• Comparar textos buscando diferenciá-los quanto à linguagem utilizada;
• Produzir textos empregando a linguagem de acordo com o contexto e com os interlocutores;
• Sistematizar as principais diferenças entre os textos estudados.

Halilidade de leitura e escrita;

Noções de variedade linguística.

Primeira etapa:   

Professor: inicie a aula conversando com os alunos sobre os diferentes modos de falar, ou seja, mesmo sem perceber falamos de modo diferente em certas situações. Pergunte-lhes se costumam falar com um amigo ou um irmão da mesma maneira com que falam quando necessitam fazer uma solicitação ao professor ou diretor do colégio. Instigue a turma para que eles possam exemplificar o assunto que está sendo discutido. Destaque a questão da adequação, para que os alunos compreendam melhor, utilize o exemplo do vestuário. Pergunte-lhes, se eles costumam praticar esporte ou até mesmo brincar com a mesma roupa que eles vão a um casamento ou um evento social mais sofisticado. Diante das respostas, explique-lhes que podemos comparar o uso da língua, ao uso e escolhas de nossas roupas. Para cada ocasião, há um vestuário adequado, bem como para cada lugar e de acordo com o interlocutor há uma linguagem própria a ser utilizada.

Professor: após essa breve conversa com os alunos, apresente as imagens abaixo: ambas retratam um telefone, meio de comunicação muito utilizado. Em seguida, solicite que os alunos descrevam as imagens, destacando as diferenças entre elas.

( Espera-se que o aluno enfatize o fato do primeiro telefone ser muito antigo e o segundo um aparelho já bem moderno)    

Professor: apresente aos alunos outros aparelhos telefônicos que certamente eles não conhecem.

Imagens disponíveis em:

http://www.google.com.br/images?hl=pt-br&biw=1010&bih=567&q=telefone&um=1&ie=UTF-8&source=og&sa=N&tab=wi   

Professor: com ajuda dos alunos, faça uma lista na lousa de algumas situações em que necessitamos utilizar o telefone. Existe um número infinito de possibilidades, por isso, o professor deverá orientar a atividade para que sejam listados tanto usos para comunicações que requerem menos formalidade, quanto para comunicações que exigem maior formalidade. Assim que a lista estiver pronta, o professor deverá sugerir que os alunos separem as situações listadas em dois grupos: em um primeiro grupo, os alunos devem numerar situações em que evitamos o uso de expressões grosseiras, gírias ou expressões que revelem intimidade; em um outro grupo, os alunos devem listar as situações  que revelem menor formalidade, ou seja, menos monitorada, por isso considerada língua informal.   

Professor: selecione dois alunos para fazer a leitura do texto abaixo  em voz alta. Cada aluno deve representar um dos interlocutores.  

Diálogo de Todo Dia   

Carlos Drummond de Andrade

- ALÔ, quem fala?

- Ninguém. Quem fala é você que está perguntando quem fala.

- Mas eu preciso saber com quem estou falando.

- E eu preciso saber antes a quem estou respondendo.

- Assim não dá. Me faz o obséquio de dizer quem fala?

- Todo mundo fala, meu amigo, desde que não seja mudo.

- Isso eu sei, não precisava me dizer como novidade. Eu queria saber é quem está no aparelho.

- Ah, sim. No aparelho não está ninguém.

- Como não está, se você está me respondendo?

- Eu estou fora do aparelho. Dentro do aparelho não cabe ninguém.

- Engraçadinho. Então, quem está fora do aparelho?

- Agora melhorou. Estou eu, para serví-lo. - Não parece. Se fosse para me servir já teria dito quem está falando.

- Bem, nós dois estamos falando. Eu de cá, você de lá. E um não conhece o outro.

- Se eu conhecesse não estava perguntando.

- Você é muito perguntador. Pois se fui eu que telefonei.

- Não perguntei nem vou perguntar. Não estou interessado em conhecer outras pessoas.

