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Pan-africanismo

 

20/12/2010

Autor e Coautor(es)
Rafael da Cruz Alves
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BELO HORIZONTE - MG Universidade Federal de Minas Gerais

Raissa Brescia dos Reis, Lígia Beatriz de Paula Germano

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Relações de poder e conflitos sociais
Ensino Médio História Processo histórico: nações e nacionalidades
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

O aluno poderá aprender acerca do pensamento pan-africano e sua apropriação e reconstrução por africanos dentro e fora do continente africano, a partir de meados do século XX, seus principais ideais e sua importância nas lutas por independência nessa região e seus problemas e críticas.

Duração das atividades
Três aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

• Pan-africanismo: conceito que congrega uma diversidade de discursos que se estabeleceram desde meados do século XIX, principalmente nos Estados Unidos da América, e tomaram grande proporção a partir de meados do século XX, como formas de representação da raça negra e do lema da “África para os africanos”.

• Imperialismo europeu: processo histórico que se deu a partir da segunda metade do século XIX até a segunda metade do século XX e se constituiu na colonização e dominação política e econômica de vários países da África e Ásia por países europeus. Suas justificativas, como a ideia do “fardo do homem branco” e os processos de resistência e independência em África.

• Segunda Guerra Mundial: o conflito e o seu efeito para o lugar de potência social e econômica que ocupava a Europa antes de sua deflagração.

Estratégias e recursos da aula

Introdução 

O “Pan-africanismo” é um movimento que nasce nas Américas em meados do século XIX, como uma forma de expressão de grupos afrodescendentes minoritários, como nos Estados Unidos, ou não, como no Haiti. Trata-se da tentativa de construir e afirmar um passado para a chamada “raça negra”, à qual diziam pertencer seus expoentes, em oposição ao sentimento de inferioridade ao qual esse grupo social, muitas vezes, foi e é reduzido. Em África, esse movimento toma força principalmente após a Segunda Guerra Mundial, quando o monopólio europeu sobre as ideias de civilização e modernidade vem abaixo e novos espaços de contestação e afirmação surgem. O discurso pan-africano procura dar um passado glorioso ao continente, e a seus moradores e preconiza um futuro de glórias conquistadas a partir da união africana e suas conquistas conjuntas e autônomas. Após as independências no continente africano, no entanto, o Pan-africanismo perdeu força e foi bastante criticado, dentro e fora da África, por ter preconizado uma união que desconsiderava a imensa diversidade que o continente carrega e, mesmo, as diversidades internas a cada um de seus países.

Desenvolvimento

Primeira atividade

Os alunos deverão ser divididos em quatro grupos, que ficarão responsáveis pelas seguintes pesquisas a serem realizadas previamente:

• Grupo 1: pesquisa acerca dos argumentos utilizados como justificativas para o imperialismo, para torná-lo um empreendimento louvável. Concentrar na dimensão de inferiorização do negro, do africano, de afirmação de sua barbárie e atraso cultural e intelectual que esses discursos de apoio ao imperialismo traziam.

• Grupo 2: pesquisa sobre o imperialismo, seus modos de atuação, de exploração e de exclusão do colonizado.

• Grupo 3: pesquisa acerca do Movimento Pan-africano em África, ou seja, principalmente a partir de meados do século XX, seus principais expoentes e ideias, como a frase “África para os africanos”.

• Grupo 4: pesquisa acerca das independências em África, a época em que grande parte delas ocorreu e a participação de políticos e intelectuais pan-africanistas nestas. Os alunos deverão produzir, a partir das pesquisas, esquemas que facilitem a apresentação posterior de seus resultados.

Os links e imagens abaixo listados são sugestões de locais e fontes para pesquisa:

• Imperialismo:

http://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/imperialismo.htm  

http://www.infoescola.com/historia/imperialismo/

http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Fardo_do_Homem_Branco    

http://www.brasilescola.com/historiag/a-ideologia-imperialista.htm  

• Pan-africanismo:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Pan-africanismo   

http://africanomundo.blogs.sapo.pt/5662.html      

http://pt.wikipedia.org/wiki/Kwame_Nkrumah  

http://pt.wikipedia.org/wiki/Agostinho_Neto    

• Independências em África:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Descoloniza%C3%A7%C3%A3o  

http://www.mundovestibular.com.br/articles/3196/1/DESCOLONIZACAO-DA-ASIA-E-DA-AFRICA/Paacutegina1.html 

Charge intitulada o “Fardo do homem branco”, que ironiza a justificativa de países como EUA, Inglaterra, França e Alemanha, para o imperialismo: a de que esses países levariam à África e à Ásia a civilização, a razão, os benefícios da modernidade.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Fardo_do_Homem_Branco 

Kwame Nkrumah, primeiro presidente de Gana, primeiro país a se tornar independente em África, em capa da revista norte-americana Time que faz referência a sua atuação como pensador e político pan-africanista. Data: 9 fev. 1953.

Fonte: http://www.anselm.edu/academic/history/hdubrulle/BritEmp/2009/text/grading/food/fdwk14b.htm 

Segunda atividade 

Em sala de aula, após a pesquisa, os alunos deverão apresentar os resultados em um seminário, bem como suas percepções acerca de seus temas, a toda a turma, de forma a estimular a troca de informações e visões sobre o tema. Após as apresentações e discussões, os alunos, individualmente, serão encarregados de pesquisar acerca da diversidade em África, as muitas culturas, línguas e identidades.

Links sugeridos:

http://www.africa21digital.com/noticia.kmf?cod=8465264&canal=407  

http://www.algosobre.com.br/geografia/africa-a-diversidade-num-continente.html  

http://www.igeduca.com.br/artigos/acontece/africa---maior-diversidade-genetica.html 

Terceira atividade

Após a pesquisa, os alunos deverão ser dispostos em forma de círculo na sala e discutir acerca dos seguintes pontos:

• A validade e importância do discurso pan-africano em meados do século XX, principalmente para as independências em África;

• A impossibilidade pós-independência de manutenção desse discurso de identidade africana acima de qualquer outra em África, e os porquês disso.

Depois do debate, os alunos escreverão uma redação com o seguinte tema:

“O discurso pan-africano ontem e hoje”.

Recursos Complementares
Avaliação

Os alunos serão avaliados durante todo o processo por sua participação e envolvimento nas atividades propostas.

A primeira pesquisa será avaliada por meio da apresentação oral e seminário em sala de aula, sem necessidade de ser entregue qualquer texto escrito ao professor.

A segunda pesquisa será avaliada pelo debate em sala de aula e pela capacidade argumentativa do aluno na redação que será produzida posteriormente.

A possibilidade de enxergar a história como uma construção que pode ser vária, de acordo com o tempo e o lugar que ocupam aqueles que a constroem, como no caso dos múltiplos discursos acerca do imperialismo e da própria África, deverá ser estimulada e cobrada dos alunos em todas as etapas.

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