Vários momentos da prática pedagógica em sala de aula vêm sendo destinados às atividades relativas a atitudes que contribuam para a melhoria do ambiente. As atividades propostas, na maioria das vezes, envolvem a valorização de atitudes individuais do aluno atribuindo a ele a responsabilidade de preservar o planeta e promover um desenvolvimento sustentável.

Os PCNs propõem a discussão dos assuntos relativos ao meio ambiente como tema transversal, por seu caráter interdisciplinar, e lista como capacidades que devem ser adquiridas pelos alunos:

• Identificar-se como parte integrante da natureza e sentir-se afetivamente ligado a ela, percebendo os processos pessoais como elementos fundamentais para uma atuação criativa, responsável e respeitosa em relação ao meio ambiente;

• Perceber, apreciar e valorizar a diversidade natural e sociocultural, adotando posturas de respeito aos diferentes aspectos e formas do patrimônio natural, étnico e cultural;

• Observar e analisar fatos e situações do ponto de vista ambiental, de modo crítico, reconhecendo a necessidade e as oportunidades de atuar de modo propositivo, para garantir um meio ambiente saudável e a boa qualidade de vida;

• Adotar posturas na escola, em casa e em sua comunidade que os levem a interações construtivas, justas e ambientalmente sustentáveis;

• Compreender que os problemas ambientais interferem na qualidade de vida das pessoas, tanto local quanto global;

• Conhecer e compreender, de modo integrado, as noções básicas relacionadas ao meio ambiente;

• Perceber, em diversos fenômenos naturais, encadeamentos e relações de causa/ efeito que condicionam a vida no espaço (geográfico) e no tempo (histórico), utilizando essa percepção para posicionar-se criticamente diante das condições ambientais de seu meio;

• Compreender a necessidade e dominar alguns procedimentos de conservação e manejo dos recursos naturais com os quais interagem, aplicando-os no dia a dia.

Temos questionado sobre a necessidade de rever nossa maneira de nos relacionarmos com o ambiente, reduzindo o consumo de água, evitando o efeito estufa, buscando novas fontes de energia e impedindo a extinção de espécies da fauna e da flora. Para isso, percebemos que a educação ambiental deve constituir-se em um processo contínuo de responsabilidade de todos.

Esta aula será desenvolvida a partir de uma dinâmica que envolve observação das atitudes dos alunos e de outras pessoas em relação ao ambiente. Esperamos que contribua para a formação ambiental de nossas crianças oportunizando-as a refletir sobre a maneira como ela e outras pessoas percebem o ambiente.

O espaço urbano é constituído basicamente por áreas edificadas (casas, comércio e indústrias), áreas destinadas à circulação da população (sistema rodo-ferroviário) e áreas livres de edificação (praças, quintais, etc.) As áreas ou espaços livres podem ser públicos, potencialmente coletivos ou privados.

Denominamos espaços livres de uso público as áreas cujo acesso da população é livre. São os parques, praças, cemitérios e unidades de conservação inseridas na área urbana e com acesso livre da população.

As áreas ou espaços livres potencialmente coletivos são aqueles localizados junto às universidades, escolas e igrejas. Nestas áreas o acesso da população é controlado de alguma forma.

Finalmente, as áreas livres privadas são aquelas de propriedade particular, onde o acesso não é permitido para qualquer cidadão. São os jardins e quintais de residências, clubes de lazer, áreas de lazer de condomínios e remanescentes de vegetação natural ou implantada de propriedade particular.

Entende-se por arborização urbana toda cobertura vegetal de porte arbóreo existente nas cidades. Essa vegetação ocupa, fundamentalmente, três espaços distintos:

• a.     As áreas livres de uso público e potencialmente coletivas, citadas anteriormente;

• b.     As áreas livres particulares;

• c.     Acompanhando o sistema viário.

Fonte: http://educar.sc.usp.br/biologia/prociencias/arboriz.html - consultado em dezembro de 2010. 

As áreas verdes em uma cidade cumprem as mais diversas funções, desde as puramente estéticas e que promovem o bem estar mental do ser humano até as de cunho ecológico.           

