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A Revolta dos Malês: a luta pela liberdade - UCA

 

20/05/2011

Autor e Coautor(es)
LUCIMAR DIVINA ALVARENGA PRATA
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UBERLANDIA - MG Universidade Federal de Uberlândia

Leide Divina Alvarenga Turini

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Final História Nações, povos, lutas, guerras e revoluções
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Identificar os sujeitos sociais participantes da revolta e o significado da denominação dada ao movimento.

Compreender as razões que levaram à Revolta dos Malês, em 1835, na província da Bahia.

Compreender a Revolta dos Malês no contexto dos movimentos de luta e resistência dos trabalhadores africanos ao sistema escravista adotado no Brasil colonial e imperial.

Duração das atividades
04 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

O processo de independência do Brasil.

Brasil Império: Primeiro Reinado e Período Regencial.

Estratégias e recursos da aula

 Alunos UCA ESEBA

Professor, para o desenvolvimento das atividades desta aula os alunos devem ter acesso a um computador e à internet. Portanto, a aula poderá acontecer no Laboratório de Informática ou na sala de aula, no caso de escolas vinculadas ao Projeto UCA (Um Computador por Aluno).  

 

I- A origem do nome dado à revolta

Iniciar as atividades desta aula propondo aos alunos uma investigação sobre o significado da denominação MALÊ. Para tanto, sugerir a leitura do texto "Revolta dos malês - Rebelião de escravos muçulmanos em Salvador", cuja fonte é o trabalho de João José Reis, intitulado "Rebelião escrava no Brasil: a história do levante dos malês em 1835", publicado pela Companhia das Letras em 2003.

 Abaixo, um fragmento do texto, o qual explica a denominação MALÊ:

"Uma revolta de escravos africanos ocorreu em Salvador, na madrugada de 25 de janeiro de 1835. O movimento envolveu cerca de 600 homens. Tratava-se, em sua imensa maioria, de negros muçulmanos, em especial da etnia nagô, de língua iorubá. Vem daí o nome que a rebelião recebeu: Revolta dos Malês. A expressão "malê" provém de "imalê", que no idioma iorubá significa muçulmano."

O texto completo encontra-se disponível em: http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/revolta-dos-males.jhtm

 Roteiro de Atividades:

1- Após a leitura do texto, o professor pode propor uma investigação sobre a etnia nagô e a língua iorubá mencionadas no texto, trazendo para o debate em sala de aula, aspectos da  diversidade cultural africana e do tráfico de escravos africanos para o Brasil, buscando compreender porque a revolta de 1835, na Bahia, é denominada de Revolta dos Malês.

a- Solicite aos alunos que acessem, na internet, o seguinte endereço web: http://correionago.ning.com/profiles/blogs/a-palavra-nago. Depois, oriente-os a fazer uma leitura atenta do texto " A palavra nagô" e discutir as ideias centrais com os demais colegas.

2- Trabalhando a questão dos diferentes grupos étnicos africanos e a presença dos mesmos no Brasil, o professor pode propor um trabalho com imagens de trabalhadores africanos no Brasil, destacando os simbolos etnicos/corporais que os diferenciam. Como exemplo, a pintura de Debret, que destaca essas diferenças:  

DEBRET

 

 Jean Baptiste Debret, Différentes Nations Nègres (1835). Fonte: http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_iconografia/icon393053v2i36.jpg      

 

a- Observar atentamente a imagem abaixo, descrevendo-a em detalhes.

b- Relacionar a descrição feita com o título-tema da obra de Debret: "Différentes Nations Nègres". Será possível observar que o autor ressalta as diferenças étnicas entre os africanos a partir dos adereços, cortes de cabelos, marcas tribais, etc. Registrar as conclusões no caderno e, em seguida, socializá-las com os colegas e com o professor.

3- Além da questão específica da denominação do movimento, o texto também possibilita uma reflexão sobre o desenvolvimento da Revolta dos Malês e a repressão ao movimento praticada pelas autoridades baianas, na época.  Os alunos podem comentar e registrar, no caderno, as principais ideias do texto "Revolta dos malês - Rebelião de escravos muçulmanos em Salvador".

 

II- Razões e culminância da revolta

 

Seminário

1- A proposta para esta aula é um seminário de textos, a partir dos quais os alunos possam aprofundar as suas reflexões e socializar as suas conclusões com os colegas, a respeito da Revolta dos Malês. O Seminário é uma dinâmica muito rica porque tem como uma de suas principais finalidades a socialização de informações e conclusões em torno de um tema de estudo.

Orientações:

a- Dividir os alunos em grupos. Cada grupo deve apresentar as ideias centrais de um texto e levantar questões (previamente elaboradas) a serem debatidas por toda a turma.

b- Se for o caso, o grupo poderá apresentar imagens, dados estatísticos, siglas e significados, entre outros, relacionados ao texto trabalhado, utilizando para isto cartazes e recursos áudio-visuais disponíveis na escola. As ideias centrais do texto, bem como as conclusões do grupo ficarão mais claras (e mais interessantes) para a turma se outros recursos, além da fala, forem utilizados.

• Observação importante: caso o grupo decida utilizar algum recurso áudio-visual que considere relevante na discussão das questões centrais do seu texto deve fazê-lo, desde que o recurso ocupe apenas uma parte do tempo destinado à apresentação e não prejudique a discussão do texto principal.

