09/06/2011
Eliana Dias
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
---|---|---|
Ensino Fundamental Final | Língua Portuguesa | Análise linguística: organização estrutural dos enunciados |
Aula 01 (50 minutos)
Disponível em:
http://www.mundodastribos.com/curso-gratuito-de-teatro-em-sp.html#
O tema desta aula – Da crônica ao teatro – faz parte de uma proposta maior, qual seja: trabalhar com gêneros discursivos da ordem do narrar. Para tanto, em aulas anteriores, já foram desenvolvidos estudos sobre o gênero crônica, para que os alunos tomassem conhecimento das características composicionais desse gênero, uma vez que a adaptação de uma crônica para o teatro só é possível, a partir de pontos em comum entre esses dois gêneros, tais como: presença marcante de diálogo entre as personagens,isto é, sem a presença do narrador; a descrição detalhada do espaço, do tempo e das personagens.
Ademais, embora o texto teatral seja também um texto narrativo, exige uma linguagem particular, recursos e procedimentos técnicos bem específicos, tais como o cenário, luz, figurino, maquiagem, gestos, movimento, etc. No texto teatral escrito, esses elementos estão presentes nas rubricas, que aparecem em letras de tipos diferentes, em itálico, por exemplo.
Ponto de Partida:
1. Para apresentar o tema da aula aos alunos, o professor deverá conversar com eles, perguntando-lhes:
a.Você já foi ao teatro? A que peça teatral você assistiu? Você gostou? Por quê? Conte para seus colegas.
b. Você acha que em uma peça teatral geralmente conta-se um história?
c. Que diferenças há entre assistir a uma peça no teatro e um filme no cinema?
d. Você sabia que uma encenação teatral é feita a partir de um texto?
2. Após essa conversa, o professor solicitará aos alunos que em seus laptops acessem os sites seguintes para, em dupla, assistirem a dois vídeos sobre teatro.
Disponíveis em:
http://www.youtube.com/watch?v=d7eoScYWnWc
http://www.youtube.com/watch?v=QIaMdmb3ow4&feature=related
Observação: Para registrar as informações contidas nos vídeos, o professor deverá reproduzir para os alunos o roteiro abaixo.
Roteiro:
a. Quais as linguagens utilizadas no teatro, para se contar histórias?
b. Você concorda que o “mundo é um palco” e todas as “pessoas são atores”? Por quê?
c. Por que teatro tem a ver com contar histórias?
d. Quais os elementos essenciais para se fazer teatro?
e. O que são artes cênicas? Qual o papel desse tipo de arte na formação de uma nação?
f. Qual a relação entre artes cênicas e ritual?
g. Qual o objetivo do teatro, através do tempo?
h. Qual a peça de William Shakespeare é mencionada no vídeo? Você já ouviu falar em outra peça teatral desse dramaturgo inglês? Qual?
i. Comente a frase: “Os romanos importaram a cultura grega, mas tinham seu próprio jeito de ser.”
Aula 02 (50 minutos)
Atividade
1. O professor deverá apresentar oralmente aos alunos o resumo do livro “O Menino Narigudo” do autor Walcyr Carrasco. Essa história é uma releitura que o autor faz da peça Cyrano de Bergerac, do francês Edmond Rostand.
Resumo:
Disponível em:
http://www.discolivros.com.br/livro/2779/o-menino-narigudo
Por se achar muito feio, Cyrano, um menino que tem um enorme nariz não se atreve a se aproximar da garota por quem está apaixonado. Seu melhor amigo, um rapaz bonito e atlético, também está interessado nela. Como a garota gosta de poemas, o menino narigudo ensina poesias ao amigo para ajudá-lo na conquista. E não percebe que a garota se apaixona pela beleza daquelas palavras e não pelos dotes físicos do rapaz que as fala. Esta história, que também já virou peça, é inspirada no clássico francês Cyrano de Bergerac, de Edmond Rostand. O livro fala também de lindas poesias da língua portuguesa.
Disponível em:
http://www.walcyrcarrasco.com.br/livros_detail.asp?codlivro=5
2. Após os alunos tomarem conhecimento das informações sobre a história do Menino Narigudo, contidas no resumo do livro, o professor deverá solicitar a eles que acessem a página seguinte para, em dupla, fazerem a leitura de um trecho do livro, já adaptado para o teatro.
Disponível em:
http://domjaime.blogspot.com/2006/03/projeto-textos-teatrais-prof-ana-lcia.html
Trecho do livro: O Menino Narigudo
Autor: Walcyr Carrasco
GABI ENTRA DE MOCHILA. CRISTIANO AFASTA-SE BATENDO A BOLA.
