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Diário

 

17/01/2011

Autor e Coautor(es)
Maria Carolina da Silva
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BELO HORIZONTE - MG ESCOLA DE EDUCACAO BASICA E PROFISSIONAL DA UFMG - CENTRO PEDAGOGICO

Luiz Prazeres

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: prática de leitura
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de produção de textos orais e escritos
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de escuta e de leitura de textos
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: gêneros discursivos
Ensino Médio Língua Portuguesa Gêneros discursivos e textuais: narrativo, argumentativo, descritivo, injuntivo, dialogal
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: prática de produção de textos
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Língua Portuguesa Linguagem escrita: leitura e produção de textos
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Língua Portuguesa Leitura e escrita de texto
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Identificar os elementos organizacionais e estruturais do diário.
  • Identificar a finalidade do gênero textual diário.
  • Entender o diário como um gênero textual da ordem relatar.
  • Conhecer as práticas sociais de produção e circulação do diário.
  • Construir textos adequados ao gênero textual diário.
Duração das atividades
4 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Por se tratar de uma introdução ao assunto, não são requeridos conhecimentos prévios.

Estratégias e recursos da aula

Uma definição de diário, antes de começarmos a aula:

“A escrita de si nos diários, representa um tipo de “escrita ordinária”, pois relata o efêmero, o cotidiano, onde o sujeito comum/ordinário transforma-se em alguém importante e faz de suas ações e experiências diárias algo também importante. Na maioria das vezes, o autor do diário é um narrador solitário que conta suas vivências e experiências para si mesmo.”

 Disponível em: http://www.rc.unesp.br/ib/educacao/geplinguagens/textos%20pdf/Praticas%20culturais%20da%20escrita.pdf

ATIVIDADE 1:

Apresente a seguinte imagem para os alunos.

Disponível em: http://www.submarino.com.br/produto/37/21275909/?franq=184711

Pergunte o que eles acham que essa imagem representa. Pergunte também se sabem por qual motivo a agenda tem um cadeado. Espera-se que os alunos concluam que se trata de um diário e que o cadeado tem como objetivo dificultar a leitura por outra pessoa que não seja o dono dele. Converse com os alunos sobre o que é um diário. Fale que esse gênero textual tem como características relatar a vida, os acontecimentos e as opiniões daquele que o escreve. Durante muito tempo, o diário teve caráter privado, ou seja, não deveria ser lido por ninguém, a não ser seu dono.

Após essa discussão, leia com os alunos a introdução do livro “Querido diário otário”, que narra a história de uma menina, em forma de diário. Para mais informações sobre o livro, leia:  http://www.sinopsedolivro.com/2008/08/querido-dirio-otrio-v1.html

Querido Ser que Está Lendo Meu Diário,

Você tem certeza de que deveria estar lendo o diário de outra pessoa? Talvez eu tenha dito que você podia ler, aí tudo bem. Mas, se você é a Angelina, eu NÃO dou permissão para que você leia, então pare já. Se você é meu pai ou minha mãe, SIM, eu sei que não devo chamar as pessoas de idiotas, manés, abobadas, minhoquentas, tapadas e coisa e tal, mas isto é um diário e na verdade eu não estou "chamando" ninguém de nada. Eu escrevi isto. E, se vocês brigarem comigo por causa disso, então eu vou saber que leram meu diário, apesar de eu não ter dado permissão para vocês lerem. Agora, pelos poderes que fui investida, prometo que todas as palavras deste diário são verdadeiras ou, pelo menos, tão verdadeiras quanto eu acho que têm que ser. Assinado, Jamie Kelly

Disponível em: http://www.4shared.com/document/gyEwFe7c/Querido_Diario_Otario_1_-__mel.html 

A partir da leitura, discuta com os alunos o que eles acham da leitura do diário de outra pessoa. No texto, a menina Jamie autoriza algumas pessoas a lerem o diário. Quem são as pessoas autorizadas? Quem não está autorizado a ler o diário? O que Jamie acha que seus pais dirão ao ler seu diário? E o que ela responderá a eles, caso eles briguem com ela? O que é dito em um diário é sempre verdadeiro?

Após a discussão dessas questões, explique para os alunos que, apesar de o diário ser normalmente pessoal e íntimo, ou seja, não deve ser lido por outras pessoas, alguns diários se tornaram famosos e viraram livros e até mesmo filmes. Cite como exemplos O diário de Anne Frank, que se tornou um livro de sucesso e os filmes Diários de motocicleta e Minha vida de menina. Para maiores informações sobre esses materiais, sugere-se a leitura de

http://pt.shvoong.com/books/794777-di%C3%A1rio-anne-frank/ 

http://pt.shvoong.com/humanities/film-and-theater-studies/1076791-di%C3%A1rios-motocicleta/

ATIVIDADE 2

Entregue para os alunos cópias do seguinte texto.

