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Independência de Angola

 

20/12/2010

Autor e Coautor(es)
Rafael da Cruz Alves
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BELO HORIZONTE - MG Universidade Federal de Minas Gerais

Raissa Brescia dos Reis, Lígia Beatriz de Paula Germano

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Relações de poder e conflitos sociais
Ensino Médio História Processo histórico: nações e nacionalidades
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

O aluno poderá aprender acerca do processo de independência da República Popular de Angola. A partir desta aula, tanto as guerras por independência quanto a posterior Guerra Civil poderão ser trabalhadas como embates políticos complexos, e não como conflitos despertados por diferenças meramente epidérmicas (raça, etnia, nacionalidade). A aula procurará restaurar o caráter político e ativo à história de África e, mais especificamente, de Angola.

Duração das atividades
Quatro aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

• Imperialismo em África, a partir de meados do século XIX. A atuação europeia, principalmente a portuguesa, na conquista dos vários povos que habitavam a área, mesmo mediante resistências diplomáticas ou bélicas em vários locais, e a divisão das áreas em territórios desses vários países. A prática de trabalho forçado, a cobrança de altos impostos, a destituição de terras e a repressão cultural, comuns durante o Imperialismo.

• Segunda Guerra Mundial. O conflito enfraqueceu e desestabilizou o conjunto da Europa, de forma a favorecer os movimentos de independência em África, que se tornaram cada vez mais fortes diante da percepção do enfraquecimento das instituições coloniais.

• Pan-africanismo. O discurso de libertação em África em muito bebeu da tradição de pensamento do pan-africanismo que, iniciada nos Estados Unidos em meados do século XIX, foi apropriada e construída pelos africanos, principalmente após a Segunda Guerra Mundial.

• A independência da Argélia. O processo argelino foi o primeiro a buscar a independência por meio da luta armada. Diante da recusa francesa em ceder diplomaticamente, a Frente de Libertação Nacional (FLN) argelina passou a atacar o sistema colonial por meio de guerrilha urbana e, principalmente, rural. Era inaugurada a via armada na Independência africana. A FLN daria apoio logístico e estratégico à guerrilha em Angola.

Estratégias e recursos da aula

Introdução

O processo de independência em Angola foi iniciado em 1961, após uma sublevação em Luanda e outra no norte do país. Esses movimentos foram deflagrados pela ação de dois grupos diferentes formados na década de 1950, no país, que tinham o intuito de libertar Angola do imperialismo português. O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), organizador do levante popular em Luanda, capital de Angola, foi criado em 1956 e a União das Populações de Angola (UPA), responsabilizada pelo episódio no norte, fora formada também na segunda metade da década de 1950 e contava com forte apoio popular na região norte do país, principalmente rural.

A luta por guerrilha entre esses grupos e o exército português foi iniciada em 1962. Num primeiro momento, houve uma ascensão da UPA, agora chamada de Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), mas posteriormente o MPLA assumiu o maior volume de guerrilha e de locais libertados dentro do território. Em 1966, após uma cisão da FNLA, é criada a União Nacional para Independência Total de Angola, a UNITA, que passou a figurar no embate entre o imperialismo português e os vários projetos para uma Angola independente.

Em 1974, Angola se tornaria finalmente independente, após a queda do sucessor de Salazar, Marcelo Caetano, na Revolução dos Cravos. Em 11 de novembro de 1974, a independência é declarada pelo MPLA, reconhecido pelas autoridades portuguesas como representante oficial do povo angolano. No entanto, os outros grupos, a FNLA e a UNITA, não desistiram de implantar seus próprios interesses políticos e o embate continuaria, mesmo com a saída portuguesa. A Guerra Civil durou oficialmente até 1991, quando houve uma eleição, na qual concorreram Eduardo dos Santos, representando o MPLA, e Jonas Savimbi, representando a UNITA, apoiada pelo FNLA. A vitória foi dada a Eduardo dos Santos, mas não foi reconhecida pela oposição, e a guerra permaneceu até 2002, quando a UNITA perdeu forças após a morte de Savimbi.

