13/05/2011
Marcela Telles Elian de Lima; Ligia Beatriz de Paula Germano
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
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Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo | História | Cidadania e cultura contemporânea |
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo | História | Relações de poder e conflitos sociais |
Ensino Médio | História | Sujeito histórico |
Ensino Médio | História | Cidadania: diferenças e desigualdades |
Ensino Médio | História | Poder |
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo | História | Trabalho e relações sociais |
- A implantação do federalismo em substituição ao centralismo imperial.
- A decadência econômica dos fazendeiros e o consequente enfraquecimento do poder político dos coronéis ante os seus rivais.
- A Política dos Governadores implementada pelo Presidente Campos Salles.
INTRODUÇÃO
É importante o professor destacar que o Coronelismo é o resultado de uma conjuntura econômica (decadência financeira dos coronéis) e de um fato político (implantação do federalismo). Trata-se de um sistema político característico do Brasil, baseado em favorecimentos entre governo e coronéis. Um momento particular do mandonismo no qual os coronéis, sem a força e a autonomia dos potentados do período colonial, recorrem ao Estado em busca de cargos públicos como meio de afirmar seus interesses políticos e econômicos diante de seus rivais locais. É por terem aliados em posições estratégicas como as de delegado, juiz e, principalmente, presidente da Câmara Municipal, que os coronéis, durante a Primeira República, estavam seguros de sua propriedade. Não só mantinham o domínio sobre suas propriedades como arriscavam ampliá-las, avançando sobre limites de posse alheias. Por intermédio desses cargos, esses mandatários eram capazes de oprimir ou proteger os próprios trabalhadores e perseguir rivais por meio da política de favorecimentos.
DESENVOLVIMENTO
AULA 1
1º. Passo: Divida a turma em quatro grupos. Cada grupo deverá escolher uma das imagens abaixo e o tema correspondente.
2º. Passo: Os grupos deverão pesquisar imagens de natureza semelhante (charges, históricas e atuais) e que tratem do mesmo tema trabalhado na imagem selecionada pelo grupo.
Tema 1: “Voto de Cabresto”.
Autor: Storni. Fonte: Revista Careta. Data: 1927.
Tema 2: “O uso da violência no controle das eleições e do domínio sobre a propriedade da terra”.
Jagunços a serviço do Cel. João Duque. Data: 1924. Local: Carinhanha/BA. Fonte: Arquivo Público Mineiro.
Tema 3: “Mandonismo e a composição da rede de parentela”.
“Voluntários de Carinhanha” organizados pelo Cel. João Duque para dar combate à Coluna Prestes. Data: 1924. Local: Carinhanha/BA. Fonte: Arquivo Público Mineiro.
Tema 4: “Clientelismo”.
Operação de fiscalização do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro apreende 38 cestas básicas. Fonte: Veja, 29 set. 2004. Autor: Carlos Mesquita/Ag. O Dia. Data: 2004. Local: Marechal Hermes/RJ.
AULA 2
1º. Passo: Cada grupo deverá apresentar à turma as imagens pesquisadas na aula anterior, ressaltando o modo específico como cada uma delas apresentou o tema selecionado.
2º. Passo: Após a apresentação dos grupos, o professor deverá mediar um debate em que os principais pontos conclusivos sobre cada tema deverão ser levantados pelos alunos e anotados em relatório a ser entregue ao final do debate.
AULA 3
1º. Passo: Com os alunos, discuta as frases ditas por cada um dos personagens abaixo:
Sylvio Romero (crítico literário, ensaísta, poeta, filósofo e deputado federal pelo Partido Republicano):
“Campeiam o filhotismo, a denegação da justiça, o desconhecimento de direito aos adversários, a opressão das oposições, a impunidade dos amigos e correligionários.” (1908). Fonte: www.wikipedia.com.br
Alberto Salles (irmão do presidente Manoel Ferraz de Campos Salles):
“O mundo oficial nos estados, que devia representar o escol da população”, não passava à época de “verdadeiros grupos de bandidos, organizados à sombra da Constituição e das leis” (1901). Fonte: www.al.sp.gov.br
Manoel Ferraz de Campos Salles (presidente da República/1898-1902):
“Outros deram à minha política a denominação de política dos governadores. Talvez tenha sido mais acertado se dissessem política dos estados. Esta denominação exprimiria melhor o meu pensamento.”(1908). Fonte: www.wikipedia.com.br
2º. Passo: Em conjunto com os alunos, identifique nas duas primeiras frases os temas e conceitos trabalhados nas aulas anteriores e os relacione ao funcionamento da política implementada e indicada na frase pelo presidente Campos Salles.