Alguns dos benefícios diretos das áreas verdes para o ambiente e para os seres vivos de uma forma geral são:

• Abrigar e alimentar a vida silvestre – os bosques nativos, preservados ou criados pelo ser humano, abrigam e protegem insetos, pássaros e pequenos animais. Essa proteção garante a diversidade da flora e fauna através da proteção da vida dos agentes polinizadores e dos predadores naturais das espécies tidas como pragas;

Fonte: http://2.bp.blogspot.com/_h13olVN68GU/Sibh0oq_TcI/AAAAAAAADt4/FWa-abAL8Qg/s400/P%C3%81SSARO+SABI%C3%81+rf3105200909.jpg,  consultado em 13/12/2010

• Reduzir o consumo de energia – o sombreamento conseguido com as copas das árvores plantadas ou preservadas pode reduzir o consumo dos aparelhos de ar condicionado em até 50% no verão;

• Recuperar a biologia dos solos – os vegetais, através de suas raízes, mantêm os solos vivos e úmidos, preservando pequenos insetos e fungos naturais deste ambiente;

• Diminuir a quantidade de partículas sólidas na atmosfera – o uso planejado das espécies de árvores caducas (aquelas que perdem as folhas no inverno) auxilia na dispersão das partículas sólidas, que se depositam nas suas folhas, renovadas anualmente;

• Filtrar a atmosfera – os vegetais são capazes de filtrar os gases da atmosfera. Ajudam na contenção dos poluentes do ar, CO2, SO2, e NO2, através da capacidade que as árvores têm de remover, armazenar e metabolizar estes poluentes da atmosfera; 

• Diluir os poluentes gasosos – quando formados, os maciços vegetais têm uma grande influência no regime dos ventos. Dessa forma, ocorre maior precipitação de materiais particulados e, consequentemente, maior diluição dos poluentes gasosos;

• Reter a umidade nos solos – os maciços vegetais absorvem o excesso de água das chuvas que eventualmente escorrem pela superfície dos solos, evitando que se escoem pelos esgotos pluviais. Assim, a água é devolvida à atmosfera pela transpiração das árvores, indo formar novas chuvas;

• Proteger os solos – as árvores fazem a captação de águas pluviais pelas raízes, amortecem o impacto das chuvas no solo, drenando os terrenos e impedindo a ação da erosão;

• Filtrar e desintoxicar os solos – as raízes das árvores absorvem e filtram as águas das chuvas contaminadas com resíduos químicos, fertilizantes e agrotóxicos, que escorrem sobre o solo, evitando a contaminação das águas do subsolo.           

Esses exemplos nos mostram que as áreas verdes, como instrumento de melhoria de qualidade do ambiente, têm um potencial muito maior do que aquele que estamos acostumados a perceber.             

Adaptado de: PILOTTO, Jane. Áreas verdes para a qualidade do ambiente de trabalho: uma questão eco-ergonômica. Dissertação de mestrado submetida à UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, 1997

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Ao trabalhar com os alunos o tema: por que plantar árvores na cidade?, propomos que, inicialmente, seja discutido com a turma a importância de áreas verdes e arborização de vias públicas nos centros urbanos, como forma de melhorar as condições ambientais em que se vive e a qualidade de vida das pessoas; introduzindo conceitos e predispondo os alunos para novas reflexões.

Inicie com os alunos um diálogo que possibilite a eles refletirem sobre as áreas verdes, parques e jardins e arborização de vias públicas na cidade onde moram.   

Faça perguntas como:

• A rua onde você mora é arborizada?

• As áreas verdes e árvores das vias públicas em sua cidade são bem cuidadas?

• Por que as ruas de uma cidade devem ser arborizadas?

• Você sabe o nome de alguma árvore usada na arborização das ruas?

• Essas árvores costumam florir em determinada época do ano? Elas dão frutos?

