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A Missão Artística Francesa de 1816

 

06/10/2011

Autor e Coautor(es)
Rafael da Cruz Alves
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BELO HORIZONTE - MG Universidade Federal de Minas Gerais

Danilo Araújo Marques; Lígia Beatriz de Paula Germano

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio História Diversidade cultural, conflitos e vida em sociedade
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Migrações, cultura e identidades
Ensino Médio História Cultura
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Será proporcionada a compreensão de como teria se constituído a chamada “Missão Artística Francesa”, de acordo com o ideal do projeto imperial de modernização da capital do Império lusitano, voltado para as artes e ofícios, a partir da comitiva francesa de artistas e oficiais mecânicos, chegada em 1816, conhecida como a “colônia Le Breton”. Da mesma forma, apreenderá-se-á o tratamento da vida cotidiana daquele contexto feito, exclusivamente, pela perspectiva pitoresca dos artistas franceses, bem como seu impacto no campo cultural do Brasil. Os objetivos da aula estão ligados, sobretudo, ao ensinamento e compreensão dos impactos e legados da Missão Francesa nas artes brasileiras a partir do século XIX.

Duração das atividades
Três aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

 

- Fuga da Coroa portuguesa para o Brasil dentro do contexto das invasões napoleônicas

- Período joanino (1808-1821)

- Congresso de Viena (1814-1815), com ênfase no Tratado de Paz assinado entre o Império português e a França (1814)

Estratégias e recursos da aula

AULA 1

Introdução

O professor deverá iniciar a aula por meio de uma breve contextualização da situação europeia nos anos 1814 e 1815, salientando a realidade dos países afetados pela política expansionista napoleônica, visando explicitar a política restauradora dos mesmos no Congresso de Viena e, em seu cerne, pontuar o restabelecimento das relações diplomáticas entre Portugal e França – interrompidas desde a invasão de Napoleão ao território lusitano no ano de 1808 –, de acordo com o Tratado de Paz assinado entre as duas nações em 30 de março de 1814.

Feita esta breve contextualização, o professor deverá introduzir o tema da aula, destacando o projeto imperial de modernização – cultural e estética – da sede do Império português, o qual partira da real decisão de D. João VI de trazer ao Rio de Janeiro uma equipe de pintores, escultores, gravadores e arquitetos franceses, sob a responsabilidade da Coroa. A Missão Artística Francesa não estaria destinada, com o pretexto da modernização, a dar um “verniz de civilização” à capital do Reino? Levantada esta questão, o professor poderá solicitar a opinião dos alunos.

Continuando, o professor deverá discorrer sobre o projeto, incumbido à comitiva francesa, de construção da Escola Real de Ciências Artes e Ofícios, bem como do registro, por parte dos pintores, e da ornamentação, por parte dos arquitetos, das cerimônias que envolvessem a Família Real. O professor poderá tratar deste projeto e destes registros, a partir das seguintes imagens:

Planta da Escola Real de Ciências Artes e Ofícios.

Planta da Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios por Grandjean de Montigny.

Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Planta_da_Escola_Real_das_Ci%C3%AAncias,_Artes_e_Of%C3%ADcios.jpg

 

Aclamação do Rei D. João VI no Rio de Janeiro

Aclamação do rei D. João VI no Rio de Janeiro por Jean-Baptiste Debret.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Vista_exterior_da_galeria_de_aclama%C3%A7%C3%A3o_de_D._Jo%C3%A3o_VI_-_J.B._Debret.jpg.gif

 

Aclamação de D.Pedro I no Campo de Sant’ana, no Rio de Janeiro

Aclamação de D. Pedro I no Campo de Sant’ana, no Rio de Janeiro,por Jean Baptiste Debret.

Fonte: http://brasilan.com.br/ver_artigo.asp?aid=5

 

cerimônia de sagração D.Pedro I

Cerimônia de Sagração de D. Pedro I no Rio de Janeiro, por Jean-Baptiste Debret.

Fonte:http://www.pinacoteca.org.br/pinacoteca/default.aspx?mn=153&c=acervo&letra=J&cd=3571

 

 

Pesquisa em grupo

A sala será dividida em grupos. Cada um deles será responsável pela pesquisa e apresentação (por meio de uma espécie de seminário) de uma pequena biografia sobre os principais nomes da Missão Artística Francesa, enfatizando a relação de cada um com a “missão”, ficando cada grupo responsável por um nome.

