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Músicas no Exílio

 

09/06/2011

Autor e Coautor(es)
Bruno Viveiros Martins
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BELO HORIZONTE - MG Universidade Federal de Minas Gerais

Gabriel Luiz Maia Nascimento, Lígia Beatriz Paula Germano

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Cidadania e cultura contemporânea
Ensino Médio História Cultura
Ensino Médio História Memória
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Os alunos poderão analisar o importante papel que os artistas brasileiros, em especial os músicos, tiveram durante o período de governo militar a partir do Golpe de 1964. Os alunos poderão compreender também o funcionamento de alguns aparatos de repressão utilizados na época, como a censura e o exílio.

Duração das atividades
Cinco aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

- Ditadura Militar.

Estratégias e recursos da aula

INTRODUÇÃO

Durante o conturbado momento político vivido pelo Brasil nos anos 1960, destacam-se, no cenário cultural nacional, diversos artistas que buscaram uma renovação musical, novas estéticas e mudanças comportamentais e sociais.

Esses jovens artistas acabaram servindo de voz para um movimento estudantil crescente e, muitas vezes, descontente com a situação política do País. Diversas canções passaram a ter um maior apelo revolucionário, contestatório – não somente no campo da política, mas também no campo social e cultural –, trazendo para a música popular temas que não agradavam aos representantes do Governo Militar.

Em reação a esse movimento cultural, criou-se a Divisão de Censura de Diversões Públicas (DCDP), que buscava interferir diretamente no conteúdo vinculado nas produções artísticas do País.

O conflito se intensificou ainda mais com os Atos Institucionais que impediam qualquer tipo de livre expressão nas produções artísticas. Com esse clima repressivo e por diversas vezes conflituoso, diversos artistas se depararam com o “exílio”. A situação do exílio, que permitia ao músico sair do País, nem sempre era muito confortável, pois várias dessas pessoas não queriam sair, mas não enxergavam melhor caminho com a forte repressão imposta pelo Estado. Dentro desse contexto surgem canções bem interessantes que tratam do tema, sejam elas de dentro do Brasil, direcionando-se a quem estava lá fora, ou das pessoas de fora que aproveitavam para cantar o que sentiam.

DESENVOLVIMENTO

Na primeira aula, o professor deverá introduzir o assunto entre os alunos. O professor poderá perguntar se os alunos conhecem a prática do “exílio”, o que eles entendem quando se fala em tal punição e se alguém tem conhecimento de qualquer pessoa que já tenha sido exilada. Depois o professor poderá explicar um pouco sobre o contexto histórico dos anos 1960, do momento político que se vivia antes e depois do Golpe de 1964 e as correntes que contestavam e apoiavam os militares no poder. Depois o professor poderá perguntar o que os alunos acham do papel da cultura em um contexto como esse. Após essa discussão e introdução, o professor poderá retomar os principais pontos em uma conversa com a sala. O professor poderá avaliar a discussão, tendo em mente que tal conversa deverá ter como eixo o exílio como forma de punição política.

Na segunda aula, o professor deverá dividir a sala em cinco ou seis grupos. Cada grupo ficará responsável por coletar e trazer informações sobre cantores e artistas, como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque de Hollanda, Geraldo Vandré e outros que estiveram exilados durante o período militar. Os alunos deverão obter informações e imagens, além de fazer um levantamento de cinco músicas que digam respeito a tais acontecimentos (por exemplo: “Debaixo dos caracóis de seus cabelos”, “Bêbado e a equilibrista”, “Meu Caro amigo”, “If you hold a Stone”, “London London”...). As letras das músicas obtidas deverão ser discutidas com toda a sala para uma melhor interpretação e para verificar se o conteúdo é coerente com a proposta feita. O professor poderá, a partir desses materiais levantados durante as pesquisas, avaliar como os grupos procederam durante o trabalho.

Caetano Veloso - 1971

Capa de LP de Caetano Veloso, de 1971, enquanto estava no exílio.