Em pequena meu pai me fez tomar o hábito de escrever o que sucedia comigo. Na Escola Normal o Professor de Português exigia das alunas uma composição quase diária, que chamávamos "redação" e que podia ser, à nossa escolha, uma descrição, ou carta ou narração do que se dava com cada uma. Eu achava mais fácil escrever o que se passava em torno de mim e entre a nossa família, muito numerosa. Esses escritos, que enchem muitos cadernos e folhas avulsas, andaram anos e anos guardados, esquecidos.

Ultimamente pus-me a revê-los e ordená-los para os meus, principalmente para minhas netas. Nasceu daí a idéia, com que me conformei, de um livro que mostrasse às meninas de hoje a diferença entre a vida atual e a existência simples que levávamos naquela época.

Não sei se poderá interessar ao leitor de hoje a vida corrente de uma cidade do interior, no fim do século passado, através das impressões de uma menina, de uma cidade sem luz elétrica, água canalizada, telefone, nem mesmo padaria, quando se vivia contente com pouco, sem as preocupações de hoje. E como a vida era boa naquele tempo! Quanto desabafo, quantas queixas, quantos casos sobre os tios, as primas, os professores, as colegas e as amigas, coisas de que não poderia mais me lembrar, depois de tantos anos, encontrei agora nos meus cadernos antigos!

Relendo esses escritos, esquecidos por tanto tempo, vieram-me lágrimas de saudades de meus bons pais, minha boa avó e minha admirável tia Madge, a mulher mais extraordinária que já conheci até hoje e que mais influência exerceu sobre mim, pelos seus conselhos e pelo seu exemplo.

Explique para os alunos que este texto é a nota de introdução do livro “Minha vida de menina”, de Helena Morley. Esse livro é resultado do diário que ela escreveu quando era jovem, na cidade de Diamantina/MG, no século XIX. Para maiores informações, sugere-se a consulta do site http://www.sosestudante.com/resumos-m/minha-vida-de-menina-helena-morley.html 

Faça a interpretação do texto com os alunos. Seguem sugestões de perguntas que podem ser feitas:

  • Em que lugares e por quem a menina era estimulada a escrever sobre sua vida?
  • Por que a autora, depois de adulta, resolveu organizar seus escritos?
  • Como era a vida da autora em sua cidade, quando escreveu seu diário?
  • O que ela achava dessa vida? E você? Que opinião tem sobre a cidade dela?
  • Se a autora não tivesse escrito sobre sua vida, ela conseguiria lembrar de tudo com detalhes? Justifique com um trecho do texto sua resposta.

Após a interpretação do texto, discuta com os alunos qual a função de um diário. Com base na resposta à última pergunta, pode-se dizer que os diários têm a função de manter para o futuro as reflexões e sentimentos daquele que o escreveu. O diário pode ter também a função de ser uma reflexão sobre o que a pessoa fez. Pode servir, também, para entender as características de uma determinada época social. Por isso, na atualidade, muitos diários têm sido usados como fontes de pesquisa histórica.

ATIVIDADE 3

Leia um trecho do diário de Helena Morley com os alunos:

Terça-feira, 29 de agosto

Por que todo o mundo gosta de reprovar as coisas más que a gente faz e não elogia as boas? Eu e minha irmã nem parecemos filhas dos mesmos pais. Eu sou impaciente, rebelde, respondona, passeadeira, incapaz de obedecer e tudo o que quiserem que eu seja. Luisinha é um anjo de bondade. Não sei como se pode ser como ela, tão sossegada. Nunca sai de casa sem ir empencada no braço de mamãe. Não reclama nada. Se eu disser que já a vi reclamando um vestido novo, minto. E se ganha um vestido e eu quiser lhe tomar, ela não se importa. Pois todos me chamam de menina rebelde e ninguém elogia Luisinha.

Vou escrever aqui o que eu fiz com ela e não tenho vergonha, porque é só o papel que vai saber.

Ela vinha guardando, há meses, cinqüenta mil-réis que o padrinho lhe deu pra comprar um vestido. Desta vez eu achei que devia festejar meu aniversário com um jantar às amigas, pois todas elas me convidam quando fazem anos. As negras da Chácara são todas muito boas para mim. Generosa, que é muito boa cozinheira, já me tinha falado que se eu arranjasse uns cobres ela faria um jantar muito bom, sem eu me incomodar com coisa alguma. Na imaginação eu sou sozinha na família. Já tenho fama disso. Veio-me logo à idéia o dinheiro de Luisinha. Mas, não querendo entristecê-la, eu preparei as coisas bem e lhe disse: "Você me dê seus cinqüenta milréis para o meu jantar. Se você fizer o vestido, é só você que lucra. Se me der o dinheiro, eu faço o jantar, ganharei muitos presentes e nós dividiremos tudo". Luisinha concordou. Dei o dinheiro a Generosa. Ela preparou um banquete que tinha até peru. Ganhei de presente: dois vestidos, um vidro de perfume, um de água-de-colônia, uma dúzia de lenços, uma caixa com seis sabonetes, três pares de meias uma lata de biscoitos, afora os pudins e doces.

