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I Bullying: o que é e o que deve ser feito (UCA)

 

26/09/2011

Autor e Coautor(es)
Luiz Fernando de Carvalho
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BELO HORIZONTE - MG ESCOLA DE EDUCACAO BASICA E PROFISSIONAL DA UFMG - CENTRO PEDAGOGICO

Professor Doutor Luiz Prazeres Centro Pedagógico, EBAP/UFMG

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Análise linguística: processos de construção de significação
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de escuta e de leitura de textos
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Análise linguística: modos de organização dos discursos
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

o       Analisar e interpretar textos verbais e não verbais;

o       Trabalhar com sequências expositivo-dissertativas;

o       Identificar opiniões por meio de fatos e argumentos que a sustentam;

o       Conscientizar-se sobre problemas ligados ao bullying.

Duração das atividades
4 aulas de 50 min.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

No Brasil, o termo pode até ter surgido há pouco tempo em livros e manuais relacionados ao ensino  Entretanto, a existência desse fenômeno em escolas brasileiras remonta a tempos muito antigos. Quem nunca sofreu ou praticou algum tipo de ação coerciva quando criança, sobretudo, na fase escolar?

O bullying, palavra de língua inglesa ainda sem tradução literal para o português, constitui todo e qualquer ato de violência (física ou psicológica) que se manifesta repetidas vezes de forma intencional e dissimulada. É geralmente praticado por um ou mais indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir o outo, o próximo ou o semelhante, que, por muitas vezes ser incapaz de se defender, sofre continua e intensamente a agressão.

A prática de tal violência contra o indivíduo, sobretudo no contexto escolar, tem se mostrado cada vez mais comum, tanto que os alunos certamente já terão informações a respeito. Entretanto, a recorrência do problema, não o exclui de ser abordado em sala de aula; pelo contrário, é por causa disso mesmo que o bullying deve ser um tema continuamente trabalhado, visando sempre à consciência dos alunos a respeito dos inúmeros efeitos negativos decorrentes dessa prática.

É exatamente esse o objetivo principal dessa aula: partir do conhecimento prévio dos alunos para levá-los a refletir sobre as terríveis práticas de bullying na escola. Em outras palavras, a partir dessa aula, o professor discutirá como seus alunos têm lidado com os outros, com os seus colegas, tão semelhantes, mas diferentes. É desse modo que eles poderão quebrar tabus e preconceitos, e, enfim, se respeitarem mutuamente, seja na escola seja em quaisquer outros contextos sociais.

Estratégias e recursos da aula

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Disponível em: http://ced3ambiental.blogspot.com/2010/05/bullying-mau-exemplo-na-escola.html.

Acesso em: 10 set. 2011.

Atividade 01

O professor deve iniciar a aula ativando os conhecimentos prévios dos alunos sobre bullying. É importante que ele ressalte as consequências geradas por essa prática bem como a importância de erradicá-la do contexto escolar, respeitando e aceitando o outro sem preconceito e discriminação. Para desenvolver essa discussão, os alunos, junto ao professor, devem acessar e analisar a seguinte imagem:

 

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Disponível em:  http://bullying-tutambem-importas.blogspot.com/2011/02/v-behaviorurldefaultvmlo.html.

 Acesso em: 10 set. 2011.

 

Para analisá-la, o professor fará algumas perguntas oralmente, as quais servirão como  base para interpretar a imagem e promover a discussão:

  1. Que elementos a imagem ressalta em seu centro e ao redor?

  2. A que eles fazem referência?

  3. Em que posição as figuras centrais se encontram?

  4. Que tipo de relação entre elas pode ser depreendida a partir disso?

  5. Por que as figuras estão representadas sem rostos?

  6. Que efeito esse recurso confere à imagem?

  7. Que cores predominam na imagem? Por quê?

  8. Que efeito esse recurso confere à imagem como um todo?

  9. Qual a crítica pretendida pela imagem? Que elementos comprovam isso?

  10. O que pode ter gerado e o que pode gerar a atitude criticada pela imagem?

  11. A imagem se mostra coerente com a realidade? Por quê?

O professor deve ratificar os comentários mais relevantes da discussão, para reativar os conhecimentos prévios dos alunos e garantir uma maior aproximação deles com o tema debatido, possibilitando uma apreensão mais ampla sobre os problemas da prática do bullying.