 

Sugestões/possibilidades de textos para o Seminário:

a- Rebeliões Escravas. Revista TRABALHADORES ESCRAVOS. Publicação da Secretaria Municipal de Cultura: Campinas, 1989.

b- Malês, do massacre à sobrevivência clandestina. História Viva, nº 20, pp. 80-85. Editora Duetto. São Paulo (2005)

c- Levante dos Malês: Guerreiros de Alá na Bahia. Disponível em: http://historia.abril.com.br/guerra/levante-males-guerreiros-ala-bahia-433433.shtml    

d- O levante dos Malês. Disponível em: http://www.direitos.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=1214&Itemid=25

Fichamento 

Caro professor, no desenvolvimento da atividade proposta, oriente os alunos a fazerem uma boa leitura do texto que vão apresentar. Para isso, sugira que organizem as ideias centrais em um fichamento. Sugere-se uma consulta ao link:  http://www.educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/fichamento.htm  para que discutam e que anotem, no caderno, as características principais de um fichamento.

  

  2- Trabalhando com música  

Para esta aula a proposta é o trabalho com a música de Rafael Pondé intitulada: "Revolta dos Malês".

a- Propor aos alunos a audição da letra, acessando o site do Youtube (www.youtube.com.br). Na barra de ferramentas digitar:  Rafael Pondé - Revolta dos Malês.

Rafael Pondé

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=9SpYhdZWtU4. Acesso em 15/04/2011

b- Propor a leitura da letra da música:

 

A revolta dos Malês

Composição e interpretação: Rafael Pondé

CD solo e independente: Átomos Palavras Canções, 2004

Perto do Abaeté tem um nego mandigueiro

Descendente dos Malês, povo nobre e guerreiro

Faz dali o seu terreiro

Na roda de Capoeira ou orando ao Deus Allah

Veste branco às sextas-feiras

Usa xale e patuá

(seu avô era um Alufá)

Esse nego um dia fez revolta

A revolta dos Malês, foi na Bahia que se fez

A Revolta dos Malês

O canto de apear o boi

(foi o Male que trouxe)

E se você vestir um abadá

(foi o Male que trouxe)

O misticismo e a superstição

(foi o Malê que trouxe)

A moda de viola do sertão

(foi o Male que trouxe)

Tapas, Haussás, baribas

Negos e mandingas

A Revolta dos Malês foi na Bahia que se fez

A Revolta dos Malês

 Letra disponível no link: http://www.vagalume.com.br/rafael-ponde/revolta-dos-males.html

 c- Professor, antes de uma interpretação coletiva da letra da música, proponha aos alunos que façam o vocabulário das palavras desconhecidas. Depois, incentive-os a interpretar cada verso da letra da música.

 

3- A Revolta dos Malês no livro didático de historia                 

           

A proposta é que os alunos façam uma investigação sobre se e como é tratada, no livro didático, a Revolta dos Malês. Para tanto:

1- Dividir os alunos em grupos. Cada grupo ficará responsável pela análise de um livro didático.

2- Questões norteadoras do trabalho de análise/investigação a ser realizado pelo grupo:

Inicialmente os grupos devem observar: o livro didático investigado menciona a revolta na Bahia? Há uma discussão específica sobre o movimento? Em caso afirmativo, devem prosseguir com a análise proposta abaixo:

  • Como o autor do livro didático apresenta a revolta? Quais sujeitos sociais participantes da revolta são mencionados no texto?
  • Como são apresentadas as razões da eclosão do movimento?
  • O autor apresenta os os significados do movimento no contexto social e político do Brasil Império? De que maneira?

 

3- Cada grupo deve apresentar as suas conclusões para os colegas, anotando-as posteriormente no caderno de História.

4- Na culminância das atividades realizadas, o professor pode solicitar que os alunos elaborem um texto dissertativo, no qual exponham as suas conclusões sobre o tema desta aula, particularmente buscando refletir, a partir das fontes trabalhadas na aula, a seguinte questão: como a Revolta dos Malês  pode ser compreendida no contexto das formas de luta e resistência dos trabalhadores africanos ao sistema escravista adotado no Brasil colonial e imperial.

Atenção, professor! Esta aula pode ser trabalhada conjuntamente com o professor de Português, que poderá auxliar os alunos na elaboração do texto dissertativo, apontando as principais características deste tipo de texto.

Recursos Complementares

Professor, como os alunos terão acesso ao computador e à internet, incentive-os a ampliarem suas leituras sobre o tema da aula, a partir do acesso aos links indicados abaixo:

http://gil.adm.br/guiadeturismo/trabalhos/revoltadosmales.htm

http://levantemale2c.blogspot.com/

 http://portalmultirio.rio.rj.gov.br/historia/modulo02/rev_males.html

Avaliação

 A ação avaliativa deve permear toda a prática pedagógica do professor dando-lhe constantemente elementos que lhe possibilitem auxiliar o estudante no seu desenvolvimento. Deve permitir que o aluno organize o seu pensamento - seja através da expressão oral ou escrita - buscando, ao refletir sobre um determinado assunto, fazer uma leitura crítica das fontes analisadas, estabelecendo relações, levantando questões, buscando respostas e expondo conclusões. A avaliação deve ser utilizada primordialmente como um canal de comunicação entre o aluno e o professor. Fundamental para o aluno, uma vez que pode ajudá-lo a reorganizar o seu pensamento e superar dificuldades. Fundamental também para o professor, que poderá sempre repensar a sua atuação, revendo conteúdos, metodologias de ensino, procedimentos avaliativos.

Desta maneira, no desenvolvimento do tema proposto, o professor poderá avaliar a aprendizagem dos alunos a cada etapa do trabalho por meio das atividades orais e escritas incluídas no processo: leitura e interpretação de textos e de imagens, debates, seminário, audição e interpretação de letra de música, elaboração de texto dissertativo, sistematização de informações e de conclusões no caderno.

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