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Interpretando a vida: literatura contemporânea brasileira

 

11/01/2011

Autor e Coautor(es)
THYAGO MADEIRA FRANCA
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Aparecida Clemilda Porto

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio Língua Portuguesa Relações sociopragmáticas e discursivas
Ensino Médio Literatura Estudos literários: análise e reflexão
Ensino Médio Literatura Outras expressões: letras de música, hip hop, quadrinhos, cordel
Ensino Médio Língua Portuguesa Gêneros discursivos e textuais: narrativo, argumentativo, descritivo, injuntivo, dialogal
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • interpretar poemas da literatura contemporânea brasileira;
  • construir significados abstratos e filosóficos a partir de poemas contemporâneos;
  • produzir textos orais e escritos a partir de poemas contemporâneos.
Duração das atividades
6 aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Os alunos deverão conhecer as características de uma dissertação e de um texto narrativo.

Estratégias e recursos da aula

ATIVIDADE 01

Música e poesia contemporânea

Professor, como sabemos, é difícil fazermos uma análise do cenário literário sem uma referência de tempo e espaço. Dessa forma, objetivamos, nessa aula, construir uma reflexão sobre algumas tendências contemporâneas da literatura brasileira, ou seja, manifestações literárias dos últimos vinte ou trinta anos, pós-ditadura.

Para tanto, podemos elencar vários nomes. A prosa urbana de Fernando Bonassi, Luiz Vilela, Dalton Trevisan e Rubem Fonseca. O conto e a crônica de Marcelo Rubens Paiva, Moacyr Scliar e Raduan Nassar. E a poesia, por exemplo, de Arnaldo Antunes.

Esse último, conhecido por ter sido integrante do grupo de rock Titãs, tem produzido poesia desde a década de 1980 até os dias atuais. No entremeio de uma poesia concreta e existencialista, o autor trata de questões filosóficas relativas à vida. Dedicaremos as atividades que se seguem à obra deste autor. No entanto, você poderá empreendê-las tomando como referência outros autores contemporâneos.

Observação: as atividades da presente aula possuem um sentido filosófico em sua constituição. Caso seja viável, convide um professor da área de Filosofia para auxiliá-lo nos debates e discussões.

Nessa primeira atividade, exiba o vídeo do poema (música) “Alma”, de Arnaldo Antunes e Pepeu Gomes.

Link para o poema musicado (interpretado por Zélia Duncan): http://www.youtube.com/watch?v=leZT1qg8iUs&feature=player_embedded 

Link para a letra: http://letras.terra.com.br/arnaldo-antunes/91586/ 

É indispensável que todos os alunos possuam a letra para que possam acompanhá-la.

Exiba o vídeo cerca de três ou quatro vezes, pedindo que os alunos façam anotações em seu caderno acerca de suas interpretações/impressões sobre a mesma.

Não se trata de uma letra com uma interpretação superficial, já que o núcleo da mesma é alma humana.

Você poderá ler, verso por verso, o poema e questioná-los quanto a possíveis interpretações.

Assim, organize os alunos em grupos de 4 ou 5 alunos e peça que eles preparem um texto dissertativo a partir das anotações empreendidas no caderno e dos seguintes pontos:

  • O que você entende por alma?
  • Você acredita que exista uma alma?
  • Para que ela serviria?
  • Que características você imagina que tenha a alma?
  • No poema, a alma pode ser vista e tocada. O que você pensa disso?

Permita que os integrantes dos grupos debatam os pontos elencados, durante 10 minutos.

É bem provável que questões de ordem religiosa permearão as discussões e os textos. Faça com que tal temática seja empreendida de forma respeitosa. É importante que a diversidade de crenças seja também debatida em sala de aula.

Após a produção dos textos, desenvolva uma rodada de leitura dos mesmos.

ATIVIDADE 02

Debatendo preconceitos

Inicie a presente atividade questionando os alunos acerca dos seguintes pontos:

  • O que é preconceito?
  • Que tipos de preconceitos existem?
  • Você tem algum tipo de preconceito? Conhece alguém que já sofreu preconceito?

Faça inscrições das falas, de modo que todos os alunos embocem suas opiniões sobre a temática.

Observação: o conceito de preconceito é genérico, haja vista que existem várias formas do mesmo se efetivar. No entanto, é possível que os alunos focalizem o preconceito racial. Desenvolva a discussão de modo que eles percebam a amplitude desse conceito.

Posteriormente, exiba o poema (musicado) “Inclassificáveis”, de Arnaldo Antunes:

http://www.youtube.com/watch?v=AZ0AAtaqngU 

Link para a letra: http://letras.terra.com.br/arnaldo-antunes/91636/ 

É indispensável que todos os alunos possuam a letra para que possam acompanhá-la.