Acabada a festa, as primas intrometidas começaram a toar o partido de Luisinha, querendo que eu dividisse tudo lona mesma noite. Mas eu não tive coragem de me desfazer de nada e disse a elas: "É melhor dividirmos hoje só a lata de biscoitos e deixarmos o resto para amanhã". Hoje Luisinha reclamou e eu lhe dei mais um sabonete e um par de meias. Ela protestou, mas frouxamente. Eu sei que ela acabará esquecendo. Eu sei que o trato não foi cumprido, mas não tenho remorso, porque eu preciso mais do que ela. Ela quase não sai de casa, só vai à Chácara, e eu saio todo dia.

Faça a interpretação do texto, com base nas seguintes perguntas:

  • Que fato é relatado nesse trecho do diário?
  • Por que Helena diz que ela e a irmã parecem filhas de pais diferentes?
  • Quais são as características de Helena? E de Luisinha?
  • O que Helena faz para convencer a irmã a dar o dinheiro para ela?
  • Qual a divisão que Helena faz com a irmã?
  • Como Luisinha reage diante disso?
  • Helena sente remorso do que fez? Por quê?

Registre também com os alunos algumas características do diário, que serão importantes na execução da próxima atividade. Mostre como, em geral, a escrita dos diários começa com a data em que o fato relatado aconteceu. Indique também que nos diários são narrados fatos cotidianos, que podem não ter grande importância para outras pessoas, a não ser aquela que está escrevendo. Fale também que o diário é narrado em primeira pessoa, ou seja, quem está escrevendo passou pela situação vivida. Diga que, por ser uma narrativa feita pela pessoa, pode ser que ela modifique os fatos ou os interprete da maneira que lhe for mais conveniente.

ATIVIDADE 4

Depois que os alunos tiverem compreendido as características do gênero “diário”, proponha para a turma a realização de um diário. Peça para que cada um deles leve um caderno pequeno para a sala. Caso isso não seja possível, organize algumas folhas em blocos que serão distribuídos entre os alunos. Se algum aluno já tiver um diário, ele poderá levar aquele que já possui. Eles devem ser estimulados a enfeitarem o seu diário, deixando-o com as características de que mais gostar.

Durante quinze dias, o professor deve pedir aos estudantes que escrevam aquilo que pensam, que sentem e que acontece com eles. Por se tratar de um texto de caráter pessoal, pode ser que nem todos queiram que seu texto seja lido para a turma ou pelo professor. Peça, então, ao final desse processo e para que o professor possa avaliar os textos produzidos, que os alunos escolham um texto para ser lido para a turma. Após a leitura, os colegas devem avaliar se a estrutura do diário foi realmente seguida. Caso considerem que ela não foi seguida, os colegas devem apontar o que houve de inadequado e sugerir mudanças para que o texto fique com características adequadas a esse gênero. O professor deve conduzir o processo de maneira a impedir que os alunos façam chacotas ou gozações com os colegas, seja pelas questões colocadas no diário, seja por erros na escrita.

Recursos Complementares

Para maiores informações sobre o gênero diário, sugere-se a leitura de:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Di%C3%A1rio_(agenda)

Se possível, sugere-se que o professor assista ao filme “Diário de Motocicleta” e “Escritores da Liberdade”. Esse filme relata a história de uma professora que faz um interessante trabalho com base nos diários de seus alunos:

http://recantodasletras.uol.com.br/resenhasdefilmes/641978 

Avaliação

Avalie o envolvimento, a participação e a capacidade de compreensão dos alunos. A última atividade, por sistematizar as discussões realizadas, serve de base para perceber se os alunos compreenderam as características do diário. Isso pode ser feito tanto pela análise do texto produzido como pela participação dos alunos na avaliação dos trabalhos feitos pelos colegas.

Opinião de quem acessou

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Opiniões

  • Kathy, Ênfase , Bahia - disse:
    kathy.maia.jorge@hotmail.com

    16/05/2012

    Duas estrelas

    Não creio que esse gênero textual deva ser tratado somente como algo de "solitários", não que eu tenha tido algum, mas há outras formas de se trabalhar a importância desse gênero textual, como exibição de filmes e a leitura de textos como o "Diário de Anne Frank". é um gênero comum, mas de grande importância sentimental, íntima, de quem escreve. Assim poderia ser melhor trabalhado.


  • Marlene Aparecida Veiga, EM PINGO DE GENTE - POLO , Mato Grosso do Sul - disse:
    marleneavs@hotmail.com

    26/09/2011

    Quatro estrelas

    Eu gostei da sua aula, mas como eu trabalho com 3° ano vou procurar adaptar pois eles nunca trabalharam com este gênero. Voltei ao passado com esta aula, me deu saudade do tempo de escola primária. Abraços.


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