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Império Ultramarino: a propaganda salazarista e a construção do Império Português em África

 

04/07/2011

Autor e Coautor(es)
Rafael da Cruz Alves
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BELO HORIZONTE - MG Universidade Federal de Minas Gerais

Raissa Brescia dos Reis; Ligia Beatriz de Paula Germano

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio História Poder
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Relações de poder e conflitos sociais
Ensino Médio História Processo histórico: nações e nacionalidades
Ensino Médio História Sujeito histórico
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Por meio da abordagem histórica do conceito de Império Português, o aluno poderá desconstruir a idéia de homogeneidade presente no termo, verificando as multiplas utilizações e visões construídas em torno e a partir do vocábulo.

A problematização do conceito de Império Português em sua utilização  pela propaganda do governo salazarista em Portugal trará a compreensão da linguagem como um processo de nomeação e classificação que dá significado e institui o mundo social.

A verificação da multiplicidade do termo permitirá ao aluno constituir conhecimento aprofundado acerca do governo salazarista, o imperialismo português e os movimentos de independência em África.

Duração das atividades
Quatro aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

• Presença portuguesa em África desde meados do século XV.

• A construção do Estado Novo português em 1933, a partir da realização de uma nova constituição com elementos fascistizantes.

• O imperialismo europeu em África, do fim do século XIX à segunda metade do século XX, com ênfase no caso português.

• Trabalho com linguagem verbal e não-verbal.

• Elementos do discurso como emissor, receptor, mensagem, código, contexto, canal.

Estratégias e recursos da aula

Introdução

O professor deverá fazer uma introdução sobre o regime salazarista, constituído sob bases autoritárias, que buscava sua legitimidade na afirmação nacionalista portuguesa e que via na propaganda um importante instrumento de promoção de uma aproximação artificial da população com o programa político do governo. Sem um sistema que promovesse a participação política na esfera pública, a propaganda atuava como informadora de uma unidade entre a sociedade e o projeto salazarista, constituindo identificação e a imagem do governo como representante português último. Na propaganda salazarista, o Imperialismo e o Império Português em África ocupavam papel central na afirmação de um Portugal forte e coeso. Em torno da construção da imagem da colonização portuguesa como não violenta e não segregacionista, baseada na ideia da mestiçagem e da “assimilação” do negro africano à sociedade portuguesa, estavam os ideais corporativistas e paternalistas comuns ao Estado Novo português. O salazarismo inaugurava um novo sentido da expressão Império Português, agora com ênfase em seu sentido unitarista.

Desenvolvimento

Aula 1

Os alunos deverão, individualmente, consultar fontes e anotar elementos que compõem as imagens, textos, discursos, bem como as suas impressões sobre a maneira pela qual os elementos verbais e não verbais se articulam, que mensagens podem passar e que realidade procuram informar as políticas salazaristas em África.

Os alunos devem atentar à escolha de palavras e temas que existem nas propagandas e outras manifestações oficiais do Estado Novo português, tomando nota do público alvo, bem como da mensagem, de seu contexto, seu canal e as muitas maneiras de enunciação.

As sugestões de imagens e links são:

Cartaz de propaganda salazarista.

Fonte: http://ditaduras.no.sapo.pt/portugal/portugal.htm

Propaganda salazarista que relaciona a imagem de Salazar com a de D. Afonso Henriques, considerado herói nacional português.

Fonte: http://coresdahistoria.blogspot.com/2011/03/estado-novo-propaganda.html

Vídeo com trecho de discurso de António Salazar, de 1965, no qual este profere a célebre frase sobre a Guerra colonial que Portugal mantinha contra a opinião internacional e a opinião interna aos territórios insurgentes: “Batalha em que – os portugueses europeus e africanos – combatemos sem espetáculo e sem alianças, orgulhosamente sós". Acesso em: http://www.youtube.com/watch?v=sie3C4UQPoc

Links:

• Salazarismo:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_Novo_%28Portugal%29

http://www.brasilescola.com/historiag/salazarismo.htm

• Propaganda salazarista:

http://sinalmais.blogspot.com/2006/02/propaganda-fascista-do-tempo-de.html

http://coresdahistoria.blogspot.com/2011/03/estado-novo-propaganda.html

• Império do Ultramar:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Portugu%C3%AAs

http://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica_Ultramarina_Portuguesa

 

Aula 2

Atividade 1 - Após a atividade de pesquisa de imagens, textos e discursos, os alunos deverão ser divididos em quatro grupos e instruídos a realizar uma pesquisa sobre outras propagandas, imagens e discursos constituídos sobre o chamado Império do Ultramar, ou sobre os territórios de Angola, Moçambique, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde, que procuravam constituir representações diversas de seus espaços e moradores.

