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UCA - Da crônica ao teatro

 

09/06/2011

Autor e Coautor(es)
LAZUITA GORETTI DE OLIVEIRA
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Eliana Dias

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Análise linguística: organização estrutural dos enunciados
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Identificar a crônica e o texto teatral como gêneros discursivos da ordem do narrar.
  • Reconhecer os elementos básicos da estrutura narrativa presentes  na crônica e no texto teatral.
  • Ler e analisar crônica e peça teatral.
  • Produzir uma peça teatral, a partir de uma crônica.
Duração das atividades
04 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
  • Elementos básicos da estrutura narrativa.
  • Estrutura composicional do gênero discursivo  crônica.
Estratégias e recursos da aula
  • utilização do laptop UCA;
  • utilização de vídeos do youtube;
  • atividades realizadas em grupo ou duplas de alunos.
  • utilização de textos, imagens e vídeos veiculados na internet.

Aula 01 (50 minutos)

curso gratuito de teatro em sp Curso Gratuito de Teatro em SP

Disponível em:

http://www.mundodastribos.com/curso-gratuito-de-teatro-em-sp.html#

O tema desta aula – Da crônica ao teatro – faz parte de uma proposta maior, qual seja: trabalhar com gêneros discursivos da ordem do narrar. Para tanto, em aulas anteriores, já foram desenvolvidos estudos sobre o gênero crônica, para que os alunos tomassem conhecimento das características composicionais desse gênero, uma vez que a adaptação de uma crônica para o teatro só é possível, a partir de pontos em comum entre esses dois gêneros, tais como: presença marcante de diálogo entre as personagens,isto é, sem a presença do narrador;  a descrição detalhada do espaço, do tempo e das personagens.

Ademais, embora o texto teatral seja também um texto narrativo, exige uma linguagem particular, recursos e procedimentos técnicos bem específicos, tais como o cenário, luz, figurino, maquiagem, gestos, movimento, etc. No texto teatral escrito, esses elementos estão presentes nas rubricas, que aparecem em letras de tipos diferentes,  em itálico, por exemplo.

Ponto de Partida:

1.  Para apresentar o tema da aula aos alunos, o professor deverá conversar com eles, perguntando-lhes:

a.Você já foi ao teatro? A que peça teatral você assistiu? Você gostou?  Por quê? Conte para seus colegas.

b. Você acha que em uma peça teatral geralmente conta-se um história?

c. Que diferenças há entre  assistir a uma peça no teatro e um filme no cinema?

d. Você sabia que  uma encenação teatral é feita a partir de um texto?

2. Após essa conversa, o professor solicitará aos alunos que em seus laptops acessem os sites seguintes para, em dupla, assistirem a dois  vídeos sobre teatro.

Disponíveis em:

http://www.youtube.com/watch?v=d7eoScYWnWc

http://www.youtube.com/watch?v=QIaMdmb3ow4&feature=related

Observação: Para registrar as informações contidas nos vídeos, o professor deverá reproduzir para os alunos o roteiro abaixo.

 

Roteiro:

a. Quais as linguagens utilizadas no teatro, para se contar histórias?

b. Você concorda que o “mundo é um palco” e todas as “pessoas são atores”? Por quê?

c. Por que teatro tem a ver com contar histórias?

d. Quais os elementos essenciais para se fazer teatro?

e. O que são artes cênicas? Qual o papel desse tipo de arte na formação de uma nação?

f. Qual a relação entre artes cênicas e ritual?

g. Qual o objetivo do teatro, através do tempo?

h. Qual a peça de William Shakespeare é mencionada no vídeo? Você já ouviu falar em outra peça teatral desse dramaturgo inglês? Qual?

i. Comente a frase: “Os romanos importaram a cultura grega, mas tinham seu  próprio jeito de ser.”

 

Aula 02 (50 minutos)

Atividade

1. O professor deverá apresentar oralmente aos alunos o resumo  do livro “O Menino Narigudo” do autor Walcyr Carrasco. Essa história é uma releitura que o autor faz da peça Cyrano de Bergerac, do francês Edmond Rostand.

Resumo:

Disponível em:

http://www.discolivros.com.br/livro/2779/o-menino-narigudo

Por se achar muito feio, Cyrano, um menino que tem um enorme nariz não se atreve a se aproximar da garota por quem está apaixonado. Seu melhor amigo, um rapaz bonito e atlético, também está interessado nela. Como a garota gosta de poemas, o menino narigudo ensina poesias ao amigo para ajudá-lo na conquista. E não percebe que a garota se apaixona pela beleza daquelas palavras e não pelos dotes físicos do rapaz que as fala. Esta história, que também já virou peça, é inspirada no clássico francês Cyrano de Bergerac, de Edmond Rostand. O livro fala também de lindas poesias da língua portuguesa.

Disponível em:

http://www.walcyrcarrasco.com.br/livros_detail.asp?codlivro=5

2. Após os alunos tomarem conhecimento das informações  sobre a história  do Menino Narigudo, contidas no resumo do livro, o professor deverá solicitar a eles que acessem a página seguinte para, em dupla, fazerem a leitura de um trecho do livro, já adaptado para o teatro.