Caberá ao professor a interconexão entre as apresentações, endossando ao aluno a relação dos artistas no interior da “missão”.

- Grupo 1

Os alunos deste grupo serão responsáveis pela pesquisa e apresentação biográficas de Joachim Lebreton.

Os membros do grupo deverão ressaltar na pesquisa o papel de Lebreton como líder da expedição artística, bem como as negociações diplomáticas com a Coroa portuguesa anteriores ao desembarque no Brasil.

Os temas sugeridos poderão ser desenvolvidos a partir da consulta nos links listados a seguir: 

http://www.sindegtur.org.br/2010/arquivos/amissaoart2.pdf

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-47142006000200009

http://www.french-engravings.com/gravuras-antigas/Joachim-Lebreton-pt.html

- Grupo 2

Os alunos deste grupo ficarão responsáveis pela pesquisa e apresentação biográficas de Jean-Baptiste Debret.

Os membros do grupo deverão endossar o caráter de pintor do cotidiano colonial, caro a Debret., tomando parte na próxima etapa das aulas.

Os temas sugeridos poderão ser desenvolvidos a partir da consulta nos links listados a seguir:

http://educacao.uol.com.br/biografias/jean-baptiste-debret.jhtm

http://www.revistamuseu.com.br/artigos/art_.asp?id=2991

http://www.pinacoteca.org.br/pinacoteca/default.aspx?mn=153&c=acervo&letra=J&cd=3571

- Grupo 3

Os alunos deste grupo ficarão responsáveis pela pesquisa e apresentação biográficas de Henri Victor Grandjean de Montigny.

Os membros do grupo deverão enfatizar o ofício de arquiteto de Grandjean de Montigny, além de pôr em relevo o legado deixado pelo mesmo no modus operandi da arquitetura brasileira, sob a inovação do neoclassicismo frente ao barroco.

Os temas sugeridos poderão ser desenvolvidos a partir da consulta nos links listados a seguir:

http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=5427&%20cd_item=1&cd_idioma=28555

http://www.overmundo.com.br/guia/solar-grandjean-de-montigny-1

http://pt.wikipedia.org/wiki/Grandjean_de_Montigny

Grupo 4

Os alunos deste grupo ficarão responsáveis pela pesquisa e apresentação biográficas de Nicolas Antoine Taunay.

Os membros do grupo deverão ressaltar a posição de Taunay como um dos pintores do grupo, bem como também enfatizar sua pintura do cotidiano colonial com vistas à próxima etapa das aulas.

Os temas sugeridos poderão ser desenvolvidos a partir da consulta nos links listados a seguir:

http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=2889&cd_idioma=28555

http://www.pitoresco.com.br/laudelino/nicolas/nicolas.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolas-Antoine_Taunay

A consulta aos links permitirá aos alunos informações básicas para o desenvolvimento dos temas propostos. É necessário ressaltar a importância do acesso às obras dos artistas, disponíveis em vários sites e blogs de divulgação de arte. 

É oportuno e relevante lembrar que todos os grupos deverão contextualizar as biografias de acordo com o tema maior da aula, a saber a Missão Artística Francesa no Brasil. 

Outro ponto importante é a conexão entre as apresentações, a qual ficará a cargo da interlocução do professor diante de cada apresentação e ao fim das mesmas.

 

 

AULA 2

Análise do cotidiano retratado nas obras de Debret e Taunay

Conservando a formação dos grupos da aula anterior, o professor irá disponibilizar a cada grupo uma pintura de Debret ou Taunay que trate do cotidiano da capital do Império. Enquanto isso, o professor endossará a produção artística dos dois pintores sobre a vida cotidiana do Rio de Janeiro, acrescentando que eles não estavam ligados apenas ao registro dos eventos promovidos pela Coroa.

Os alunos deverão analisar as pinturas e externar, sob a orientação do professor e em diálogo com o resto da turma, suas impressões sobre a sociedade da época, bem como as possíveis intenções do pintor na obra. Há crítica social?

Nesta fase não será necessário a eleição de um representante. Cada grupo será inquirido pelo professor e, desta maneira, qualquer membro do grupo – e, eventualmente, os membros dos outros também – terá a oportunidade de expor o seu ponto de vista sobre a obra.