CIRANO – (hesita) Gabi...
GABI – Oi.
CIRANO – (tímido) Eu... eu preciso falar com você.
GABI – Comigo?
CIRANO – É... eu... eu quero te convidar pra tomar um sorvete comigo. Pronto, já disse.
GABI – (surpresa) Ahn?
CIRANO – É isso mesmo. Quero te convidar pra tomar um sorvete comigo.
GABI – Ah... Mas você paga o sorvete?
CIRANO – Claro que pago. Eu estou convidando.
GABI – Ah... bom. Porque tem gente que convida e depois na hora não põe a mão no bolso. O seu amigo Cristiano é assim. Um caloteiro.
CIRANO-(decidido) Eu já disse que pago o sorvete.
GABI – Eu vou se for um sundae, com calda de caramelo, marshmellow!
CIRANO – (sem jeito) Puxa, Gabi... eu vou ficar de bolso vazio. Mas tá legal... pago o sundae!
GABI SORRI. OS DOIS ANDAM COMO SE ESTIVESSEM PASSEANDO. ENTRA UMA MESINHA, COM DUAS CADEIRAS. OS DOIS SENTAM-SE. ENTRA GARÇOM, QUE SERVE DOIS ENORMES SUNDAES. GABI BEM DENGOSA.
GABI – Nunca pensei que você fosse me convidar para tomar sorvete. Sempre foi tão tímido!
CIRANO – Eu estava tomando coragem.
GABI – Sabe, eu adoro cantar. Conheço umas músicas lindas.
CIRANO – Canta uma pra mim.
GABI SORRI E COMEÇA A CANTAR UMA MÚSICA. CIRANO SORRI E CONTINUA. OS DOIS CANTAM JUNTOS. AO TERMINAR, ELA APLAUDE.
GABI – (encantada) Que lindo, Cirano, que lindo! Gosta de música?
CIRANO – Já fiz uma porção de letras. Poesia também. Quer que eu faça uma pra você?
GABI – (gostando) Poesia? Você, fazer uma poesia pra mim?
CIRANO – Pois eu faço agora mesmo. Quer ouvir? (toma fôlego) Gabi, Gabi.
GABI – Ah... continue!
CIRANO – Gabi, Gabi/ Só penso em ti/ Nos teus olhos tão bonitos/ No teu jeito de sagui.
GABI – (furiosa) Sagui? Eu não tenho jeito de sagui coisa nenhuma!
CIRANO – (apaziguando) Não fica brava, Gabi. Eu só estava procurando uma rima.
GABI – Também vou fazer uma poesia. Ouça só! (recita) Cirano tem um nariz / Grande como uma mortadela.
CIRANO – (surpreso) Cadê a rima?
GABI – (brava) E daí? Com rima ou sem rima, seu nariz continua grande! Imenso!
CIRANO – (furioso, estica o pescoço para a frente) Não fala do meu nariz!
SEM QUERER, CIRANO ENFIA O NARIZ NO SUNDAE DE GABI
GABI – Tira o nariz do meu sorvete!
CIRANO – (puxando o nariz) Meu nariz tá congelando.
GABI – Agora ficou maior ainda! Parece uma banana split!
GABI SAI CORRENDO. CIRANO CORRE ATRÁS. ENTRA MÚSICA.
3. Após a leitura oral do texto, feita pelo professor, os alunos, em dupla, mas cada um em seu laptop, deverão responder, no KWord, as questões sobre o texto, disponíveis em:
http://www.megaupload.com/?d=SP370GF7
Aula 03 (50 minutos)
Atividade
1. O professor deverá propor aos alunos que, em grupo, encenem o ato da peça teatral – O Menino Narigudo – em estudo, que deverá ser filmado. O vídeo será apresentado para os colegas da classe e de outras.
Observação: O professor deverá orientar os alunos para se organizarem, distribuindo funções. Em cada grupo, dois alunos serão responsáveis pela filmagem das cenas.
Aula 04 ( 50 minutos)
Atividade
O professor deverá solicitar aos alunos que, em dupla, acessem a página abaixo e façam a leitura da crônica de Luis Fernando Veríssimo – A Senhora quer sambar.
Disponível em:
http://www.ponto.altervista.org/Livros/Carnaval/verissimo.html
A Senhora quer sambar (Luis Fernando Veríssimo)
— Geneci...
— Senhora?
— Preciso falar com você.
— O que foi? O almoço não estava bom?
— O almoço estava ótimo. Não é isso. Precisamos conversar.