Desenvolvimento

Primeira atividade 

Os alunos deverão ser instruídos para a realização de um julgamento sobre qual grupo deveria ser considerado representante do povo de angola e dono do melhor projeto para o futuro do país. Para tal, alguns alunos deverão ser divididos em três grupos, representando, cada um deles, uma das frentes constituídas em Angola, e farão uma pesquisa diretamente voltada para a ação do grupo que representam e, de forma mais geral, para o processo como um todo.

Além disso, um aluno deverá ser votado por toda a turma para ser o juiz e deverá ser escolhido, por meio de sorteio, certo número de alunos para que representem o corpo de jurados. Por fim, dois alunos serão sorteados para se tornarem os promotores, que ficarão encarregados de representar os interesses da população de Angola, procurando atentar para os possíveis crimes de guerra cometidos, bem como para as contradições nos projetos de cada um e de todos os grupos representados. Tanto o juiz como o corpo de jurados e a dupla de promotores não deverão ser incluídos nos grupos anteriores, mas serão incumbidos também de pesquisa separada acerca da independência, da guerra civil e do processo democrático, atentando para a atuação dos vários grupos nesses momentos.

Portanto a sala será, nesse momento inicial, dividida em:

• JUIZ: pesquisa geral;

• UPA-FNLA: pesquisa acerca da atuação deste grupo no processo;

• MPLA: pesquisa acerca da atuação deste grupo no processo;

• UNITA: pesquisa acerca da atuação deste grupo no processo;

• JURADOS: pesquisa geral.

• PROMOTORES: pesquisa geral, com foco para os crimes cometidos contra civis e o interesse público.

As sugestões para pesquisas no Laboratório de Informática são:

• UPA-FNLA:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Frente_Nacional_de_Liberta%C3%A7%C3%A3o_de_Angola  

http://www.angola24horas.com/index.php?option=com_content&view=article&id=2137:a-agonia-da-upa-fnla&catid=2:politics&Itemid=14  

• MPLA:

http://www.mpla-angola.org/  

http://en.wikipedia.org/wiki/MPLA  

• UNITA:

http://en.wikipedia.org/wiki/UNITA  

http://www.unitaangola.org/  

• Independência de Angola:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Independ%C3%AAncia_de_Angola  

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_de_Angola  

• Eleições em Angola:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Elei%C3%A7%C3%B5es_legislativas_de_Angola_em_2008  

http://www.video.angolaxyami.com/savimbi/jonas-savimbi-entrevista-sobre-as-eleicoes-de-1992-em-angola-video_ac05cc693.html  

http://pt.wikipedia.org/wiki/Angola  

http://www.cne.ao/estatistica1992.cfm

Mulher angolana, guerrilheira do MPLA. Fonte: Textos e documentos do MPLA sobre a Revolução Angolana. Lisboa: Edições Maria da Fonte, 1974. Data: década de 1970.

Publicação da FNLA: “Liberdade e Terra”.

Fonte: http://tomar-santarem.olx.pt/fnla-angola-jornal-liberdade-e-terra-orgao-da-fnla-iid-61135350 

Soldados da UNITA. Data: década de 1970.

Fonte: http://wikiflex.wikispaces.com/Angola 

Segunda atividade 

Os alunos, já preparados, irão dispor-se para o julgamento. O juiz ficará encarregado de manter a organização no tribunal. Apenas dois representantes de cada um dos grupos apresentarão, o restante comporá os grupos de apoio no tribunal. As apresentações poderão incluir imagens, trechos de texto ou outros recursos mobilizados pelos alunos. Os promotores deverão estar atentos e falarão após cada uma das apresentações, ponderando acerca dos crimes de guerra cometidos e, eventualmente, tomando partido de um dos grupos. Por fim, o júri deverá deliberar, em local restrito, e decidir o veredicto, que será lido, então, pelo juiz.