Disponível em:

http://domjaime.blogspot.com/2006/03/projeto-textos-teatrais-prof-ana-lcia.html

Trecho do livro: O Menino Narigudo

Autor: Walcyr Carrasco


GABI ENTRA DE MOCHILA. CRISTIANO AFASTA-SE BATENDO A BOLA.
CIRANO – (hesita) Gabi...
GABI – Oi.
CIRANO – (tímido) Eu... eu preciso falar com você.
GABI – Comigo?
CIRANO – É... eu... eu quero te convidar pra tomar um sorvete comigo. Pronto, já disse.
GABI – (surpresa) Ahn?
CIRANO – É isso mesmo. Quero te convidar pra tomar um sorvete comigo.
GABI – Ah... Mas você paga o sorvete?
CIRANO – Claro que pago. Eu estou convidando.
GABI – Ah... bom. Porque tem gente que convida e depois na hora não põe a mão no bolso. O seu amigo Cristiano é assim. Um caloteiro.
CIRANO-(decidido) Eu já disse que pago o sorvete.
GABI – Eu vou se for um sundae, com calda de caramelo, marshmellow!
CIRANO – (sem jeito) Puxa, Gabi... eu vou ficar de bolso vazio. Mas tá legal... pago o sundae!
GABI SORRI. OS DOIS ANDAM COMO SE ESTIVESSEM PASSEANDO. ENTRA UMA MESINHA, COM DUAS CADEIRAS. OS DOIS SENTAM-SE. ENTRA GARÇOM, QUE SERVE DOIS ENORMES SUNDAES. GABI BEM DENGOSA.

GABI – Nunca pensei que você fosse me convidar para tomar sorvete. Sempre foi tão tímido!
CIRANO – Eu estava tomando coragem.
GABI – Sabe, eu adoro cantar. Conheço umas músicas lindas.
CIRANO – Canta uma pra mim.
GABI SORRI E COMEÇA A CANTAR UMA MÚSICA. CIRANO SORRI E CONTINUA. OS DOIS CANTAM JUNTOS. AO TERMINAR, ELA APLAUDE.
GABI – (encantada) Que lindo, Cirano, que lindo! Gosta de música?
CIRANO – Já fiz uma porção de letras. Poesia também. Quer que eu faça uma pra você?
GABI – (gostando) Poesia? Você, fazer uma poesia pra mim?
CIRANO – Pois eu faço agora mesmo. Quer ouvir? (toma fôlego) Gabi, Gabi.
GABI – Ah... continue!
CIRANO – Gabi, Gabi/ Só penso em ti/ Nos teus olhos tão bonitos/ No teu jeito de sagui.
GABI – (furiosa) Sagui? Eu não tenho jeito de sagui coisa nenhuma!
CIRANO – (apaziguando) Não fica brava, Gabi. Eu só estava procurando uma rima.
GABI – Também vou fazer uma poesia. Ouça só! (recita) Cirano tem um nariz / Grande como uma mortadela.
CIRANO – (surpreso) Cadê a rima?
GABI – (brava) E daí? Com rima ou sem rima, seu nariz continua grande! Imenso!
CIRANO – (furioso, estica o pescoço para a frente) Não fala do meu nariz!
SEM QUERER, CIRANO ENFIA O NARIZ NO SUNDAE DE GABI
GABI – Tira o nariz do meu sorvete!
CIRANO – (puxando o nariz) Meu nariz tá congelando.
GABI – Agora ficou maior ainda! Parece uma banana split!
GABI SAI CORRENDO. CIRANO CORRE ATRÁS. ENTRA MÚSICA.

3.  Após a leitura oral do texto, feita pelo professor, os  alunos, em dupla, mas cada um em seu laptop, deverão responder, no KWord, as questões sobre o texto, disponíveis em:

http://www.megaupload.com/?d=SP370GF7

 

Aula 03 (50 minutos)

Atividade

1. O professor deverá propor aos alunos que, em grupo, encenem  o ato da peça teatral – O  Menino Narigudo – em estudo,  que deverá ser filmado. O vídeo será  apresentado para os colegas da classe e  de outras.

Observação:   O professor deverá orientar os alunos para se organizarem, distribuindo  funções. Em cada grupo, dois alunos serão responsáveis pela filmagem das cenas.

 

Aula 04 ( 50 minutos)

Atividade

O professor deverá solicitar aos alunos que, em dupla, acessem a página abaixo e façam a leitura da crônica de Luis Fernando Veríssimo – A Senhora quer sambar.

Disponível em:

http://www.ponto.altervista.org/Livros/Carnaval/verissimo.html

A Senhora quer sambar (Luis Fernando Veríssimo)

 — Geneci...

— Senhora?

— Preciso falar com você.

— O que foi? O almoço não estava bom?

— O almoço estava ótimo. Não é isso. Precisamos conversar.

— Aqui na cozinha?