Sugestões de links e imagens:

• Grupo 1: “Angola”:

http://en.wikipedia.org/wiki/UNITA

http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Popular_de_Liberta%C3%A7%C3%A3o_de_Angola

• Grupo 2: “Moçambique”:

http://en.wikipedia.org/wiki/FRELIMO

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_de_Oliveira_Salazar

• Grupo 3: “Guiné Bissau e Cabo Verde”:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Africano_para_a_Independ%C3%AAncia_da_Guin%C3%A9_e_Cabo_Verde

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2007/02/guin-6374-p1496-paigc-2-propaganda.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/As_Duas_Faces_da_Guerra

• Grupo 4: “São Tomé e Príncipe”:

http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Tom%C3%A9_e_Pr%C3%ADncipe

http://www.klepsidra.net/klepsidra13/saotome.htm

Vídeo com música produzida pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), antes da independência de Angola:http://www.youtube.com/watch?v=0B41QgMyT6M.

Propaganda do MPLA.

Fonte: http://vermelhailhazul.blogs.sapo.pt/arquivo/2005_02.html

Propaganda MPLA.

Fonte: http://vermelhailhazul.blogs.sapo.pt/arquivo/2005_02.html

Propaganda FRELIMO.

Fonte:  http://www.poster-collective.org.uk/women/index.php

   Cartaz sobre a participação nas lutas por independência nas colônias portuguesas em África.

Cartaz sobre a participação nas lutas por independência nas colônias portuguesas em África.

Fonte: http://www.poster-collective.org.uk/women/index.php

Atividade 2 - Após a pesquisa realizada sobre as muitas formas de representação política das regiões chamadas pela política salazarista de Império Português, concernentes ao período entre 1933 e 1975, cada um dos grupos ficará encarregado de criar um cartaz no qual sejam colocadas lado a lado concepções diferentes, algumas vezes antagônicas, dos territórios e de suas populações. Os alunos deverão utilizar o material encontrado durante a primeira aula e a primeira atividade da segunda aula e também as anotações e as conclusões por eles mesmos escritas.

Esses cartazes deverão ser apresentados durante a aula, de forma a promover a construção e a troca de informações e conhecimentos. A multiplicidade das representações e seleções apresentadas facilitará a compreensão da linguagem como múltipla e parte da construção de sentidos políticos e sociais vários.

Aula 3

Os alunos deverão ser dispostos em posição circular no interior da sala de aula para a realização de um debate guiado pelas seguintes questões:

• Qual o papel da linguagem na construção de sentido e conhecimento acerca do mundo?

• Que visões políticas acerca do Ultramar estiveram em construção durante o período estudado? Quais foram os recursos utilizados para informar o real?

O debate deverá, portanto, promover a problematização da linguagem propagandística, o trabalho com a construção no interior do discurso e o questionamento crítico dos muitos programas e projetos políticos apresentados.

Conclusão

Os alunos terão construído conhecimento acerca do período do Estado Novo português, com ênfase em sua política para com os então territórios portugueses em África. Além disso, o trabalho com o discurso em história, assim como com o embate político e social no qual têm protagonismo as muitas formas de dizer sobre o mundo e dotá-lo de sentido, permitirá o desenvolvimento crítico e questionador do aluno. A história é também trabalhada como discurso do qual participam ativamente os próprios alunos.

Recursos Complementares
Avaliação

A primeira atividade será avaliada de acordo com as anotações e a participação dos alunos. Já a segunda atividade será avaliada a partir das informações coletadas e da seleção e a narrativa construída no cartaz. A coesão das colagens com a apresentação dos alunos e a capacidade de formulação das ideias e construção de argumentos pertinentes e análises coerentes de seus elementos formarão em conjunto a avaliação da terceira atividade. Os alunos deverão ser conceituados também por sua participação e contribuição durante as apresentações. Já no caso do debate, os alunos serão avaliados a partir de sua participação.

O professor deverá estar atento, durante todo o processo, ao desenvolvimento da percepção crítica do aluno acerca do uso da linguagem como um instrumento de construção social que permeia embates e conflitos por e pela história.    

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