 

Atividade 02

Terminada a atividade de ativação de conhecimentos prévios com a análise da imagem, o professor deverá prosseguir sua aula. Ele deve apresentar aos alunos o texto “É difícil ser criança”, que foi publicado em uma das páginas do site Observatório da Infância (http://www.observatoriodainfancia.com.br/), para ser analisado conjuntamente.

O professor utilizará a pausa protocolada para a leitura do texto, técnica que consiste na realização da leitura, interrompendo-a, por exemplo, a cada parágrafo, momentaneamente. A cada interrupção, o professor deve efetuar perguntas voltadas para a produção de inferências acerca das partes subsequentes do texto que está sendo lido.

Ao localizar o texto, o professor pedirá que os alunos acessem o seguinte link: http://www.brasilescola.com/sociologia/bullying.htm para acompanharem a leitura do professor.

 

São Paulo, 4 maio 2008

É difícil ser criança

Psicóloga analisa as consequências de ser alvo de piadas e chacotas

Em todos os tempos se presenciou na escola, ou mesmo nos cursos complementares, alunos que são chacoteados pelos colegas o tempo todo com brincadeiras muito desagradáveis, fazendo com que estes não tenham a menor possibilidade de reagir ou mesmo reclamar. O escolhido do grupo faz de conta que não liga, brinca um pouco para disfarçar a vergonha, até pede para os colegas darem um tempo, mas nada adianta: ele é a bola da vez e nada pode mudar isso.

Revidar não adianta. Se o alvo da chacota se irritar ou reagir, a chateação vai aumentar ou mesmo piorar. Se ele fizer de conta que não se importa, o grupo vai "caprichar" na atormentação para provocar alguma reação. Esse comportamento é chamado de bullying.

O bullying compreende todas as formas de atitudes agressivas, repetidas e intencionais que ocorrem sem motivação aparente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro. Essas ações causam angústia e dor, e são mantidas dentro de uma relação desigual de poder através de apelidos, ofensas, gozações, provocações, humilhações, exclusão, isolamento, intimidação e perseguições. Além de tiranizar, aterrorizar e ferir o aluno por meio de chutes, tapas, roubos e outras ações de caráter violento.

A maioria das escolas negam que isso acontece em suas salas. Dizem que isso é coisa da idade, que os colegas só estão brincando, que não podemos levar a sério as brincadeiras de mau gosto. Claro que em muitos momentos os alunos são inadequados uns com os outros sem a intenção de magoar; as brincadeiras passam dos limites; os apelidos são carinhosos ou nem tanto, mas não ofendem de fato, e isso é coisa da idade sim.

Mas do que estamos falando é do apelido jocoso, da brincadeira que ofende e deprecia e que acontece todos os dias. Do prazer mórbido que os colegas sentem em maltratar o outro e de vê-lo sofrer e, com isso, se sentirem "poderosos" e "donos" do colega. Também da humilhação perante as risadas e da exclusão declarada dos grupos, que marca o ano escolar do começo ao fim.

Não existe regra definida para ser um alvo de bullying, todos são alvo em potencial. Basta marcar por qualquer diferença ou ter alguma dificuldade, ou mesmo, ser uma pessoa mais sensível.  

Quem adota esse tipo de comportamento são normalmente aqueles indivíduos que dispõem de poucos recursos emocionais, não se sentem queridos, não têm uma família estruturada, se sentem abandonados e menosprezados, e esse modelo normalmente é aprendido com seus pais e parentes.

Para esses indivíduos, a prática do bullying é, de alguma forma, motivada pela necessidade de incluir alguém em sua realidade, mesmo que precariamente, pois não desfruta de um aparato atraente, tanto emocional quanto intelectual, para atrair e manter as pessoas ao seu lado de uma maneira positiva e honesta. Existe uma grande possibilidade de, na maioria dos casos, esse indivíduo se manter violento e infeliz e sem possibilidade de se relacionar adequadamente, podendo se marginalizar.

O que potencializa definitivamente uma pessoa a se tornar alvo é a fragilidade emocional associada à diferença de padrão. Estar fora do padrão exige um fortalecimento dos recursos emocionais para enfrentar as reações dos colegas e, muitas vezes, o indivíduo acaba sucumbindo e se abatendo, o que gera um empobrecimento de sua autoestima e o impede de procurar ajuda ou reagir. Com isso, a insociabilidade e a passividade aumentam, fazendo despencar tanto o rendimento escolar, quanto a frequência e o  interesse na escola.