Proponha que, individualmente e em casa, os alunos produzam um texto dissertativo, embasado nas seguintes questões:

  • Como poderá ser compreendido/interpretado os versos “que preto, que branco, que índio o quê?/que branco, que índio, que preto o quê?/que índio, que preto, que branco o quê?”?
  • Observe a terceira estrofe: aqui somos mestiços “mulatos/cafuzos pardos mamelucos sararás/crilouros guaranisseis e judárabes”. Onde seria esse “aqui”?
  • Pesquise a definição de “mulatos”, “pardos”, “mamelucos” e “sararás”.
  • As palavras “crilouros”, “guaranisseis”, “judárabes”, bem como outros neologismos que aparecem ao longo do poema, são compostos pela aglutinação de duas palavras. Qual é o significado de cada uma delas (por exemplo, judárabes = judeus + árabes, o nome de dois povos de culturas diferentes).
  • Por que o eu lírico mistura os nomes de povos e etnias diferentes?
  • O que é classificar alguma coisa? Por que o eu lírico afirma que somos inclassificáveis?
  • Levando em consideração a discussão empreendida acerca do preconceito, o que o poema em questão constrói como significado?

Esses pontos e questionamentos serão o embasamento para um texto corrido. Reafirme que não se trata de um questionário a ser respondido, e sim de um único texto que contemple tais questões.

Após a produção dos textos, empreenda um momento de leitura em que todos possam escutar e discutir as redações da turma.

ATIVIDADE 03

Poesia concretista

Professor, fale para seus alunos do conceito de poesia concreta. Demonstre que é um tipo de poesia experimental ou vanguardista, basicamente visual, que procura estruturar o texto poético escrito a partir do espaço do seu suporte.

Posteriormente, exiba o poema de Décio Pignarati:

http://www.literaturaemfoco.com/?p=2991 

Em conjunto, empreenda uma interpretação oral sobre o poema. Baseie-se nos seguintes pontos:

  • toma como referência o slogan “beba Coca Cola”; a alteração morfológica, “beba” vira “babe” e “coca”, por sua vez, torna-se “caco”;
  • valendo-se dos espaços vazios, o poeta, no segundo verso, forma a frase: “babe cola”;
  • sentido do verso final formado pelo substantivo “cloaca”;
  • crítica ao capitalismo ao denegrir um dos seus maiores símbolos.

Posteriormente, exiba o poema “Rio”, de Arnaldo Antunes:

http://clp-esb.blogspot.com/2008/03/dia-da-poesia-poesia-concreta.html 

Aqui, novamente, empreenda uma interpretação oral, de modo que a turma construa uma significação singular sobre o poema e a temática discutida. Motive a discussão interpretativa com os seguintes pontos:

  • metáfora do rio como a vida, em constante curso;
  • o rio em movimento constante e o fato da palavra “rio” ser “o ir” ao contrário;
  • a forma como o poema “Rio” é colocado no espaço (em círculo, em movimento).

ATIVIDADE 04

Produzindo uma narrativa ficcional

Exiba para o alunos o clipe do poema “Não vou me adaptar”, de autoria de Arnaldo Antunes e interpretado por Nando Reis:

http://www.youtube.com/watch?v=2rGA1olf-ZI&feature=player_embedded 

Link para a letra: http://letras.terra.com.br/nando-reis/98793/ 

Munidos da letra do poema-canção, os alunos empreenderão, em grupos 3 ou 4 alunos, uma breve interpretação do mesmo. Posteriormente, desenvolva uma reflexão interpretativa a partir dos seguintes pontos:

  • Sentimento de nostalgia: “Eu não caibo mais nas roupas que eu cabia/Eu não encho mais a casa de alegria/Os anos se passaram enquanto eu dormia/E quem eu queria bem me esquecia”.
  • Sentimento de inadequação ao conjunto: “Será que eu falei o que ninguém ouvia?/Será que eu escutei o que ninguém dizia?”.
  • Sentimento de tristeza e falta de adaptação: “Eu não vou me adaptar”   Sentimento de que o tempo lhe tirou algo: “Eu não tenho mais a cara que eu tinha/No espelho essa cara já não é minha”.
  • Sentimento de que não se conhece: “É que quando eu me toquei achei tão estranho/A minha barba estava deste tamanho”

Evidentemente, os versos e estrofes de/ “Não vou em adaptar” não precisam ser classificados como fizemos acima. O imprescindível é que você “retalhe” o poema de tal forma que os alunos percebam um eu lírico deprimido, insatisfeito com o rumo que sua vida tomou e, principalmente, sentindo um estranhamento em relação ao mundo e à sociedade. Um debate empreendido de forma dialógica e democrática pode promover a construção desses sentidos.

Posteriormente, proponha a produção de um texto narrativo ficcional que possua como ambiente temático o eu lírico de “Não vou me adaptar”.

Em duplas ou trios, os alunos produzirão este texto e criarão situações vividas por um sujeito com as características presentes no eu lírico.

As produções poderão ser empreendidas em casa.

Promova, após a feitura dos textos, uma rodada de leitura dos mesmos.

Recursos Complementares

Artigo "Poesia contemporânea em Arnaldo Antunes: ventando as palavras, alforriando as coisas", de Valeria Rosito Ferreira:

http://www.unigran.br/revistas/interletras/ed_anteriores/n6_n7/textos/poesia_contenporanea.pdf 

Avaliação

Após as atividades propostas, os alunos deverão ser avaliados nos seguintes aspectos:

  • interpretação de poemas da literatura contemporânea brasileira;
  • construção de significados abstratos e filosóficos a partir de poemas contemporâneos;
  • produção de textos orais e escritos a partir de poemas contemporâneos.
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