias pistas que vão aparecendo na letra da música e que descrevem os 'afazeres' do guri. Que significado é esse?

h) O pai tem noção do que realmente o filho anda fazendo?

i) Releia os versos "Eu consolo ele / ele me consola / Boto ele no colo / Pra ele me ninar..."

- A quem a expressão "ele" se refere?

- Nos versos "Eu consolo ele" e "Boto ele no colo", o autor optou por usar o pronome reto (ele) na posição de objeto direto, retomando a palavra "guri". Esse uso está em conformidade com a norma-padrão? Como seriam escritos/ditos, segundo a norma?

- Considerando que a língua portuguesa é um conjunto de variedades, o que você poderia dizer sobre essa transgressão às regras prescritivistas? Trata-se realmente de transgressão?

Professor: nesse ponto da aula, aproveitando a proposta de Bagno (2002), distribua aos seus alunos algumas fichas com os enunciados abaixo. Em seguida, solicite que assinalem qual (ou quais) das respostas dadas à pergunta inicial eles consideram mais normal para eles, mais fácil de ser entendida e mais frequente no modo de falar deles e de seus familiares:

 

Pergunta: Você viu o Pedro hoje?

Resposta 1: Hoje não, eu o vi ontem.

Resposta 2: Hoje não, eu vi ele ontem.

Resposta 3: Hoje não, eu vi Ø ontem. ( Atenção: Ø significa apagamento/anulação do objeto direto)

 

Recolha as fichas, apure os votos e preencha a tabela.

ENUNCIADO

Nº DE VOTOS

% DO TOTAL

Resposta 1

 

 

Resposta 2

 

 

Resposta 3

 

 

TOTAL

 

 

Reserve-a para futuras comparações com dados obtidos em pesquisa.   

Professor: diante desse exemplo, explique aos alunos que os falantes têm à sua disposição três estratégias de retomada do objeto direto o Pedro. Elas são denominadas estratégias de pronominalização.

Pergunte:

a) Vocês já haviam percebido essas diferenças.

b) Todas são usadas indistintamente pelos falantes?

c) A escolha dos falantes por uma das estratégias está relacionada à situação de comunicação? 

d) De acordo com o que já foi discutido anteriormente, qual delas é a única aceita pela tradição gramatical? (Resp.: a única aceita é a resposta 1 - Hoje não, eu o vi ontem.)

Explique que na resposta 1 o falante optou pela estratégia padrão, valendo-se do chamado pronome oblíquo.

Na resposta 2, o falante estaria optando pela estratégia da retomada do objeto direto com pronome reto. Veementemente condenada pelos normativistas, muitos falantes evitam usá-la para não sofrerem o preconceito de que falam errado demais.

A resposta 3 é denominada estratégia do objeto nulo e é especialmente utilizada pelos falantes cultos da língua. Esclareça aos alunos que, em Sociolinguística, de uma maneira simplificada, os falantes cultos são pessoas que convivem na zona urbana e que possuem curso superior completo.

Atividade 3

Entregue à turma cópias xerocadas com um resumo dessa matéria e as perguntas do desafio abaixo. Divida a turma em três grandes grupos e dê um prazo para que eles possam estudar e reflitir sobre as questões. Você poderá, se quiser, atribuir pequeno valor a cada questão, de tal forma que, ao final, todos os grupos sairão ganhando alguma nota. O que pode acontecer, na pior das hipóteses, é um grupo não pontuar. Mas, por outro lado, nada perde, em termos de nota.

DESAFIO 

A cada pergunta feita, qualquer aluno de um dos grupos vai à frente da sala para responder. Responde quem chegar primeiro. Se ele errar, o segundo aluno responderá. E assim, por diante. Se os três errarem, poderá haver a substituição por outros colegas. Se ninguém acertar, o professor dará uma "dica". Até que a questão seja esclarecida.

Perguntas:

a) Usando a sua percepção quanto ao uso da língua, responda: por que os falantes cultos preferem usar a estratégia do objeto nulo?

(Resp.: ele evita a retomada do objeto com pronome reto para fugir do preconceito, evitando ser estigmatizado. Evita também a estratégia padrão porque ele a considera "certa demais", "pedante" etc.)

b)  Na letra da música de Chico Buarque, vimos que o autor usou uma dessas estratégias. Qual? Por quê?

c) Qual das estratégias é veemente criticada pelos normativistas? Por quê?

d) É possível na Língua Portuguesa apagar elemento na formação de um enunciado? Ilustre com informação dessa aula.

(Resp.: sim, podemos apagar, desde que possamos recuperar o elemento apagado por meio da coesão. No caso do apagamento do objeto direto o Pedro, qualquer falante o recupera retomando a pergunta que fora feita. Outro exemplo: Marina, pegue o bolo e coloque Ø na mesa. Qualquer falante compreende que é pra colocar o bolo na mesa.)

e) Os estudiosos desse assunto dizem que os pronomes átonos de 3ª pessoa estão, senão totalmente mortos, pelo menos moribundos. Com que dados eles poderiam afirmar isso? Relacione essa afirmativa com a escolarização.