Este quadro pode levar os jovens a desenvolverem uma série de doenças emocionais ou físicas devido ao stress a que estão expostos diariamente entre elas: depressão, síndrome do pânico, gastrite, colite, asma, bronquites e distúrbios alimentares. Como podemos perceber, carrasco e vítima traduzem suas fraquezas em atitudes opostas estabelecendo uma relação de co-dependência aterrorizante. Essa situação vivida no ambiente escolar e de lazer é capaz de contaminar, ou mesmo, inviabilizar todos os desdobramentos que as relações grupais são capazes de favorecer como, por exemplo, as escolhas futuras e a profissão.

Para que esse tipo de conduta seja neutralizada nas escolas deve haver um esforço de pais e orientadores, pois os danos aos alvos são muito severos. Os pais devem avisar professores e orientadores se suspeitarem que seus filhos sejam vítimas do bullying e não devem permitir que a questão seja mal investigada ou sub-valorizada, pois é muito difícil para as escolas admitirem esta situação.

Aprendizagem é um processo muito difícil que deve promover a apreensão dos fatos, do conhecimento e da possibilidade de ser feliz e a vivência traumática não deveria fazer parte do pacote que contratamos na escola.

 

Silvana Martani.

Psicóloga especialista em obesidade Clínica de Endocrionologia

da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

 

Disponível em: http://www.observatoriodainfancia.com.br/article.php3?id_article=419.   

Acesso em: 08 ago. 2011.

 

Logo após a leitura com uso da técnica pausa protocolada do texto, o professor deve comentá-lo, em geral com os alunos, ressaltando todos os pontos da análise para frisar a apreensão e o entendimento deles sobre as questões apresentadas a respeito do tema. Para isso, basta recorrer aos pontos mais importantes do texto, a fim de ponderar e sintetizar as questões propostas pela reportagem.

 

Atividade 03

Após a discussão oral da reportagem com os alunos, o professor apresentará algumas questões a serem respondidas em sala sobre a leitura do texto (caso o tempo não seja suficiente, os alunos podem terminar em casa e entregar na próxima aula). Essa atividade, que contempla algumas questões já discutidas, tem por objetivo reforçar o conteúdo abordado e auxiliar a o aprendizado alunos.

 

Disciplina: Língua Portuguesa                                                                                                                             Data: ___/___/___

Texto “É difícil ser criança.”

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Roteiro de Questões

Orientações: O trabalho deverá ser realizado com base na leitura do texto. Deverá ser feito individualmente, para ser corrigido com o professor em sala de aula.

1.      SINTETIZE com suas próprias palavras baseando-se na leitura do texto: O que é bullying?

2.      A parir de sua leitura, EXPLIQUE: Por que o título “É difícil ser criança” está adequado ao texto?

3.      Segundo a autora, numa situação de bullying, não adianta ao agredido fingir ou revidar. Por quê?

4.      Algumas escolas negam a existência de bullying entre seus alunos. O que elas alegam? REFLITA um pouco mais sobre a questão: Por as escolas fariam isso?

5.      Segundo a autora, que atitudes poderiam ser consideradas práticas de bullying?

6.      De acordo com o texto, como se caracterizam os agressores? O que os motiva a cometer tais práticas? No final das contas, como eles podem terminar?

7.      Segundo a psicóloga, como se caracterizam os alvos das agressões? Quais as consequências destas para eles?

8.      De acordo com a autora, as consequências das práticas do bullying, tanto para agressores quanto para agredidos, não se limitam apenas ao contexto escolar. Por quê?

9.      O que a instituição escolar, de acordo com o texto, deve fazer para conter as práticas de bullying? Essas medidas seriam válidas? Por quê?

10.  Com base em sua leitura e em seus conhecimentos, que outras medidas poderiam ser tomadas para liquidar as práticas de bullying no contexto escolar?

 

Os alunos devem responder às questões utilizando o programa ‘BROffice’ do Linux (equivalente ao Microsoft Word) durante um determinado tempo. O professor deve estipular esse tempo, de acordo com o andamento da turma, para que os alunos façam as atividades individualmente. Enquanto isso, ele deve ir às carteiras não só para auxiliá-los no que for possível, como também para verificar o desempenho individual na execução da tarefa solicitada.

Quando todos terminarem, o professor fará uma correção coletiva à frente da sala, pedindo a alguns alunos que leiam suas respostas para encontrar as possibilidades de se responder corretamente a cada questão. É muito importante que o professor se atente à desenvoltura deles durante o processo de leitura. Essa é uma grande oportunidade de avaliar os alunos nesse quesito.