3º. Passo: Peça aos alunos que produzam textos em que a denominação atribuída ao presidente Campos Salles, em sua frase, a forma política adotada pelo seu governo seja discutida. Tratou-se realmente, como afirmado por ele, de uma Política “dos estados” ou na realidade estava restrita a uma Política “dos governadores”?
AULA 4
1º. Passo: O professor deverá distribuir entre os alunos a letra da “Canção do Espantalho”, interpretada por Alceu Valença. Esta canção compõe a trilha sonora do filme A noite do Espantalho, de Sérgio Ricardo, e deverá ser executada acessando o link: http://www.4shared.com/audio/0ublxuT9/01-CANO_DO_ESPANTALHO.html .
2º. Passo: Os alunos deverão identificar na canção os principais termos e personagens próprios ao Coronelismo.
3º. Passo: A partir dos elementos levantados na canção, os alunos deverão identificar quais permanecem na política atual e quais elementos são próprios da prática política na Primeira República.
4º. Passo: O professor deverá mediar um debate entre os alunos no qual cada um dos elementos seja associado ao respectivo conceito ou prática política: Coronelismo, Mandonismo e Clientelismo, discutidos durante a primeira aula.
5º. Passo: O professor deverá solicitar aos alunos, como atividade extraclasse, que peçam aos pais que identifiquem em que período histórico e por qual provável político o dito “Para os amigos, pão; para os inimigos, pau”, atribuído a um político mineiro – em substituição a este, mais fino: “Aos amigos se faz justiça, aos inimigos se aplica a lei” –, foi pronunciado e qual o seu significado para a política.
AULA 5
A partir dos elementos mobilizados pela imaginação, na canção de Sérgio Ricardo, e das impressões familiares acerca da prática política no Brasil, o professor deverá intermediar um debate no qual sejam identificadas as permanências e as rupturas do Coronelismo na prática política.
CONCLUSÃO
Os alunos deverão ser capazes de diferenciar, a partir das impressões familiares e dos elementos próprios ao imaginário político nacional, a prática do sistema político conhecido como Coronelismo e os conceitos característicos da política nacional como o Mandonismo e o Clientelismo.
- Texto: “Eleitores de três municípios voltam às urnas para escolher novos prefeitos.” Site: http://www.diariodepernambuco.com.br/politica/nota.asp?materia=20110403121902
- Texto: “STF proíbe nepotismo nos Três Poderes; proposta de cota de parentes é criticada.”Site: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u436419.shtml
Cada uma das atividades desenvolvidas pelos alunos, ao fim das aulas, será avaliada separadamente. São elas: pesquisa de imagens e correlação temática; participação no debate dos temas; capacidade de identificação de conceitos e interpretação de texto; participação em atividades extraclasse e análise de canções. Por fim, como forma de avaliação da capacidade de sistematização do conteúdo desenvolvido ao longo das atividades, os alunos deverão apresentar pequenos verbetes com definições das práticas e dos personagens identificados nas frases apresentadas e na canção de Sérgio Ricardo, interpretada por Alceu Valença.
Quatro estrelas 1 classificações
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30/05/2011
Quatro estrelasMuito interessante a maneira sugerida para se trabalhar a temática, principalmente quanto ao uso de imagens. Também torna-se relevante destacar que a aula permite ao estudante perceber as características principais do tema em questão através de análise de imagens e música, pesquisa e leitura. A temática permite uma relação interessante entre passado e presente, mudanças e permanências na história da política brasileira.