(Resp.: os estudiosos dizem que "só conhecem esses pronomes (mas nem por isso usam) as pessoas que frequentaram a escola. [...] a prova mais eloquente disso é que eles - os pronomes átonos - nunca aparecem na fala das crianças que não frequentaram a escola, nem na fala de adultos analfabetos ou semi-analfabetos".)

f) Solicite um exemplo de estratégia padrão.

g) Solicite um exemplo de estratégia de retomada do objeto direto com pronome reto.

h) Solicite um exemplo de estratégia do objeto nulo.

Ao final, todos as alunos farão a escrita ou reescrita das suas respostas e entregarão para correção.

Aula 5

Professor: inicie essa aula, comparando os dados das fichas (com a votação que seus alunos fizeram) com as conclusões de pesquisas expressas na tabela abaixo. Atenção: a pesquisa foi realizada com falantes cultos. Conforme já esclarecemos, o falante culto, de forma simplificada, são pessoas que convivem na zona urbana e que possuem curso superior completo.

Retomada de objeto direto de 3ª pessoa no 'corpus' de língua falada (Bagno 2000)

TIPO

QUANTIDADE

%

PADRÃO

3

0,6

PRONOME ELE

18

3,6

OBJETO NULO

479

95,8

TOTAL

500

100,0

Pergunte: comparando as tabelas, a que conclusão podemos chegar?

(Resp.: Ao promover essa discussão deixe bem claro aos alunos dois aspectos. O primeiro é referente à omissão da gramática normativa quanto ao apagamento do objeto, talvez porque essa estratégia já esteja "tão incorporada à gramática intuitiva do brasileiro que nem os prescritivistas se apercebem dela como um desvio em relação ao padrão".  O segundo aspecto tem a ver com o uso do pronome 'ele' como objeto direto "associado (sem razão, porém) às variedades linguísticas de falantes com baixa escolaridade", fato este que traduz um tipo de preconceito linguístico e social.)  

Professor: devolva os exercícios da aula passada. Em seguida, passe a seguinte atividade para ser feita em dupla, por escrito. Corrija ao final da aula.

Atividade 4

Leia, abaixo, a resposta que o advogado Roberto Podval, defensor dos réus no caso Isabela Nardoni, deu a um repórter.

“Até agora eu não vi nada que levasse eles à autoria do crime.”

a) A quem se refere o pronome reto eles, em negrito acima? (Resp.: a Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá.)

b) Produza uma provável pergunta para essa resposta de Podval.

c) Qual das estratégias de pronominalização foi utilizada por Roberto Podval?

d)  Essa estratégia é abonada pela norma- padrão?

e) Considerando o contexto em que ela foi proferida (saída conturbada de uma audiência, em que o advogado ficou cercado por vários reporteres) haveria, do ponto de vista linguístico, algum problema no uso dessa estratégia?

f) Se ele estivesse no tribunal, dirigindo-se, por exemplo ao promotor ou ao juiz, qual seria a opção mais recomendável?

Recursos Complementares

BAGNO, Marcos. Português ou Brasileiro: um convite à pesquisa. Parábola Editorial: São Paulo, 2002.

BAGNO, Marcos. Dramática da língua portuguesa: tradição gramatical, mídia & exclusão social. Edições Loyola, São Paulo: 2000.

Artigo sobre o assunto:

http://www.letramagna.com/clitico.pdf

Avaliação

Leia a piada abaixo, que andou circulando na Internet.

Uma senhora cumprimentava uma escritora por sua última obra, dizendo com maldade:

- Adorei o seu livro! Quem o escreveu?

- Fico satisfeitíssima em saber que você gostou, respondeu a escritora. Quem o leu para você ouvir?

a) É comum encontrarmos no gênero 'piada' uma linguagem tão elaborada como a que vemos aqui? Justifique.

(Resp.: a piada é um gênero típico da oralidade e costuma apresentar uma linguagem bastante informal.)

b) Que exigência relativa à norma culta essa piada apresenta?

b) Que expectativas esse diálogo cria no leitor?

c) Que intenção o autor teve ao usar a linguagem formal (normativa)? (Resp.: o emprego do clítico "o" na retomada do objeto direto nessa piada ocorre, ao que parece, para propiciar um dado efeito de sentido: um tom irônico presente nas falas das duas interlocutoras).

d) A substituição do "o" por "ele" permitiria características próprias da oralidade. Se isso fosse feito, o mesmo tom irônico ocorreria? (Resp.: a substituição não produziria o mesmo efeito, pois as duas pessoas estão disputando quem é mais ‘capacitada’).

e) Adapte o diálogo, utilizando as outras estratégias que você aprendeu.

(Exercício adaptado de análise feita em artigo disponível em  http://www.letramagna.com/clitico.pdf  )

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