As pinturas para análise serão as seguintes:

- Imagem 1

Largo da Carioca

Largo da Carioca, por Nicolas Antoine Taunay.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Nicolas-Antoine_Taunay_02.jpg

 

- Imagem 2

Obra de título desconhecido

Obra de título desconhecido, por Nicolas Antoine Taunay.

Fonte: http://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/gallery/obras-de-nicolas-antoine-taunay/obras-de-nicolas-antoine-taunay-4.jpg

 

- Imagem 3

Uma senhora brasileira em seu lar

Uma senhora brasileira em seu lar,por Jean-Baptiste Debret.

Fonte:http://maratunes.wordpress.com/2009/08/27/debret/debretuma-senhora-brasileira-em-seu-lar-1823/

 

- Imagem 4

Feitor castigando negros

Feitor castigando negros, por Jean-Baptiste Debret.

Fonte: http://historiadesaopaulo.wordpress.com/escravidao-negra-em-sao-paulo-e-no-brasil/

 

 

AULA 3

Seminário Interdisciplinar

Os grupos deverão apresentar à comunidade escolar um seminário transdisciplinar que seja capaz de se desenvolver em consonância com as disciplinas de História, Sociologia, Literatura e Artes. Para isso, o professor deverá contar com a presença dos professores dessas outras disciplinas, que, em diálogo aberto com as exposições das atividades dos alunos feitas em classe, orientarão os mesmos em novas perspectivas.

O professor solicitará aos alunos um trabalho final, escrito extraclasse, sobre a Missão Artística Francesa a partir da intertextualidade entre o contexto histórico estudado, a introdução feita pelo professor, os temas biográficos abordados em sala de aula, a discussão sobre as obras que retratam a vida cotidiana e o seminário interdisciplinar final.

 

 

Conclusão

A Missão Artística Francesa de 1816, mais que um simples projeto modernizador – como queria a administração imperial –, representou um impacto no modo de se fazer arte no Brasil. Voltada para os efeitos práticos de uma “produção cultural”, a comitiva francesa, apesar de oferecer os seus serviços principalmente para a Coroa, esteve envolvida em projetos que retrataram e beneficiaram, mesmo que de forma indireta, a população como um todo. Estes foram os casos tanto das pinturas de Debret e Taunay quanto de alguns prédios públicos, como o da Bolsa do Comércio e da própria Academia Imperial de Belas Artes – a qual, apesar do projeto de 1816 com outro nome, fora inaugurada somente no ano de 1824 –, ambos edificados por Grandjean de Montigny. Vale lembrar, ainda, que este último artista, após trinta e quatro anos de estadia no Rio de Janeiro, deixou como legado a inauguração da fase neoclássica da arquitetura brasileira em detrimento do barroco.

Apesar de terem vindo juntos, no mesmo ano, a permanência dos artistas franceses no Brasil não foi coincidente. Enquanto Le Breton falecera três anos após a sua chegada, em 1819, alguns retornaram à França mais cedo, como foi o caso de Taunay, em 1821. Por outro lado, outros ficaram por mais tempo, como o fizeram Debret, retornando apenas em 1831, e Montigny, o qual permaneceu no Brasil até sua morte, em 1850.

 

 

Recursos Complementares
Avaliação

A avaliação será realizada em todas as etapas do aprendizado:

- A pesquisa biográfica sobre os principais nomes da Missão Artística Francesa possibilitará ao aluno entrar em contato direto com a realização de cada artista antes e, sobretudo, durante a “missão”;

- Durante o trabalho em grupo, os alunos serão avaliados segundo a sua capacidade de realizar tarefas coletivas como a interação e o diálogo, o respeito aos diferentes pontos de vista e o consenso entre opiniões divergentes;

- As apresentações deverão ser avaliadas, levando-se em consideração a autonomia dos alunos em se tratando da capacidade de transmissão coerente dos dados biográficos de cada artista, a partir da análise pertinente do contexto histórico de cada um;

- Durante a análise das pinturas de Debret e Taunay, serão avaliadas a elocução, a criatividade, a articulação e a pertinência da interpretação iconográfica dos alunos, além da capacidade de trabalhar em grupo, compromisso e seriedade nos diálogos;

- O seminário interdisciplinar será um meio de avaliar a capacidade dos alunos de organizar e transmitir, de forma concatenada, o aprendizado adquirido durante as atividades;

- O trabalho final deverá ser avaliado em sua consistência e coerência, bem como na sua criatividade.

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