- Mas podia estar interessado pelo menos em responder a quem telefonou.

- Estou respondendo. - Pela última vez, cavalheiro, e em nome de Deus: quem fala?

- Pela última vez, e em nome da segurança, por que eu sou obrigado a dar esta informação a um desconhecido?

- Bolas!

- Bolas digo eu. Bolas e carambolas. Por acaso você não pode dizer com quem deseja falar, para eu lhe responder se essa pessoa está ou não aqui, mora ou não mora neste endereço? Vamos, diga de uma vez por todas: com quem deseja falar? Silêncio.

- Vamos, diga: com quem deseja falar?

 - Desculpe, a confusão é tanta que eu nem sei mais. Esqueci. Tchau.   

ANDRADE, Carlos Drummond de. Diálogo de todo dia. In: Para gostar de ler- Júnior. V.3. São Paulo: Ática,2001.p21-22  

Segunda etapa:     

Professor: a partir da leitura realizada, proponha algumas questões orais para os alunos.   

 1.Qual é o assunto do texto?Quem e quantos são os personagens?  

 2.A função do telefone é facilitar a comunicação entre as pessoas. No texto, lido isso ocorreu? Por quê?

3.      Qual elemento ( palavra) do texto pode ser responsável pelo problema da comunicação entre os interlocutores da narrativa lida?

4.      A palavra “obséquio” poderia ser substituída sem perda de sentido por qual palavra? Por que provavelmente a pessoa utilizou esse termo e não uma expressão mais comum?

5.      Identifique no texto marcas de oralidade, ou seja, expressões que são utilizadas com frequência na fala.

6.   No texto lido, é comum marcas de oralidade? Por quê?

7.     Retire do texto dois exemplos de emprego de pronomes de acordo com a norma padrão da língua.

8.     Sabendo que a crônica é uma narrativa curta com temas relacionados à situações ocorridas no cotidiano, podemos dizer que a linguagem empregada é adequada ao texto?Por quê?  

Terceira etapa:     

Professor: solicite que os alunos observem os textos abaixo, leia os títulos e, em seguida, pergunte-lhes:  

O que eles acham que vão ler?

O que está escrito no texto?

Professor: solicite a leitura do texto em voz alta.   

Bilhete I

Bilhete II

Professor: a partir da leitura, proponha as seguintes questões:

1)      Qual é o assunto dos bilhetes?Quem é o autor?

2)      Quem é o destinatário dos bilhetes?

3)      Diante dos bilhetes lidos e também levando em conta a sua utilização desse gênero de texto, a que conclusão podemos chegar sobre os assuntos normalmente tratados nos bilhetes?

4)      Qual é a diferença entre os bilhetes apresentados? Explique por que isso ocorre?

5)      A linguagem empregada nos bilhetes é adequada? Por quê?

6)      Reúna-se em dupla e construa um pequeno parágrafo sobre as características do bilhete.

Professor: faça a correção das atividades, buscando sanar as dúvidas dos alunos e completando as respostas que possam apresentar-se inadequadas.   

Professor: após as discussões e atividades realizadas, proponha aos alunos a produção de texto abaixo e os ajude a perceber as duas situações de formalidades distintas. O bilhete para o professor tende a ser mais formal em relação ao bilhete para o amigo.

 Produção de texto:

 A classe deve se dividir em pequenos grupos, cada equipe produzirá um bilhete com uma solicitação para um amigo e um outro bilhete com uma solicitação para o seu professor. Após a elaboração dos textos cada equipe deve apresentá-los para toda a classe.

Professor: faça anotações quanto à maneira dos alunos se dirigirem à diretora e ao amigo e mostre os apontamentos ao término das apresentações.    

Sugestão de leitura:

http://www.ciberduvidas.pt/pergunta.php?id=12289 

Professor: a avaliação deve ser feita durante todo o processo de aprendizagem e principalmente por meio da produção final, verificando o emprego dos aspectos refentes ao contexto e ao interlocutor de forma adequada.