Terceira atividade

Após o julgamento, os alunos deverão dispor-se em círculo para debater acerca da decisão tomada, sua semelhança ou diferença com as decisões tomadas em Angola, e deliberar acerca da construção da memória e da história. O professor deve chamar a atenção no debate para as contradições entre os muitos discursos apresentados durante o julgamento, procurando suscitar a percepção de que o processo de independência de Angola foi marcado por um embate não só com Portugal, mas entre os vários projetos e interesses então colocados. Da mesma forma, é importante trabalhar a dimensão da escolha e da agência histórica, esses homens e mulheres angolanos envolvidos nos duradouros conflitos que se deram em seu país fizeram escolhas durante o confronto e agiram de forma a alcançar resultados que não estavam determinados, como uma análise superficial dos acontecimentos pode sugerir.

Quarta atividade 

Após o debate, os alunos apresentarão textos que tratam das ações durante o processo histórico trabalhado. Os alunos serão convidados a construir um pequeno relato histórico baseado nos conhecimentos adquiridos por meio da pesquisa, do julgamento e do debate.

Conclusão 

Os alunos terão desconstruído e construído discursos acerca do processo de independência de Angola, trabalhando as suas particularidades e complexidades históricas, sociais e políticas. Construirão, pois, uma ideia crítica diante dos relatos históricos e memoriais e, ao mesmo tempo, terão colocado a história de Angola em um campo de ações e escolhas históricas, retirando-a de um espaço de vitimização e naturalização, muitas vezes reservado a todo o continente na mídia e na historiografia.

Recursos Complementares
Avaliação

Durante o julgamento, a avaliação se concentrará no processo e não no resultado. Nesse sentido, não existe resposta correta, uma vez que o trabalho aqui se volta primeiramente à percepção crítica da história como uma construção, e dos próprios alunos como seus construtores e, ao mesmo tempo, à complexidade e ao embate de interesses políticos e sociais múltiplos envolvidos no processo de independência de Angola, por isso múltiplo em sua construção memorial e histórica.

O debate será avaliado pela participação individual e coletiva de cada aluno e o texto pela capacidade de síntese e construção de conhecimento pelas fontes levantadas e das orientações do professor. O recorte temporal deverá ser parte das escolhas de cada aluno, durante a construção do relato, que deverá ter, ao máximo, três laudas.

Opinião de quem acessou

Quatro estrelas 3 classificações

  • Cinco estrelas 2/3 - 66.67%
  • Quatro estrelas 0/3 - 0%
  • Três estrelas 1/3 - 33.33%
  • Duas estrelas 0/3 - 0%
  • Uma estrela 0/3 - 0%

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Opiniões

  • Jorge Luiz Neves de Oliveira, C. E. Leopoldo Fróes , Rio de Janeiro - disse:
    PROFESSORJORGELUIZ1967@GMAIL.COM

    30/10/2012

    Três estrelas

    Achei a aula bastante interessante. Porém, minha única ressalva é a indicação da Wikipédia como indicativo de estudo. Wikipédia é uma ambiente livre e como tal existe a inserção de textos e artigos que contém muitos erros históricos.


  • aliny, brasil , Santa Catarina - disse:
    alinebabinski@hotmail.com

    11/11/2011

    Cinco estrelas

    gostei e tudo q eu tava precisando pra naum tirar um zero gostei bjjs obrigada!


  • GIRLENE DE FERITAS, colegio ari amorim de moura , Bahia - disse:
    girlenefreitas@hotmail.com

    16/10/2011

    Cinco estrelas

    A AULA DISPOEM DE MUITO DIMAMISMO E PROPOE AO ALUNO O TRABALHO EM GRUPO EPRICIPALMENTE O DE PESQUISA.


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