 

Observação:

Todas as atividades deverão ser postadas no blog da turma para que os alunos tenham livre acesso a elas, não só dentro de sala como também em casa. Se a turma ainda não tiver seu próprio blog, ele deverá ser feito e atualizado passo a passo pelo professor e pelos alunos. No blog, deverão ser colocados todos os textos, vídeos e imagens discutidos durante as aulas, bem como os comentários e impressões dos alunos a respeito deles.

           

Passo a Passo

Fazendo o Blog da Turma

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Caso o professor não saiba criar o blog para a turma, ele seguirá os passos do seguinte vídeo retirado do site youtube.

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Como criar um blog. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=2V5a2m30n3A.

Acesso em: 17 mar. 2011.

Recursos Complementares

Sugestão de livros:

  • Bullying - Estratégias de sobrevivência para crianças e adolescente. Beaudoin e Taylor. Editora Artmed – Bookman 2007.

  • Bullying e Desrespeito: Como acabar com essa cultura na escola. Beaudoin e Taylor. Editora Artmed 2006.

  • Fenômeno Bullying Cleo Fante. Editora Verus 2005.

  • Bullying: como combatê-lo. Alessandro Costantini; Eugênio Vinci de Moraes (Tradução). Editora Verus 2007.

  • Diga NÃO para o Bullying. Aramis A. Lopes Neto; Lucia Helena Saavedra. ABRAPIA 2003.

 

Sugestão de filmes sobre o assunto:

 

Sugestão de sites sobre o assunto:

o       http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/comportamento/bullying-escola-494973.shtml

o       http://www.portalbullying.com.pt/

o       http://www.observatoriodainfancia.com.br/rubrique.php3?id_rubrique=19

o       bullyingportalprofessor.wordpress.com/

o       http://www.diganaoaobullying.com.br/

o       http://www.assediomoral.org/

o       http://nomorebullying.zip.net/

o       http://www.denunciar.org.br/

         http://www.bullying.pro.br/

 

 

 

 

 

 

Avaliação

As avaliações ocorrerão de forma processual, ao longo de todas as atividades ministradas, as quais contemplam o desenvolvimento das habilidades de leitura, de escrita e de expressão oral.

Os alunos frequentemente terão oportunidade de participar de discussões para que o professor perceba o desenvolvimento da capacidade interpretativa de cada um deles, apresentada por meio da oralidade. Nesse momento, o professor deverá estar alerta para o processo de argumentação dos alunos, visando à pertinência e à relevância das informações apresentadas. Em outras palavras, nessas situações, o professor deve perceber, portanto, como cada aluno tem avançado na produção e fundamentação do próprio texto oral.

As atividades escritas a serem feitas serão avaliadas de acordo com o nível de entendimento individual do aluno, de forma a considerar a aquisição processual dessa habilidade. O professor deve observar se, nos textos, os alunos abordaram adequadamente:

·  O conteúdo relativo ao tema e ao objetivo de cada questão proposta, item mais importante e essencial;

·  A seleção de argumentos, que deve ser pertinentes e relevantes à temática apresentada;

·  Os processos de coesão e coerência textual, responsáveis pelo encadeamento lógico-discursivo do texto;

·  O registro da língua utilizado, visto que os alunos devem ser capazes de utilizar o registro mais adequado à situação comunicativa apresentada.

A correção dos trabalhos ressaltará a participação de todos, tanto na apresentação, quanto na colaboração e dedicação da turma, levando em conta o grau de desenvoltura de cada aluno em suas respostas. Nesses momentos, o professor terá a oportunidade de avaliar a originalidade e a capacidade de interação dos alunos. Por isso, ele deve se atentar ao envolvimento de cada um deles, lembrando que dele depende, em grande parte, o sucesso de todo o trabalho.

Opinião de quem acessou

Cinco estrelas 2 classificações

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Opiniões

  • lucy, lucy , Paraná - disse:
    lucilia-decastro@hotmail.com

    30/11/2015

    Cinco estrelas

    otimo


  • Nívea Moreira, Escola Estadual Nossa Senhora de Fátima , Bahia - disse:
    niveamoreiracarneiro@hotmail.com

    23/01/2013

    Cinco estrelas

    Olá, Gostei bastante da sua aula. Pretendo tomá-la como base para planejar e aplicar com meus alunos este mesmo tema.Estou pensando também em criar uma aula onde os valores sejam destaque.A afetividade, o respeito ao outro, a solidariedade, por exemplo, que andam tão fora da moda neste mundo.


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