Deixe que nesse primeiro momento as crianças manifestem livremente as suas ideias. A seguir, em pequenos grupos, solicitar que os alunos elaborem um texto no Kword do laptop que conte as suas impressões sobre as áreas e vias públicas arborizadas, na cidade onde moram. Cada grupo deve ler para a turma o que escreveu. Dessa forma o professor poderá avaliar como eles estão percebendo o seu entorno.

Fonte: http://arvoresdesaopaulo.files.wordpress.com/2010/07/arvores-do-parque-da-luz-alameda-de-alecrins-foto-de-ricardo-cardim-direitos-reservados1.jpg, consultado em 13/12/2010

Entre em contato com a prefeitura de sua cidade para ver se é possível convidar para ir à escola, e ser entrevistada pelos alunos, uma pessoa que seja responsável pela manutenção de áreas verdes do bairro ou da cidade. Depois, oriente os alunos na realização da entrevista. Se isso não for possível, oriente os alunos para realizar uma pesquisa. Lembre-se: a entrevista deve ser planejada com a turma antecipadamente, a pessoa entrevistada deve ser convidada com antecedência, ser informada sobre o assunto e a faixa de idade das crianças. Tal entrevista poderá ser gravada com a WxCam do laptop.

Elabore com a turma o roteiro das perguntas e, se possível passe-o para o entrevistado para que o mesmo possa se preparar para a conversa com as crianças. Algumas perguntas que podem ser propostas:

• Quais são as árvores mais usadas na arborização?

• Quais são os critérios dessa seleção?

• Que cuidados as mudas de árvores plantadas exigem?

• Quais as dificuldades enfrentadas nesse trabalho?

• Outras questões que a turma considerar importantes.

Após a entrevista, os alunos deverão fazer um relatório valendo-se do Kword do laptop em sala de aula, destacando os pontos mais importantes da entrevista.

Caso a entrevista seja inviável, sugerimos que façam uma pesquisa na internet, onde possam investigar:

• Árvores mais usadas para a arborização de vias públicas;

• Quais os critérios de escolha;

• Quando devem ser plantadas e os cuidados que exigem como: podas, doenças mais comuns, entre outras.

Sugerimos como fonte de consulta: http://educar.sc.usp.br/biologia/prociencias/arboriz.html - Arborização urbana - consultado em dezembro de 2010. 

http://ambientes.ambientebrasil.com.br/urbano/arborizacao_urbana/a_paisagem_urbana.html - A paisagem urbana - consultado em dezembro de 2010. 

http://www.ipef.br/silvicultura/arborizacaourbana.asp - Arborização urbana - consultado em dezembro de 2010. 

Os endereços sugeridos exigem do professor orientar e conduzir a pesquisa, podendo e selecionando o que é mais adequado para a turma.

Sugerimos também a exibição de vídeos que falam da presença de árvores no meio urbano e sua importância para a vida das pessoas e animais como pássaros e pequenos mamíferos, por exemplo.

Ao exibir os vídeos, explore com as crianças as informações neles contidas. Não deixe de chamar-lhes à atenção sobre a importância de espaços verdes nos grandes centros e os riscos que têm aumentado por falta de espaços permeáveis nos grandes centros, em conseqüência das pavimentações de ruas e avenidas não arborizadas, por exemplo.

http://www.youtube.com/watch?v=6o1gxp5t2K8 – Rua viva 2009 – arborização urbana. Consultado em dezembro de 2010. 

http://www.youtube.com/watch?v=UMMWw9m4GCg&feature=related – Árvores urbanas – consultado em dezembro de 2010.   

A partir do que foi estudado nas atividades anteriores, solicitar que os alunos façam fotografias de árvores em espaços públicos, indicando quais árvores consideram adequadas ao espaço público urbano e quais consideram inadequadas. Os alunos deverão justificar suas respostas. Também é importante que os alunos tentem identificar o nome das espécies fotografadas. Aproveite para comentar que cada espécie possui nomes populares e um nome científico. A importância do nome científico é que ele é uma convenção universal, identificando a espécie em qualquer lugar do planeta, facilitando a comunicação científica em relação à ela.