— Aqui mesmo. O seu patrão não pode ouvir.

— Sim, senhora.

— Você...

— Foi o copo que eu quebrei?

— Quer ficar quieta e me escutar?

— Sim, senhora.

— Não foi o copo. Você vai sair na escola, certo?

— Vou, sim senhora. Mas se a senhora quiser que eu venha na Terça...

— Não é isso, Geneci!

— Desculpe.

— É que eu... Geneci, eu queria sair na sua escola.

— Mas...

— Ou fazer alguma coisa. Qualquer coisa. Não aguento ficar fora do Carnaval.

— Mas...

— Vocês não têm, sei lá, uma ala das patroas? Qualquer coisa.

— Se a senhora tivesse me falado antes...

— Eu sei. Agora é tarde. Para a fantasia e tudo o mais. Mas eu improviso uma baiana. Deusa grega, que é só um lençol.

— Não sei...

— Saio na bateria. Empurrando alegoria.

— Olhe que não é fácil...

— Eu sei. Mas eu quero participar. Eu até sambo direitinho. Você nunca me viu sambar? Nos bailes do clube, por exemplo. Toca um samba e lá vou eu. Até acho que tenho um pé na cozinha. Quer dizer. Desculpe.

— Tudo bem.

— Eu também sou povo, Geneci! Quando vejo uma escola passar, fico toda arrepiada.

— Mas a senhora pode assistir.

— Mas eu quero participar, você não entende? No meio da massa. Sentir o que o povo sente. Vibrar, cantar, pular, suar.

— Olhe...

— Por que só vocês podem ser povo? Eu também tenho direito.

— Não sei...

— Se precisar pagar, eu pago.

— Não é isso. É que...

— Está bem. Olhe aqui. Não preciso nem sair na avenida. Posso costurar. Ajudar a organizar o pessoal. Ajudar no transporte. O Alfa Romeo está aí mesmo. Tem a Caravan, se o patrão não der falta. É a emoção de participar que me interessa, entende? Poder dizer "a minha escola...". Eu teria assunto para o resto do ano. Minhas amigas ficariam loucas de inveja. Alguns iam torcer o nariz, claro. Mas eu não sou assim. Eu sou legal. Eu não sou legal com você, Geneci? Sempre tratei você de igual para igual.

— Tratou, sim senhora.

— Meu Deus, a ama-de-leite da minha mãe era preta!

— Sim, senhora.

— Geneci, é um favor que você me faz. Em nome da nossa velha amizade. Faço qualquer coisa pela nossa escola, Geneci.

— Bom, se a senhora está mesmo disposta...

— Qualquer coisa, Geneci.

— É que o Rudinei e Fátima Araci não têm com quem ficar.

— Quem?

— Minhas crianças.

— Ah.

— Se a senhora pudesse ficar com eles enquanto eu desfilo...

— Certo. Bom. Vou pensar. Depois a gente vê.

— Eu posso trazer elas e...

— Já disse que vou pensar, Geneci. Sirva o cafezinho na sala.

 

2. Após a leitura  silenciosa  do texto, o professor deverá escolher duas alunas para fazer a leitura dialogada da peça.

Observação:

O professor deverá chamar a atenção dos alunos para o fato de a crônica em estudo se encontrar bastante próxima do texto teatral escrito, isto é, o texto todo é construído em forma de diálogo, reproduzindo as falas das personagens, sem a intromissão do narrador. Isto torna a narração mais ágil, dando ao leitor a impressão de estar presenciando o diálogo entre as personagens, assim como no teatro.

3. A seguir, o professor deverá apresentar aos alunos  a seguinte proposta de produção textual:

Em grupo, transformem a crônica “A senhora quer sambar” de Luis Fernando Veríssimo  em uma cena teatral:

  • Criem um cenário adequado à situação.
  • Insiram rubricas – com letras em itálico-  nos diálogos para esclarecer como as personagens devem se comportar e expressar ao falar.
  • Observem se a linguagem está adequada às personagens e ao contexto.
  • Com seus laptops, filmem  a encenação para ser apresentada para os colegas e professor.

 

Recursos Complementares

Os alunos poderão pesquisar sobre William Shakespeare, dramaturgo mencionado no vídeo sobre teatro,  e sobre uma de suas obras clássicas  - Romeu e Julieta - nos sites:

http://pt.wikipedia.org/wiki/William_Shakespeare

http://www.youtube.com/watch?v=ZFRj4qPeYIA

http://www.youtube.com/watch?v=IC0cL-Yc6r0

Avaliação

Os alunos  deverão ser avaliados pontualmente. Para isso, o professor deverá observar a participação deles durante as atividades. Verificar principalmente  se eles conseguiram perceber as características em comum entre os gêneros da ordem do narrar – texto teatral e crônica.

 A  encenação de um ato da peça “O menino Narigudo”, bem como transformação  de uma crônica “A Senhora quer sambar” de Luis Fernando Veríssimo, em uma peça teatral, constituem  material  para a avaliação formal dos alunos.

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