— Aqui na cozinha?
— Aqui mesmo. O seu patrão não pode ouvir.
— Sim, senhora.
— Você...
— Foi o copo que eu quebrei?
— Quer ficar quieta e me escutar?
— Sim, senhora.
— Não foi o copo. Você vai sair na escola, certo?
— Vou, sim senhora. Mas se a senhora quiser que eu venha na Terça...
— Não é isso, Geneci!
— Desculpe.
— É que eu... Geneci, eu queria sair na sua escola.
— Mas...
— Ou fazer alguma coisa. Qualquer coisa. Não aguento ficar fora do Carnaval.
— Mas...
— Vocês não têm, sei lá, uma ala das patroas? Qualquer coisa.
— Se a senhora tivesse me falado antes...
— Eu sei. Agora é tarde. Para a fantasia e tudo o mais. Mas eu improviso uma baiana. Deusa grega, que é só um lençol.
— Não sei...
— Saio na bateria. Empurrando alegoria.
— Olhe que não é fácil...
— Eu sei. Mas eu quero participar. Eu até sambo direitinho. Você nunca me viu sambar? Nos bailes do clube, por exemplo. Toca um samba e lá vou eu. Até acho que tenho um pé na cozinha. Quer dizer. Desculpe.
— Tudo bem.
— Eu também sou povo, Geneci! Quando vejo uma escola passar, fico toda arrepiada.
— Mas a senhora pode assistir.
— Mas eu quero participar, você não entende? No meio da massa. Sentir o que o povo sente. Vibrar, cantar, pular, suar.
— Olhe...
— Por que só vocês podem ser povo? Eu também tenho direito.
— Não sei...
— Se precisar pagar, eu pago.
— Não é isso. É que...
— Está bem. Olhe aqui. Não preciso nem sair na avenida. Posso costurar. Ajudar a organizar o pessoal. Ajudar no transporte. O Alfa Romeo está aí mesmo. Tem a Caravan, se o patrão não der falta. É a emoção de participar que me interessa, entende? Poder dizer "a minha escola...". Eu teria assunto para o resto do ano. Minhas amigas ficariam loucas de inveja. Alguns iam torcer o nariz, claro. Mas eu não sou assim. Eu sou legal. Eu não sou legal com você, Geneci? Sempre tratei você de igual para igual.
— Tratou, sim senhora.
— Meu Deus, a ama-de-leite da minha mãe era preta!
— Sim, senhora.
— Geneci, é um favor que você me faz. Em nome da nossa velha amizade. Faço qualquer coisa pela nossa escola, Geneci.
— Bom, se a senhora está mesmo disposta...
— Qualquer coisa, Geneci.
— É que o Rudinei e Fátima Araci não têm com quem ficar.
— Quem?
— Minhas crianças.
— Ah.
— Se a senhora pudesse ficar com eles enquanto eu desfilo...
— Certo. Bom. Vou pensar. Depois a gente vê.
— Eu posso trazer elas e...
— Já disse que vou pensar, Geneci. Sirva o cafezinho na sala.
2. Após a leitura silenciosa do texto, o professor deverá escolher duas alunas para fazer a leitura dialogada da peça.
Observação:
O professor deverá chamar a atenção dos alunos para o fato de a crônica em estudo se encontrar bastante próxima do texto teatral escrito, isto é, o texto todo é construído em forma de diálogo, reproduzindo as falas das personagens, sem a intromissão do narrador. Isto torna a narração mais ágil, dando ao leitor a impressão de estar presenciando o diálogo entre as personagens, assim como no teatro.
3. A seguir, o professor deverá apresentar aos alunos a seguinte proposta de produção textual:
Em grupo, transformem a crônica “A senhora quer sambar” de Luis Fernando Veríssimo em uma cena teatral:
Os alunos poderão pesquisar sobre William Shakespeare, dramaturgo mencionado no vídeo sobre teatro, e sobre uma de suas obras clássicas - Romeu e Julieta - nos sites:
http://pt.wikipedia.org/wiki/William_Shakespeare
Os alunos deverão ser avaliados pontualmente. Para isso, o professor deverá observar a participação deles durante as atividades. Verificar principalmente se eles conseguiram perceber as características em comum entre os gêneros da ordem do narrar – texto teatral e crônica.
A encenação de um ato da peça “O menino Narigudo”, bem como transformação de uma crônica “A Senhora quer sambar” de Luis Fernando Veríssimo, em uma peça teatral, constituem material para a avaliação formal dos alunos.
Sem estrelas 0 classificações
Denuncie opiniões ou materiais indevidos!