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Coronelismo

 

13/05/2011

Autor e Coautor(es)
Rafael da Cruz Alves
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BELO HORIZONTE - MG Universidade Federal de Minas Gerais

Marcela Telles Elian de Lima; Ligia Beatriz de Paula Germano

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Cidadania e cultura contemporânea
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Relações de poder e conflitos sociais
Ensino Médio História Sujeito histórico
Ensino Médio História Cidadania: diferenças e desigualdades
Ensino Médio História Poder
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Trabalho e relações sociais
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Os alunos serão capazes de compreender essa forma peculiar de manifestação do poder privado conhecida como Coronelismo. Ou seja, saberão identificar as adaptações empreendidas por esse poder para coexistir com um regime político de extensa base representativa. Durante a Primeira República (1889 – 1930), o Coronelismo estruturou as relações entre o poder local e o nacional. Dessa forma, os alunos saberão identificar as práticas exercidas pelos atores dessa rede que partia da figura do coronel até o Presidente da República, envolvendo compromissos recíprocos de todas as partes. A partir do conhecimento do contexto específico no qual o Coronelismo se estruturou, os alunos serão capazes de diferenciar tal relação política de conceitos como Mandonismo e Clientelismo. 
Duração das atividades
Cinco aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

- A implantação do federalismo em substituição ao centralismo imperial.

- A decadência econômica dos fazendeiros e o consequente enfraquecimento do poder político dos coronéis ante os seus rivais.

- A Política dos Governadores implementada pelo Presidente Campos Salles.

Estratégias e recursos da aula

INTRODUÇÃO

 

É importante o professor destacar que o Coronelismo é o resultado de uma conjuntura econômica (decadência financeira dos coronéis) e de um fato político (implantação do federalismo). Trata-se de um sistema político característico do Brasil, baseado em favorecimentos entre governo e coronéis. Um momento particular do mandonismo no qual os coronéis, sem a força e a autonomia dos potentados do período colonial, recorrem ao Estado em busca de cargos públicos como meio de afirmar seus interesses políticos e econômicos diante de seus rivais locais. É por terem aliados em posições estratégicas como as de delegado, juiz e, principalmente, presidente da Câmara Municipal, que os coronéis, durante a Primeira República, estavam seguros de sua propriedade. Não só mantinham o domínio sobre suas propriedades como arriscavam ampliá-las, avançando sobre limites de posse alheias. Por intermédio desses cargos, esses mandatários eram capazes de oprimir ou proteger os próprios trabalhadores e perseguir rivais por meio da política de favorecimentos.

 

DESENVOLVIMENTO

AULA 1

 

1º. Passo: Divida a turma em quatro grupos. Cada grupo deverá escolher uma das imagens abaixo e o tema correspondente.

 

2º. Passo: Os grupos deverão pesquisar imagens de natureza semelhante (charges, históricas e atuais) e que tratem do mesmo tema trabalhado na imagem selecionada pelo grupo.

 

Tema 1: “Voto de Cabresto”.

 

“Voto de Cabresto”.

Autor: Storni. Fonte: Revista Careta. Data: 1927.

 

Tema 2: “O uso da violência no controle das eleições e do domínio sobre a propriedade da terra”.

Jagunços

Jagunços a serviço do Cel. João Duque. Data: 1924. Local: Carinhanha/BA. Fonte: Arquivo Público Mineiro.

 

Tema 3: “Mandonismo e  a composição da rede de parentela”.

Mandonismo e  a composição da rede de parentela

“Voluntários de Carinhanha” organizados pelo Cel. João Duque para dar combate à Coluna Prestes. Data: 1924. Local: Carinhanha/BA. Fonte: Arquivo Público Mineiro.

Tema 4: “Clientelismo”.

Clientelismo

Operação de fiscalização do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro apreende 38 cestas básicas. Fonte: Veja, 29 set. 2004. Autor: Carlos Mesquita/Ag. O Dia. Data: 2004. Local: Marechal Hermes/RJ.

AULA 2

1º. Passo: Cada grupo deverá apresentar à turma as imagens pesquisadas na aula anterior, ressaltando o modo específico como cada uma delas apresentou o tema selecionado.

2º. Passo: Após a apresentação dos grupos, o professor deverá mediar um debate em que os principais pontos conclusivos sobre cada tema deverão ser levantados pelos alunos e anotados em relatório a ser entregue ao final do debate.