Fonte: http://munchiegonetoheaven1.wordpress.com/2008/09/24/caetano-veloso-1971/

Gil e Caetano em Londres

Fotografia de Gilberto Gil e Caetano Veloso no exílio em Londres.

Fonte: http://esquizofia.wordpress.com/category/musica/historias-musicais/page/2/

Na terceira aula, o professor deverá pedir a cada grupo que escolha uma das músicas levantadas para que se faça um videoclipe. Durante a aula, os grupos se reunirão, escolherão as músicas e já poderão começar a trabalhar com um roteiro do que eles pensam em fazer.

Na quarta aula, os clipes deverão ser filmados, utilizando a própria locação da escola. Depois de feitas as imagens, os alunos deverão editar as cenas produzidas, colocando-as com a música e com as imagens conseguidas a partir da pesquisa. O professor deverá avaliar todo o processo e o trabalho final, não focando na qualidade do clipe em si, mas na articulação dos conhecimentos necessários para que se compreenda melhor o papel de resistência desse meio cultural e as técnicas de repressão utilizadas para abafar o descontentamento de certas pessoas com o regime governamental da época. Na quinta aula, os trabalhos serão exibidos para toda turma.

Materiais necessários:

- Câmera Fotográfica ou de vídeo que seja capaz de produzir vídeos;

- Computadores com software de edição: o próprio Windows vem com o Windows Movie Maker, satisfatório para este tipo de trabalho.

CONCLUSÃO

Após o professor fazer a discussão, ficará mais fácil para os alunos compreenderem a diversidade e a complexidade de uma sociedade que possuía diversas disputas no campo político. Isso mostra como os projetos de governo não eram homogêneos no passado e nem no presente, por mais que, com a democracia melhor consolidada hoje em dia, algumas pessoas tenham essa percepção de constância. A quebra dessa visão totalizante de um determinado momento político é essencial para o entendimento da própria política atual. Além disso, trabalhos como este fazem com que o interesse do aluno desperte para a esfera pública dos governos e, de tal maneira, ele é capaz de interpretar melhor a situação das disputas no Brasil, fazendo com que se tenha assim uma leitura mais crítica do cenário nacional.

Recursos Complementares
Avaliação

Após trabalhar com os clipes dentro da sala de aula, o professor poderá estender o trabalho exibindo os clipes durante uma Mostra Cultural. Poderá fazer, inclusive, uma votação para que seja feito um “top 10”, como nos formatos usuais de classificação de clipes nas televisões. Porém não cabe ao professor avaliar a parte técnica, mas sim se os alunos foram capazes de articular as informações surgidas nas discussões em sala, nas pesquisas realizadas, com a interpretação da música. Por meio da análise desse processo, o professor poderá ser capaz de avaliar não somente o trabalho final, mas toda a carga de pesquisa por trás. Para tanto é necessário que o professor acompanhe de perto os trabalhos dos grupos durante as diversas etapas. Além disso, o professor poderá pedir a cada grupo que escreva um relatório explicitando as intenções do clipe em relação ao tema do “Exílio”.

Opinião de quem acessou

Quatro estrelas 2 classificações

  • Cinco estrelas 1/2 - 50%
  • Quatro estrelas 1/2 - 50%
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Opiniões

  • Raimunda Amaro, Escola Frei Eliseu Eismann , Bahia - disse:
    raicharlosinha@gmail.com

    23/04/2013

    Cinco estrelas

    Excelente explanação,cabe ao educador usar de sua criatividade fazer um trabalho interdisciplinar,representar,fazer uma amostragem cultural afim de que todos conheçam a trajetória ditadora que esse célebre cantor de MPB traçou no caminho de uma era ditatorial...


  • marta amaral, E. ESTADUAL SENADOR PETRONIO PORTELA , Amazonas - disse:
    luardejunho@yahoo.com.br

    06/05/2012

    Quatro estrelas

    Ótima sugestão de aprendizagem. Boa ideia quanto a produção de clipes pelos alunos. Certamente uma forma prazerosa e moderna de compreender o tema.


Sem classificação.
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