AULA 3

1º. Passo: Com os alunos, discuta as frases ditas por cada um dos personagens abaixo:

Sylvio Romero

Sylvio Romero (crítico literário, ensaísta, poeta, filósofo e deputado federal pelo Partido Republicano):

“Campeiam o filhotismo, a denegação da justiça, o desconhecimento de direito aos adversários, a opressão das oposições, a impunidade dos amigos e correligionários.” (1908). Fonte: www.wikipedia.com.br

Alberto Salles

Alberto Salles (irmão do presidente Manoel Ferraz de Campos Salles):

“O mundo oficial nos estados, que devia representar o escol da população”, não passava à época de “verdadeiros grupos de bandidos, organizados à sombra da Constituição e das leis” (1901). Fonte: www.al.sp.gov.br

Manoel Ferraz de Campos Salles

Manoel Ferraz de Campos Salles (presidente da República/1898-1902):

“Outros deram à minha política a denominação de política dos governadores. Talvez tenha sido mais acertado se dissessem política dos estados. Esta denominação exprimiria melhor o meu pensamento.”(1908). Fonte: www.wikipedia.com.br

2º. Passo: Em conjunto com os alunos, identifique nas duas primeiras frases os temas e conceitos trabalhados nas aulas anteriores e os relacione ao funcionamento da política implementada e indicada na frase pelo presidente Campos Salles.

3º. Passo: Peça aos alunos que produzam textos em que a denominação atribuída ao presidente Campos Salles, em sua frase, a forma política adotada pelo seu governo seja discutida. Tratou-se realmente, como afirmado por ele, de uma Política “dos estados” ou na realidade estava restrita a uma Política “dos governadores”?

AULA 4

1º. Passo: O professor deverá distribuir entre os alunos a letra da “Canção do Espantalho”, interpretada por Alceu Valença. Esta canção compõe a trilha sonora do filme A noite do Espantalho, de Sérgio Ricardo, e deverá ser executada acessando o linkhttp://www.4shared.com/audio/0ublxuT9/01-CANO_DO_ESPANTALHO.html .

2º. Passo: Os alunos deverão identificar na canção os principais termos e personagens próprios ao Coronelismo.

3º. Passo: A partir dos elementos levantados na canção, os alunos deverão identificar quais permanecem na política atual e quais elementos são próprios da prática política na Primeira República.

4º. Passo: O professor deverá mediar um debate entre os alunos no qual cada um dos elementos seja associado ao respectivo conceito ou prática política: Coronelismo, Mandonismo e Clientelismo, discutidos durante a primeira aula.

5º. Passo: O professor deverá solicitar aos alunos, como atividade extraclasse, que peçam aos pais que identifiquem em que período histórico e por qual provável político o dito “Para os amigos, pão; para os inimigos, pau”, atribuído a um político mineiro – em substituição a este, mais fino: “Aos amigos se faz justiça, aos inimigos se aplica a lei” –, foi pronunciado e qual o seu significado para a política.

AULA 5

A partir dos elementos mobilizados pela imaginação, na canção de Sérgio Ricardo, e das impressões familiares acerca da prática política no Brasil, o professor deverá intermediar um debate no qual sejam identificadas as permanências e as rupturas do Coronelismo na prática política.

CONCLUSÃO

Os alunos deverão ser capazes de diferenciar, a partir das impressões familiares e dos elementos próprios ao imaginário político nacional, a prática do sistema político conhecido como Coronelismo e os conceitos característicos  da política nacional como o Mandonismo e o Clientelismo.

Recursos Complementares

- Texto: “Eleitores de três municípios voltam às urnas para escolher novos prefeitos.” Site: http://www.diariodepernambuco.com.br/politica/nota.asp?materia=20110403121902

- Texto: “STF proíbe nepotismo nos Três Poderes; proposta de cota de parentes é criticada.Site: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u436419.shtml

Avaliação

Cada uma das atividades desenvolvidas pelos alunos, ao fim das aulas, será avaliada separadamente. São elas: pesquisa de imagens e correlação temática; participação no debate dos temas; capacidade de identificação de conceitos e interpretação de texto; participação em atividades extraclasse e análise de canções. Por fim, como forma de avaliação da capacidade de sistematização do conteúdo desenvolvido ao longo das atividades, os alunos deverão apresentar pequenos verbetes com definições das práticas e dos personagens identificados nas frases apresentadas e na canção de Sérgio Ricardo, interpretada por Alceu Valença. 

Opinião de quem acessou

Quatro estrelas 1 classificações

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Opiniões

  • Ana Célia da Silva Macêdo, EEFM RENATO BRAGA , Ceará - disse:
    anaceliasm@gmail.com

    30/05/2011

    Quatro estrelas

    Muito interessante a maneira sugerida para se trabalhar a temática, principalmente quanto ao uso de imagens. Também torna-se relevante destacar que a aula permite ao estudante perceber as características principais do tema em questão através de análise de imagens e música, pesquisa e leitura. A temática permite uma relação interessante entre passado e presente, mudanças e permanências na história da política brasileira.


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